terça-feira, 9 de novembro de 2010

PM: Bernadete foi algemada, puxada pelos cabelos e jogada no formigueiro quando estava incorporada por Oxóssi.

Bernadete foi algemada, puxada pelos cabelos e jogada no formigueiro quando estava incorporada por Oxóssi.

Alexandre Lyrio e Jorge Gauthier | Red
ação CORREIO

É na terceira pessoa que a ialorixá Bernadete Souza Ferreira dos Santos, 42 anos, relata uma sessão de tortura que ela própria sofreu de policiais militares. “Pegaram Oxóssi, puxaram os cabelos, jogaram ele em cima de um formigueiro, pisaram no pescoço e disseram: ‘só assim para o demônio sair’”, denuncia, garantindo estar incorporada no momento das agressões.

Mãe de santo e coordenadora de educação do assentamento Dom Helder Câmara, em Ilhéus, Sul do estado, Bernardete diz que foi algemada e torturada após questionar a presença dos policiais militares numa área que pertence ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), de responsabilidade da Polícia Federal (PF). 

"Pegaram Oxóssi, puxaram os cabelos e jogaram num formigueiro", contou Bernadete

O fato ocorreu no último dia 23 e pelo menos uma dezena de assentados presenciou tudo. Somente através deles Bernadete diz ter tomado conhecimento do que sofreu. Isso porque, depois de algemada e puxada pelos cabelos, a ialorixá diz ter sido “tomada” por Oxóssi, seu guia espiritual. Em seguida, jogada sobre as formigas, Mãe Bernadete ficou com marcas de mordidas nas duas pernas. 

Ao CORREIO, Bernadete contou que o assentamento, localizado no distrito de Banco do Pedro, vivia um dia tranquilo quando, por volta das 14h30, ela e o marido, o agricultor e professor de filosofia Moacir Pinho de Jesus, assistiam televisão quando perceberam a prese
nça de oito PMs, que adentraram o assentamento, fortemente armados, com um jovem algemado. 

O casal perguntou sobre os motivos da presença da PM na comunidade, mas não obtiveram resposta. “Disseram que estavam numa investigação e que não poderiam dar explicações. A gente colocou para eles que o assentamento estava sob jurisdição do Incra e que, para entrar ali, tinha que ter ordem judicial”.
 

TRUCULÊNCIA
Nenhuma ordem judicial foi mostrada. Os PMs entraram na sede da associação de moradores do assentamento e a vasculharam. Foi quando Bernadete resolveu ser mais incisiva. “É melhor vocês se retirarem. Isso aqui é uma área privada, um assentamento. Vocês podem entrar nas casas de quem não conhece as leis. Mas aqui nós não somos abestalhados”.

O suficiente para que o PM que comandava a patrulha, identificado como Adjailson, ordenasse a prisão dela por desacato. Bernadete foi algemada e puxada pelos cabelos.
Marcas da agressão ainda estão no corpo da mãe de santo agredida por policiais

“Quando pegarem meu cabelo, o orixá chegou. A partir daí só os relatos das pessoas. O pessoal disse que gritava: ‘Solta que é Oxóssi, é o orixá que está aí’. As crianças começaram a gritar, um desespero. Pegaram Oxóssi, pisaram no pescoço dele e jogaram em cima de um formigueiro. Aí disseram: ‘só assim para o demônio sair’”.


AGRESSÃO
O marido de Bernadete conta que, ao tentar defender a esposa, foi empurrado. “O tempo todo eles apontavam armas e ameaçavam atirar”, diz Moacir. No grupo de oito policiais, três foram identificados como os mais cruéis. Segundo os assentados, além de Adjailson, que seria um sargento, os soldados Guedes e Jesus também participaram da tortura.

Bernadete diz ter sido arrastada pelos cabelos por cerca de 600 metros até o distrito, onde estava a viatura da polícia. Passaram por quatro pontes. Ao atravessar uma delas, os PMs teriam atirado spray de pimenta para impedir a passagem dos assentados. Um dos atingidos foi o próprio coordenador geral do assentamento, Egnaldo Leal. 

