PUBLICIDADE DA FRANCE PRESSE, NO RIO DE JANEIRO O ministro brasileiro de Relações Exteriores, Celso Amorim, sugeriu nesta quarta-feira que o Irã faça um "gesto humanitário" em favor de Sakineh Mohammadi Ashtiani, 42. Acusada de adultério por ter mantido "relações ilícitas" com dois homens em 2006, ela corre risco de ser executada a qualquer momento. "Quem sabe um gesto humanitário não seria bom para o Irã, para a própria imagem [do país] no mundo?", disse Amorim aos jornalistas durante coletiva de imprensa no Rio. "Ela não é acusada somente de adultério, mas também de homicídio. Não vou discutir essa questão, porque não temos como analisar como foi o processo. No entanto, a situação dela, o risco de que seja apedrejada, fere a sensibilidade dos brasileiros", acrescentou Amorim. Na segunda-feira (9) o embaixador do Brasil em Teerã, Antonio Salgado, se reuniu com o governo local para apresentar aos canais oficiais, formalmente, a oferta de asilo à iraniana. Mãe de dois filhos, Sakineh Mohammadi Ashtiani foi condenada em maio de 2006 a receber 99 chibatadas por ter um "relacionamento ilícito" com um homem acusado de assassinar o marido dela. Sua defesa diz que Sakineh era agredida pelo marido e não vivia como uma mulher casada havia dois anos, quando houve o homicídio. Mesmo assim, Sakineh foi, paralelamente à primeira ação, julgada e condenada por adultério. Ela chegou a recorrer da sentença, mas um conselho de juízes a ratificou, ainda que em votação apertada --3 votos a 2. Assassinato, estupro, adultério, assalto à mão armada, apostasia e tráfico de drogas são crimes passíveis de pena de morte pela lei sharia do Irã, em vigor desde a revolução islâmica de 1979. ANISTIA Também hoje, a Anistia Internacional (AI) alertou para o "grave risco" que a iraniana Sakineh corre de ser executada. Para a organização dos direitos humanos, embora em 4 de agosto a condenação à morte tenha começado a ser revisada no Tribunal Supremo iraniano, tal revisão pode ser uma tentativa das autoridades do Irã para reduzir a pressão internacional. O grupo ressaltou que enquanto não existir uma declaração expressa da magistratura iraniana anulando a condenação por apedrejamento, Ashtiani "poderá ser morta a qualquer momento". Para a organização dos direitos humanos, embora em 4 de agosto a condenação à morte de Ashtiani tenha começado a ser revisada no Tribunal Supremo iraniano, tal revisão pode ser uma tentativa das autoridades do Irã para reduzir a pressão internacional. O grupo ressaltou que enquanto não existir uma declaração expressa da magistratura iraniana anulando a condenação por apedrejamento, Ashtiani "poderá ser morta a qualquer momento". Por isso, a AI continua recolhendo assinaturas no site para pedir que a execução não ocorra. EUA Ontem, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, expressou a preocupação dos Estados Unidos com a situação dos cidadãos que enfrentam risco de execuções "iminentes" no Irã, e pediu que o país não as realize. "Estamos preocupados com o destino dos condenados à morte depois das eleições de junho de 2009. Os Estados Unidos urgem o governo iraniano a deter estas execuções, em concordância com sua obrigações às convenções internacionais", diz a nota da secretária. "Os EUA continuarão a defender as pessoas no mundo todo que buscam exercer seu direito universal de se expressar e de defender as liberdades individuais", acrescenta a nota.Amorim sugere que Irã faça "gesto humanitário" em favor de Sakineh
DE SÃO PAULOAP Sakineh Mohammadi Ashtiani; chanceler Celso Amorim sugere que Irã faça gesto humanitário pela iraniana condenada
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Amorim sugere que Irã faça "gesto humanitário" em favor de Sakineh
11/08/2010 - 19h18
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