sexta-feira, 30 de abril de 2010

STF é contra revisão da Lei da Anistia por sete votos a dois

Notícias STF Imprimir Quinta-feira, 29 de Abril de 2010
STF é contra revisão da Lei da Anistia por sete votos a dois


“Só o homem perdoa, só uma sociedade superior qualificada pela consciência dos mais elevados sentimentos de humanidade é capaz de perdoar. Porque só uma sociedade que, por ter grandeza, é maior do que os seus inimigos é capaz de sobreviver.” A afirmação é do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, último a votar no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 153) em que a Corte rejeitou o pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) por uma revisão na Lei da Anistia (Lei nº 6683/79).

A Ordem pretendia que a Suprema Corte anulasse o perdão dado aos representantes do Estado (policiais e militares) acusados de praticar atos de tortura durante o regime militar. O caso foi julgado improcedente por 7 votos a 2.

O voto vencedor foi do ministro Eros Grau, relator do processo. Ontem, ele fez uma minuciosa reconstituição histórica e política das circunstâncias que levaram à edição da Lei da Anistia e ressaltou que não cabe ao Poder Judiciário rever o acordo político que, na transição do regime militar para a democracia, resultou na anistia de todos aqueles que cometeram crimes políticos e conexos a eles no Brasil entre 2 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979.

Além do ministro Eros Grau, posicionaram-se dessa maneira as ministras Cármen Lúcia Antunes Rocha e Ellen Gracie, e os ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Cezar Peluso.

Defenderam uma revisão da lei, alegando que a anistia não teve “caráter amplo, geral e irrestrito”, os ministros Ricardo Lewandowski e Ayres Britto. Para eles, certos crimes são, pela sua natureza, absolutamente incompatíveis com qualquer idéia de criminalidade política pura ou por conexão.

O ministro Dias Toffoli não participou do julgamento porque estava à frente da Advocacia Geral da União à época em que a ação foi ajuizada e chegou a anexar informações ao processo. O ministro Joaquim Barbosa está de licença médica.

Último voto

O último voto proferido foi o do presidente da Corte, ministro Cezar Peluso. Ele iniciou dizendo que nenhum ministro tem dúvida sobre a “profunda aversão por todos os crimes praticados, desde homicídios, sequestros, tortura e outros abusos – não apenas pelos nossos regimes de exceção, mas pelos regimes de exceção de todos os lugares e de todos os tempos”.

Contudo, a ADPF não tratava da reprovação ética dessas práticas, de acordo com Peluso. A ação apenas propunha a avaliação do artigo 1º (parágrafos 1º e 2º) da Lei de Anistia e da sua compatibilidade com a Constituição de 1988. Ele avaliou que a anistia aos crimes políticos é, sim, estendida aos crimes “conexos”, como diz a lei, e esses crimes são de qualquer ordem. Para o presidente da Corte, a Lei de Anistia transcende o campo dos crimes políticos ou praticados por motivação política.

Peluso destacou seis pontos que justificaram o seu voto pela improcedência da ação. O primeiro deles é que a interpretação da anistia é de sentido amplo e de generosidade, e não restrito. Em segundo lugar, ele avaliou que a norma em xeque não ofende o princípio da igualdade porque abrange crimes do regime contra os opositores tanto quanto os cometidos pelos opositores contra o regime.

Em terceiro lugar, Peluso considerou que a ação não trata do chamado “direito à verdade histórica”, porque há como se apurar responsabilidades históricas sem modificar a Lei de Anistia. Ele também, em quarto lugar, frisou que a lei de anistia é fruto de um acordo de quem tinha legitimidade social e política para, naquele momento histórico, celebrá-lo.

Em quinto lugar, ele disse que não se trata de caso de autoanistia, como acusava a OAB, porque a lei é fruto de um acordo feito no âmbito do Legislativo. Finalmente, Peluso classificou a demanda da OAB de imprópria e estéril porque, caso a ADPF fosse julgada procedente, ainda assim não haveria repercussão de ordem prática, já que todas as ações criminais e cíveis estariam prescritas 31 anos depois de sancionada a lei.

Peluso rechaçou a ideia de que a Lei de Anistia tenha obscuridades, como sugere a OAB na ADPF. “O que no fundo motiva essa ação [da OAB] é exatamente a percepção da clareza da lei”. Ele explicou que a prova disso é que a OAB pede exatamente a declaração do Supremo em sentido contrário ao texto da lei, para anular a anistia aos agentes do Estado.

Sobre a OAB, aliás, ele classificou como anacrônica a sua proposição e disse não entender por que a Ordem, 30 anos depois de exercer papel decisivo na aprovação da Lei de Anistia, revê seu próprio juízo e refaz seu pensamento “numa consciência tardia de que essa norma não corresponde à ordem constitucional vigente”.

Ao finalizar, Peluso comentou que “se é verdade que cada povo resolve os seus problemas históricos de acordo com a sua cultura, com os seus sentimentos, com a sua índole e também com a sua história, o Brasil fez uma opção pelo caminho da concórdia”.

O presidente do Supremo declarou, ainda, que “uma sociedade que queira lutar contra os seus inimigos com as mesmas armas, com os mesmos instrumentos, com os mesmos sentimentos está condenada a um fracasso histórico”.

RR,MG/LF

quinta-feira, 29 de abril de 2010

STJ mantém adoção por casal de lésbicas

27/04/2010 16h49 - Atualizado em 27/04/2010 18h30

STJ mantém adoção por casal de lésbicas

Crianças moram há oito anos com o casal em Bagé, no Rio Grande do Sul.
Assistente social que acompanhou o caso recomendou a adoção.
Débora Santos
Do G1, em Brasília

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Se não for dada a adoção, as crianças não terão direito a plano de saúde, herança e em caso de separação ou morte podem ficar desamparadas"Ministro Luiz Felipe Salomão, do STJO Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve nesta terça-feira (27) o registro de adoção de duas crianças por um casal de lésbicas da cidade de Bagé (RS). A adoção era contestada pelo Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul, que pedia a anulação do registro. A decisão do STJ cria um precedente jurídico que permitirá aos casais homossexuais abandonar a prática usada atualmente de adoção individual para evitar problemas legais.

Segundo a assessoria do STJ, o Ministério Público do Rio Grande do Sul ainda pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso haja argumento constitucional.

A adoção pelo casal homossexual gaúcho foi autorizada em 2006 pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. O relator do caso no STJ, ministro Luiz Felipe Salomão, afirmou que há oito anos as crianças moram com as duas mulheres, que vivem juntas desde 1998. Ele lembrou que as duas crianças estudam em escola particular e que a própria assistente social que acompanhou o caso recomendou a adoção.

saiba mais

Casal gay do RN adota crianças pelo cadastro de adoção Adoção de crianças vai ser menos burocrática no país Só 15,5% dos brasileiros enfrentariam processo de adoção, revela pesquisa “Se não for dada a adoção, as crianças não terão direito a plano de saúde, herança e em caso de separação ou morte podem ficar desamparadas”, disse o ministro.

Os demais ministros da 4ª Vara do STJ concordaram com o voto do relator. O presidente da sessão, ministro João Otávio de Noronha, ressaltou que o fato de a relação ser homoafetiva não influencia na opção sexual dos adotados e, ainda, que a adoção vai permitir às crianças melhor amparo e qualidade de vida. “Vem toda essa questão moral e vamos deixar as crianças no abrigo onde sofrem violência?”, indagou Noronha ao plenário.

Recurso
O Ministério Público entrou com o recurso em maio de 2008 para rever a adoção dos dois garotos por entender que a união entre duas mulheres não configuraria união estável. O MPF citou arquivo do Código Civil que estabelece que “ninguém pode ser adotado por duas pessoas salvo se forem marido e mulher ou se viverem em união estável”.

O presidente da 4ª vara do STJ, no entanto, lembrou que a maior parte das leis sobre a família no Brasil foi criada por jurisprudência. “A lei não proíbe esse tipo de coisa. Até porque pode unilateralmente uma pessoa solteira adotar. Não estamos violando nenhum dispositivo. O Código Civil não diz se é vedado. Não há nenhuma norma de proibição. Estou muito tranquilo para decidir sem nenhuma violação da lei”, afirmou o ministro Noronha.


http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/04/stj-mantem-adocao-por-casal-de-lesbicas.html

Assassino de Malcolm X ganha liberdade condicional depois de 40 anos de prisão

Assassino de Malcolm X ganha liberdade condicional depois de 40 anos de prisão
(AFP) – Há 1 dia

NOVA YORK, EUA — O assassino do ativista dos direitos dos negros Malcolm X ganhou a liberdade condicional nesta terça-feira, depois de passar mais de quatro décadas na prisão.

Thomas Hagan "foi libertado hoje", disse à AFP Linda Foglia, porta-voz do departamento de serviços penitenciários de Nova York.

Hagan, que confessou ter disparado em Malcolm X em 1965, ainda deverá passar duas noites por semana numa prisão comum, em Manhattan.

Malcolm X, um dos mais carismáticos líderes negros dos Estados Unidos, foi morto a tiros em Nova York durante um discurso, no dia 21 de fevereiro de 1965, quando discursava no Harlem. Recebeu 13 tiros, na frente da mulher Betty, que estava grávida, e de suas quatro filhas.

As idéias de Malcolm X foram muito divulgadas principalmente nos anos 70, por movimentos como "Black Power" e "Panteras Negras". Ganhou documentários e filmes, sendo "Malcolm X", dirigido por Spike Lee, em 1992, o mais famoso.

Enquanto Martin Luther King apostava em uma resistência pacífica como arma para enfrentar o racismo, Malcolm X defendia a separação das raças, a independência econômica e a criação de um Estado autônomo para os negros. Viajava pelos principais estados americanos para pregar suas ideias.

Em 1964 fundou a organização "Muslim Mosque Inc" e, mais tarde, a "Afro-American Unity". Um ano antes, após uma viagem para Meca, cidade sagrada dos muçulmanos, mudou o seu nome para Al Hajj Malik Al-Habazz. A partir daí, passou a defender uma posição conciliatória em relação aos brancos, fato que o deixou isolado, sobretudo em relação ao islamismo.

Copyright © 2010 AFP. Todos os direitos reservados.



http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5iLnfCUlanCKtoYo6SOu7oFE3DvGw

Lei de cotas na Prefeitura do Rio é inconstitucional

TJRJ declara inconstitucionais artigos de lei de cotas nos cargos em comissão do Município do Rio Notícia publicada em 26/04/2010 17:19

O Órgão Especial do Tribunal de Justiça julgou nesta segunda-feira, dia 26, parcialmente procedente a representação por inconstitucionalidade, proposta pelo deputado estadual Flávio Nantes Bolsonaro, contra a Lei 4.978 de 2008, do Município do Rio de Janeiro.

Com a decisão, foram declarados inconstitucionais somente os artigos 3º, 5º e 6º da lei que dispõem, respectivamente, sobre a reserva de, no mínimo, 20% das vagas dos cargos em comissão nos órgãos da Administração Direta e Indireta da Prefeitura Municipal do Rio para afro-descendentes, sendo 10% para homens e 10% para mulheres; sobre as atribuições legais do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro (CONDEDINE); e sobre as despesas da execução da lei.

A ação pedia que fosse declarada a inconstitucionalidade total da lei, sob a alegação de que o novo sistema de cotas por ela instituído viola os princípios da isonomia e impessoalidade, além de afrontar a Constituição Federal por vício de iniciativa.

No entanto, o relator do processo, desembargador Natemala Machado Jorge, decidiu acompanhar o parecer do Ministério Público estadual, julgando o pedido parcialmente procedente. Seu voto foi seguido por unanimidade pelos demais desembargadores do colegiado.

Nº do processo: 2008.007.00 176



Consulta Processual por Número - 2a Instância
As informações aqui contidas não produzem efeitos legais
Somente a publicação no DJERJ oficializa despachos e decisões e estabelece prazos.

