segunda-feira, 25 de julho de 2011

Lei de Cotas para deficientes completa 20 anos e divide especialistas.

Lei de Cotas para deficientes completa 20 anos e divide especialistas.

  A Lei de Cotas (Lei 8.213/1991), que completa 20 anos neste domingo (24/07), divide a opinião dos especialistas ouvidos pelo Última Instância. Enquanto alguns celebram o fato de que a lei garante a presença de pessoas com deficiência no mercado, outros dizem que a norma exclui tais pessoas do ambiente de trabalho. Todos, entretanto, são unânimes ao afirmar que a visão da sociedade em relação às pessoas com deficiência precisa mudar.

A norma estabelece o número de profissionais portadores de deficiência ou em reabilitação no quadro das empresas, de acordo com a quantidade de funcionários que possui. Entretanto, para Maria Lúcia Benhame, advogada especializada em Direito Trabalhista, mesmo com duas décadas de vigência, a lei não melhorou o panorama de trabalho destes profissionais.

"O cenário hoje é pior do que em 1990, pois inclui menos pessoas no mercado do trabalho e as deixa à margem da sociedade. Algumas pessoas às vezes não entram na Lei de Cotas, mas não são aprovadas num exame médico admissional", afirmou, em entrevista a Última Instância.

Para Maria Lúcia, um decreto de 2005 que alterou a Lei de Cotas é um dos principais responsáveis pelo atual cenário que, segundo ela, limita a inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

"Ficou uma definição mais drástica. As pessoas com deficiência que antes eram inseridos na década de 1990, a partir de 2005, não seriam inseridos mais. Passou-se a inserir apenas aqueles que antes já eram considerados completamente incapacitados e, dessa forma, recebiam o auxílio do Governo", completou.

A opinião da advogada é crítica em relação ao cenário atual da legislação para pessoas com deficiência ou profissionais em reabilitação. Quem discorda, entretanto, afirma que a Lei de Cotas garante a participação destes profissionais no mercado de trabalho e permite que a sociedade passe a vê-los de outra forma. Segundo informações do último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 14,5% da população brasileira possui algum tipo de deficiência.

"Hoje o que acontece é que existe uma demanda muito grande para as contratações. Logicamente existem problemas. Nem todas as empresas cumprem e nem todas as pessoas com deficiência abrem mão de seus benefícios para entrar no mercado de trabalho. Mas a lei funciona sim, ela tem um significado muito importante", avalia Edson Defendi, coordenador de empregabilidade e projetos especiais da Fundação Dorina Nowill para Cegos.

A Fundação Dorina Nowill para Cegos é uma das instituições que buscam preparar as pessoas com alguma deficiência física para ingressar no mercado de trabalho. Segundo Defendi, é falsa a ideia de que há uma falta de profissionais qualificados para atender à Lei das Cotas.

"Isso (falta de profissionais) é um problema geral. O Brasil está num crescimento econômico e tem vagas que não são preenchidas porque não há pessoas capacitadas. Hoje há mecanismos para capacitar essas pessoas com deficiência. Até mesmo as empresas estão desenvolvendo esses cursos", completou.

A Lei das Cotas determina que o número de pessoas com deficiência no quadro de empregados irá variar de acordo com o número de funcionários da empresa. A cota foi fixada em 2% para quem tem entre 100 e 200 funcionários, 3% para 201 a 500 funcionários, 4% para aqueles que possuem entre 501 e 1000 e 5% para as empresas cujo quadro supera os mil empregados.

De acordo com a advogada Simone Varanelli Lopes, especializada em Direito Trabalhista, a própria punição imposta a algumas empresas fez com que a questão fosse mais bem assimilada e cumprida pelo setor empresarial. Para ela, a demanda por profissionais com alguma deficiência tende a aumentar, já que as empresas precisam se adequar às cotas.

"As empresas tem cada vez mais buscado esses profissionais. Acho que elas, no geral, já sofreram algumas punições. As próprias punições que as outras empresas já sofreram foram divulgadas. Então, para evitar esse tipo de problema, as empresas têm buscado esses profissionais no mercado", concluiu.

Punição às empresas

Para Simone, um dos maiores desafios das empresas atualmente é preencher a cota reservada a elas. "O maior problema é a empresa conseguir mão de obra qualificada para conseguir respeitar a cota. Hoje você ainda tem muitas empresas autuadas. O maior problema nem é as empresas quererem burlar a lei e sim a dificuldade em conseguir profissionais com esse perfil no mercado de trabalho", analisou.

