segunda-feira, 6 de julho de 2009

Ramires desabafa e prevê mais racismo na Argentina

O meio-campista Ramires conta que se entusiasma ao ouvir ofensas raciais dentro de campo. Foi assim contra o Grêmio, quando torcedores imitaram sons emitidos por macacos nas arquibancadas do estádio Olímpico. E, segundo o jogador do Cruzeiro, o mesmo deverá acontecer no confronto com o Estudiantes, na Argentina, o primeiro da final da Copa Libertadores da América.
"A gente já esperava esse tipo de coisa por parte da torcida do Grêmio. Na Argentina, com certeza será igualzinho", lamentou Ramires, que é negro. "Mas tudo bem. A gente fica com mais vontade de vencer ainda se isso acontece. Você se inflama. Tomara que os argentinos cometam racismo de novo. Eles que se cuidem porque o segundo jogo é na nossa casa", ameaçou, antes de ganhar um abraço do presidente Zezé Perrella.
A polêmica com os gremistas começou na primeira partida da semifinal da Libertadores. O volante Elicarlos acusou o atacante Máxi López (argentino) de chamá-lo de "macaco" e denunciou o caso a policiais. No estádio Olímpico, o cruzeirense escutou esse e outros insultos assim que substituiu Gerson Magrão no segundo tempo.
"Claro que a gente ouviu a torcida sendo racista. Não tem problema. Quem fez isso agora deve estar chorando muito. Nós estamos rindo", desabafou Ramires. Antes da partida disputada na noite de quinta-feira, funcionários do Grêmio desfilaram pelo Olímpico com uma faixa de apelo aos seus torcedores: "100% negro, azul e branco. Sou gremista, não tolero racismo". Não adiantou.
Ramires já está acostumado a ser vítima de racismo quando enfrenta jogadores argentinos. O meio-campista da Seleção Brasileira e futuramente do Benfica, de Portugal, contou recentemente que foi chamado de "macaquito" por um atacante do San Lorenzo na Copa Libertadores do ano passado, em Ipatinga.
03 de julho de 2009 • 11h12 • atualizado às 11h12
Gazeta Press

Colin Powell teme que Obama tente abranger muitos temas ao mesmo tempo

05/07/2009 - 12:28 - EFE

Washington, 5 jul (EFE).- O ex-secretário de Estado americano Colin Powell teme que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tente abranger muitos temas ao mesmo tempo e tenha problemas para enfrentá-los. Powell - republicano, mas que deu seu apoio a Obama nas eleições passadas - recomendou que o líder leve em conta o custo e a burocracia gerados pelas medidas que quer tomar, disse em entrevista à "CNN".Obama se propôs a reformar o sistema de saúde e hasteou a bandeira de uma política energética baseada na rentabilidade das energias limpas, para evitar a dependência energética de outros países.No entanto, Powell, que foi secretário de Estado entre 2000 e 2004, recomendou que Obama mantenha o Governo "tão pequeno quanto for possível"."Acho que uma das precauções que o presidente deve ter (...) é que não se pode ter tantas coisas na mesa, porque não é possível absorver em sua totalidade. E não podemos pagar por tudo", disse Powell, que mostrou sua preocupação com a despesa orçada para este ano."Nunca achei que teríamos orçamentos multimilionários como os que estão sendo executados, estamos acumulando uma dívida enorme que, se nós não pagarmos, nossos filhos, netos e bisnetos terão que pagar", acrescentou.Powell defendeu manter ao mínimo a pressão fiscal sobre os cidadãos, algo que Obama "tem que começar a levar realmente a sério".Quanto à hispânica Sonia Sotomayor, candidata à Corte Suprema e que foi acusada de exercer discriminação positiva, depois que o Supremo contradisse uma de suas decisões, Powell disse que não se pode permitir que a qualifiquem de "racista".Powell rejeitou as qualificações de "racista ou racista inversa" contra Sotomayor, em referência aos comentários do líder conservador Newt Gingrich e de outros comentaristas, e disse confiar em que os membros do Senado avaliarão suas qualidades para o cargo nas audiências de confirmação que começarão em 13 de julho."Felizmente, os senadores que se sentarão nesta audiência no Comitê Judicial, após alguns dias deste tipo de tolice (...) examinarão suas qualidades", disse.O republicano disse que Sotomayor tem um ponto de vista "aberto e liberal, mas isso não é desqualificar", e afirmou que o expediente da juíza "parece estar equilibrado e tenta cumprir a lei".Powell considerou que os Estados Unidos ainda têm um problema com as minorias e criticou os republicanos que não são escolhidos para o cargo de fazer referência "imediatamente ao racismo".Ele mesmo foi acusado pelo comentarista Rush Limbaugh de apoiar Obama por ambos serem negros e também foi questionado por membros da ala mais conservadora de seu partido, como o ex-vice-presidente americano Dick Cheney, que colocou em xeque sua lealdade aos republicanos, após o apoio a Obama.
EFE elv/an