Processo No: 0032533-32.2008.8.19.0000 (2008.007.00176)

TJ/RJ - QUI 29 ABR 2010 07:34:49 - Segunda Instância - Autuado em 12/12/2008

Classe: DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Assunto: Controle de Constitucionalidade - Inconstitucionalidade Material
Órgão Julgador: ORGAO ESPECIAL
Relator: DES. NAMETALA MACHADO JORGE
Repdo : CAMARA MUNICIPAL DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO
Repte : FLAVIO NANTES BOLSONARO

Legislação: LEI Nr 4978 DO ANO 2008 DO MUNICIPIO DE RIO DE JANEIRO -

Origem: TRIBUNAL DE JUSTICA DO RIO DE JANEIRO

FASE ATUAL: LAVRATURA DO ACORDAO
Data da Remessa: 27/04/2010
Desembargador: DES. NAMETALA MACHADO JORGE

FASE: SESSAO DE JULGAMENTO
Data da sessao: 26/04/2010
Decisao: POR UNANIMIDADE DE VOTOS, FOI REJEITADA A PRELIMINAR E, NO MERITO, JULGOU-SE PARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO, NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR.
Classificacao: Outras
Des. Presidente: DES. LUIZ ZVEITER
Vogal(ais): DES. JOSE MOTA FILHO
DES. NILZA BITAR
DES. LEILA MARIANO
DES. GALDINO SIQUEIRA NETTO
DES. ALEXANDRE H. VARELLA
DES. MARIA INES GASPAR
DES. VALMIR DE OLIVEIRA SILVA
DES. LUIZ LEITE ARAUJO
DES. MARIA AUGUSTA VAZ
DES. JOSE C. FIGUEIREDO
DES. LUIZ FERNANDO DE CARVALHO
DES. ELISABETE FILIZZOLA
DES. EDSON SCISINIO DIAS
DES. MARIO ROBERT MANNHEIMER
DES. JOSE GERALDO ANTONIO
DES. J. C. MURTA RIBEIRO
DES. ANTONIO EDUARDO F. DUARTE
DES. MOTTA MORAES
DES. NASCIMENTO POVOAS VAZ
DES. MANOEL ALBERTO
DES. SERGIO DE SOUZA VERANI
Existe Decla. de Voto: Nao
Existe Voto Vencido: Nao

FASE: INCLUSAO EM PAUTA
Data do Julgamento: 26/04/2010
Horario da Sessao: 13:00
Data da Publicacao: 16/04/2010

FASE: CERTIDAO
Data: 07/04/2010
Certidao: CERTIFICO QUE VERIFIQUEI TODOS OS DADOS CONSTANTES NO SISTEMA JUD, PRINCIPALMENTE OS RELATIVOS AS PARTES, SEUS PATRONOS, VOLUMES, APENSOS E DOCUMENTOS JUNTADOS POR LINHA, OS TRES ULTIMOS SE EXISTIREM, RETRATAM COM EXATIDAO O QUE CONSTA NOS PRESENTES AUTOS, NAO HAVENDO, PORTANTO, NENHUM OBICE A QUE O EDITAL PAUTA SEJA REGULARMENTE EMITIDO.

FASE: OBSERVACOES
Observacao: AUTOS NO SECIV PARA CERTIFICAR AUTUACAO.

FASE: CONCLUSAO AO RELATOR
Data da Remessa: 27/01/2010
Data da Devolucao: 24/03/2010
Despacho: COM O RELATORIO, PECO DIA PARA JULGAMENTO.
Despacho: 29
Suspensao: N

FASE: PROCURADORIA GERAL DA JUSTICA
Data da Remessa: 16/12/2009
Procurador: NAO LANCADO
Data da Devolucao: 25/01/2010
Parecer: ...PELA EXTINCAO DO FEITO SEM APRECIACAO DO MERITO...

FASE: CONCLUSAO AO RELATOR
Data da Remessa: 14/11/2009
Data da Devolucao: 14/12/2009
Despacho: " `A D. PROCURADORIA DE JUSTICA".
Suspensao: N

FASE: PETICOES P/ DESPACHO
Data do Protocolo: 07/12/2009
Numero de protocolo: 2009411986
Data remessa ao Orgao: 09/12/2009
Subscritor: PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Assunto: MANIFESTAR-SE
Aguardando ? (S OU N): Nao
Data da Juntada: 11/12/2009
Suspensao: N

FASE: PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
Data da remessa: 16/12/2009
Data da devolucao: 11/12/2009

FASE: CONCLUSAO AO RELATOR
Data da Remessa: 19/10/2009
Data da Devolucao: 20/10/2009
Despacho: `A PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO RJ.
Suspensao: N

FASE: PETICOES P/ DESPACHO
Data do Protocolo: 14/10/2009
Numero de protocolo: 2009346382
Data remessa ao Orgao: 15/10/2009
Subscritor: PREFEITO DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO
Assunto: INTIMADO PARA MANIFESTAR-SE SOBRE PEDIDO DIZ QUE NAO TEM INTERESSE NA PRESENTE ACAO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Aguardando ? (S OU N): Nao
Data da Juntada: 15/10/2009
Suspensao: N

FASE: PETICOES P/ DESPACHO
Data do Protocolo: 17/09/2009
Numero de protocolo: 2009312508
Data remessa ao Orgao: 18/09/2009
Subscritor: FLAVIO BOLSONARO
Assunto: PRESTAR ESCLARECIMENTOS
Aguardando ? (S OU N): Nao
Data da Juntada: 14/10/2009
Suspensao: N

FASE: AUTOS EM PODER...
Data da Carga: 31/08/2009
Autos em Poder: ANNA PAULA AVELA DO NASCIMENTO
Data da Devolucao: 14/10/2009

FASE: EXPEDICAO DE OFICIO
Data da Emissao: 19/08/2009
Data da expedicao: 25/08/2009
Numero do oficio: 2437/2009
Motivo: COMUNICA VISTA
Destino: PROCURADORIA GERAL MUNICIPIO
Em diligencia (S/N): Sim

FASE: CONCLUSAO AO RELATOR
Data da Remessa: 01/07/2009
Data da Devolucao: 01/07/2009
Despacho: "A D.PROCURADORIA GERAL DO MUNICIPIIO."
Suspensao: N

FASE: EXPEDICAO DE OFICIO
Data da Emissao: 25/05/2009
Data da expedicao: 10/06/2009
Numero do oficio: 1109/2009
Motivo: SOL.INF.
Destino: PRES.CAM.MUN.RJ
Em diligencia (S/N): Nao
Resposta: OF. GP N 8-728/09 EM 29.06.09
Data juntada da resp: 30/06/2009

FASE: EXPEDICAO DE MANDADO
Data da Expedicao: 11/05/2009
Mandado de: INTIMACAO 171/2009
Em nome de: PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
Data de entrega: 11/05/2009
Data da Devolucao: 03/06/2009
Devidamente cumprido.: Sim
Data da Juntada: 03/06/2009

FASE: PETICOES P/ DESPACHO
Data do Protocolo: 07/04/2009
Numero de protocolo: 2009109679
Data remessa ao Orgao: 08/04/2009
Subscritor: FLAVIO NANTES BOLSONARO
Assunto: REQUER DEVOLUCAO DOS AUTOS DA PGE
Aguardando ? (S OU N): Nao
Data da Juntada: 18/05/2009

FASE: PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
Data da remessa: 04/02/2009
Data da devolucao: 18/05/2009

FASE: CONCLUSAO AO RELATOR
Data da Remessa: 14/01/2009
Data da Devolucao: 16/01/2009
Despacho: SOLICITEM-SE INFORMACOES

FASE: PETICOES P/ DESPACHO
Data do Protocolo: 09/01/2009
Numero de protocolo: 2009004846
Data remessa ao Orgao: 12/01/2009
Subscritor: CAMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
Assunto: MANIFESTACAO
Aguardando ? (S OU N): Nao
Data da Juntada: 13/01/2009

FASE: EXPEDICAO DE OFICIO
Data da Emissao: 16/12/2008
Data da expedicao: 19/12/2008
Numero do oficio: 3834/08
Motivo: SOLICITA INFORMACOES
Destino: CAMARA MUNICIPAL RJ
Em diligencia (S/N): Sim

FASE: CONCLUSAO AO RELATOR
Data da Remessa: 15/12/2008
Data da Devolucao: 15/12/2008
Despacho: SOLICITEM-SE INFORMACOES

FASE: DISTRIBUICAO
Forma de distribuicao: Automatica
Data da Distribuicao.: 12/12/2008
Orgao Julgador: ORGAO ESPECIAL
Relator: DES. NAMETALA MACHADO JORGE
Hora da Distribuicao.: 164945
Dist. Cancel. (S/N): N
Data Receb.O.Julgador: 12/12/2008

FASE: AUTUACAO
Data da Autuacao: 12/12/2008

Manual do bom conservador

Em Debate


Por: MARCELO COELHO

COMECEI depressa a ler o livro, que é curto, mas perdi a coragem de continuar. Só depois de uma pausa consegui retomá-lo. Foi escrito por José de Alencar nos anos 1867-68 e nunca mais foi republicado.


Reaparece agora em edição de bolso, à venda até em bancas de jornal. E devia ser leitura obrigatória no currículo do secundário, tal a sua capacidade de sintetizar a mentalidade brasileira no que tem de mais conservador, de mais atrasado, de mais duro.


Trata-se das "Cartas a Favor da Escravidão" (editora Hedra), que o célebre romancista endereçou, sob pseudônimo, ao imperador dom Pedro 2º. É sempre fácil, sem dúvida, acusar de insensibilidade e falta de lucidez um texto escrito em outra época.


Mas o que mais importa é ver de que modo o livro de José de Alencar expressa hábitos de pensamento que, até hoje, fazem parte do arsenal reacionário.



Veja, por exemplo, a crítica de Alencar às pressões de países como Inglaterra e França para que acabasse a escravidão por aqui. Como assim?, pergunta Alencar.


Que direito têm as potências estrangeiras de interferir num assunto brasileiro? Filantropia e indignação moral são expedientes hipócritas dos europeus. De resto, não temos culpa pela escravidão.


"Não fomos nós, povos americanos, que importamos o negro da África para derrubar matas e laborar a terra; mas aqueles que hoje nos lançam o apodo e o estigma por causa do trabalho escravo." Alencar continua: "O filantropo europeu, entre a fumaça do bom tabaco de Havana e da taça do excelente café do Brasil, se enleva em suas utopias humanitárias (...) Em sua teoria, a bebida aromática, a especiaria, o açúcar e o delicioso tabaco são o sangue e a medula do escravo.


Não obstante, ele os saboreia". É típico. Nossa inocência está sempre fora de dúvida. Não se pode exigir de um país tão "jovem" que assuma responsabilidade pelo que faz. O fim da escravidão, diz Alencar, virá a seu tempo. Ainda é cedo para querer isso no Brasil. "A raça africana tem apenas três séculos e meio de cativeiro. Qual foi a raça europeia que fez nesse prazo curto a sua educação?"
Sim, porque a escravidão educa o negro. É nessa "escola de trabalho e sofrimento" que um povo "adquire a têmpera necessária para conquistar o seu direito e usar dele".


Cabe considerar também, diz Alencar, que esse processo educativo é mais lento no Brasil do que, por exemplo, no norte dos Estados Unidos. Lá, graças ao espírito industrioso dos anglo-saxões, o negro rapidamente se transformou num "operário ao qual só faltava o espírito do lucro". Mas nós, brasileiros, somos diferentes. "A raça latina é sobretudo artística (...) Outros elementos, que não o cômodo e o útil, impelem o caráter ardente dessa família do gênero humano: ela aspira sobretudo ao belo e ao ideal."


Como diz a ótima introdução do historiador Tâmis Parron, deve-se fazer uma justiça a José de Alencar: ele não compactua com as teses da época sobre a inferioridade racial dos negros. O problema, como sempre, é "de educação", "despreparo". Mantenha-se, portanto, a escravidão. Aliás, de que escravidão exatamente se está falando? "Um espírito de tolerância e generosidade, próprio do caráter brasileiro, desde muito transforma sensivelmente a instituição. Pode-se afirmar que não temos já a verdadeira escravidão, porém um simples usufruto da liberdade."


As relações entre senhor e escravo "adoçaram" por aqui, diz Alencar, repetindo várias vezes o verbo que faria tanto sucesso na obra de Gilberto Freyre. Seja como for, o escravismo é uma "instituição". E "as instituições dos povos são coisa santa, digna de toda veneração. Nenhum utopista, seja ele um gênio, tem o direito de profaná-las".


Senhores utopistas, fiquem avisados. O que se pretende, ilusoriamente, em nome do progresso, dos direitos humanos etc., contradiz a realidade social. Transformá-la, ainda mais tão cedo, é uma insensatez. Há de preferir-se a realidade, é claro. Desde que se esteja do lado certo do chicote.





Fonte: Folha de S.Paulo

quarta-feira, 28 de abril de 2010

XI Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais

Local: Universidade Federal da Bahia - PAF I e II
Campus de Ondina.


Período: 12 a 14 de Dezembro de 2010


Público alvo: Estudantes de graduação, pós-graduação, pesquisadores, docentes e profissionais.