“E Oxóssi dando os ‘ilá’ dele”, contou a assentada Edleuza de Oliveira Moreira, referindo-se ao grito característico do orixá. Filha de santo, Edleuza testemunhou tudo. “Se Oxóssi não tivesse lá, ela não ia aguentar. Foi muito sofrimento”. Edleuza diz que um dos PMs chegou a apontar uma arma para a neta, de 4 anos, de Bernadete, que apenas suplicava. “Não levem minha avó”.


PMs seguem na rua
Mesmo com a acusação de tortura à ialorixá, os oito policiais militares continuam em serviço, segundo a assessoria de comunicação da Polícia Militar. O tenente coronel Manoel Amâncio Neto, da corregedoria da PM, preside sindicância para apurar a autoria e materialidade do fato. A explicação para que os militares sigam em serviço é que não há confirmação das denúncias. O oficial faz viagens ao Sul do estado para ouvir os envolvidos. 

O prazo para a conclusão da sindicância é de 30 dias. Bernadete e outros líderes do assentamento já foram ouvidos. Os PMs não tiveram os nomes divulgados, mas a comunidade identificou o sargento Adjailson e os soldados Guedes e Jesus.
 

Quanto às denúncias, a PM informou que só vai se pronunciar quando as investigações forem concluídas. “É um absurdo esses PMs estarem atuando, coagindo testemunhas”, disse um dos diretores da União Geral de Trabalhadores (UGT), Magno Lavigne, que emitiu comunicado à Organização dos Estados Americanos (OEA). 


O caso vem à tona em pleno Novembro Negro, quando se comemora o Dia da Consciência Negra, no dia 20. “A tortura não foi contra uma ialorixá, mas, como foi feita com Oxóssi incorporado, foi contra todo o povo de santo”, diz Lavigne.
 


Incra cobra solução
 

A entrada da Polícia Militar na área do assentamento em Ilhéus não agradou ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que é dono da área. “A PM não conseguiu justificar agora a motivação dessa ação. Precisamos de um esclarecimento plausível para essa história”, disse o superintendente em exercício do Incra na Bahia, Marcos Nery.


“Caso não tenha, pedimos à Polícia Militar que tenha celeridade nas investigações. Eles invadiram uma área de propriedade federal, onde só a Polícia Federal tem autonomia para entrar”, completou Nery. 

O Incra, no dia 24 de outubro, enviou ofícios para a Superintendência da Polícia Federal, Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Ministério Público, Secretaria de Segurança Pública, Casa Militar, Casa Civil, Gabinete do Governador e comando geral da Polícia Militar cobrando medidas.
 

Segundo Nery, somente a Sepromi, a Casa Militar e o Ministério Público, até ontem à tarde, haviam respondido o ofício informando que iriam participar das investigações.
 

Diante da gravidade das denúncias, o desembargador Gercino José da Silva Filho, ouvidor nacional do Incra, realizará uma audiência pública sobre violência no campo ainda este mês.


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Postado por Y.Valentim no Coletivo de Entidades Negras em 11/06/2010 10:42:00 PM

Cibercomando dos EUA atinge controle total sobre redes do governo


08/11/2010 18h10 - Atualizado em 08/11/2010 18h12


Cibercomando dos EUA atinge controle 


total sobre redes do governo



Órgão militar atingiu o status de 'Full Operational Capability' (FOC).
Objetivo é coordenar a defesa de redes governamentais do país.

Altieres RohrEspecial para o G1
Anel central possui código com missão do órgão, cujo objetivo é realizar operações militares na rede e negar o mesmo a adversáriosAnel central possui código com missão do órgão,
cujo objetivo é realizar operações militares na rede
e 'negar o mesmo a adversários'. (Foto: Divulgação)
O Cibercomando dos Estados Unidos (United States Cyber Command – USCC ou USCYBERCOM) anunciou que sua estruturação atingiu um nível que permite a plena realização de suas funções. Desde maio, o USCC operava em “capacidade inicial de operação”. Com a incorporação dos órgãos antes responsáveis pelo monitoramento das redes do Departamento de Defesa norte-americano, o órgão agora possui o controle total sobre a segurança das redes militares do governo.
O US Cyber Command é uma divisão do exército que busca, segundo sua missão pública, coordenador e integrar as atividades militares no ciberespaço, defendendo as redes de computador do exército e realizando operações militares na internet, ao mesmo tempo em que “nega o mesmo aos adversários”. Essa missão está incluída em seu logotipo na forma de um código MD5, um tipo de função matemática que transforma qualquer texto, frase ou sequência de dados em um conjunto de 32 caracteres de A a F.
O órgão ainda deve continuar crescendo, segundo um comunicado enviado à imprensa. “Há tarefas que permanecem após o FOC, como o desenvolvimento da força de trabalho, o apoio a comandantes combatentes, e esforços para continuar aumentando a capacidade e habilidades”.
Os detalhes da divisão são desconhecidos até para outros membros do exército, mas é possível que ela tenha sido criada como resposta às preocupações de “ciberguerra”. Recentemente, as preocupações aumentaram ainda mais com o vírus, que causou problemas nas usinas nucleares do Irã e que teria sido criado por algum governo.

