segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Expectativa de vida puxa para baixo indicador de desenvolvimento no Brasil, diz ONU

05/10/2009 - 12h07

Expectativa de vida puxa para baixo indicador de desenvolvimento no Brasil, diz ONU

Claudia Andrade
Do UOL Notícias
Em Brasília
A expectativa de vida é um indicador que puxa para baixo a posição do Brasil no ranking do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Se esse fator fosse considerado isoladamente, a posição brasileira na lista seria a 81ª. No ranking de nações divulgado nesta segunda-feira (5) pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), o Brasil aparece na 75ª posição, com uma expectativa de vida de 72,2 anos, em média.

A partir dessa constatação, o relatório da ONU defende um aumento na expectativa de vida para melhorar o IDH do país. Essa melhora poderia vir com o aumento de recursos para a área da saúde.

Mulheres vivem mais,
mas ganham menos

MulheresHomens
75,9 anos68,6 anos
90,2% alfabetizadas89,8% alfabetizados
89,4% estudando85,1% estudando
US$ 7.190US$ 12;006
  • Fonte: Pnud


Segundo o levantamento, o Brasil destinou 14,5% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação, no período compreendido entre os anos 2000 e 2007, e apenas metade disso - 7,2% - com saúde (dado de 2006).

O economista sênior do Pnud, Flávio Comim, afirma que a desigualdade de renda no país se reflete na expectativa de vida. "Ao mesmo tempo em que encontramos bairros com expectativa acima de 80 anos em outros lugares a média é de 60 anos."

Segundo ele, uma das principais causas da expectativa de vida no país ainda não ser a ideal é a mortalidade infantil. Em regiões mais pobres do Brasil, onde as mães têm nível educacional inferior, o índice chega a 119 crianças mortas a cada mil. "Uma taxa superior a alguns países africanos", explica.

"Investir na educação também ajuda a melhorar a expectativa de vida. A educação está na direção certa. Mas tem que investir mais em saúde, dando atenção aos mais pobres", defende Comim.


"O importante é saber como uma expectativa de vida de 72,2 anos possa passar para 82 anos, como no Japão, ou para 80 anos, como na maioria dos países desenvolvidos. Para isso é necessário um conjunto de políticas que vão desde a saúde até o combate à violência".

Ministério da Saúde contesta dados
O Ministério da Saúde afirma que o quadro atual da mortalidade infantil no Brasil é diferente do apresentado pela ONU. "Não estão pegando a realidade recente do Brasil. Com certeza, a partir de 2010 vai haver uma melhora", diz o diretor do departamento de análise de situação de saúde do ministério, Otaliba Libânio.

Ranking do IDH 2009

1) Noruega0,971
2) Austrália0,970
3) Islândia0,969
4) Canadá0,966
5) Irlanda0,965
13) EUA0,956
44) Chile0,878
75) Brasil0,813
180) Serra Leoa0,352
181) Afeganistão0,352
182) Níger0,340
  • Fonte: PNUD


Ele citou dados bem melhores em relação à mortalidade infantil. Os números mostram que, em 1990, a taxa era de 53,7 mortes a cada mil crianças entre 0 e 5 anos. Em 2007, o índice caiu par 23,1 mortes a cada mil nascidos vivos.

"Esse é o indicador que mais tem apresentado melhora. A meta do milênio, para 2015, deve ser atingida antes disso. Nossa expectativa é que, se continuar caindo assim, a meta será atingida em 2012", diz Libânio. A meta a ser atingida é de 17,9 mortes a cada mil crianças entre 0 e 5 anos.

O diretor do ministério diz que as mortes por violência, inclusive no trânsito, têm peso igualmente grande na expectativa de vida no Brasil. Concorda, no entanto, que o país precisa de mais investimento em saúde.

Para que os investimentos possam aumentar, ele cita aquela que tem sido a bandeira do Ministério da Saúde, a regulamentação da Emenda 29, que fixa percentuais mínimos a serem destinados pela União, Estados e municípios para a área de saúde.