A cidade de Salvador foi escolhida para abrigar, pela primeira vez, o Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais, nos dias 12, 13 e 14 de Dezembro deste ano. O Evento, que está em sua décima primeira edição, tem como tema as “Diversidades e (Des)Igualdades”, que serão discutidos em 22 eixos temáticos. Durante os três dias de evento, especialistas em ciências sociais e humanidades de diversos países estarão reunidos para debater a diversidade e a complexidade de sociedades diferenciadas, nos mais variados aspectos, como é o caso dos países de língua portuguesa.

A programação acadêmica acontece no campus de Ondina da UFBA, e conta com a realização de eventos públicos e atividades culturais no centro histórico de Salvador. O XI Congresso Luso Afro Brasileiro está sendo organizado por um comitê composto de pesquisadores de todas as universidades publicas da Bahia, com a coordenação do Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) da Universidade Federal da Bahia.

A última edição do evento foi realizada na cidade de Braga, em Portugal, no ano de 2008, e reuniu cerca de dois mil participantes . Para esta edição, estima-se um público ainda maior.

Para realizar a submissão o participante, primeiramente, deve se inscrever no link: inscrição. Logo em seguida deve acessar o sistema (link no menu lateral esquerdo) e entrar no item Submissão de Atividades.

Serão três modalidades para submissão de atividades no Evento:

1. Grupos de Trabalho

Proponentes: De dois a quatro pesquisadores doutores, oriundos de, pelo menos, duas instituições diferentes (e, de preferência, de países diferentes) que desejem coordenar Grupos de Trabalhos.

Modo de Inscrição: Resumo ampliado – entre 400 e 600 palavras – contendo apresentação, justificativa e objetivos do GT.

Modo de Participação: os Grupos de Trabalhos inscritos serão selecionados pela comissão científica. Após a aprovação, caberá à coordenação de cada GT aprovado avaliar os trabalhos individuais submetidos ao evento que tenham proximidade com o tema proposto.

Cronograma:

Submissão De 22/04 até 15/05/2010

Avaliação dos GTs De 15/05 até 01/06/2010

Avaliação de trabalhos De 01/06 até 15/07/2010



2. Mesas Coordenadas

Proponentes: De três a cinco pesquisadores doutores, oriundos de, pelo menos, duas instituições diferentes (e, de preferência, de países diferentes), buscando estimular o diálogo e a diversidade de perspectivas de um tema comum. Um dos pesquisadores inscritos deverá exercer o papel de debatedor.

Modo de Inscrição: Resumo ampliado – entre 400 e 600 palavras – contendo apresentação, justificativa e objetivos da mesa redonda, além de um breve resumo de cada fala a ser apresentada.

Modo de participação: seleção, pela coordenação, dos trabalhos individuais submetidos ao evento que tenham proximidade com o tema proposto.

Cronograma:

Submissão De 22/04 até 15/06/2010

Avaliação De 15/06 até 15/07/2010



3.Trabalhos Individuais

Proponentes: Pesquisadores doutores, mestres e estudantes de pós-graduação. O trabalho poderá ter, no máximo, quatro autores.

Modo de Inscrição: Resumo – entre 200 e 500 palavras – contendo apresentação, justificativa e objetivos da comunicação proposta.

Modo de Participação: seleção para participação em GTs ou sessões temáticas.

Cronograma:

Submissão De 22/04 até 15/06/2010

Avaliação De 15/06 até 15/07/2010

Malcolm X América

Malcolm X América
por Adriana Maximiliano
Muçulmano, negro e revolucionário, ele pregou a luta armada contra os brancos americanos. Depois, brigou com seus velhos mentores, flertou com o socialismo e adotou um discurso menos racista. Acabou morto com 14 tiros num crime que continua sem solução, 40 anos depois
Ele foi registrado como Malcolm Little, caiu no mundo com o apelido de Red, ficou conhecido como Malcolm X e morreu como El-Hajj Malik El-Shabazz. Em todas as fases de sua vida, ele conviveu com ameaças, atentados e ódio racial. Em 21 de fevereiro de 1965, às 15h10, a história do líder americano que lutava pelos direitos dos negros chegou ao fim com 14 tiros: Malcolm foi assassinado diante de uma platéia que incluía sua mulher e três de suas quatro filhas, num teatro no Harlem, em Nova York. Três homens ligados a uma organização religiosa da qual Malcolm foi líder durante anos, a Nação do Islã, foram presos, mas nunca ficou esclarecido quem planejou o crime.
Quarenta anos depois, o historiador americano Manning Marable, professor da Universidade de Columbia, acredita ter revelações importantes sobre a vida de Malcolm que levantam novas questões sobre o caso. Marable pesquisa essa história há uma década e prepara um livro sobre o assunto. Mas antes quer ter acesso aos arquivos secretos do FBI, a polícia federal americana. “Milhares de documentos sobre Malcolm X continuam sob sigilo”, diz o historiador.
Segundo ele, no entanto, muito da imagem que hoje temos de Malcolm está errada e a culpa é do livro Autobiografia de Malcolm X, de Alex Haley, lançado em 1965. O livro está repleto de cortes e grande parte das polêmicas idéias de Malcolm foram ignoradas: “Eu li uma carta de Haley falando sobre a visão anti-semita de Malcolm e dizendo que retirou as declarações mais ofensivas sobre isso do livro”, afirma Marable. “Muitas de seus ex-colegas e amigos ainda se autocensuram ao falar sobre ele e suas idéias.”
O historiador americano alega ainda que Haley, que morreu em 1992, foi censurado pelo FBI. “O livro surgiu a partir de um artigo sobre os muçulmanos americanos que Alex Haley e Alfred Balk escreveram em 1963 para uma revista de Nova York. O que pouca gente sabe é que Balk havia feito um acordo com agentes do FBI: em troca de informações sobre a Nação do Islã, os dois fariam o artigo de maneira a isolar a organização das demais correntes da sociedade negra da época”, diz Marable.
Para completar, os três capítulos finais do livro original não foram publicados, por opção de Haley, e hoje pertencem a um advogado de Detroit, que pagou 100 mil dólares por eles. Marable teve acesso ao material e diz que, entre outras coisas, ele revela um Malcolm politizado, com um discurso alinhado com a esquerda internacional e revolucionária dos anos 60. “Fica claro, ainda, seu plano de reunir os negros muçulmanos, que ele liderava e que, por muito tempo, defenderam a separação entre negros e brancos na América, com os líderes cristãos integracionistas encabeçados por Martin Luther King.
“Haley difundiu a imagem de Malcolm X como queria o FBI”, diz Marable. Seu livro vendeu milhões de cópias mundo afora, virou leitura obrigatória em escolas americanas e quando virou filme, dirigido por Spike Lee, em 1992, rendeu o Oscar de Melhor Ator a Denzel Washington. “Ali, ele é apenas um homem movido pelo ódio, um militante racista e violento. Suas idéias políticas de integração entre brancos e negros, suas críticas à sociedade americana que privilegiava cada vez menos gente ficaram como uma lembrança desbotada”. Para Marable, Malcolm é um dos líderes mais mal-entendidos da história americana e desvendar sua morte é apenas o primeiro passo para entender quem foi o homem por trás de Malcolm Little, Red, Malcolm X e El-Hajj Malik El-Shabazz.
Pequeno
Malcolm Little nasceu em 19 de maio de 1925, em Omaha, estado de Nebraska. Mulato, por trás da cor de sua pele, ele guardava uma tragédia: sua avó engravidou de sua mãe depois de ser estuprada por um homem branco que nunca foi preso, sequer acusado de crime. O quarto dos oito filhos da dona de casa Louise e do pastor da igreja batista Earl Little, Malcolm aprendeu o que era racismo antes mesmo de pronunciar a primeira palavra. Em 1926, a família teve de se mudar às pressas depois que membros da Legião Negra, uma espécie de versão local da Ku Klux Klan, botaram fogo na casa da família. O atentado foi uma represália aos sermões de Earl em favor dos direitos dos negros.
Os Little fugiram. Primeiro para Wisconsin, e, três anos depois, para uma fazenda no Michigan. Lá, seus vizinhos, todos brancos, venceram uma ação na justiça exigindo que eles se mudassem para outra região onde só moravam negros. Os Little se recusaram e tiveram a casa novamente incendiada. O pai de Malcolm pediu ajuda à polícia e acabou preso, acusado de forjar o incidente para fraudar o seguro. A rixa entre vizinhos só acabou em setembro de 1931. E, mais uma vez, de forma trágica: o corpo de Earl Little foi encontrado mutilado nos trilhos de uma estrada de ferro. Não houve investigação criminal e as autoridades concluíram que ele havia cometido o suicídio.
Louise resistiu o quanto pôde para manter a família unida, mas não era raro faltar comida em casa. Dois dias antes do Natal de 1938, ela sofreu um colapso e foi internada num hospital para doentes mentais, de onde só sairia 26 anos depois. Malcolm ficou sob a guarda de um casal de brancos, os Swerlin, num lar de detenção juvenil. “Eles gostavam de mim como de seus animais”, disse Malcolm, numa entrevista publicada na revista Playboy, em 1963.
Vermelho
Com 15 anos, Malcolm abandonou os Swerlin, a escola e foi morar com uma irmã mais velha em Boston. Depois de viver um tempo de bicos, arrumou emprego no trem para Nova York. Ali, ele passou a freqüentar os bares do Harlem (o mítico bairro de maioria negra) e conviver com os criminosos locais, seus carros e prostitutas. “Nessa época, ele não parecia ter orgulho de ser negro”, afirmou Haley. “Esticava os cabelos com produtos químicos e namorava mulheres brancas. Era conhecido como New York Red ou simplesmente Red (“vermelho”), por causa da cor de seus cabelos castigados por alisantes.”
Em 1942, aos 17 anos, soube que um grupo de trapaceiros do Harlem precisava de um ajudante e entrou para o crime: tráfico de drogas, roubo, prostituição e jogos. Detido duas vezes em Nova York, ele voltou para Boston e criou sua própria gangue para roubar casas. Foi uma má idéia: apenas duas semanas nessa vida e ele foi pego tentando vender um relógio roubado. Red foi condenado a dez anos de cana.
Foi na cadeia, em 1947, que ele ouviu falar pela primeira vez da Nação do Islã. Wilfred, seu irmão mais velho havia aderido à religião e levado consigo cada um dos Little. Foram as cartas da família que apresentaram a Red aquela “religião natural para os homens negros”, como escreveu Wilfred em carta para o irmão. Mas foram os textos de Elijah Muhammad, líder da Nação do Islã, que converteram Red. Dizia Elijah que Deus era negro e se chamava Alá. “O negro americano deve ser reeducado. O Islã dará a ele as qualificações para sentir orgulho, e não vergonha ao ser chamado de negro.” Em seu discurso racista e segregacionista, Elijah defendia países separados para brancos (“os demônios da humanidade”) e para os negros ou afro-americanos, como preferia.
Red foi desaparecendo aos poucos. Cortou os cabelos, deixou o linguajar de gângster e entrou para o time de muçulmanos da prisão. No dia 7 de agosto de 1952, após seis anos e meio na prisão, Malcolm foi solto.
“X”
Um mês depois de sair, Malcolm foi aceito na Nação do Islã e passou a se apresentar sem o sobrenome “Little”. “Esse nome foi dado aos meus ancestrais por aqueles que os fizeram escravos e recuso-me a usá-lo”, dizia Malcolm, que adotou o “X”, para simbolizar sua identidade desconhecida. O novo Malcolm, como também passou a se apresentar, surgiu numa hora e num país conturbados. Em diferentes estados americanos, principalmente do sul, onde cenas de violência contra negros eram comuns, a segregação racial estava na lei e limitava o acesso dos negros às escolas e aos transportes públicos, por exemplo.
Em 1955, um boicote contra os ônibus em Montgomery, no Alabama, onde Rosa Parks (leia quadro nessa página), uma mulher negra se negou a ceder seu lugar para um branco, iniciou uma série de manifestações populares que ficariam conhecidas como “Movimento pelos Direitos Civis”. Surgiram entidades como Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês), para arrecadar fundos, contratar advogados e atuar politicamente contra as legislações racistas dos Estados Unidos. Mas a luta não foi apenas pacífica como queriam alguns dos líderes, como o mais famoso deles, o reverendo Martin Luther King Jr. (leia na página ao lado). As polícias e tribunais estaduais formados e controlados por brancos não aceitavam mudanças. Em 1954, quando o governo federal obrigou a primeira universidade do sul a aceitar alunos negros, houve quebra-quebra, prisões e assassinatos de militantes negros. Cenas que Malcolm conhecia desde a infância. Mas, dessa vez, ele estava pronto para reagir.
Malcolm X adotou um discurso violento e dizia que o negro precisava reagir diante do branco opressor. Nessa época, ele já não era mais um mero ex-presidiário fanático. Seu carisma e dedicação impressionaram Elijah Muhammad e Malcolm ascendeu rapidamente na hierarquia da Nação do Islã. Em dois anos, comandou a construção de templos em Boston, Hartford e Filadélfia, virou líder do Templo Número 7, no Harlem, e assumiu o posto de porta-voz da organização.
Aos 32 anos, Malcolm X se casou com Betty X, uma freqüentadora do templo no Harlem. Ele era, então, o representante mais famoso da história da Nação do Islã. Sua figura imponente e seus discursos haviam sido fundamentais para o crescimento da organização, que passou de 500 membros para 30 mil em dez anos. Malcolm dizia que as mulheres deveriam cuidar da família, os homens velhos deveriam se dedicar a entender e passar adiante os ensinamentos de Elijah e os jovens seriam treinados para usar a violência contra o inimigo, caso fosse necessário.
E geralmente era. As tensões raciais cresceram e os confrontos com a polícia viraram rotina. Na noite de 27 de abril de 1962, um grupo de policiais matou um membro da Nação do Islã, Ronald Strokes, deixou outro paralítico e cinco feridos ao invadir um templo em Los Angeles. Revoltado, Malcolm X convocou a comunidade negra para protestar nas ruas. Milhares atenderam, cerca de 80 foram presos e 14 feridos, entre eles dois policiais. “Não há nada no nosso livro, o Alcorão, que ensine a sofrer tranqüilo. Nossa religião ensina a ser inteligente, pacífico, cortês, obedecer a lei e respeitar os outros. Mas, se alguém bota a mão em você, mande-o para o cemitério”, disse Malcolm, em 1962.
Seus discursos – cada vez mais concorridos – ficaram bem inflamados. Em dezembro daquele ano, um deles ficou famoso. Do templo simples no Harlem – pouco mais que um púlpito de madeira, cadeiras enfileiradas e uma imagem de Elijah Muhammad na parede – onde só negros podiam entrar, Malcolm falou do orgulho de sua cor e de sua raiva pelo homem branco, o inimigo: “Nós não separamos nossa cor da nossa religião. O homem branco também nunca separou o cristianismo da cor branca. Quando você ouve o homem branco se gabando: ‘Eu sou cristão’, ele está se gabando de ser um homem branco. Minha mãe era cristã, meu pai era cristão. Meu pai era um homem negro e minha mãe era uma mulher negra, mas as canções que eles cantavam na igreja eram feitas para encher seus corações com o desejo de ser branco”.
Com esses discursos, era natural que atraísse a atenção dos órgãos de segurança americanos. “Os membros acreditam que Alá é o ser supremo e afirmam serem descendentes da raça original da Terra. Eles seguem os ensinamentos de Alá como interpretados por Elijah Muhammad, segundo os quais, os membros desta minoria racial nos Estados Unidos não são cidadãos deste país, mas meros escravos e irão continuar assim até que eles libertem a si mesmos destruindo os não-muçulmanos e o cristianismo”, relatou um agente do FBI em um relatório sobre a Nação do Islã.
Ao mesmo tempo que crescia sua popularidade, Malcolm X passou a ser questionado por Elijah e outros líderes da Nação do Islã. A relação azedou quando Malcolm descobriu – e denunciou – que Elijah mantinha relações amorosas secretas com mulheres da organização. Mas o rompimento definitivo aconteceu no fim de 1963. Quando o presidente americano John Kennedy foi baleado, em 22 de novembro, Malcolm X se preparava para fazer um discurso, em Nova York. Ao chegar ao local, recebeu um recado de Elijah Muhammad, pedindo que não comentasse o atentado. Malcolm e os demais líderes negros não gostavam muito do presidente morto, que consideravam omisso em relação ao movimento pelos direitos civis, mas todos concordaram que não era hora de criticá-lo, já que a população estava traumatizada. Todos menos Malcolm X. Perguntado sobre a morte de Kennedy, ele respondeu com ironia: “As galinhas voltam para dormir em casa”, um ditado americano cujo significado se parece com o do nosso “Aqui se faz, aqui se paga”. Ou seja, Malcolm insinuou que Kennedy morreu por conseqüência de seus próprios atos, porque falhou ao combater a violência nos Estados Unidos.
A declaração foi mal recebida, inclusive pela população negra, que se voltou contra a Nação do Islã. Irritado, Elijah ordenou que Malcolm se calasse por 90 dias. “Alguns observadores crêem que Elijah aproveitou-se do momento em que a opinião pública se voltou contra Malcolm, para livrar-se dele”, diz Clayborne Carson, historiador da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Terminado o silêncio, em 8 de março de 1964, Malcolm X falou. E disse que deixaria a Nação do Islã.
Peregrino
Decidido a virar um muçulmano autêntico, Malcolm X viajou para a Arábia Saudita, em abril de 1964, para fazer a peregrinação a Meca. Ali, ele se deu conta de que Elijah Muhammad pregava uma farsa ultrapassada ao dizer que as mulheres deviam ser subservientes e que todos os males dos negros advinham da escravidão na América. Na África, percebeu que o problema não era o homem branco, mas o imperialismo, o sistema político e econômico que permitia que negros pobres fossem explorados por negros ricos. “Durante os últimos 11 dias aqui no mundo muçulmano, eu tenho comido no mesmo prato, bebido do mesmo copo e dormido na mesma cama – enquanto rezo para o mesmo Deus – que seguidores muçulmanos cujos olhos são os mais azuis dos azuis, cujos cabelos são o mais louros dos louros e cujas peles são as mais brancas das brancas. Nós somos todos iguais”, escreveu numa carta para a família. Na volta, ele não era mais Malcolm X, mas El-Hajj Malik El-Shabazz.
E não foi só seu nome que mudou. “Seu discurso assumiu boas doses de críticas ao capitalismo americano e o aproximou de líderes socialistas, como Che Guevara, que Malcolm elogiava por seu caráter revolucionário e anti-imperialista”, diz Carson. Em 1960, ele já havia tido um encontro de meia hora com Fidel Castro e, em 1964, tentou levar Che para uma reunião da recém-fundada Organização da Unidade Afro-Americana, no Harlem. O líder cubano achou que estaria desprotegido e não foi ao encontro, mas mandou uma mensagem, lida pelo próprio Malcolm a um auditório eufórico: “Caros irmãos e irmãs do Harlem, eu gostaria de estar com vocês e Brother Babu, mas as condições atuais não são boas para esse encontro. Recebam calorosas saudações do povo de Cuba e especialmente de Fidel. Unidos, nós vamos vencer”. O Brother Babu, citado por Che, era Abdul Rahman Muhammad Babu, líder socialista africano que virara ídolo no Harlem.
A relação com Elijah Muhammad virou rivalidade. “Apenas aqueles que desejam ser levados ao inferno seguirão Malcolm”, escreveu o novo porta-voz da Nação do Islã, Louis Farrakhan, em dezembro de 1964, no jornal Muhammad Speaks. “Elijah se opõe ao negros americanos ouvirem o verdadeiro Islã, e tem ordenado seus seguidores a aleijar ou matar qualquer um que queira deixá-lo para seguir o verdadeiro Islã”, disse Malcolm numa entrevista para a revista Al-Muslimoon, em fevereiro de 1965.
Alguns dias depois, em 14 de fevereiro, a casa de Malcolm foi incendiada. Sua mulher, que já vinha recebendo telefonemas com ameaças de morte, conseguiu fugir com as filhas. A família acusou publicamente a Nação do Islã. A organização negou e disse que o próprio Malcolm forjara o incêndio. Sobre o caso, nada foi apurado pelas autoridades e Malcolm escreveu ao secretário de estado americano Dean Rusk: “O governo não tem nenhuma intenção de proteger minha vida”.
Mesmo consciente do risco que corria, uma semana depois do atentado, Malcolm foi fazer um discurso, no Harlem. Diferentemente do que ocorria nas reuniões da Nação do Islã, por exemplo, Malcolm não permitia que seus seguranças portassem armas, nem que o público fosse revistado na entrada. Quando ele começou a falar, uma confusão no meio da platéia atraiu a atenção dos guarda-costas e ele ficou sozinho no palco. Das primeiras filas do auditório, alguns homens saíram atirando em sua direção. Malcolm caiu a poucos passos da mulher e das filhas. Foi socorrido, mas era tarde. Baleado 14 vezes, ele chegou morto ao hospital.
Cerca de um ano depois, três homens da Nação do Islã – Talmadge Hayer, Norman 3X Butler e Thomas 15X Johnson – foram presos, acusados de terem atirado em Malcolm. Dois dos presos, Butler e Johnson, sequer estavam no auditório. Ambos tinham álibi e acabaram inocentados. Foram encontrados pedaços de balas de duas armas no corpo de Malcolm, uma pistola calibre 45 e uma 9mm. A primeira foi entregue ao FBI por um segurança de Malcolm, que disse que tirou a arma de Hayer após o tiroteio. A outra nunca apareceu. Em 1977, Hayer declarou que planejou o assassinato com outros quatro muçulmanos que ele conhecia apenas de vista e mal se lembrava do primeiro nome. Um advogado tentou reabrir o caso para tentar identificar esses homens e quem estaria por trás deles, mas não conseguiu. Até hoje não há evidências que liguem o crime à Nação do Islã (leia quadro na página ao lado).
O Departamento de Polícia de Nova York tinha um agente disfarçado entre os seguranças de Malcolm, chamado Gene Roberts, que anos depois foi promovido por ter se infiltrado e ajudado a destruir outra organização, o Partido dos Panteras Negras. Outros policiais disfarçados também estavam no auditório no dia do assassinato. Mas nem eles nem Roberts acrescentaram nada ao processo. Por outro lado, policiais uniformizados que trabalhavam nos comícios de Malcolm em Nova York não entraram no teatro naquele dia. Diriam depois que receberam ordens para ficar do outro lado da rua. Tudo indica que a tragédia já estava anunciada. “Resta saber se ela foi provocada por agentes infiltrados e por que nada foi feito para mudar o desfecho”, afirma o professor Manning Marable.

