quinta-feira, 12 de novembro de 2009

África, América e Brasil: o cinema negro se reúne no Rio


Rio - Estação Realengo (Carlos Maia), O Passo de Madureira (Tiago Araújo), 5x favela (Cacá Diegues), Turismo no Rio (Anderson Quak) estão entre os filmes com os quais os cariocas, principalmente os que moram no subúrbio do Rio, vão se identificar facilmente.

Eles fazem parte do III Encontro de Cinema Negro Brasil, África e Américas que, pela terceira vez consecutiva, escolhe a cidade como tela de exibição, mostrando que o Rio ainda é ponta-de-lança tanto na produção quanto na difusão de cultura.


A cineasta americana Yoruba Rinchen durante a produção de seu Promised Land, em exibição no festival. Foto: Divulgação.
Aberto oficialmente nesta segunda-feira, a programação do III Encontro de Cinema Negro, que tem a curadoria do cineasta brasileiro Zózimo Bulbul, traz uma ampla mostra do que tem sido produzido ao redor do mundo. E o que é melhor: a preços populares (R$ 3) ou com entrada gratuita.

Um dos destaques da mostra é o documentário Espelho / Obama, dirigido pelo ator Lázaro Ramos, durante a posse do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A exibição da estreia de Lázaro por trás das câmeras será no dia 15, no Cine Odeon.

Até o próximo dia 18 o Rio assistirá cerca de 50 títulos, entre documentários, longas de ficção, médias e curtas-metragens, na maioria, realizados por jovens diretores, na faixa de 20 e 40 anos. Ao todo, serão 23 filmes brasileiros, 14 africanos, cinco caribenhos e cinco americanos, além de um canadense e um colombiano.

E para oferece um maior número de possibilidades ao público, o evento acontece em diversos pontos da cidade. De 9 a 15 de novembro, as atividades se concentram no Centro, tendo como palco o Cinema Odeon BR, o Centro Cultural Justiça Federal, a Lapa (onde uma tenda será montada em praça aberta), além do Centro Afro Carioca de Cinema, onde acontecem encontros diários pela manhã. Na Zona Sul, o Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico, abriga o Encontro entre os dias 16 e 18.

"Nosso objetivo é mostrar a força e a importância da cultura negra que tentaram esconder por tantos anos e que lutamos até hoje para tirar da invisibilidade", afirma Bulbul. "Nossa meta é promover o diálogo entre Brasil e África e mostrar que há muitas semelhanças entre as duas culturas mesmo após tanto tempo de ruptura. O Encontro é o nosso quilombo cinematográfico, o nosso ponto de resistência", revela o cineasta.

Por acreditar nisso, além da exibição dos filmes, a mostra realiza encontros entre profissionais e público em debates com produtores, críticos, estudantes e através de oficinas de capacitação gratuitas.


Cartaz do filme do cineasta Thomas Allen. Foto: DivulgaçãoEste ano o III Encontro de Cinema Negro Brasil, África e Américas ampliou a participação de países, trazendo obras não só africanas e brasileiras como também das Américas do Norte e Central. A grande novidade fica por conta do caráter jovem do Encontro e da presença dos americanos Yoruba Rinchen e Thomas Allen Harris, representando o homenageado desta edição, o documentarista Saint Claire Bourne. Cada um deles apresenta dois filmes.

Dos filmes caribenhos, fazem parte da programação: Mensajero de Los Dioses, Roble de Olor, e Hacer arte, hacer justicia, todos da autoria do cubano Rigoberto Lopez, que também esteve presente no Encontro passado.

Dividida em 3 categorias - Longas, Documentários e Ficção -, a mostra brasileira vem com 23 títulos, que discorrerão sobre os temas bairros, tradições e ficção sobre o cotidiano. Dentre esses, destaque para os longas Em Quadro - A História de 4 Negros na Tela, de Luiz Antonio Pillar, e Barracão, de Waldir Xavier.

A programação completa do III Encontro de Cinema Negro Brasil, África e Américas pode ser conferida no site:

http://www.encontrodecinemanegro.com.br/programacao/index.html


FONTE:

http://odia.terra.com.br/portal/diversaoetv/html/2009/11/africa_america_e_brasil_o_cinema_negro_se_reune_no_rio_45315.html

BRASIL: COMISSÁRIA DA ONU PEDE INTEGRAÇÃO DOS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO


10/11/2009 12.36.33












Salvador, 10 nov (RV) - A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, demonstrou ontem seu interesse pelos problemas de violência provocados pelas drogas e pela integração da população negra no mercado de trabalho.