A lei que regulamenta os percentuais está parada no Congresso Nacional por conta de uma divergência em relação à criação da nova CPMF, que está incluída na Emenda 29. A oposição é contra o novo imposto e tem obstruído a votação na Câmara dos Deputados.


http://noticias.uol.com.br/ultnot/internacional/2009/10/05/ult1859u1609.jhtm

cerimônia histórica, na Sinagoga da Associação Religiosa Israelita

Queridos amigos,
É com satisfação que os convido todos para uma cerimônia histórica, na Sinagoga da Associação Religiosa Israelita, amanhã, terça-feira 6 de outubro, às 18h à Rua General Severiano, 170, Botafogo.
No marco da festa judaica milenar de Sucot, o Arcebispo do Rio de Janeiro, D. Orani Tempesta, o Sheik Salah El Din Mohamed, o Babalao Ivanir dos Santos, os Rabinos Sergio Margulies e Dario Biáler e representantes de diversos credos participarão de celebração inter-religiosa, reafirmando sua crença no Diálogo e na possibilidade das diversas fés se unirem em prol do conhecimento mútuo e do entendimento.
Também inédita é a participação de Monges Beneditinos que, juntamente com os cantores litúrgicos da ARI - André Nudelman e Oren Boljover - irão cantar salmos.
A celebração marca a abertura do Seminário EducAção que promoverá a troca de experiências de colégios de diversos credos empenhados em educar as novas gerações de forma a constituir uma sociedade sem ódios nem preconceitos.O seminário propriamente dito será realizado no Colégio Santo Inácio, parceiro da primeira hora do Diálogo Inter-Religioso, reunindo colégios judaicos e católicos que já vêm desenvolvendo há alguns anos atividades conjuntas.
Em anexo, o programa completo do encontro que é aberto a todos, sendo uma oportunidade ímpar, principalmente para aqueles que têm curiosidade de conhecer uma sinagoga, de participar de um serviço inter-religioso e reiterar o seu anseio por Paz.
Shalom a todos,
Diane Kuperman
9616-0002

Concurso do Estado traz a relação de 92 candidatos negros inscritos para cotas

Concurso do Estado traz a relação de 92 candidatos negros inscritos para cotas
Crédito: Rachid Waqued
O governador André Puccinelli assinou o decreto de número 12.810/2009, que institui cotas de 10% para negros nos concursos públicos em nível de Estado, no dia 8 de setembro. O Programa de Reserva de Vagas para negros em concursos públicos no Estado obteve a inscrição de 92 candidatos, já para o próximo Concurso Público de Provas e Títulos de 2009. São 75 vagas, para os níveis superior e médio. As inscrições enceraram totalizando 3.602 candidatos inscritos. Dentre eles, 11 candidatos portadores de deficiência.

Mato Grosso do Sul é o segundo Estado do País (o primeiro foi o Estado do Paraná) a instituir o programa de reserva de vagas para negros em concursos públicos. O referido decreto do governador André Puccinelli regulamenta a lei nº 3.594, de 10 de dezembro de 2008, que institui, como medida de promoção da igualdade de oportunidades no mercado de trabalho, o programa de reserva de vagas, para negros, em concursos públicos para provimento de cargos no Estado de Mato Grosso do Sul.

De acordo com o decreto, o governo reserva para os negros 10% das vagas oferecidas em todos os concursos realizados pelo Poder Executivo Estadual para provimento de cargos e empregos públicos, da administração direta e indireta. Para concorrer a uma dessas vagas o candidato deverá especificar, em formulário próprio indicado pelo edital, que concorre pelo programa de reserva de vagas para negros.

Concurso

No edital do Concurso Público de Provas e Títulos de 2009 do governo do Estado constam 75 vagas. Os salários variam de R$ 532,92 a R$ 1.460,16. São 23 vagas para carreira de Gestão de Atividades Mercantis, com lotação na Junta Comercial de Mato Grosso do Sul (Jucems); 17 vagas para Gestão de Serviços Hospitalares, para Fundação Serviço e Saúde (Funasa). E ainda, 35 vagas para carreira de Serviços Organizacionais. A validade do concurso é de um ano, podendo ser prorrogado por igual período.

As inscrições foram efetuadas, via Internet, no período de 27 de agosto a 9 de setembro deste ano, por intermédio do site www.concurso.ms.gov.br . E também através dos Correios. De acordo com o edital, aos candidatos portadores de deficiência, aprovados no concurso, também será reservado o percentual de 5% das vagas oferecidas.