Os dados recém-divulgados pelo MPT-SP (Ministério Público do Trabalho do Estado de São Paulo) comprovam o aumento no número de denúncias em relação à Lei das Cotas. No primeiro semestre deste ano, o órgão registrou aumento de 83,3% nas denúncias em relação ao mesmo período de 2010. As reclamações dizem respeito às humilhações no ambiente de trabalho, além de empresas que não cumprem a cota exigida e profissionais que são dispensados logo após a cota ser cumprida. Para Maria Lúcia, no entanto, falta vontade política para se resolver a questão.

"Esse é um assunto que não se discute porque as pessoas têm medo de não ser politicamente corretas. O deficiente não é um 'coitadinho'. Ele é um ser humano, uma pessoa como outra qualquer. Com direitos, obrigações, defeitos e qualidades. É necessário discutir tudo isso. Não há vontade política para se resolver a questão", afirmou a advogada que seguiu sua crítica em relação ao cenário atual da lei.

"Há um quadro muito complexo. Nem todo deficiente é bonzinho e nem todo empresário é ruim. Tenho clientes que ouvem de trabalhadores com deficiência que faltam ou chegam atrasado algo como: ‘se você não está contente eu vou embora, mas cuidado com as cotas’.
Como também há empresas que ficam calculando quanto é a multa para não inserir nenhum deficiente. Há os dois lados. Há pessoas com deficiência que não querem ser inseridos, pois tem um trabalho informal onde ganham mais ou até pelo LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social), que tem um valor baixo, mas é garantido", explicou.

O benefício citado pela advogada é destinado às pessoas que não tem condições de trabalhar e não contribuíram com a previdência social. No valor de um salário mínimo, o benefício atende aqueles cuja renda per capita da família é igual ou inferior a um quarto do salário mínimo. Muitas vezes, o deficiente prefere a garantia do benefício ao invés de ingressar no mercado de trabalho. Caso seja admitido por alguma empresa, o deficiente para de receber o LOAS. No entanto, se for demitido, nunca mais poderá recebê-lo.

"Se inserido, o deficiente vai passar a angústia que todo trabalhador passa. Ou seja, se continuará empregado ou não, por exemplo. Ele será inserido na sociedade para o bem e para o mal. Essas questões são abordadas desde que a lei foi criada e agora, por conta do aniversário, volta à tona, mas nunca são discutidas", completou Maria Lúcia.

Mudança de tratamento

As avaliações da advogada Maria Lúcia e da Fundação diferem quanto ao desempenho da lei. No entanto, todos os entrevistados foram unânimes ao dizer que a sociedade precisa mudar o modo como trata e enxerga o deficiente no mercado de trabalho.

"As pessoas precisam compreender que o deficiente é uma pessoa como qualquer outra. O ingresso maior de pessoas com deficiência no mercado faz com que todas as outras percebam que ela é tão competente quanto às outras", avaliou Defendi. Para ele, ainda existe a ideia de que o deficiente é menos capaz do que os outros funcionários.

"Muitos ainda têm uma crença e uma ideia muito distorcida de que a pessoa com deficiência não é capaz, não pode produzir, que precisa ser tutelada no trabalho. Quando ela vai para um ambiente de trabalho que está preparado para acolhê-la e as pessoas entendem que ela é tão capaz quanto qualquer outra pessoa, cai por terra essa imagem do deficiente coitadinho, ou daquele superpoderoso que pode fazer tudo", complementa.

Ainda segundo o coordenador, o deficiente precisa ser encarado como os outros funcionários da empresa. "O deficiente é uma pessoa que está ingressando, tem expectativas, anseios e quer ser produtivo como qualquer outra pessoa", avaliou Defendi.

Para Maria Lúcia, a discussão sobre o assunto está atrasada e precisa evoluir o quanto antes. "O primeiro passo é você enxergar o deficiente como uma pessoa. Sem preconceito. Esse trabalho deveria ser feito desde a década de 1990, mas virou um jogo de empurra. O Governo joga para a empresa a obrigação de incluir, a empresa não consegue incluir porque não tem pessoas com capacitação", completou.