Durante sua visita de cinco dias ao Brasil, a funcionária sul-africana fez ontem escala na capital da Bahia, Salvador, onde as autoridades locais lhe apresentaram alguns de seus programas de emprego, saúde, educação e promoção da cidadania.

Durante a reunião, a alta comissária mostrou preocupação com o uso de drogas pelos jovens e o aumento da violência decorrente do uso e da comercialização dessas substâncias. Além disso, questionou as relações étnicas e a inclusão dos negros no mercado de trabalho.

Em sua passagem pela Bahia, Pillay visitou a comunidade quilombola Jatimane, acompanhada pelo ministro Edson Santos, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, e também participou de reunião com organizações da sociedade civil de proteção e promoção dos direitos humanos.

Hoje, a alta comissária chegará o Rio de Janeiro, onde será recebida por diversas autoridades, entre elas o governador do Estado, Sergio Cabral, e visitará projetos sociais na favela Dona Marta. (BF)



http://www.oecumene.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=333219

Profissionalização para negros divide opiniões em Brasília

País

Luciana Abade , Jornal do Brasil


BRASÍLIA - A partir da próxima semana será implantado o maior Plano de Qualificação Profissional com recorte social e racial no Brasil: o Planseq Afro, que vai capacitar 25 mil negros que estão desempregados nos 26 estados e no Distrito Federal. Minas Gerais, Rio de Janeiro e Mato Grosso são os estados que oferecerão o maior número de vagas: 6.945, 3.860 e 2.940 respectivamente. Empreendedor individual, carpinteiro, mecânico de motos, eletricista, borracheiro, gerente de supermercado, operador de telemarketing e recepcionista são os principais cursos oferecidos. Entre eles, destaca-se o de cuidador de pessoas com doença falcifome – a doença genética mais comum da população brasileira que diminui a circulação, provocando dor e destruição dos glóbulos vermelhos e que acomete principalmente a população negra.

O Planseq Afro é uma parceria entre o Ministério do Trabalho e Emprego e a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e custará cerca de R$ 20 milhões. Para fazer um dos cursos é preciso se autodeclarar afrodescendente e estar desempregado. O programa de capacitação priorizará os jovens de 16 a 24 anos e adultos com mais de 40 anos, além de pessoas com um número grande de dependentes. Alguns cursos exigirão ensino médio como pré-requisito. Mas a maioria pode ser feita por quem tem apenas ensino fundamental.

Subsecretário de Políticas e Ações Afirmativas da Seppir, Martvs das Chagas está otimista quanto a absorvição dos futuros profissionais no mercado de trabalho devido a retomada do crescimento econômico esperada para o próximo ano:

– O setor de serviços precisa de profissionais qualificados. Não conseguiremos alocar todos, mas estamos trabalhando para isto. O que não podemos é não fazer nada diante do lamentável diagnóstico da subcidadania a que está submetida a população negra, maioria entre a massa desempregada.

Para o coordenador do Núcleo de Estudos Raciais da Universidade de Brasília (UnB), Nelson Inocêncio, a profissionalização de pessoas negras é uma ação afirmativa que deve ser comemorada porque busca corrigir a defasagem que há na “condição diferenciada” que sempre foi imposta ao negro no mercado de trabalho.

– Profissionalizados, os negros vão entrar no mercado de trabalho com perspectiva de ascensão profissional – acredita o coordenador.

– E o combate ao racismo se dá na prática, em ações como esta. As mulheres negras no Brasil estão trabalhando principalmente como empregadas domésticas. Não é a situação ideal, mas já é um paliativo. Mas para um número considerável de homens negros tem sobrado a marginalidade.

Para Inocêncio, tão importante quanto profissionalizar os negros é criar uma política voltada para o empregador que ainda “não é sensível” a desigualdade latente entre brancos e negros no mercado de trabalho. Segundo o subsecretário da Seppir, além das atividades práticas, os alunos terão aulas de noções de cidadania e questões raciais para conseguirem perceber qualquer ato de discriminação que possam vir a sofrer.

Divergências

Ações afirmativas voltadas para o mercado de trabalho, no entanto, não são unanimidade nem mesmo dentro do movimento negro.

– É um escândalo. É uma atitude reacionária – denuncia o coordenador do Movimento Negro Socialista, José Carlos Miranda.

– Querem dividir a classe trabalhadora entre negros e brancos. O Ministério Público deveria se posicionar contra este tipo de política que divide o povo brasileiro.

Segundo Miranda, ações como esta só existem em países que adotaram políticas segregacionistas como a Africa do Sul e a Alemanha nazista.

– Qual a diferença entre o desempregado negro e o branco se ambos forem pobres? – questiona Miranda. – Não é desta forma que se combate o racismo. A igualdade é defendida na Constituição. O problema é que as políticas universalistas não estão sendo aplicadas até o fim, mas dividir o povo só serve ao interesse de quem quer aprofundar o racismo. Qualquer pessoa que luta pela igualdade de direitos deve se indignar com este tipo de benefício.

Autor do livro Uma gota de sangue – história do pensamento racial, Demétrio Magnoli acredita que um programa de capacitação destinado a trabalhadores negros não é necessário, uma vez que já existem programas destinados a capacitar trabalhadores de baixa renda:

– A finalidade, obviamente não é para capacitar, mas classificar. As políticas racialistas no Brasil não se destinam a promover inclusão social. Elas só se destinam a fabricar identidades raciais oficiais.



21:29 - 10/11/2009


http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/11/10/e101122513.asp

Vereadores aprovam criação de feriado do Dia da Consciência Negra em São José e Florianópolis

Plantão 10/11/2009 22h37min


Escolha do dia 20 de novembro homenageia Zumbi dos Palmares
Os vereadores de São José e Florianópolis aprovaram a criação do feriado municipal do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, em homenagem a Zumbi dos Palmares. As duas leis foram promulgadas na segunda-feira. Os textos esperam sanção dos prefeitos dos municípios.

A autoria da proposta em São José é do vereador Orvino Coelho de Ávila (PP), hoje procurador do município. Em Florianópolis, o projeto de lei nº 12.166/06, é de autoria do presidente interino da Câmara de Vereadores de Florianópolis, vereador Márcio de Souza (PT).

Empresário do setor produtivo em São José reclama

O vice-presidente de relações institucionais da Associação Empresarial da Grande Florianópolis e Câmara de Dirigentes Lojistas de São José Aemflo/CDL-SJ, Marcos Antônio Cardozo de Souza, afirma que o feriado é visto pelo setor empresarial como uma soma de pontos negativos.

— Já temos dentro da conjuntura nacional, estadual e municipal muito feriados que ferem bastante a produtividade dos lojistas, de empresários e do giro da economia como um todo. Nós da Aemflo/CDL-SJ acreditamos que mais esse feriado ultrapassa os limites, e que não se pode mais suportar numa economia como de Santa Catarina, que deve entrar em processo de crescimento no próximo ano, ganhe mais um feriado, que não soma em nada a nossa categoria — reclama Souza.

Impacto econômico

De acordo com Souza, 95% a 98% dos negócios que compõem o mercado em São José são micro e pequenas empresas. Um dia perdido numa empresa desse porte pode representar perda de 10 a 15% do faturamento bruto, segundo ele.



CBN/DIÁRIO


http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&newsID=a2713528.htm

Comissinária da ONU se diz preocupada com genocídio de negros no Brasil e com violência praticada por policiais

Notícias
Alta comissária de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas diz que número de execuções no Brasil é inaceitável. A sul-africana Navanethem Pillay disse que foi informada por organizações sociais de Salvador que há até um genocídio de negros no país, o que é motivo de grande preocupação e razão de sua visita. Nesta terça, ela foi à Unidade de Polícia Pacificadora do Morro Dona Marta, em Botafogo. Apesar de ter elogiado o projeto, Pillay disse estar atenta aos altos índices de violência nas outras centenas de favelas, principalmente a praticada por policiais. De acordo com a comissária da ONU, o governador Sérgio Cabral prometeu que os crimes cometidos por agentes da corporação não ficarão impunes. Segundo ela, o governador também disse que pretende aumentar o salário dos policiais, uma questão considerada por especialistas como chave para a melhora da qualidade da instituição.


http://www.geledes.org.br/noticias-direitos-humanos/comissinaria-da-onu-se-diz-preocupada-com-genocidio-de-negros-no-brasil-e-com-violencia-praticada-por-policiais.html