Heróis da resistência
Os negros queriam igualda deperante a lei. Veja como a lei tratou alguns de seus líderes
Rosa Parks
No dia 1º de dezembro de 1955, Rosa Parks entrou para a história ao se negar a ceder seu lugar num ônibus público para um homem branco, em Montgomery, no Alabama. Ela foi presa por desobedecer a lei de segregação e, em protesto, a comunidade negra decidiu fazer um boicote aos ônibus da cidade a partir da segunda-feira seguinte, dia 5. No mesmo dia, Rosa foi julgada, considerada culpada e condenada a pagar uma multa de 14 dólares. Liderado pelo pastor de uma igreja batista local, Martin Luther King Jr., o boicote durou 381 dias. Até que, em 21 de dezembro de 1956, a Suprema Corte declarou que as leis de segregação de Montgomery eram inconstitucionais. No dia seguinte, Rosa Parks entrou num ônibus pela porta da frente, escolheu um dos primeiros assentos e ficou conhecida como a “Mãe do Movimento pelos Direitos Civis”. Aos 92 anos, ela mora em Detroit.
Medgar Evers
No início dos anos 50, Medgar Wiley Evers conciliava o trabalho de vendedor de seguros com o de ativista da Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês), no Mississippi. Quando a Suprema Corte Americana considerou ilegal a segregação nas escolas, em 1954, Evers tentou estudar direito na universidade local, mas não conseguiu. Oito anos depois, ajudou James Meredith a se tornar o primeiro estudante negro da Universidade do Mississippi, um marco para a luta dos direitos dos negros. Evers liderou um boicote contra três comerciantes brancos de Jackson (capital do Mississippi), que davam dinheiro para os Conselhos dos Cidadãos Brancos, considerado o braço legal da Ku Klux Klan. Acabou assassinado em junho de 1963 em frente a sua casa por um branco racista. O criminoso confesso, Byron De La Beckwith, que havia fundado o Conselho dos Cidadãos Brancos do Mississippi, foi inocentado duas vezes e só no terceiro julgamento, 31 anos após a morte de Evers, foi condenado à prisão perpétua.
Muhammad Ali
No esporte, o herói negro da década de 60 foi Cassius Clay, ou como ficaria conhecido depois, Muhammad Ali. Assim como Malcolm X, ele foi membro da Nação do Islã e ajudou a divulgar os ensinamentos de Elijah Muhammad. Ali foi campeão mundial de boxe profissional pela primeira vez em 1964, aos 22 anos, mas perdeu o título e acabou preso três anos depois, ao se recusar a lutar na Guerra do Vietnã. Polêmico, alegou que a guerra era contra sua religião e que nenhum vietnamita fizera nada contra seus irmãos negros. Recebeu o apoio de grande parte da população americana, negros e brancos. Apenas em 1971, porém, a Suprema Corte dos Estados Unidos voltaria atrás em sua decisão. Em 1974, reconquistou o título mundial e, seis anos depois, se aposentou ao ser derrotado por Larry Holmes. Ele deixou a Nação do Islã em 1975 para se dedicar ao islamismo tradicional. Hoje, aos 63 anos, luta contra o mal de Parkinson.
Martin Luther King Jr.
Por liderar o boicote aos ônibus de Montgomery, Martin Luther King Jr. foi ameaçado de morte e sua casa sofreu um atentado à bomba. Mas King jamais revidou uma agressão na vida. Com suas idéias pacifistas, ele mobilizou multidões, foi preso dezenas de vezes e se tornou o homem mais jovem a ganhar o Prêmio Nobel da Paz (em 1964, aos 35 anos). King era o oposto de Malcolm X. Enquanto este promovia a revolta entre as comunidades urbanas do norte do país, aquele falava sobre integração racial para a população rural do sul. Era óbvio que o discurso “Se você me bater, te bato de volta”, de Malcolm jamais se casaria com o "Sofra em silêncio", de King. Mas, apesar de os dois líderes seguirem rumos, religiões políticas tão diferentes, eles tiveram finais parecidos. Nos últimos anos de vida, descobririam que a luta contra o racismo era uma questão maior, global. Ambos foram mortos a tiros quando tinham 39 anos. No caso de King, num hotel no Memphis, Tennessee, em 1968.
Rubin "Hurricane" Carter
O boxeador Rubin Carter, (apelidado de “furacão”), teve uma carreira vitoriosa como peso-médio e era forte candidato ao título mundial até que, aos 29 anos, foi condenado à prisão perpétua por um crime que não cometeu. A tragédia aconteceu porque Rubin passou de carro perto do local onde três pessoas tinham sido assassinadas, num bar em Nova Jersey, em junho de 1966. Sem nenhuma prova contra ele, Rubin levou a culpa, simplesmente por ser negro. Depois de dez anos na cadeia, ele conseguiu um segundo julgamento – e foi novamente considerado culpado. Mas, graças à biografia que escreveu na prisão, Carter foi solto em 1985. Filho adotivo de um casal de ativistas canadenses, o jovem Lesra Martin, nascido numa comunidade pobre do Brooklin, em Nova York, se identificou com o sofrimento de Carter ao ler o livro. Ajudado por sua nova família, Martin conseguiu reabrir o caso e Carter provou que não era um criminoso, mas uma vítima do racismo. Ele tem 68 anos e mora no Canadá.

Tragédia sem fim
Viúva de Malcolm X também foi morta
Após o assassinato de Malcolm, Betty Shabazz culpou a Nação do Islã pela morte do marido. Em 1994, acusou diretamente Louis Farrakhan (que sucedeu Malcolm como líder da organização). Naquele ano, a segunda das seis filhas de Betty e Malcolm, Qubilah, foi presa tentando contratar um homem para matar Farrakhan. O “matador” na verdade era um agente do FBI. Farrakhan, numa reviravolta e tanto, pagou a fiança e defendeu Qubilah: “A filha de Malcolm foi enganada por gente que quer criar discórdia entre a Nação do Islã e a comunidade negra nos Estados Unidos”, disse. Quatro meses depois, Qubilah e Farrakhan encerraram a questão com um aperto de mãos no Harlem. Em 1995, ela voltaria a aparecer nos jornais ao ser levada para uma clínica para viciados em drogas. Durante sua internação, que duraria dois anos, o filho, chamado Malcolm como o avô, foi viver com a avó Betty. O menino de apenas 12 anos também era viciado e, em junho de 1997, ateou fogo na casa da avó, que sofreu queimaduras em todo o corpo e morreu 22 dias depois. No dia 19 de maio 2004, quando Malcolm X completaria 80 anos, suas filhas inauguraram o Centro de Educação e Memorial Malcolm X e Betty Shabazz, no mesmo local onde elas viram o pai ser assassinado 40 anos atrás.
Saiba mais
Livro
Autobiografia de Malcolm X, Alex Haley, Record, 1992 - O best-seller transformado em filme em 1992 é alvo de críticas da família Shabazz
Filme
Malcolm X, Arnold Perl, 1972 - Documentário com imagens originais, contou com a participação de Betty Shabazz. Faz parte da programação do canal de TV a cabo Cinemax
Sites
www.columbia.edu/cu/ccbh/mxp - Organizado pelo professor Manning Marable tem o apoio da família de Malcolm X. Em inglês
www.malcolm-x.org - Ampla coleção de entrevistas, discursos, cartas e fotos de Malcolm X


http://historia.abril.com.br/gente/malcolm-x-america-434218.shtml

Pastor preso já havia sido condenado três vezes, confirma polícia

28/04/2010 12h17 - Atualizado em 28/04/2010 12h17

Pastor preso já havia sido condenado três vezes, confirma polícia
Entre as condenações estão dois estelionatos e um furto.
Ele responde ainda a processos por homicídio e roubo.
Alícia Uchôa
Do G1 RJ

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Pastor tem oito passagens pela polícia
(Foto: Alícia Uchôa/G1)Já havia sido condenado três vezes o pastor Antonio Luiz Ponte, de 48 anos, preso na última terça-feira (27), em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Segundo a polícia, contra ele havia três mandados de prisão por condenações de estelionato e furto, além de um quarto mandado, em um processo também de estelionato, que está em andamento.

De acordo com a polícia, Ponte é investigado ainda por homicídio e roubo, e há informações de que ele também atuava em receptação de carros e peças roubadas.

“A maior parte dos crimes está relacionada a furto de veículos”, afirmou o delegado Márcio Mendonça, da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis. Ponte vinha sendo investigado há três meses e sua ficha criminal soma oito passagens pela polícia.

Dinheiro dos cultos será investigado
Ele agora investiga se o dinheiro arrecadado por Ponte em seus cultos na Igreja Pentecostal Amigos de Cristo era usado em benefício próprio. “Há informações de que ele usava esse dinheiro para comprar carros ‘salvados’ em leilões e os revendia”, contou o delegado.

“Se ficar provado que ele enganava os fiéis e embolsava o dinheiro, aí responder por mais um processo de estelionato”, explicou Mendonça.

Prisão em culto
A prisão aconteceu na noite de terça-feira (27), na hora em que Ponte iria realizar um culto no Centro de Niterói, onde ele abriu a igreja há 2 anos.

Segundo a polícia, ele não resistiu à prisão e os fiéis ficaram assustados com a ação policial, mas não houve confusão




http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/04/pastor-preso-ja-havia-sido-condenado-tres-vezes-confirma-policia.html

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Conselho da População Negra elege Diretoria

Conselho da População Negra elege Diretoria

Os integrantes do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da População Negra de Botucatu reuniram-se no último dia 20, no auditório Cyro Pires, da Prefeitura Municipal de Botucatu, para a eleição dos membros da Diretoria Executiva.

Os trabalhos foram conduzidos por Conceição Vercesi, Assessora de Políticas de Promoção da Igualdade e Ações Afirmativas, e os conselheiros elegeram por votação secreta os respectivos membros da Diretoria Executiva para um mandato de um ano.

Foram eleitos: Cleberson Luis da Silva [Diretor Presidente]; Serafim Carlos de Arruda [Diretor Vice Presidente]; Isabel Cristina Rossi Conte [Secretária]; e Michele Cristina Pereira da Silva [Tesoureira].

O Conselho se reunirá quinzenalmente nestes primeiros meses. A próxima reunião, aberta ao público, será no dia 4 de maio.

A pauta de discussão será uma palestra sobre “Aspectos legais e o papel do Conselho e dos conselheiros na implantação de políticas públicas de ações afirmativas”, que será realizada pelo Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da População Negra, atendendo a um pedido da Assessoria de Políticas de Promoção da Igualdade.

Esta e outras palestras contribuirão para sanar algumas dificuldades de participação dos representantes da sociedade civil como o acesso às informações da gestão pública, que inclui tarefas de monitoramento e avaliação de políticas públicas.

23-04-2010

Skinheads são presos por racismo e agressão a negro em SP, diz polícia

25/04/2010 11h54 - Atualizado em 25/04/2010 16h59
Skinheads são presos por racismo e agressão a negro em SP, diz polícia
Suposto morador de rua alega que foi xingado e apanhou na região central.
Os dois suspeitos negam o crime; dizem que são roqueiros.
Kleber Tomaz
Do G1 SP
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Dois supostos skinheads foram presos na noite de sábado (24) por suspeita de racismo contra um jovem negro, de 22 anos, na região central de São Paulo. De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos xingaram a vítima, que seria morador de rua, de “preto filho da puta” e “macaco”, além de agredi-la com um pedaço de madeira e uma tornozeleira com espetos de ferro por volta das 22h45 na Rua Formosa, no Anhangabaú.
Segundo a polícia, o jovem afirmou ter sido agredido teve a perna esquerda bastante ferida, mas não corre risco de morte, segundo exame de corpo delito feito no Instituto Médico Legal (IML). O rapaz, que estava no Centro, alega que seus agressores disseram que ele apanhou só porque é negro. Um homem e uma mulher viram a vítima apanhar.
Após o espancamento, o casal chamou guardas civis municipais que passavam pelo local. Em seguida, eles conseguiram deter os suspeitos, que foram reconhecidos pela vítima e testemunhas.
Boletim de ocorrência
De acordo com o boletim registrado no 3º Distrito Policial, na região de Santa Ifigênia, os suspeitos foram indiciados por crimes de injúria e lesão corporal. Em depoimento à polícia, no entanto, os acusados negaram o crime contra o jovem e afirmaram ser roqueiros e não skinheads (como são conhecidos os grupos adeptos de usar as cabeças raspadas).
Pela ocorrência feita na delegacia, um dos suspeitos tem 21 anos, vestia calça xadrez, camiseta regata branca, coturno preto e possui tatuagens no braço direito (imagem de fogo), peito (coringa) e cicatrizes na perna. O outro homem preso tem 22 anos e usava calça social preta. Ele também tem tatuagens: de lobo no peito, e anjo e Drácula nas costas.
Ainda, segundo o boletim, um dos supostos agressores usa cabelo estilo moicano – bastante comum em punks e não em skinheads.
De acordo com o delegado titular do 3º DP, Plínio Sales, os suspeitos foram presos em flagrantes por injúria racial e agressão. “Neste caso, o crime que eles cometeram é inafiançável porque é de intolerância e discriminação racial”, disse o delegado por telefone ao G1 neste domingo (25). Por volta das 11h, os dois foram transferidos para a carceragem do 2º DP, no Bom Retiro.
A reportagem não conseguiu falar com os suspeitos ou localizar a vítima para comentarem o assunto.
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2010/04/skinheads-sao-presos-por-racismo-e-agressao-negro-em-sp-diz-policia.html

Segundo acusado de pichar Cristo é indiciado por crime ambiental

25/04/2010 10h36 - Atualizado em 25/04/2010 10h36

Segundo acusado de pichar Cristo é indiciado por crime ambiental
Edmar Batista de Carvalho se apresentou à polícia no sábado (24).
Estátua amanheceu pichada na quinta (15) em parte dos braços e na face.
Do G1 RJ

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Face e parte do braço da estátua amanheceram
Teixeira/Agência O Globo)

A Polícia Civil informou, neste domingo (25), que o segundo acusado de pichar a estátua do Cristo Redentor, Edmar Batista de Carvalho, de 24 anos, foi indiciado por crime ambiental. No sábado (24), ele se apresentou à polícia, na Delegacia de Meio Ambiente, em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio.

Antes de se apresentar, Edmar procurou apoio na Assembleia de Deus dos últimos Dias (Adud). Ele chegou acompanhado de um advogado. Segundo a polícia, o rapaz confessou o crime e repetiu a versão do outro acusado, de que o ato foi um protesto.

Na quinta-feira (22), o pintor de paredes Paulo Souza dos Santos, de 28 anos, já tinha se apresentado à polícia. De acordo com a polícia, ele também confessou que pichou o monumento. Os dois acusados aguardam decisão da Justiça em liberdade.

“Ele está sendo indiciado, o que não impede a Justiça de emitir a prisão a qualquer momento. Pelos delitos que colhemos até aqui, a pena seria a prestação de serviços comunitários. Mas agora cabe à Justiça”, declarou, na época, a delegada titular da DPMA, Juliana Emerique.