Fonte: Última Instância, por Thassio Borges, 25.07.2011

Lucy Ramos: "Ainda existe um pouco de preconceito sim"

Lucy Ramos: "Ainda existe um pouco de preconceito sim"

Vivendo sua primeira protagonista em "Cordel Encantado", a atriz abriu o jogo sobre a carreira e preconceito

Foto: TV Globo/Divulgação
Lucy Ramos
Lucy Ramos, 28 anos, que tem encantado o público com a sua primeira protagonista, Maria Cesária, de “Cordel Encantado”, já é velha conhecida das telinhas: desde 2004 passeia por várias produções da Globo, mas pela primeira vez encara um dos papeis do núcleo central de uma trama. Talentosa, Lucy fez com que sua personagem conquistasse o coração do público, que se apaixonou pela quituteira encantada do Reino de Seráfia.
Foto: TV Globo/DivulgaçãoAmpliar
Lucy Ramos como Maria Cesária
O papel, a princípio, não seria de Lucy, e sim deTaís Araújo, que se afastou da trama por conta da maternidade. Escolhida pelas autoras Duca Rachid e Thelma Guedes depois de uma série de testes com várias atrizes, Lucy diz sentir que o papel era para ser seu. "Em nenhum momento senti essa responsabilidade de substituir a Taís, não adianta ficar carregando esse peso...".
Desde sua primeira personagem na Globo, uma uma empregada doméstica em “Começar de Novo”, de 2004, até sua primeira protagonista, mais de sete anos se passaram. Vivendo o primeiro auge de sua carreira, Lucy revela que ela nunca sentiu preconceito, mas não descarta que ele exista nos bastidores.
“Eu nunca passei por nada nesse sentido. Em 'Sinhá Moça' por exemplo, que a minha personagem (Adelaide) iria se casar com um branco, não sabia se o pai iria aceitar, se o bebê iria nascer branco, o público torcia para que minha personagem desse certo. Agora com a Maria Cesária, que ela pode ficar com o rei, se tornar uma rainha, o público tem aceitado isso muito bem também”.
Apesar e se sentir sempre bem-recebida pelo público, Lucy diz que a situação muda um pouco nos bastidores das produções, dentro das próprias emissoras.
“A gente sabe que ainda existe um pouco de preconceito sim, e tem poucos personagens direcionados aos negros, mas graças a Deus isso nunca chegou até mim. Acredito que até tem atores, mas faltam oportunidades. Às vezes o ator é excelente, mas depende de uma oportunidade para mostrar, ou ele nem é tão bom, mas quanto mais ele trabalha, mais experiência vão adquirindo e melhorando, mas precisam dessa oportunidade”, opina. “Mas isso não é uma coisa que me move, não fico pensando nisso, como existe isso também com gordo, ruivo, japonês...".
Foto: Alex Carvalho/TV GloboAmpliar
Lucy em cena como Maria Cesária, beijando o Rei de Seráfia, Augusto, interpretado por Carmo Della Vecchia


A SUBSTITUTA
“Para mim está sendo incrível e isso está sendo refletido muito para quem está vendo a novela. Fiquei afastada um tempo depois de "Paraíso", e esse retorno, essa volta, estou fazendo com muito amor. Eu tenho trabalhado com muito prazer, com amor, e está sendo muito gostoso”.
Lucy Ramos passou por dois testes antes de ser chamada para fazer parte da trama. Ela só soube quando conseguiu o papel que iria substituir Taís Araújo. Apesar do peso e da responsabilidade, Lucy conta que isso não a intimidou em momento algum.
“No início eu não sabia que era para substituir a Taís, quando soube fiquei feliz, porque só pensei que se o papel era dela, então seria um personagem ótimo. Fiquei muito feliz de terem me dado a personagem, fico encantada cada vez que leio o roteito, assim como li pela primeira vez. Às vezes saio chateada da cena, quando acho que poderia ter feito melhor do que fiz”, revela a atriz, que diz ser "bem detalhista".
SONHO DE PROTAGONISTA
Foto: Divulgação/TV GloboAmpliar
Lucy Ramos e Carmo Dalla Vecchia
O sonho da maioria dos atores normalmente é chegar um dia a ser protagonista, mas com Lucy não é bem por ai. Ela diz que independente de estar no segundo elenco ou no principal, o que mais sente falta é participar assiduamente das gravações.
“A diferença de fazer uma protagonista é que a gente grava mais e eu gosto muito mais de estar aqui sempre, receber o roteiro, ter essa rotina... Essa que é a diferença de quando você tem um personagem com menos participação na trama. Já fiz personagens que não tiveram uma participação grande na trama, então passei muito tempo sem encontrar várias pessoas do elenco. Com a Maria Cesária está sendo diferente. Me sinto realizada de gravar com todo mudo, de estar ali com todos”.
Já sobre o sucesso da novela, que tem encantado o público, Lucy responsabiliza o clima nos bastidores pelo o ótimo trabalho realizado nas cenas. “Todo mundo do elenco são queridos e parceiros, presentes em tudo, quando tem uma cena legal, todos vem comentar... Por isso é o resultado da novela, esse sucesso todo