Mulher é presa por racismo em casa noturna - Uberlândia

Mulher é presa por racismo em casa noturna
Suspeita, que teria ofendido segurança do local, negou o crime
Andréia Candido
Jornal Correio de Uberlândia
Atualizada: 08/11/2010 - 13h33min


Simone Nunes Ramos Lima, de 32 anos, foi presa na madrugada de ontem (7) por preconceito racial. Ela estava com uma filha, de 13 anos, e uma irmã, de 15, em uma casa noturna no Centro de Uberlândia. De acordo com a vítima, Eletícia Gomes das Graças, segurança do local, a entrada das menores foi permitida, porém, foi informado à mãe sobre a proibição do uso de bebidas alcoólicas entre as menores.

“Eu constatei que as meninas tomavam um tipo de bebida que contém álcool. Quando fui até a responsável pelas garotas, ela (Simone) pegou a garrafa da minha mão, jogou no chão e começou a dizer frases como ‘preto não deveria nascer’, ‘não é à toa que você trabalha nessa função, porque é preta’, ‘toda preta que eu conheço é vagabunda’, entre tantas outras coisas”.

Ainda de acordo com Eletícia, vários clientes chamaram a polícia. “Enquanto aguardávamos a chegada da PM, a Simone me insultava, mas resisti a qualquer tipo de agressão para não perder minha razão. Eu fui muito humilhada e, por isso, decidi prestar queixa. Não consigo acreditar que em pleno século 21 ainda exista preconceito”, disse a segurança, que confessou nunca ter sido vítima de agressões com a mesma semelhança.

Outra irmã de Simone, Silvana Nunes Ramos, disse que acredita na inocência da acusada. “Ela me contou tudo o que aconteceu e disse que em nenhum momento fez ofensas verbais. Minha irmã tem uma filha de 6 meses que ainda se alimenta de leite materno e a detenção dela nos causou grandes transtornos.”

http://www.correiodeuberlandia.com.br/texto/2010/11/08/49233/mulher_e_presa_por_racismo_em_casa_.html

domingo, 7 de novembro de 2010

Papa ataca o aborto e defende o casamento tradicional na Espanh

07/11/2010 09h04 - Atualizado em 07/11/2010 10h39
Papa ataca o aborto e defende o casamento tradicional na Espanha
'Igreja se opõe a todas as formas de negação da vida humana', disse Papa.
País aprovou união de pessoas do mesmo sexo e ampliou lei sobre aborto.
Da France Presse

O Papa Bento XVI atacou neste domingo (7) o aborto e defendeu a família tradicional em clara crítica às leis liberais a este respeito do governo socialista espanhol de José Luis Rodríguez Zapatero, durante a consagração do templo da Sagrada Família.
"A Igreja se opõe a todas as formas de negação da vida humana e apoia quanto se promove a ordem natural no âmbito da instituição familiar", recordou Bento XVI durante a missa celebrada na então consagrada basílica da Sagrada Família de Barcelona, no segundo e último dia de sua viagem à Espanha.

Bento XVI prepara um turíbulo durante celebração na Igreja da Sagrada Família, em Barcelona, neste sábado (7) (Foto: Christophe Simon / AFP)
Além disso, defendeu a família como a união de um homem e uma mulher, num país em que o casamento entre pessoas de mesmo sexo foi aprovado há cinco anos.
"O amor indissolúvel de um homem e uma mulher é o marco eficaz e o fundamento da vida humana em sua gestação, em seu parto, em seu crescimento e em seu término natural", recordou.
O chefe da Igreja católica pediu aos Estados que deem "atenção, proteção e ajuda" à família tradicional e à vida humana.
Aos governos pediu "adequadas medidas econômicas e sociais para que o homem e a mulher que contraem matrimônio e formam uma família sejam decididamente apoiados pelo Estado para que se defenda a vida dos filhos como sagrada e inviolável desde o momento de sua concepção e que a natalidade seja dignificada, valorizada e apoiada jurídica, social e legislativamente".
Além disso, pediu medidas dessa índole "para que a mulher encontre no lar e no trabalho sua plena realização".
O Vaticano se opõe totalmente ao aborto e a qualquer forma de eutanásia.
"Somente onde existem o amor e a fidelidade nasce e perdura a verdadeira liberdade", estimou o Papa sobre sua visão do casamento.
O Papa pronunciou estas palavras quatro meses depois que entrou em vigor no país a nova legislação espanhola sobre o aborto, que o Vaticano classificou de "insensata".
A nova lei, que amplia a anterior, permite o aborto livre dentro de um prazo de 14 semanas e autoriza o aborto de maneira excepcional até 22 semanas de gravidez em caso de risco para a vida e a saúde da mãe ou em caso de graves malformações do feto.
O Pontífice também defendeu a união "entre um homem e uma mulher" num momento em que na Espanha as pessoas do mesmo sexo podem se casar, depois da adoção, há cinco anos, de uma lei que converteu o país no terceiro da Europa a permitir isso, depois da Holanda e Bélgica.
Ambas as leis geraram a oposição do Vaticano, da hierarquia da Igreja espanhola e do conservador Partido Popular (PP, na oposição), que recorreu delas ante o Tribunal Constitucional.

Casal gay se beija durante passagem do papamóvel em Barcelona, neste domingo (7) (Foto: Josep Lago / AFP)
Consagração
O Papa consagrou dessa forma o Templo Expiatório da Sagrada Família de Barcelona, que, a partir de agora, terá a posição de basílica e poderá realizar missas.
Depois de entregar as chaves do templo ao padre que se encarregará do mesmo, o Papa iniciou a consagração da obra do arquiteto catalão Antoni Gaudí, cuja finalização está prevista para 2026, jogando água benta sobre o altar e os fieis, enquanto outros seis padres benziam as paredes da construção.
"Queridos irmãos, ao dedicar a Deus, nosso Senhor, esta santa igreja da Sagrada Família, supliquemos que Ele abençoe esta água, criatura sua, com a qual seremos ungidos em sinal de penitência e em recordação do batismo, e com a qual serão purificadas as paredes e o novo altar", afirmou Bento XVI.
O Sumo Pontífice abriu a celebração do culto na Sagrada Família celebrando a primeira eucaristia neste templo, cuja construção teve início em 1883 e é financiado com doações, por tratar-se de um templo expiatório.
Depois da missa, inaugurará os trabalhos de construção de uma residência do instituto Obra Nen Deu, que acolhe crianças autistas e com deficiências mentais, e à tarde concluirá sua viagem de dois dias à Espanha.
Bento XVI chegou a Barcelona procedente de Santiago de Compostela, onde denunciou o retorno do "agressivo movimento anticlerical e laicista que a Espanha viveu nos anos 1930", e pediu à Europa que se abra a Deus e que fé e laicismo dialoguem.

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/11/papa-ataca-o-aborto-e-defende-o-casamento-tradicional-na-espanha.html

sábado, 6 de novembro de 2010

Polícia apreende material de propaganda nazista em Porto Alegre

Edição do dia 05/11/2010
05/11/2010 21h50 - Atualizado em 05/11/2010 21h50
Polícia apreende material de propaganda nazista em Porto Alegre
Segundo a investigação, a casa onde o material foi encontrado seria ponto de encontro de neonazistas.

A polícia do Rio Grande do Sul apreendeu material de propaganda do nazismo numa casa no Centro de Porto Alegre.
São CDs, DVDs, livros e roupas. Havia também facas e canivetes, e um vídeo editado pelo grupo. Ele mostra cenas de arrastões, de violência contra negros e imagens do senador Paulo Paim, do PT, que defende cotas raciais nas universidades.
Segundo os investigadores, a casa seria um novo ponto de encontro dos neonazistas. A polícia investiga quem seriam os proprietários do imóvel.

http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2010/11/policia-apreende-material-de-propaganda-nazista-em-porto-alegre.html

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