Antes de se apresentar, Edmar Batistas de Carvalho procurou apoio na Assembléia de Deus dos últimos Dias (Adud). De acordo com a polícia, ele foi indiciado e também deve ser liberado após prestar depoimento. Após análises na delegacia, os agentes checaram que o rapaz não possui antecedentes criminais.

A estátua do Cristo Redentor amanheceu pichada na quinta-feira (15) em parte dos braços e na face. As pichações diziam “Onde está a engenheira Patrícia?” e “Quando os gatos saem os ratos fazem a festa”. O pintor Paulo Souza dos Santos tentou se justificar afirmando que o ato foi um protesto para alertar sobre pessoas desaparecidas.

'Só quis fazer um protesto', diz pichador
Na quinta-feira (22), ao deixar a delegacia, Paulo afirmou que esta não foi a primeira vez que ele pichou na sua vida. “Na minha adolescência, época de moleque, tinha rabiscado linha de trem, mas nada sério. Depois segui a carreira militar e parei com isso. Só quis fazer um protesto, sei que estou errado e peço mais uma vez desculpas à população”, declarou ele.


Estátua ainda tem vestígios das pichações
(Foto: Letícia von Krüger Pimentel/Iphan)A delegada ressaltou que, por ter sido um caso de repercussão mundial, a Justiça deverá ter “uma resposta o mais rápido possível”. Paulo, segundo ela, colaborou fornecendo muitos detalhes no depoimento.

Morador de Santa Cruz, na Zona Oeste, Paulo é casado, pai de um filho de 4 anos. A mulher do ex-soldado do Exército está grávida de quatro meses. Segundo ele, sua família ficou indignada quando soube que ele era o autor da pichação.

Sem querer comprometer o outro rapaz que teria participado da pichação – “Eu respondo por mim” -, Paulo não sabe explicar bem por que pichou as frases “Onde está a engenheira Patrícia” e “Quando os gatos saem os ratos fazem a festa” deixadas no monumento.

“Pensei em colocar uma faixa, só depois resolvi fazer a pichação com o spray que estava comigo", contou o pintor. No entanto, admite que, quando viu as câmeras de seguranças – não sabia que estavam desligadas – cobriu o rosto com a camisa antes de subir nos andaimes das obras de reforma da estátua.

O advogado Alexandre Magalhães, que acompanhou as declarações do pintor ao lado do pastor Marcos e do cantor Waguinho, integrante da Igreja Assembleia dos Últimos Dias, espera que ele responda pelas acusações em liberdade.

Crimes
De acordo a delegada, ele foi indiciado por dois delitos: injúria por preconceito, por atentar contra um monumento religioso (pena de 1 a 4 anos de prisão, além de multa); e crime ambiental, pelo ato de pichar (de 6 meses a 1 ano de prisão, além de multa).

A assinatura feita por Paulo é “Aids”. Essa inscrição, segundo a delegada, também foi encontrada no túmulo do jornalista Irineu Marinho. As outras assinaturas identificadas no Cristo eram “LBU” e “Zabo”. Esta última seria o apelido de Edmar Batista Carvalho. A outra pertence a um grupo de pichadores ou apenas de uma pessoa.

Outro túmulo que também recebeu a pichação com uma dessas inscrições foi o do apresentador Chacrinha.

"Ele está disposto a se apresentar e contar toda a verdade. É trabalhador e tem residência fixa. Além disso, não tem passagem pela polícia", disse o advogado.


http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/04/segundo-acusado-de-pichar-cristo-e-indiciado-por-crime-ambiental.html

domingo, 25 de abril de 2010

O SINDICATO DOS ARTISTAS E TÉCNICOS DO RIO DE JANEIRO

O SINDICATO DOS ARTISTAS E TÉCNICOS DO RIO DE JANEIRO
Realiza ELEIÇÕES 2010

Associado, PARTICIPE DAS ELEIÇÕES
CHAPA 1 - UNIÃO E DETERMINAÇÃO

Presidente
Jorge Coutinho
Diretoria
Antonio Pompeo
Bira Vasconcellos
Cosme dos Santos
Dário de Castro
Delcio Marinho
Elizangela
Éverton Mesquita
Flávio Aniceto
Hugo Gross
José Sisneiros
Kate Lyra
Léa Garcia
Lú Godim
Mário Marcelo
Milton Gonçalves
Paulo Marcos de Carvalho
Ruddy Pinho
Thiago Campello
Cláudio Piovesan

Conselho Fiscal
Ruth de Souza
Edyr Duqui
Fábio Mateus
Ornellas Filho - Saci
________________________________________
Eleições no SATED / RJ, dias 4, 5 e 6 de maio
SATED / RJ
Rua Alcindo Guanabara, N º 17-18 º andar - Centro
Rio de Janeiro
Cep: 20031-130
Tel: (21) 2220-8147 / Fax: (21) 2262-0395
secretariageral@satedrj.org.br


http://institutodepesquisadasculturasnegras.blogspot.com/

Presidente do Flamengo demite o técnico Andrade e o vice de futebol

23/04/2010 - 14h54
Presidente do Flamengo demite o técnico Andrade e o vice de futebol
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da Lancepress

A presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, demitiu nesta sexta-feira o técnico do clube, Andrade, e o vice-presidente de futebol, Marcos Braz.

Andrade, que levou o time à conquista do Campeonato Brasileiro-2009, viu o Botafogo ser campeão estadual e quebrar sua hegemonia no Rio. Nesta semana, se classificou para as oitavas de final da Libertadores depois de depender do resultado de outras equipes.

O Flamengo enfrenta o Corinthians, time de melhor campanha entre os classificados para o mata-mata do torneio sul-americano, já na próxima quarta-feira.

O técnico Andrade já havia dito que encarava com normalidade a possibilidade de ser demitido, mas afirmou que não pediria para sair.

"Eu não vejo motivos para entregar o cargo. Não vejo razões para isso. Estou feliz com o trabalho que venho realizando. Acho um bom trabalho", falou o treinador na ocasião.

Muricy

O técnico Muricy Ramalho, demitido do Palmeiras neste ano, era um dos nomes de peso disponíveis no mercado. No entanto, ele afirma que já está negociando com o Fluminense.

"Estou em conversa com o Fluminense, mas não acertei nada. Meu empresário segue cuidando disso. Como estou conversando com um clube, eu não converso com outro", disse o treinador.

"Ninguém do Flamengo me procurou. Eu não converso com dois clubes de uma vez e nem com quem já tem um profissional trabalhando. Eu respeito isso", acrescentou, antes da notícia da demissão de Andrade.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u724994.shtml

UNEB: PORTAS ABERTAS PARA LIBÉRIA

09/04/2010

UNEB: PORTAS ABERTAS PARA LIBÉRIA
UNEB recebe presidenta da Libéria, que esteve em visita à Bahia - Ellen Johnson-Sirleaf, primeira e única mulher chefe de estado na África, faz palestra sobre Brasil, Libéria e Diáspora Africana - Dia 8/abril, no Museu de Ciência e Tecnologia (MC&T), em Salvador - Leia REPORTAGEM

Na visita da presidenta da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf, à Universidade do Estado da Bahia (UNEB), nessa quinta-feira, dia 8 de abril, a estadista anunciou duas boas notícias para o povo baiano: a possibilidade de parceria com o país africano nas áreas de agricultura e energia (biodiesel), mineração e petróleo; e o passe livre a afrodescendentes brasileiros para aquisição de dupla cidadania na Libéria.

Johnson-Sirleaf, primeira e única mulher chefe de estado de um país africano, esteve no Museu de Ciência e Tecnologia (MC&T) da UNEB, em Salvador, para ministrar a palestra intitulada Brasil, Libéria, a Diáspora Africana e o Reconhecimento da Diáspora como Extensão do Continente pela União Africana.

Em sua fala, a presidenta destacou a necessidade de ampliar o conceito de povo africano e da união afrodescendente para o fortalecimento do legado cultural da África. A atividade, promovida em parceria da UNEB com a Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade (Sepromi), integrou agenda da estadista no Brasil.

“Estamos convocando todos os descendentes africanos a contribuir e ajudar na reconstrução da Libéria e da família África. Agradeço os esforços daqueles que aqui desenvolvem políticas de proteção e capacitação dos afrodescendentes, saudando-os como bons cidadãos brasileiros”, afirmou a presidente da República da Libéria.

O reitor Lourisvaldo Valentim agradeceu a visita de Johnson-Sirleaf e destacou que a “honraria da presença da presidenta certamente irá trazer promissora parceria na área da educação com o país africano”. O reitor lembrou ainda que a liderança da universidade no oferecimento de cotas para negros e nas diversas ações de inclusão sociorraciais devem também beneficiar o povo liberiano.

“A visita pessoal da chefe de estado à UNEB torna mais fácil as conversações para que possamos oferecer cursos de capacitação e qualificação e realizar intercâmbio de professores e estudantes com as universidades desse país africano”, observou o reitor.

De acordo com a vice-reitora Amélia Maraux, a estadista traz à UNEB uma nova oportunidade para “as discussões sobre a equidade dos espaços de poder no Brasil e sobre o fortalecimento da luta feminista na Bahia”.

Além do reitor Valentim e da vice-reitora Amélia, anfitriãos do encontro, e da presidenta da Libéria, a mesa de abertura da palestra foi composta pela secretária da Sepromi, Luiza Bairros, pela presidente do Conselho Estadual de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), Wilma Reis, e pela etnolinguista e professora do Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagens (PPGEL) da UNEB, Yeda Pessoa.

Também prestigiaram o evento os pró-reitores de Extensão (Proex), Adriana Marmori, e de Assistência Estudantil (Praes) da UNEB, Paulo Gonçalves, o diretor do MC&T, Jorge Teixeira, uma comitiva com ministros do governo liberiano, além de lideranças negras e religiosas e representantes de movimentos sociais e da comunidade acadêmica.

Nova família África
Defensora das nações africanas e da proteção e valorização da diversidade das expressões culturais e linguísticas do mundo negro, a estadista liberiana encontrou na UNEB um ambiente apropriado para expor sobre o potencial do povo afrodescendente brasileiro.

Jonhson-Sirleaf destacou o Brasil como um dos futuros líderes no cenário econômico e político internacional, legado que, conforme a estadista, foi conquistado “com o trabalho de milhões de africanos que foram escravos aqui neste país”.

A presidenta disse que sua missão agora é unir as forças internas (nações africanas) e externas (afrodescendentes em todo o mundo), "abrindo a porta do país para todos os irmãos espalhados pelo mundo".

Luiza Bairros endossou as palavras da estadista, ressaltando a necessidade de reforçar os laços com o Brasil para “promover e fortalecer a existência do povo africano através do desenvolvimento da nação liberiana”.

Ao final do encontro, Ellen Johnson-Sirleaf recebeu uma lembrança da UNEB, entregue pelo estudante do curso de Letras Vernáculas da instituição, o angolano Imissa Gómez, que integra um programa de intercâmbio da universidade.

Embora Johnson-Sirleaf já tenha visitado a Bahia há cerca de 30 anos, essa é sua primeira visita como presidente da República ao país e ao estado, onde teve encontros com autoridades do governo estadual e do município e com empresários. Seu mandato teve início em 2006 e se estenderá até 2011.

Na foto, Amélia Maraux, Luiza Bairros, Ellen Johnson-Sirleaf e Lourisvaldo Valentim, durante abertura da palestra realizada no MC&T.



[Texto e foto: Ascom/UNEB] vs/ma

http://www.uneb.br/exibe_noticia.jsp?pubid=4645

Os desafios da próxima Cúpula da Terra

Os desafios da próxima Cúpula da Terra
Dom, 25/Abr/2010 00:00 Sustentabilidade
A Cúpula da Terra de 2012, a ser realizada no Brasil, deverá enfrentar vários desafios ambientais e sociais, segundo o economista e sociólogo Ignacy Sachs, professor emérito da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (França). Para ele, a recente reunião de Copenhague mostrou que "devemos buscar novas formas de articulação das políticas nacionais e, nesse contexto, convém examinar o papel de planos nacionais de longo prazo construídos a partir dos conceitos de pegada ecológica e de trabalho decente".

Esses desafios serão discutidos por Sachs na conferência "Rumo à Cúpula da Terra 2012", no dia 29 de abril, às 14h, na Sala da Congregação da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP. O debatedor será Wagner Costa Ribeiro, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (Procam) e do IEA. Pedro Jacobi, da Faculdade de Educação e do Procam, coordenará o evento.