domingo, 24 de julho de 2011

Cornel West: Obama é marionete de Wall Street

Cornel West: Obama é marionete de Wall Street

Um dos principais filósofos estadunidenses, líder cristão de esquerda e presença decisiva na campanha, declarou Obama “marionete negra dos oligarcas de Wall Street e dos plutocratas capitalistas".

Por Idelber Avelar [24.05.2011 11h10]
A comunidade negra dos EUA está em polvorosa. Nos últimos dias, o presidente Barack Obama recebeu a mais violenta crítica de uma personalidade afro-americana desde o início de seu governo. Cornel West, um dos principais filósofos estadunidenses, líder cristão de esquerda e presença decisiva na campanha, perdeu as esperanças e declarou Obama “marionete negra dos oligarcas de Wall Street e dos plutocratas capitalistas, agora também cabeça da máquina americana de matar, e orgulhoso disso”. As declarações foram dadas a Chris Hedges, do siteTruthDig, e vêm repercutindo na imprensa.
“Eu pensei que talvez ele tivesse pelo menos alguns instintos progressistas populistas que poderiam se manifestar depois das políticas cautelosas que adotou no Senado, com Joe Liberman como mentor. Mas ficou bem claro quando vi a equipe econômica neoliberal. No primeiro anúncio, de Summers e Geithner, já fiquei furioso. Pensei 'meu Deus, eu realmente fui enganado num nível bem profundo'. Eu tinha a impressão de que ele pudesse trazer as vozes do irmão Joseph Stiglitz e do irmão Paul Krugman. Imaginei 'ok, dada a estrutura e os limites do procedimento capitalista democrático, provavelmente é o melhor ele vai conseguir fazer'. Mas pelo menos ele teria algumas vozes preocupadas com os trabalhadores, com a questão dos empregos, das demissões e dos bancos, alguma aparência de responsabilização democrática dos oligarcas de Wall Street e dos plutocratas capitalistas que estão deitando e rolando, enlouquecidos. Eu estava completamente errado”. 
“Você imagina se Barack Obama tivesse assumido o poder e deliberadamente educado e ensinado o povo americano sobre a natureza da catástrofe financeira e da cobiça que estava acontecendo? Se ele tivesse nos dito que tipo de mecanismos de responsabilização precisavam ser estabelecidos, se ele tivesse priorizado o socorro aos proprietários das casas ao invés dos bancos de investimento, e tivesse se lançado à criação massiva de empregos, ele teria decepado o populismo de direita da turma do Tea Party. Essa turma está correta quando diz que o governo é corrupto. Os grandes negócios e bancos sequestraram nosso governo e o corromperam de forma profunda. Eu não acho que eu poderia, em boa consciência, pedir a alguém que votasse em Obama.”
O ataque de Cornel West também incluiu uma série de outros elementos, mais pessoais, e por estes ele foi bastante criticado. Eles valem a pena serem lidos, não pela mágoa, mas porque são um indício de como andam as relações de Obama com West e com uma série de lideranças da comunidade negra, das quais ele parece fazer questão de manter distância: “eu costumava ligar para o meu querido irmão [Obama] a cada duas semanas. Eu rezava uma oração no telefone para ele, especialmente antes de um debate. Ele nunca me ligava de volta. Quando me encontrei com ele na Assembleia Legislativa da Carolina do Sul, durante a campanha, ele foi bastante gentil. A primeira coisa que me disse foi 'irmão West, me sinto mal de não ter telefonado. Você tem me ligado tanto, me dado tanto amor, carinho', e não sei mais o quê. Eu disse: 'sei que você anda ocupado'. Mas um mês e meio depois, me encontro com as outras pessoas da campanha, e ele telefona para elas o tempo todo. Pensei 'isso é meio estranho'. Ele não tem tempo, nem dois segundos para dizer 'obrigado', ou 'me alegro de que você esteja torcendo por mim e rezando por mim', mas está ligando para todas essas outras pessoas”.
A análise da personalidade de Obama feita por Cornel West, certa ou errada, é um testemunho das feridas raciais ainda tão nítidas nos EUA: “Eu acho que meu querido irmão Barack Obama tem um certo medo de homens negros livres. É compreensível. Ele se criou num contexto branco, com pai africano brilhante. Ele sempre teve que temer ser um homem branco em pele negra. Tudo o que ele conheceu, culturalmente, é branco. Quando ele encontra um irmão negro independente, isso lhe mete medo. Vale também para um irmão branco. Quando um irmão branco encontra um homem negro livre, independente, ele precisa ser maduro para realmente abraçar o que o irmão lhe está dizendo. Há uma tensão, dada a história. Ela pode ser superada. Obama, vindo da influência de Kansas, com avós brancos, amorosos, do Havaí e da Indonésia, quando ele encontra negros independentes que trazem uma história de escravidão, Jim Crow, Jane Crow e tudo mais, ele fica muito apreensivo. Ele sofre de um certo desenraizamento, de desarraigo.”
O veredito de West sobre os EUA pós-Obama não é nada alentador: “Talvez esta tenha sido a última chance dos EUA lutarem contra a cobiça dos oligarcas de Wall Street e dos plutocratas capitalistas, de gerarem alguma discussão séria sobre o interesse público e o bem comum, que é o que sustenta qualquer experimento democrático. Está indo embora todo o sumo democrático que temos. Mais e mais trabalhados abatidos. Cansados do mundo. Auto-medicados. Culpando-se uns aos outros. Tomando como bode expiatório os mais vulneráveis, ao invés de enfrentarem os mais poderosos. É uma resposta profundamente humana ao pânico e à catástrofe. Eu achava que Barack Obama poderia ter apontado uma saída. Mas ele não tem peito para isso.”



