terça-feira, 18 de maio de 2010

Deputado diz que Escravatura ainda é um processo inacabado

13/05/10 - 11:32 > DIREITOS HUMANOS
Deputado diz que Escravatura ainda é um processo inacabado

Agência Brasil
BRASÍLIA - Se completam hoje (13) os 122 anos da Abolição da Escravatura no Brasil e ao ver do deputado Carlos Santana (PT-RJ),que presidiu na Câmara a comissão especial que analisou o Estatuto da Igualdade. "A abolição é um processo inacabado", diz Santana, ao salientar que o negro, mesmo participando ativamente da política nacional, enfrenta barreiras que fazem com que sua representatividade no Congresso seja inócua.

Para o deputado, noo Brasil de hoje, a dificuldade de inserção da população negra na universidade é semelhante à que existia há mais de meio século nos Estados Unidos, país onde a segregação racial sempre foi muito forte. Ele aponta o sistema de cotas como a forma mais eficiente para promover o acesso dos negros ao ensino superior.

Por que há pouco a comemorar em 13 de maio?

Carlos Santana - O sistema de cotas para o acesso de negros à universidade foi uma das grandes conquistas, apesar da contestação de parte da sociedade que não assume sua face racista. Chegamos aos 122 anos da Abolição, e ela continua inacabada diante da realidade de opressão e do racismo na qual se encontram os afrodescendentes que, no Brasil, ainda estão na base da pirâmide econômica, morando nas favelas, nas palafitas, têm um péssimo ensino, salário menor e sofrem o extermínio causado pela violência. Depois de todo esse tempo, o jovem negro corre 130% mais risco de ser assassinado do que o jovem branco, e as desigualdades ainda são maiores que em 1888. As últimas aferições mostram que, a cada hora, um jovem negro é assassinado no Brasil.

Quais os principais avanços conquistados pela população afrodescendente até agora?

Carlos Santana - A aprovação do Estatuto da Igualdade Racial na Câmara dos Deputados foi um grande passo, um salto positivo, apesar da permanente investida dos ruralistas e da indiferença do Senado Federal, que não se empenha e emperra a transformação do texto em lei. Entendo que o Estatuto é o reconhecimento de que houve 350 anos de escravidão e, entre outras conquistas, reconhecer as religiões de origem africana. No Brasil, o racismo é gritante, incubado, mas com a vigência do Estatuto da Igualdade Racial, cuja comissão especial tive a honra de presidir, teremos um importante instrumento legal para prosseguir na luta para conquistar as reivindicações da população negra. Infelizmente, a estagnação do estatuto no Senado não nos incentiva a comemorar o 13 de maio.

Quais os principais entraves para a aprovação do estatuto pelos senadores?

Carlos Santana - Lá ainda existem integrantes dos setores conservadores da sociedade que representam a antiga visão dos senhores feudais. Para os senadores, o lobby dos ruralistas é mais forte que o clamor dos afrodescendentes. Além disso, a mídia, além de não esclarecer sobre o estatuto, também trabalha contra a aprovação do texto.

Quais mudanças na legislação ajudaram a reparar injustiças contra os afrodescendentes?

Carlos Santana - Apesar de a luta contra o racismo ainda estar longe de seu fim, continuamos obtendo vitórias, como a definição do racismo como crime inafiançável e a criação das cotas universitárias, e temos como aliado o governo Lula, que promove a inclusão dos negros brasileiros. Com a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, que espero aconteça em breve, teremos o incentivo à contratação de negros em empresas, o reconhecimento da capoeira como esporte, a reclusão de até três anos para quem praticar racismo na internet, o livre exercício dos cultos religiosos de origem africana, o estímulo às atividades produtivas da população negra no campo e a obrigatoriedade de os partidos apresentar 10% de candidatos negros nas eleições.


http://www.dci.com.br/noticia.asp?id_editoria=5&id_noticia=327029

Justiça acata denúncia de racismo contra PMs

FOLHA DE S. PAULO | COTIDIANO (C7)
JUDICIÁRIO | JUDICIÁRIO

Justiça acata denúncia de racismo contra PMs

Juíza ordenou que os 4 policiais acusados de agredir motoboy até matá-lo fiquem presos; eles agora são réus em ação penal

Promotoria acusa os militares de homicídio doloso (intencional) triplamente qualificado, preconceito racial e fraude processual

AFONSO BENITES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Justiça aceitou a denúncia contra os quatro policiais militares acusados de matar o motoboy Alexandre Menezes dos Santos, 25, em 8 de maio, em Cidade Ademar (zona sul de SP), e determinou que eles permaneçam presos. Eles agora são réus numa ação penal.
Os promotores Maurício Lopes e Marcelo Rovere acusaram os PMs de homicídio doloso (quando há a intenção de matar) triplamente qualificado, racismo e fraude processual.
Na ocasião da morte, segundo testemunhas, o motoboy foi espancado por meia hora depois que fugiu dos PMs em uma moto que estava sem placas. Os policias afirmam que não tinham a intenção de matá-lo.
Na sua decisão, a juíza Tânia Magalhães da Silveira, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, ordenou que eles fiquem presos preventivamente porque acredita que, livres, poderão atrapalhar o andamento da ação penal -eles já estão presos administrativamente desde o dia 9 no Presídio Militar Romão Gomes. A juíza vai agora analisar as provas.
A defesa diz que recorrerá da decisão e que a Promotoria usa de "vedetismo".
Para a Promotoria, Carlos Magno dos Santos Diniz, Ricardo José Manso Monteiro, Márcio Barra da Rocha e Alex Sandro Soares Machado assumiram o risco de matar Santos ao agredi-lo por meia hora.
Sobre a denúncia de racismo, dizem que, se o caso ocorresse num bairro rico ou com uma pessoa branca -Santos era negro-, a ação seria diferente.
"Não se tem notícia de que abordagem semelhante se faça por policiais militares no Jardim Europa com aquele que eventualmente trafegue em uma Lamborghini sem placas.
A ação, além de desastrosa, foi movida por preconceito racial e social", diz trecho da denúncia.
Segundo o promotor Christiano Jorge Santos, autor do livro "Crimes de Preconceito e de Discriminação", desde 1995, nenhum policial foi condenado por racismo no Brasil. Ele não atua nesse caso específico.

Arma
O motoboy Santos estava em uma moto sem placas quando fugiu de uma abordagem no dia 8. Parado, foi agredido pelos PMs, segundo a mãe dele, Maria Aparecida Menezes, que viu as agressões. Os PMs dizem ter encontrado um revólver com o motoqueiro. Para os promotores, a arma foi forjada -daí a acusação de fraude.
Os comandantes do batalhão em que os policiais trabalhavam foram afastados. O governador Alberto Goldman (PSDB) disse que a atitude dos PMs foi "criminosa". O governo indenizará a família de Santos.
No mês passado, o motoboy Eduardo Luís dos Santos, 30, morreu após ser agredido por policiais na Casa Verde (zona norte). Doze PMs estão presos.

FOLHA ONLINE
Leia a íntegra da denúncia contra os PMs
www.folha.com.br/101373

http://www.stj.myclipp.inf.br/default.asp?smenu=noticias&dtlh=126113&iABA=Not%C3%ADcias&exp=


segunda-feira, 17 de maio de 2010

Rio: templo evangélico reúne integrantes do Bope

Rio: templo evangélico reúne integrantes do Bope
04 de novembro de 2007 01h59 atualizado às 10h06

Comentários
3
Inaugurado na sede do Bope, templo evangélico reúne cerca de  50 policiais da unidade que se revezam entre  o fuzil e a Bíblia Foto: Paulo Araújo/O Dia

Templo evangélico é inaugurado na sede do Bope, no Rio
Foto: Paulo Araújo/O Dia

Era uma operação no Complexo do Alemão, zona norte do Rio. Acuados no beco, quatro garotos armados. Os mesmos que, minutos antes, se esgueiravam pelas vielas empinando fuzis e fugindo dos estilhaços das granadas que lançavam no Caveirão. Cabia ao experiente soldado M., 37 anos, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), o direito à primeira rajada. Calado, M. sinalizou, cedeu a vez a um colega e assistiu às mortes.

» Delegado: herói é segurança de playboy
» Bope: candidatos elogiam Tropa de Elite
» Farda do Bope vira moda após o filme
» Leia mais notícias do jornal O Dia

O testemunho ainda emociona o soldado. Passados quatro meses do episódio, ele é um dos quase 50 membros dos Caveiras de Cristo. Homens de preto, integrantes da tropa de elite da PM, evangélicos, que se reúnem todos os dias no terceiro andar da unidade para uma missão: orar. "Sempre fui sombrio, sinistro. Atirar em alguém era como pegar uma barata e pisar. Naquele dia, no Alemão, cheguei ao Bope, guardei meu armamento, tomei meu banho e fui para casa chorando. A imagem dos garotos não saía da minha cabeça. Estava incomodado. Como Deus dá vida e eu tiro a vida? Precisava mudar", conta o soldado.

Os cultos dos caveiras não diferem do usual: leituras bíblicas, testemunhos, clamações de "amém" e até banda de louvor. Sentados lado a lado, os homens de preto oram, dão as mãos e profetizam dias mais calmos para a guerra urbana. "Vivemos uma luta do bem contra o mal. E o bem vai vencer. Eu me considero um soldado do Senhor. Acredito que só Jesus Cristo salva", afirma o comandante do Bope, coronel Pinheiro Neto, no culto de inauguração do espaço físico da congregação, na quarta-feira.

Batizado na igreja católica e, recentemente, na condição de "aspirante" a evangélico, o oficial teve papel fundamental, dando aval para que a sala de oração fosse construída. A congregação fica num andar conhecido como Vale dos Ossos - apelidado por causa dos esqueletos das construções.

É a última sala do corredor. Ao entrar, os policiais se deparam com um painel com pintura de nuvens. A obra, de um dos colegas de farda, tem a citação bíblica "Crê no Senhor Jesus e serás salvo tu e tua casa" (Atos 16:31). "Deus tem uma maneira de chamar todo mundo", relata o terceiro-sargento Valmir de Souza Silva, 33 anos.

Curiosamente, o mentor da sede evangélica, o policial reformado Joaquim Thomé, 60 anos, foi reprovado no primeiro teste que fez para o Bope, em 1990. Além de ser caveira, ele sonhava em criar a congregação. Quatro anos depois, acabou transferido para a unidade. "Talvez, se tivesse sido aprovado logo, não teria me engajado tanto no evangelismo."

Incursões de fé na favela
Trocar o fuzil pela Bíblia e pregar para quem, no dia-a-dia, é alvo. Empenhado no que considera uma missão de vida, o sargento Valmir dos Santos, 42 anos, acredita que é possível conciliar atividades tão complexas e diferentes. Pastor há 13 anos, ele busca nos ensinamento do Evangelho a resposta para o que parece incompatível.

"Na lei de Deus, você vai encontrar situações em que os servos tiveram que fazer uso de armamentos. Davi matou o gigante Golias e não foi condenado por isso. Muitas vezes, o PM é mal interpretado", explica ele, citando a passagem do livro Samuel.

Para a antropóloga Elizabete Ribeiro Albernaz, 29 anos, que faz tese de mestrado sobre o Movimento Evangélico na Polícia Militar, as pregações nos cultos do Bope são pontuadas por termos que reproduzem o contexto de violência no qual estão submetidos os policiais.

"Confesso que fiquei espantada com o fato de eles terem esse movimento. É uma tropa que está envolvida com armamento mais pesado, cenário truculento. Nas orações, percebi que a palavra guerra é muito citada. O Evangelho acaba suprindo a carência de quem é exposto ao contexto de conflito", analisa ela, que, para pesquisa, já entrevistou 40 PMs de vários batalhões.

A maioria dos Caveiras de Cristo se converteu após escapar de confrontos. Experiências fortes, que se transformaram em sinais divinos para quem viu a morte de perto.