Na opinião de Sachs, a Agenda 21 elaborada na Rio-92 (Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento) se chocou com a contrarreforma neoliberal, que estava em seu auge depois da queda do Muro de Berlim. Ele considera que a recente crise econômica "mostrou a improcedência do mito dos mercados que se autorregulam". Em razão disso, os países emergentes "estarão numa posição mais favorável para propor uma transição ordenada para a economia de baixo carbono baseada na cooperação entre países desenvolvimentistas".

LOCAL: Sala da Congregação da FEA-USP,
Av. Prof. Luciano Gualberto, 908, Cidade Universitária, São Paulo.

WEB: transmissão ao vivo em www.iptv.usp.br.
INFORMAÇÕES: com Inês Iwashita ( ineshita@usp.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ), tel. (11) 3091-1685.


Programação

ABRIL

• Dia 29, 14h
RUMO À CÚPULA DA TERRA 2012
Conferencista: Ignacy Sachs (Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, França)
Debatedor: Wagner Costa Ribeiro (IEA, FFLCH e Procam)
Coordenador: Pedro Jacobi (FE e Procam)
Local: Sala da Congregação da FEA-USP, Av. Prof. Luciano Gualberto, 908, Cidade Universitária, São Paulo
Web: transmissão ao vivo em www.iptv.usp.br
Informações: com Inês Iwashita ( ineshita@usp.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ), tel. (11) 3091-1685

MAIO

• Dia 3, 19h
EVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA E DIREITO ANIMAL
Debatedores: Sidarta Ribeiro (UFRN e IINN-ELS) e César Ades (diretor do IEA)
Mediador: Rubens Naves ("[em]Revista")
Local: Teatro Eva Herz, Livraria Cultura do Conjunto Nacional, Av. Paulista, 2.073, São Paulo
Informações e inscrições: lms@rnaves.com.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ou telefone (11) 3179-0108

• Dia 4, 14h
A IMPORTÂNCIA DA PREOCUPAÇÃO ECOLÓGICA PARA UMA TRANSMUTAÇÃO NA FORMA DE ESTAR NO MUNDO
Conferencista: Sandrine Lage
Coordenador: Renato Janine Ribeiro (FFLCH e IEA)
Local: Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA (mapa)
Informações: com Inês Iwashita ( ineshita@usp.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ), tel. (11) 3091-1685

• Dia 11, 11h
REDES SOCIAIS E POBREZA EM SALVADOR E SÃO PAULO
Expositor: Eduardo Marques (FFLCH-USP)
Local: Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA (mapa)
Informações: com Inês Iwashita ( ineshita@usp.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ), tel. (11) 3091-1685

OUTUBRO

• Dias 25 a 27
CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DA REDE WATERLAT — TENSÃO ENTRE JUSTIÇA AMBIENTAL E JUSTIÇA SOCIAL NA AMÉRICA LATINA: O CASO DA GESTÃO DA ÁGUA
Local: Memorial da América Latina, São Paulo, SP
Informações: www.waterlat.org, waterlat@ncl.ac.uk Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
Evento sujeito a inscrição e taxa de participação



IGNACY SACHS é professor emérito da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (França) e diretor honorário do Centro de Pesquisas sobre o Brasil Contemporâneo da mesma instituição. Alguns dos seus livros são “Rumo à Ecossocioeconomia — Teoria e Prática do Desenvolvimento (2007), "Extrativismo na Amazônia Brasileira: Perspectivas sobre o Desenvolvimento Regional" (1994) e "Estratégias de Transição para o Século 21: Desenvolvimento e Meio Ambiente" (1993).

http://www.portaldomeioambiente.org.br/sustentabilidade/3883-os-desafios-da-proxima-cupula-da-terra.html

sábado, 24 de abril de 2010

Informe do Dia: Igreja ataca plano

Informe do Dia: Igreja ataca plano
POR FERNANDO MOLICA

Rio - Documento da Pastoral de Católicos na Política com duras críticas ao Programa Nacional de Direitos Humanos divide políticos ligados à Igreja. A nota diz que o PNDH é autoritário e enquadra os direitos humanos “num projeto ideológico, intolerante, que fez retroceder o país aos tempos de ditadura”. A Pastoral é ligada à Arquidiocese do Rio e às dioceses do Estado.

Dom Filippo Santoro, bispo de Petrópolis e líder da Pastoral, enviou a nota para vários políticos. Eles têm até hoje para se manifestar sobre o texto; o silêncio será considerado uma forma de aprovação.

Radical-socialista

A nota, prevista para ser lida amanhã na Arquidiocese, diz que o PNDH é “uma cartilha de estilo radical-socialista que está sendo implantada na Venezuela, no Equador e na Bolívia e que tem em Cuba o seu ponto de referência”.

Pontos criticados

O documento condena propostas como legalização do aborto, união civil entre homossexuais e proibição de símbolos religiosos em prédios públicos. Afirma que o PNDH quer controlar a imprensa.

Foco em Brasília

Assessor especial de Sérgio Cabral e membro da Pastoral, Luiz Carlos Pugialli elogiou a nota em e-mail para Dom Fillipo. Sugeriu apenas que o documento deixe claro que o programa é do governo federal e não do governo estadual.

Defesa de Cabral

No e-mail, Pugialli ainda defende Cabral: o Instituto Juventude pela Vida, formado por católicos leigos, critica o governador por ele ter admitido o direito de interrupção de gravidez indesejada.

Petistas irritados com a nota

A nota desagradou alguns políticos ligados à Pastoral, principalmente os do PT, que tentam negociar mudanças com Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio. Apesar de criticar o PNDH, o deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB) enviou para Dom Filippo sugestões de alterações no texto.


Leia a íntegra do documento contra o Programa Nacional de Direitos Humanos proposto pela Pastoral de Católicos na Política da Arquidiocese do Rio e do Leste 1

NOTA

A Pastoral de Católicos na Política da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e do Leste 1 se manifesta por meio desta Nota sobre a proposta de implementação do Programa Nacional de Direitos Humanos 3 proposta pelo Governo.

1. O Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) suscita graves preocupações não apenas pela questão do aborto, do casamento de homossexuais, das adoções de crianças por casais do mesmo sexo, pela proibição de símbolos religiosos nos lugares públicos, pela transformação do ensino religioso em história das religiões, pelo controle da imprensa, a lei da anistia, etc, mas, sobretudo, por uma visão reduzida da pessoa humana. A questão em jogo é principalmente antropológica: que tipo de pessoa e de sociedade é proposto para o nosso país.

2. No programa se apresenta uma antropologia reduzida que sufoca o horizonte da vida humana limitando-o ao puro campo social. Dimensões essenciais são negadas ou ignoradas: como a dignidade transcendente da pessoa humana e a sua liberdade; o valor da vida, da família e o significado pleno da educação e da convivência. A pessoa e os grupos sociais são vistos como uma engrenagem do Estado e totalmente dependentes de sua ideologia.

3. Os aspectos positivos, que também existem, e que constituíram grandes batalhas da CNBB e de outras importantes organizações da sociedade civil, são englobados dentro de um sistema ideológico que não respeita a concepção de vida humana da grande maioria do povo brasileiro. Por isso, são de grande valia os pronunciamentos de tantos setores da sociedade, que mostraram profunda preocupação com as consequências da aplicação desse Programa.

4. Nesta 3ª edição do PNDH, estamos diante de uma cartilha de estilo radical-socialista, que esta sendo implantada na Venezuela, no Equador e na Bolívia, e que tem em Cuba o seu ponto de referência.

5. Trata-se de um projeto reduzido de humanidade destinado a mudar profundamente a nossa sociedade.

6. Vida, família, educação, liberdade de consciência, de religião e de culto não podem ser definidos pelo poder do Estado ou de uma minoria. O Estado reconhece e estrutura estes valores que dizem respeito à dignidade última da pessoa humana, que é relação com o infinito e que nunca pode ser usada como meio, mas é um fim em si mesma. A fonte dos direitos humanos é a pessoa e não o Estado e os poderes públicos.

7. O programa do Governo é um claro ato de autoritarismo que enquadra os direitos humanos num projeto ideológico, intolerante, que fez retroceder o país aos tempos de ditadura.

8. Diante desse instrumento de radicalização, somos todos interpelados face às ameaças que dele derivam à eficácia de valores vitais, como os da vida, da família, da pessoa, do trabalho, da liberdade e da Justiça.

9. Os membros da Pastoral de Católicos na Política da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e do Leste 1, posicionam-se fortemente contra tal programa e desejam ver bem discutidas estas propostas de modo a transformá-las, de ameaça que são, em um esforço útil a todo o Povo Brasileiro.

http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2010/4/informe_do_dia_igreja_ataca_plano_76800.html

'O voto é como espada de São Jorge contra maus políticos'

'O voto é como espada de São Jorge contra maus políticos'
Padre de Quintino alerta devotos para agir com rigor na hora de escolher seus candidatos. Mais de 300 mil fiéis lotaram as principais paróquias dedicadas ao santo no Rio
POR FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - Milhares de devotos de São Jorge renderam homenagens ontem ao Santo Guerreiro em várias comunidades, sobretudo no Centro e em Quintino, na Zona Norte. Só nessas duas paróquias, mais de 300 mil pessoas assistiram a missas e participaram de procissões. Em Quintino, na primeira celebração, o pároco Marcelino Modelski alertou os fiéis a usar as urnas para extirpar os maus políticos. O sacerdote afirmou que “o voto é como a espada de São Jorge”.


D. Orani celebrou a missa das 10h em Quintino: pela primeira vez um arcebispo prestigiou a Festa de São Jorge | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia“Devemos usar o voto como a espada de São Jorge para fazer uma faxina, eliminando maus políticos”, recomendou Modelski, que há 2 anos denunciou a interferência de milicianos na Festa de São Jorge. Após a missa das 10h, celebrada pelo arcebispo Dom Orani João Tempesta, o padre criticou o poder público, que não dá segurança a moradores dominados por paramilitares: “Não é só com a milícia (que as comunidades sofrem), mas também com a malícia do poder público, que não garante proteção e uma vida digna para todos”.

Pelo menos 150 homens do 9º BPM (Rocha Miranda), da Guarda Municipal e agentes da Secretaria de Ordem Pública reforçaram a segurança em Quintino. Dom Orani endossou as críticas de Modelski: “O voto realmente é a arma que o povo tem para escolher bem seus candidatos. Ele pode servir como espada para impedir, por exemplo, o avanço da fome, da miséria, dos deslizamentos de terra”, afirmou o arcebispo, que acompanhou as homenagens ao Santo Guerreiro em cinco paróquias. Dom Orani participou de missas, se misturou aos fiéis, acompanhou uma motociata e assistiu a uma peça de teatro na Paróquia da Ressurreição, em Ipanema. Foi a primeira vez que um arcebispo do Rio prestigiou a Festa de São Jorge.

No Centro, mais 160 mil fiéis foram à Igreja de Irmandade de São Gonçalo Garcia e São Jorge, na Praça da República. Um dos fiéis na missa das 5h era o cantor e compositor Jorge Ben Jor: “Eu venho aqui desde os 5 anos de idade. São Jorge é meu guia e protetor”.

>>> FOTOGALERIA: Fiéis celebram o dia do santo guerreiro

Demonstrações de fé e gratidão sem limites

Seja para agradecer graças alcançadas ou pedir bênçãos, socorro para curas ou soluções de problemas, devotos de São Jorge deram demonstrações de fé por toda a cidade. A modelo Kettilyn Andrade, 30, e o marido, o policial civil Marcelo Rocha, 38, foram a Quintino agradecer por suas vidas.

“Cortei o pulso direito num acidente e cheguei ao hospital com 5% de chance de vida. São Jorge me salvou”, acredita Kettilyn. Já Marcelo sobreviveu a uma tentativa de assalto no bairro da Lapa, em que foi alvejado com cinco tiros, um no pulmão e outro a poucos centímetros do coração. “Não fosse São Jorge, não estaria aqui hoje (ontem)”, afirma.

Chorando muito, Valquíria Gonçalves Simões, 67, foi pedir ao Santo Guerreiro que a livre de um provável câncer no intestino. “O resultado de exames sairá em maio. Só São Jorge pode me salvar!”, desabafou.

Já o bancário Marcelo Maia, 33, levou uma imagem de São Jorge de 10 quilos para Dom Orani João Tempesta benzer. “Tudo de bom que tem acontecido na minha vida e na da minha família, devo ao meu Santo Guerreiro”, assegurou.

Maratona do arcebispo do Rio começou às 3h30

Bem-humorado, o arcebispo Dom Orani João Tempesta surpreendeu os fiéis ao percorrer cinco comunidades, no Centro, Quintino, Arpoador, Copacabana e Santa Cruz. Sorridente, distribuiu abraços, tirou fotos com fiéis e dispensou o carro em vários momentos.