Associação Europeia de Clubes quer cláusula anti-racista nos contratos

20:49 - Futebol
Associação Europeia de Clubes quer cláusula anti-racista nos contratos
A Associação Europeia de Clubes (ECA) vai firmar na quarta-feira uma declaração de compromisso para que os clubes incluam cláusulas anti-racistas nos contratos dos futebolistas, numa cerimónia que decorrerá no Camp Nou, em Barcelona, Espanha.
A cerimónia será presidida pelo presidente do FC Barcelona, Joan Laporta, e contará com a presença do director-geral adjunto da UNESCO, Márcio Barbosa, do secretário geral da ECA, Michele Centenaro, e do ex-futebolista francês Lilian Thuram.
Laporta apresentou esta proposta há uns meses, na sequência da acção "a voz das crianças", realizada conjuntamente entre a Fundação FC Barcelona e a UNESCO.

domingo, 5 de julho de 2009

OAB-RS critica declarações separatistas do presidente eleito do TRF 3ª


Porto Alegre, 03/07/2009
- O presidente da Seccional da OAB do Rio Grande do Sul, Claudio Lamachia, considerou hoje "inadmissíveis e despropositadas" as recentes declarações do presidente eleito do TRF da 3ª Região (São Paulo e Mato Grosso do Sul), desembargador Paulo Octávio Baptista Pereira, que defendeu o "afastamento" do Estado do Rio Grande do Sul da República Federativa do Brasil. "Suas afirmações (do desembargador) vão na contramão da postura que se espera e se exige de um magistrado que ocupa aquele cargo, pois pecam especialmente pela falta de equilíbrio e ponderação", asseverou Lamachia.
De acordo com informações de sites jurídicos, as afirmações do desembargador foram feitas durante uma sessão de julgamento no último dia 16 de junho, quando Baptista Pereira ainda fazia parte do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. O pronunciamento, entretanto, só foi divulgado no primeiro dia deste mês, pela revista Consultor Jurídico. Ao ironizar a posição de vanguarda do Rio Grande do Sul em matéria penal, o magistrado teria dito "em alto e bom som" que "melhor seria se o Estado gaúcho não fizesse parte do Brasil, podendo integrar o Uruguai, por exemplo". O desembargador completou sua declaração afirmando que "se tivéssemos feito oposição à Revolução Farroupilha, teríamos nos livrado do Rio Grande do Sul; assim, o Estado gaúcho estaria hoje ao lado do Uruguai".
O presidente da OAB gaúcha, além de lamentar as posições separatistas defendidas pelo presidente do TRF 3ª - cujo mandato está sub judice -, criticou o destempero das declarações. "As colocações do magistrado não se coadunam com o cargo que ele exerce e revelam despreparo para ocupar sua atual posição, de presidente de uma Corte, na qual se deve primar pela serenidade e responsabilidade", enfatizou Lamachia. Segundo ele, "as histórias gaúcha e brasileira se confundem e se complementam justamente para fazer deste o grande país que sempre foi, é e continuará sendo, para orgulho de todos os brasileiros". "Tivesse o ilustre magistrado separatista a oportunidade de ter compartilhado com o povo gaúcho e certamente não estaria hoje com sua eleição contestada judicialmente", complementou Lamachia.