Prova

A Secretaria de Estado de Administração (SAD) comunica que a prova escrita do concurso vai ser no dia 25 de outubro, às 8 horas, na Universidade Para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp), na Capital. O edital com as informações estão no referido site do concurso.

De acordo com as informações do diretor-presidente da Fundação Escola de Governo (Escolagov), da Secretaria de Estado de Administração, Édio de Souza Viegas, na classificação final do concurso inscreveram-se 3.602 candidatos, sendo 221 inscritos para o nível superior e 3.381 para a carreira de nível médio. "Para o programa de cotas foram inscritos 11 candidatos portadores de deficiência. E também inscreveram-se 92 candidatos que se declararam negros, para a reserva de cota de 10% das vagas do concurso", disse Viegas.

Comissão

A gerência de Concurso da Escolagov informa que está sendo definido, pela Secretaria de Administração, uma comissão para fazer a avaliação dos candidatos negros inscritos no Concurso Público do governo, para o programa de cotas. A comissão vai ser composta por membros, representantes da Secretaria de Estado de Governo, através da Coordenadoria de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial de Mato Grosso do Sul (Cppir); Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine) e do Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro.

"A avaliação da comissão, com os candidatos negros, deverá ocorrer logo após a sistemática das provas. O programa de cotas é um compromisso do governo estadual, visando diminuir as injustiças sociais observando-se os critérios de equidade", informa Édio Viegas.

Na opinião da coordenadora da Cppir, Raimunda Luzia de Brito, a comunidade negra atendeu o chamado do governo estadual. "É importante ressaltar que os negros vão passar pelo concurso. Eles não vão ganhar 10% de vagas, como já ouvi dizer. Eles vão fazer o concurso e concorrer com os demais", disse Raimunda, ao explicar que só vai ter o direito ao programa de cotas a pessoa que tem o fenótipo do africano, ou seja, os afrodescendentes. "Você olha pra ele e diz: Ele é negro!".


Fonte: Notícias MS





http://www.portalms.com.br/noticias/Concurso-do-Estado-traz-a-relacao-de-92-candidatos-negros-inscritos-para-cotas/Campo-Grande/Geral/959561862.html

Atores negros derrubam preconceitos e se destacam como protagonistas

Atores negros derrubam preconceitos e se destacam como protagonistas
01 de outubro de 2009 16h14


Taís Araújo é protagonista de 'Viver a Vida' ao lado de José Mayer Foto: Luiza Dantas e Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias/Divulgação

Taís Araújo é protagonista de 'Viver a Vida' ao lado de José Mayer
14 de setembro de 2009
Foto: Luiza Dantas e Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias/Divulgação

Taís Araújo sempre ficava triste quando recebia uma sinopse de novela e via, na descrição, que se tratava de uma mulher negra. Porque sempre acreditou que isso limitasse suas oportunidades, já que poderia fazer com que não fosse lembrada para um papel sem raça definida. Mas o convite de Manoel Carlos para que interpretasse a mocinha Helena de sua nova novela, Viver a Vida, fez com que respirasse aliviada.

Pela primeira vez, ela ganhou um papel de destaque que poderia ser preenchido por qualquer outra atriz com idade próxima da sua. "Acabou! Acho que a vitória não é uma negra protagonizando o horário nobre, mas uma mocinha que teve sua raça definida pela escolha da atriz, e não o inverso", valoriza.

A discussão sobre o fim ou não do preconceito racial na teledramaturgia nunca ganhou tanta força como agora. Só na Globo, em três dos seus quatro horários de folhetins, os telespectadores verão negros em papéis principais a partir do próximo mês. Pelo menos até que a atual temporada de Malhação termine. No seriado infanto-juvenil, Micael Borges encarna o romântico Luciano; em Cama de Gato, próxima novela das 18 horas, Camila Pitanga encarnará a determinada Rose, heroína da vez; e Taís, no ar em Viver a Vida.

Um momento histórico para muitos que batalharam, por tantos anos, por melhores oportunidades para todos. "Essa é a continuidade e a consequência de uma luta constante e antiga não só racial, mas também social. Essas novelas, sem dúvida, vão influenciar as futuras", alerta Milton Gonçalves, que inicia em novembro os trabalhos da segunda temporada de Força-Tarefa, onde interpreta o coronel Caetano.