“Quando assumi a Arquidiocese (em fevereiro de 2009), disse que faria exatamente isso. Quero conhecer as pessoas, saber onde elas estão, dialogar”, afirmou Tempesta, que saiu de casa às 3h30 para celebrar a missa das 5h na paróquia do Centro e só retornou à noite.
http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2010/4/o_voto_e_como_espada_de_sao_jorge_contra_maus_politicos_76963.html

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Rainha do Carnaval denuncia que sofreu racismo ao sair de clube

20/04/10, 11:01
Rainha do Carnaval denuncia que sofreu racismo ao sair de clube
Juliana Santos foi ofendida durante um aniversário de família, no último sábado e denunciou na Delegacia das Minorias.

A rainha do Carnaval 2010 de Teresina, Juliana Márcia dos Santos, registrou queixa na Delegacia das Minorias após sofrer discriminação racial ao sair de uma festa no Clube do Servidor, no bairro Matadouro.

Juliana conta que, no último sábado, às 17h30, saindo da festa, Juliana foi chamada de “Negra Sabacu” por um rapaz. Numa segunda oportunidade, ele teria lhe chamado de “rapariga”.




A rainha, que também é professora de dança da Prefeitura de Teresina, contou que era festa de aniversário de um amigo de sua família no Clube do Servidor Municipal. A primeira ofensa ocorreu no momento em que ela saiu do clube para ir na farmácia ao lado. A segunda ofensa se deu no momento que ela voltava para o clube.





“O que me chateou não foi ele me chamar de negra. Meus amigos me chamam de negra de forma carinhosa. O que me deixou arrasada foi a falta de respeito, o preconceito”, declarou a professora.

Segundo Juliana, o agressor seria filho de uma amiga de sua mãe e, segundo ela, não tinha contato com ele.




A audiência acontece na próxima quinta-feira(22), às 10 horas.



Flash de Leilane Nunes
Redação Caroline Oliveira
redacao@cidadeverde.com

http://www.cidadeverde.com/rainha-do-carnaval-denuncia-que-sofreu-racismo-ao-sair-de-clube-56913

Congresso da ANPG cresce e elege primeira presidente negra

20 DE ABRIL DE 2010 - 12H06
Congresso da ANPG cresce e elege primeira presidente negra

Sob a chamada “A ciência não está de braços cruzados, e você?”, congresso da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) cresceu 300% e elegeu a primeira presidente negra da entidade.

Vitor Vogel

Momento em que o então presidente da ANPG, Hugo Valadares, apresentou Elisangela Lizardo como candidata à presidência da ANPG ao plenário
Enquanto o número de delegados e delegadas do último congresso da ANPG – realizado em julho de 2008 em Campinas (SP) – somou 130, o 22º Congresso Nacional de Pós-Graduandos, que ocorreu entre 15 e 18 de abril no Rio de Janeiro (RJ), contou com a participação de quase 600 pessoas, sendo 322 delegados e delegadas ao congresso e cerca de 100 expositores na mostra científica. Além destes, muitos estudantes participaram como observadores e as mesas somaram ao menos 15 palestrantes. 20 estados mais o Distrito Federal participaram do congresso.

Estes números revelam a força do congresso que aprovou a reformulação do Estatuto da entidade e elegeu uma nova diretoria, com 31 membros, dentre os quais a nova presidente da entidade, Elisangela Lizardo. A nova presidente é bióloga, formada pela Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) na cidade de Ituiutaba, mestranda em Educação na PUC-SP e ex-tesoureira da ANPG.

Foto: Vitor Vogel

Delegada da UFPR participa da votação no plenário lotado 300 por cento

Para o ex-presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Hugo Valadares, o crescimento da mobilização tem a ver com uma “maior inserção da ANPG nas universidades e também o crescimento de suas relações institucionais”. Na opinião de Hugo, esse processo ocorreu porque o momento político que vive o Brasil favoreceu uma atividade mais incisiva dos movimentos sociais brasileiros e a ANPG conseguiu aproveitar este momento para realizar atividades amplas, “como o 1º Salão Nacional de Divulgação Científica que realizamos em conjunto com outras entidades durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e a própria participação da ANPG nas reuniões anuais da SBPC, sempre buscando envolver estudantes de todos os níveis de ensino e dialogando com a comunidade científica nacional”.

Fotos: Vitor Vogel

Da esquerda para a direita: o presidente da Ubes, Yann Evannovick, o presidente do CNPq, Carlos Aragão e o então presidente da ANPG, Hugo Valadares. Na foto à direita, o representante do MCT, Ildeu de Castro. Além dos presidentes da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Carlos Aragão, também participou do congresso no Rio de Janeiro e nomes como o professor Ildeu de Castro, do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Os presidentes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) também figuraram nas mesas de debate, completando o rico rol de convidados.

A 3ª Mostra Científica da ANPG, que ocorreu durante o congresso, teve 120 trabalhos selecionados, de universidades de todo o país e das diversas áreas de conhecimento. Cerca de 100 deles foram expostos nas 9 salas reservadas para a mostra.

Para a representante da Associação de Pós-Graduandos (APG) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Fernanda Bustamante, a plenária final refletiu que o debate feito hoje na ANPG "é ao mesmo tempo relevante e tem a ver com as pautas que interessam mais diretamente ao pós-graduando". A delegação da UFLA reuniu 22 pós-graduandos e pós-graduandas no congresso.

Foto: Vitor Vogel

Elisangela é a primeira presidente negra da ANPG Nova gestão

O tema do congresso foi “Avançar na pós-graduação para transformar o Brasil” e, segundo a nova presidente eleita da ANPG, Elisangela Lizardo, a nova gestão deve refletir exatamente isso: “’tivemos muitos avanços, significativo crescimento mas é preciso ainda mais. Temos o desafio de atingir as metas do PNPG, na quantidade de vagas de pós-graduação e valores de bolsas. É preciso também nos preocuparmos com a absorção destes novos mestres e doutores no mercado de trabalho".

Não contente em pautar as bandeiras mais relacionadas ao cotidiano acadêmico, Elisangela pautou também as bandeiras da ANPG para o desenvolvimento do país: "A próxima gestão tem como desafio central conquistar os tão reivindicados direitos dos pós graduandos, listados e reivindicados a cada congresso. E para que haja de fato mais investimentos, nos somamos às outras entidades estudantis na reivindicação de 50% das verbas do pré-sal para educação, que inclui a pesquisa científica.”

Em breve serão publicadas as resoluções aprovadas no 22º Congresso Nacional de Pós-Graduandos. Além das reoluções que tratam das bandeiras gerais e específicas dos estudantes de pós-graduação brasileiros, o congresso aprovou ainda uma moção de apelo pela reforma da Lei de Direitos Autorais (9610/98) e uma moção de solidariedade ao Iuperj (documentos disponíveis ao fim da matéria).

Foto: Vitor Vogel

Hugo emocionou-se ao apresentar a candidata Elisangela O agora ex-presidente da ANPG, Hugo Valadares, emocionou-se ao passar a palavra para Elisangela ao apresentá-la como candidata. Ele parabenizou o conjunto dos diretores pelo sucesso da gestão e chamou à frente do plenário a então tesoureira da entidade, Elisangela Lizardo, utilizando adjetivos como “guerreira” e “forte”. Hugo também valorizou o fato de ser uma mulher negra a assumir a presidência da entidade dos pós-graduandos brasileiros.

De São Paulo, Luana Bonone

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=8&id_noticia=127953

São João Del Rei sedia assembleia nacional de religiosos negros

São João Del Rei sedia assembleia nacional de religiosos negros

DA REDAÇÃO - Editoria Religião - 22/04/10 - 07h51

São João Del Rei sedia entre os dias 26 a 30 de julho, a 22ª Assembleia Nacional do Instituto Mariama (IMA), associação que congrega bispos, padres e diáconos negros do Brasil. Segundo o presidente do Instituto Mariama, Pe. Guanair da Silva Santos serão abordados os temas “Arte afrobrasileira na arte sacra a partir de Minas Gerais” e sobre os reflexos do “Ano Sacerdotal para o Presbítero Negro na Igreja do Brasil”, além da vocação e a realidade da juventude.

Participarão do encontro bispos, padres e diáconos negros do Brasil e todas as pessoas comprometidas com a causa da vida e do negro brasileiro. 'Esperamos que a assembleia seja um evento fraterno. É um encontro aberto onde trabalharemos a formação permanente do clero. Crescer na espiritualidade, na missão presbiteral, trabalhar a fim de que os padres sejam homens consagrados no serviço a Deus, homens comprometidos com a transformação da realidade a partir do anúncio do Evangelho que nos impulsiona a estar com os olhos abertos à realidade da comunidade negra no Brasil. Esses são os maiores objetivos do evento', frisou Pe. Guanair.

Fonte: Rádio Vaticano Online
http://www.barbacenaonline.com.br/noticias.php?c=3133&inf=3

Suposto informativo de alunos da USP incita universitários a jogar fezes em gays

23/04/2010 - 21h49
Suposto informativo de alunos da USP incita universitários a jogar fezes em gays
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da Reportagem Local

Um informativo atribuído aos alunos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (Universidade de São Paulo) causou polêmica ao incitar a homofobia na universidade. Uma edição do periódico "O Parasita", cujos autores assinam com pseudônimos, desafia: "jogue merda em um viado".

Preconceito atinge 87% da comunidade escolar, diz pesquisa

De acordo com o texto, a faculdade "vem sendo palco de cenas totalmente inadmissíveis". Após citar episódios de beijos e troca de carícias entre alunos homossexuais, os autores afirmam que "se as coisas continuarem assim, nossa faculdade vai virar uma ECA [Escola de Comunicação e Artes da USP]".

O prêmio para quem cumprir o desafio é "um convite de luxo para a Festa Brega 2010".

Em 2008, um casal homossexual foi agredido após se beijar em cima do palco de uma festa do curso de veterinária. A dupla registrou queixa por constrangimento ilegal e lesão corporal e um inquérito foi aberto. Um "beijaço" gay foi realizado dias depois, no mesmo local onde ocorreu a agressão, como forma de protesto.

Outro lado

Em nota, a direção da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP diz que "não tem conhecimento nem apoia essa publicação, inclusive desconhece os seus autores". A direção afirma ainda que "tomará as medidas jurídicas cabíveis para reprimir este tipo de publicação".

Obama: povo americano merece 'reforma migratória integral'

Obama: povo americano merece 'reforma migratória integral'

Agência AFP


WASHINGTON - O presidente Barack Obama declarou nesta sexta-feira que o povo americano merece "uma reforma migratória integral", que permita resolver a situação de 11 milhões de imigrantes ilegais nos Estados Unidos.

O presidente anunciou ainda que determinou uma investigação sobre a lei contra imigração aprovada pelo Congresso do Arizona (sancionada posteriormente).

"O povo americano pede e merece uma solução, merece uma reforma migratória integral, baseada nos princípios de responsabilidade e prestação de contas", declarou Obama nos jardins da Casa Branca, durante cerimônia de naturalização de estrangeiros que servem nas Forças Armadas.

Sem esta solução, abrimos a porta para a "irresponsabilidade de outros". "Isto inclui, por exemplo, os recentes esforços no Arizona, que ameaçam colocar em risco noções básicas de justiça que tanto apreciamos".

"Dei instruções a membros do meu governo para que vigiem de perto a situação e examinem as implicações para os direitos civis desta legislação".

Obama fez as declarações antes de a lei ser sancionada pela governadora do Arizona, Jan Brewer, criminalizando os imigrantes ilegais.

Com a decisão da republicana Jan Brewer, o Arizona, que faz fronteira com o México, adota a legislação mais severa sobre este tema nos Estados Unidos.

Conhecida como lei 1070, a medida permitirá à polícia local interpelar pessoas sobre seu estatuto migratório com base em "suspeitas razoáveis".

Obama fez da reforma migratória uma das promessas de seu governo, e convidou recentemente os republicanos a unir esforços para se chegar a um projeto comum.

"Tenho a esperança de que (os republicanos) se unirão aos democratas para que possamos obter os progressos que os americanos merecem".

"Durante anos, muitos tentaram enfrentar este desafio, mas as paixões são grandes e os desacordos, amplos". "Mas estou certo de que todos concordam em que quando 11 milhões de pessoas vivem aqui ilegalmente, isto é inaceitável".

A reforma migratória fracassou em duas ocasiões: em 2006 e 2007 no Congresso americano, onde o Partido Democrata era maioria na ocasião.


19:37 - 23/04/2010

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2010/04/23/e23047051.asp