A UNEGRO se desfilia da CONEN!


São Paulo 04 de julho de 2009
COMUNICADO DA UNEGRO
A União de Negros Pela Igualdade - UNEGRO desde sua fundação, em 14 de julho de 1988, nutre a forte convicção que a unidade do movimento negro brasileiro é fator fundamental para o fortalecimento e avanço da luta pela superação do racismo e promoção da igualdade social entre negros e brancos. Trata-se de uma herança da heróica luta da população negra originada nos navios negreiros, senzalas, quilombos e nas organizações políticas que surgem a partir das primeiras décadas do século passado.

Imbuídos do compromisso político em investir na unidade do movimento negro nacional, compomos todo processo de construção, consolidação, crescimento e fortalecimento da Coordenação Nacional de Entidades Negras - CONEN. Transformando- a num pólo plural de aglutinação das entidades/organizaçõ es da luta anti-racista, onde se estabelecia agenda política unitária, salvaguardando autonomia e considerando o pluralismo de idéias existentes no movimento negro, sem prejuízos aos projetos específicos das entidades vinculadas.

Firme na sua vocação para unidade, a UNEGRO envidará todos os esforços necessários para contribuir na viabilização de espaços com autoridade política para agregar as forças/entidades/ organizações para defesa da unidade do movimento negro na luta política contra o racismo e na promoção social da população negra. Em consonância com essa decisão e com a avaliação da emergência de estabelecimento de espaços de articulação amplos, formalizamos nosso afastamento da estrutura política e organizacional da CONEN.

Compreendemos que a CONEN está distante dos objetivos de sua fundação, por isso produziu resultado inverso. Hoje é composta e dirigida por uma cúpula de quadros pontualmente espalhados em alguns estados brasileiros. O caminho trilhado pelo grupo hegemônico que hoje atua na CONEN está levando-a a se distanciar ainda mais dos seus objetivos, e tem fragilizado sua estrutura organizativa, quebrando a frágil pluralidade e ensimesmando a CONEN em uma única força política.

Para um organismo garantir manutenção da unidade no movimento negro exige-se contínua busca de parcerias representativas, de convencimento no debate, amplitude política, democracia interna e institucionalidade, algo extinto na CONEN. Tomamos como exemplo a total desarticulação da coordenação eleita no Encontro Nacional da CONEN, realizado em Salvador nos dias 11, 12, 13 de maio de 2006, até a presente data não houve e não foi chamada nenhuma reunião. Esta é solenemente ignorada por um grupo que toma para si e apenas para si a tarefa de dirigir a CONEN sem o exercício do respeito às decisões coletivas.

Nosso afastamento da estrutura organizativa da CONEN não apaga o entendimento que esta importante articulação cumpriu um papel na história da luta contra o racismo no Brasil. Entretanto, abre-se um novo ciclo, com novas exigências, que requer um maior esforço de amadurecimento do movimento negro, de coesão em torno das nossas principais bandeiras de lutas nacionais, de identificação e combate aos reais inimigos da luta pela promoção da igualdade racial no país, como os latifundiários, os racistas que se sentem herdeiros naturais das estruturas de poder político e da academia.

A UNEGRO orgulha-se em ter compartilhado lutas, projetos e produzido resultados importantes para população negra brasileira, consideramos as organizações que compõe a CONEN comprometidas com a luta racial, merecedoras de confiança e respeito. Por fim, convidamos a militância, entidades e forças avançadas do movimento negro para a construção de um novo diálogo e pacto nacional, em que possamos secundarizar parte das nossas divergências em prol da luta em torno de grandes consensos, a exemplo da defesa da titulação das terras de quilombos, ampliação e consolidação das ações afirmativas nas universidades, da luta contra a intolerância religiosa, da defesa do trabalho e moradia digna nas cidades e no campo, de saúde e educação básica de qualidade, da implantação em todo território nacional da Lei 10.639, da construção de uma sociedade justa e igualitária.

Axé!

Edson França
Coordenador Geral da UNEGRO