Camila Pitanga entende bem o que Milton quer dizer com sua afirmação. A atriz não se cansa de demonstrar o quanto ficou feliz com sua escalação no posto de protagonista, mas faz questão de frisar que isso não é o mais importante na questão. "Claro que é uma vitória para os negros ver tantos exemplos de heróis. Mas o êxito não pode ser definido só no tamanho dos papéis. Isso tem de acontecer também com as pessoas que ficam menos expostas, como as da figuração", enfatiza. Um coro engrossado pelo colega Rafael Zulu, o Caco de Caras & Bocas.

"Hoje ainda não podemos dizer que isso é natural, mas é a nossa fase de conquista, de ganhar espaço em todos os aspectos", valoriza.

Sérgio Menezes, o afetado Diogo de Bela, A Feia, da Record, nunca ganhou um protagonista nos folhetins. Mas já experimentou várias vezes a satisfação de ser escalado para papéis sem raça definida. Em Celebridade, em 2003, encarnou o fotógrafo Bruno, uma escolha do próprio autor Gilberto Braga, com quem estreou na tevê, em Força de um Desejo. No ano anterior, encarnou o médico Carlos em O Beijo do Vampiro, outro personagem que não "nasceu" negro na sinopse.

E na Record, nas tramas de Gisele Joras, vem ganhando cada vez mais espaço. "Fico feliz porque consegui conquistar o respeito de muita gente nesse meio que não me vê como um ator negro, mas apenas como um ator", desabafa.

Apesar de valorizarem as escalações que independem de cor da pele, várias pessoas reconhecem que nem sempre um papel especificamente negro é dispensável. É o caso de Lázaro Ramos, que ganhou projeção nacional depois que protagonizou o longa Madame Satã, em 2002.

"Qualquer ser humano, independentemente de cor, passa por vários sentimentos", resume. Assim como Lázaro, Maria Ceiça ainda se lembra bem do tempo em que disputava papéis apenas com atrizes negras. Só não aprova tanto a ideia de que a maior parte das aparições em folhetins tenha sempre de estar condicionada à discussão sobre o preconceito racial. "Acho que de vez em quando, dependendo da história, vale. Mas a verdade é que a fase de negro coitado já passou. Meus últimos papéis fogem completamente disso", analisa ela, que encarnou recentemente a vampira boazinha Rosana em Os Mutantes.

Sem referências
Uma das grandes mudanças que o crescimento no número de papéis de peso para atores negros na televisão traz afeta diretamente o público infanto-juvenil. A maioria dos atores e atrizes que hoje servem de exemplo no ar, não teve muitas referências na época em que ainda sonhavam com a carreira artística. "A maior referência na minha geração era o Norton Nascimento, que morreu. Ele era o galã negro que só foi substituído pelo Lázaro Ramos", lembra Rafael Zulu.

Taís Araújo também sentiu falta de mais referências quando começou a carreira. Mas logo após sua primeira protagonista, aos 17 anos, em Xica da Silva, na extinta Manchete, ela é que virou motivação para várias meninas negras.

Tanto que garante ser constantemente parada nas ruas por jovens que a parabenizam e juram se espelhar nela. "Isso me dá ainda mais empenho em realizar meu trabalho. Mostra que a minha função é muito mais abrangente que o meu próprio sucesso pessoal e profissional", filosofa. Camila Pitanga concorda. "Estamos vivendo uma flexibilização dos espaços, um retrato mais próximo da realidade. Não sou só eu quem ganha, são todos os negros", destaca.

Instantâneas
# Em Caras & Bocas, Caco iria se envolver com Milena, papel de Sheron Menezes. Mas o autor decidiu apostar em um casal inicialmente inusitado e a dondoca Laís, de Fernanda Machado, que era apaixonada pelo mocinho Gabriel, de Malvino Salvador, caiu de amores pelo rapaz. "Em nenhum momento fica explícito, mas a discussão entre a família dela tem a ver com o preconceito. Racial e social", analisa Rafael Zulu, o Caco.
# Norton Nascimento estreou na tevê em 1981, na novela Os Imigrantes, da Band, mas começou a despontar quando participou da minissérie Agosto e do folhetim Fera Ferida. Em 2003, se submeteu a um transplante de coração e morreu quatro anos depois. Seu último papel foi o lutador Nocaute de Maria Esperança, no SBT.
# Lica Oliveira, que interpreta a dedicada Edith em Viver a Vida, é formada em Jornalismo. Sua monografia abordava o papel do negro no telejornalismo, já que sua única referência na época era a então repórter Glória Maria.
# Manoel Carlos prometeu um papel para Taís Araújo em 2007, durante uma premiação onde ele concorria como melhor autor por Páginas da Vida e ela como melhor atriz, por Cobras & Lagartos. "Disse que ia escrever para ela. Naquele tempo eu só não sabia que seria uma Helena", lembra o autor.


http://diversao.terra.com.br/tv/noticias/0,,OI4015220-EI12993,00.html


Hotel é impedido de revistar bolsas de funcionários

Hotel é impedido de revistar
bolsas de funcionários


A 2ª Subseção de Dissídios Individuais e Coletivos (Sedi2) do TRT5 negou, em julgamento ocorrido no último dia 16, que um hotel localizado em Costa do Sauípe possa revistar os pertences dos seus funcionários na saída do expediente, mesmo que essa revista seja feita sem contato físico, com a abertura de bolsas e sacolas pelos trabalhadores diante dos seguranças. A matéria é controversa e, no mesmo caso, já houve uma liminar, deferida pelo juiz da 4ª Vara do Trabalho de Camaçari e depois cassada na 2ª Instância do Tribunal, impedindo a empresa de realizar a vistoria (Ação Civil Pública nº 01495-2008-134-05-00-8).

No acórdão (decisão) da Sedi2, prevalece o argumento de que a revista visual se constitui em ato ilegal e abusivo por ferir a dignidade da pessoa humana e constituir afronta ao princípio da presunção da inocência, além de ser desproporcional e fora dos limites da razoabilidade. Segundo os desembargadores que compõem o órgão, embora o Tribunal Superior do Trabalho venha admitindo a possibilidade de revistas no ambiente de trabalho, é essencial que ela seja praticada de forma reservada e respeitosa.

“Se diariamente os trabalhadores - e apenas estes - são submetidos à abertura de bolsas e sacolas pessoais… é vexatório, constrangedor, discriminatório e abusivo o ato, injustificável mesmo diante da necessidade de preservação do patrimônio da empresa, que pode encontrar outras maneiras de defendê-lo.”, afirma o acórdão, e vai além: ‘Se a preocupação é mesmo a segurança e a defesa do patrimônio, porque somente os trabalhadores devem ser revistados? E os hóspedes, os demais clientes, os fornecedores, os seguranças que fazem a revista? Estão eles acima de qualquer suspeita? Sim, estão, porque é princípio fundamental a presunção da inocência da pessoa humana, devendo-se guardar para os empregados, portanto, o mesmo tratamento’.

Ainda segundo o acórdão, não se pode admitir como premissa que todos os trabalhadores sejam desonestos a ponto de subtrair objetos, já que, em um contrato de trabalho, a confiança é um dos caracteres principais.

A liminar da 4ª Vara de Camaçari, de dezembro de 2008, além de impedir a revista, estabelecia multa de R$ 5 mil para cada ocorrência. A empresa, em sua defesa, entrou com mandado de segurança alegando ter sido vítima de pré-julgamento, e que os funcionários passavam por uma porta detectora de metais e só eventualmente era solicitado que exibissem o conteúdo de suas bolsas ou sacolas. Na segunda instância do TRT, o hotel obteve uma segunda liminar, a qual reconhecia que ainda não havia prova suficiente para justificar a expedição da primeira.

Finalmente, no julgamento do último dia 16, os desembargadores que compõem a Sedi2 se posicionaram unanimemente contra a revista, acompanhando o voto da relatora Luíza Lomba, considerando elementos apresentados pelo Ministério Público do Trabalho e seguindo jurisprudência que questiona a legitimidade desse tipo de prática. Ainda cabe recurso da decisão, mas, por enquanto fica mantida a proibição de a empresa vistoriar os pertences dos trabalhadores.

Mandado de Segurança nº 00439-2009-000-05-00-1
Fonte: TRT - 5ª Região