"Meu encontro com Deus aconteceu há quase 10 anos. Eu e um amigo fomos verificar um informe no Morro do Turano, no Rio Comprido. Só que nos deparamos com dois caras armados. Houve confronto e o parceiro acabou atingido no peito duas vezes por tiro de ponto 30. Não sabia dos seus ferimentos e o ouvi chamar meu nome. Fui até onde ele estava e me deparei com seu corpo. Depois, conversando com uma médica, ela me disse que era impossível ele ter falado, porque morreu instantaneamente. Enxerguei aquilo como chamado de Deus", conta o cabo André Moura, 36 anos.

Há sete anos no Bope, o soldado João de Carvalho, 32 anos, teve a conversão ligada a outro motivo: a vida desregrada. "Estava sem expectativa. Bebia, ia para festas, era infeliz. Quando você é tocado, pensa em um monte de besteiras, mas não quer aceitar que é Deus falando".

A PM tem mais de 250 pastores e 13 mil congregados. "O Bope é uma operação de salvar vidas", comentou o presidente da União dos Evangélicos da PM do Rio (Uepmerj), pastor Liodir Barreto, durante culto na unidade


http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI2045765-EI5030,00.html

domingo, 16 de maio de 2010

Após 6 anos, UFRJ volta a debater adoção de cota racial

15/05/2010 - 08h36 / Atualizada 15/05/2010 - 08h45

Após 6 anos, UFRJ volta a debater adoção de cota racial

Rio - Após quase seis anos sem discutir a adoção do sistema de cotas em seu vestibular, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) voltará a debater o tema. Uma proposta encaminhada pelo professor de economia Marcelo Paixão será votada na próxima reunião do Conselho Universitário (Consuni), no dia 27. A adoção de ações afirmativas no vestibular foi discutida em três comissões internas, antes de chegar à plenária do Consuni, e a aprovação ocorreu por consenso. Propositalmente, Paixão não especificou qual sistema será adotado - há resistência dos professores às cotas para negros, até mesmo do reitor, Aloisio Teixeira.

"Queremos aprovar a adoção de ações afirmativas. Depois disso, teremos de três a quatro meses de discussão para definir o público e o critério - se serão cotas para negros, egressos da escola pública, se o corte será feito de acordo com a renda ou ainda se será adotada uma espécie de bônus." O professor diz que há "um certo incômodo" entre os professores pelo fato de a mais antiga universidade do País ainda não ter medidas para democratizar o acesso. Em 2004, uma proposta sobre cotas chegou a ser discutida no Consuni, mas o assunto foi encaminhado para instâncias inferiores.

O reitor Aloisio Teixeira defende a "democratização do acesso" à universidade, mas não acredita que isso vá ocorrer com cotas para negros. "No Brasil, só 2% ou 3% dos jovens de 18 a 24 anos têm acesso às instituições públicas. Estabelecer cotas para um universo tão pequeno não modifica a realidade. A luta tem de ser para que a universidade se transforme e absorva uma quantidade cada vez maior de jovens." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia/2010/05/15/apos-6-anos-ufrj-volta-a-debater-adocao-de-cota-racial.jhtm

Padre é preso nu e com sinais de embriaguez no interior do PR

16/05/2010 16h58 - Atualizado em 16/05/2010 16h58

Padre é preso nu e com sinais de embriaguez no interior do PR

Segundo a polícia, religioso teria assediado policial que o abordou.
Advogado disse que ele misturou remédios antidepressivos com vinho.

Do G1, com informações do Globo Notícia

A polícia do Paraná prendeu, na madrugada deste domingo (16), um padre em uma rodovia que dá acesso à cidade de Ibiporã (PR). Segundo a polícia, ele estava dentro do carro, nu e com sinais de embriaguez.

Segundo a polícia, o padre teria tentado assediar um rapaz e o policial que fez a abordagem do carro. Ao receber voz de prisão, teria tentado subornar os policiais.

O advogado do padre negou todas as acusações. Disse que o religioso estava confuso porque misturou remédios antidepressivos com vinho durante uma festa.

O advogado entrou com pedido de liberdade provisória para o padre, que tem 40 anos de idade e 14 de sacerdócio.


http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/05/padre-e-preso-nu-e-com-sinais-de-embriaguez-no-interior-do-pr.html