< Back to front pageText size  +

West: Obama 'a black mascot' and 'black puppet'

Posted by Glen Johnson May 17, 2011 04:33 PM
Cornel_West_608.jpg
John Bazemore/AP

Cornel West, shown speaking last year in Martin Luther King Jr.'s former church, labeled President Obama 'a black mascot' and 'black puppet' during an interview.


Cornel West, a Princeton University professor and leading black intellectual, is harshly criticizing President Obama, a candidate he once supported but now calls “a black mascot of Wall Street oligarchs and a black puppet of corporate plutocrats.”
West, a former Harvard University professor, said during an interview with the website Truthdig posted yesterday that the president has not been true to his race.
“I think my dear brother Barack Obama has a certain fear of free black men,” West said. “It’s understandable. As a young brother who grows up in a white context, brilliant African father, he’s always had to fear being a white man with black skin. All he has known culturally is white…When he meets an independent black brother, it is frightening.”
The White House did not have an immediate comment. West did not respond to messages left at his office.
Republicans have questioned Obama’s origins — to the point where he felt compelled to release his long-form birth certificate to prove he was born in Hawaii — but West also uses Obama’s past to draw into question the president’s racial bearings.
“Obama, coming out of Kansas influence, white, loving grandparents, coming out of Hawaii and Indonesia, when he meets these independent black folk who have a history of slavery, Jim Crow, Jane Crow and so on, he is very apprehensive,” West said. “He has a certain rootlessness, a deracination. It is understandable.”
West is a professor at Princeton's Center for African American Studies and is the author of "Race Matters." He was a professor at Harvard, but left in 2002 amid quarrels with then-president Lawrence Summers.
West also recounts personal slights — that his phone calls didn’t get returned, and that he couldn’t get a ticket with his mother and brother to the inauguration.
It is not the first time West has raised questions about Obama. Last year, during an interview with NPR, he said he wished the president were more “Martin Luther King-like.”
Matt Viser can be reached at maviser@globe.com. Follow him on Twitter @mviser.


http://www.boston.com/news/politics/politicalintelligence/2011/05/west_obama_a_bl.html

Reunião do Conselho de Ministros da CPLP é o destaque da semana

23-07-2011 14:52
Resenha política
Reunião do Conselho de Ministros da CPLP é o destaque da semana 

Angop
Reunião do Conselho de Ministros da CPLP
Reunião do Conselho de Ministros da CPLP

Luanda - A realização em Luanda da XVI reunião ordinária do Conselho de Ministros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) constituiu destaque no noticiário politico ao longo da semana que hoje finda.

Ao intervir na sessão de abertura do encontro, o ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, defendeu a necessidade do reforço das estruturas institucionais como fundamentais para que a Guiné Bissau possa gozar de um clima de paz, confiança e de estabilidade política e social.

