O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou nesta quinta-feira o decreto que ordena o fechamento do centro de detenção de Guantánamo e proíbe os abusos durante interrogatórios, exigindo respeito à Convenção de Genebra."O centro de detenção de Guantánamo objeto desta ordem será fechado o mais rápido possível e, no mais tardar, no prazo de um ano a partir da data da ordem", diz um rascunho da ordem executiva, divulgado anteriormente no site da associação American Civil Liberties Union (ACLU) e confirmado pela fonte da Casa Branca.O presidente havia se comprometido a fechar o polêmico campo de detenção durante a campanha eleitoral. Este será o segundo dia de trabalho de Obama, agora respaldado em política externa por Hillary Clinton, que teve a nomeação como secretária de Estado ratificada pelo Senado.A prioridade da ex-primeira-dama será a situação no Oriente Médio, tema que já foi tema na quarta-feira de uma série de conversas telefônicas entre Obama e governantes da região.O almirante aposentado Dennis Blair, designado pelo presidente Obama para comandar a Direção da Inteligência americana (DNI), também qualificou hoje a tortura de "ilegal, imoral e ineficiente", durante uma audiência diante da Comissão de Inteligência do Senado.Blair assumiu o compromisso de "não apoiar atividades de vigilância realizadas sem autorização legal".HistóricoA prisão de Guantánamo foi aberta em 2002, como parte da "guerra contra o terrorismo" iniciada pelo governo de George W. Bush depois dos atentados de Nova York e Washington.Os tribunais de exceção foram criados em 2006 e atualmente são responsáveis por 21 casos, 14 deles já atribuídos a um juiz, em um total de 245 detentos, de acordo com dados do Pentágono.Em nome da guerra contra o terrorismo, a Agência Central de Inteligência americana (CIA), vinculada à DNI, admitiu ter recorrido a práticas geralmente consideradas como tortura.Os serviços de inteligência americanos também foram criticados por terem instalado um controvertido programa de grampos sem mandato judicial.Onda de otimismoOs americanos foram tomados por uma onda de esperança e de otimismo após a posse de Obama: 62% se disseram "cheios de esperança" para os quatro próximos anos, contra apenas 11% que se definiram como pessimistas, segundo pesquisa USA Today/Gallup publicada hoje. Há quatro anos, após a reeleição de George W. Bush, somente 43% dos americanos estavam otimistas, contra 25% de pessimistas.A pesquisa aponta ainda que seis em cada dez americanos assistiram à cerimônmia de posse ao vivo na televisão, contra apenas 50% em 2005. Mais de 45% (46%) qualificaram o discurso de posse de Obama de "excelente", e 25% o consideraram "bom".Entre os democratas, 91% se disseram "cheios de esperança" e somente 1% expressaram pessimismo. Até mesmo entre os republicanos, os otimistas são maioria, com 31% contra 27%. A pesquisa foi realizada com 1.012 adultos no dia da posse, terça-feira, com uma margem de erro de mais ou menos 3 pontos.
22/01/2009 - 14h18
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