Por este motivo, o ministro saudou, de modo particular, os estados membros que, numa acção solidária e fraterna, inscreveram acções concretas, de formação ou concertação político-diplomática para assistir à Guiné Bissau.


O Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) realçou a aprovação do novo Regimento do Fundo Especial da organização, permitindo a actualização do Fundo Especial face às novas realidades concretas da cooperação intra-CPLP e às exigências técnicas das acções financiadas entre os Estados membros para dar resposta ao desenvolvimento e crescente complexidade da cooperação intracomunitária.


Congratularam-se também com a realização das XXII e XXIII reuniões de Pontos Focais da Cooperação que permitiram a identificação e o acompanhamento de projectos multilaterais, visando a promoção do desenvolvimento e a erradicação da pobreza.

Defendeu uma persistente concertação política para a introdução do português como "língua de documentação" da Organização das Nações Unidas (ONU), através da publicação sistemática de diplomas da Assembleia-Geral.



Nesta senda o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, aproveitou  a oportunidade para efectuar uma visita de trabalho a Angola tendo  considerado de extrema importância o reforço da cooperação com o país africano. 

O diplomata português disse estar em Angola por ter querido que fosse a sua primeira visita bilateral na qualidade de ministro dos negócios estrangeiros português.


Outra questão que mereceu destaque foi o anúncio do Executivo angolano realizar no próximo dia 27, quarta-feira, uma Conferência de Imprensa de balanço referente à sua actividade do II trimestre do corrente ano.


Ao longo da semana mereceu igualmente destaque a audiência  que o Presidente da República concedeu a embaixador do  Estado de Israel, Irit Waidergorn, onde o nível das relações entre ambos os países centralizou  o encontro.


Ainda  na semana finda  a  Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que averiguou os eventuais casos de intolerância política na província do Huambo constatou um conjunto de evidências que contrariam as apresentadas pela UNITA, durante o seu trabalho realizado em três meses na região.


O facto consta da Resolução que aprova o Relatório à CPI apresentado pelo deputado Adriano Botelho de Vasconcelos, durante a segunda sessão extraordinária do Parlamento.

Na ocasião o presidente da Assembleia Nacional, Paulo Kassoma, apelou os deputados a relatarem os factos com verdade, evitando
o uso indevido do termo intolerância política, com vista a promoção da reconciliação nacional.

Na mesma sessão o parlamento aprovou o Código Mineiro, que reúne num único diploma, o regime jurídico fundamental de toda actividade geológica mineira, o qual foi aprovado com 159 votos a favor cinco contra e 14 abstenções.


O diploma regula o modo de investigação geológica, exploração, descoberta, uso e aproveitamento dos recursos minerais, bem como o acesso e exercício dos direitos e deveres com eles relacionados.


Outro assunto que mereceu destaque ao longo da semana foi o pronunciamento do vice-ministro da Administração do Território para os Assuntos Institucionais e Eleitorais, Adão de Almeida, de que a confirmação das áreas de residência às entidades registadoras, pelos cidadãos, facilitará a elaboração dos cadernos eleitores, no quadro das eleições de 2012.

Referiu que os cidadãos nacionais terão a liberdade de escolher onde vão querer exercer o seu direito de voto, cuja decisão deve ser informada às autoridades competentes durante o período de actualização do registo eleitoral de 2011, que terá o seu começo no dia 29 de Julho.

Ainda esta semana, a presidente da Comissão de Relações Exteriores e Comunidade angolanas no exterior do parlamento, Ângela Bragança, disse que as alterações ao Pacote Legislativo Eleitoral devem estar de acordo com o desenvolvimento da democracia no país.

III CURSO DE EXTENSÃO INICIATIVAS NEGRAS - TROCANDO EXPERIÊNCIAS

III CURSO DE EXTENSÃO INICIATIVAS NEGRAS - TROCANDO EXPERIÊNCIAS
            04 a 14 de outubro de 2011
Local: Universidade Federal do Ceará/Campus Cariri
Juazeiro do Norte - Ceará
OBJETIVOS:

·         Capacitar e formar teórica e tecnicamente estudiosos (as) e ativistas dos movimentos sociais que atuam na área do combate ao racismo e ao sexismo, buscando contribuir para a instrumentalização de agentes sociais que possam operar em projetos de intervenção e mudança social.
·         Propiciar uma maior aproximação entre pesquisadores (as), acadêmicos (as) e ativistas dos movimentos sociais negros em âmbito nacional, estimulando uma troca de saberes.

Informações: