China fecha entidade de direitos civis e prende ambientalista
REUTERS
PEQUIM - Uma entidade que presta assistência jurídica na China foi fechada por não pagar impostos, enquanto um ambientalista chinês e sua filha foram presos acusados de vazar segredos de Estado relacionados à mineração de urânio. Embora não exista relação entre os dois casos, eles mostram como a China está tentando aumentar o controle sobre as atividades políticas num ano sensível, que marca o 60º aniversário da fundação da República Popular no país.
O escritório da Open Constitution Initiative, ou Gongmeng, uma organização de direitos civis, foi invadido pelas autoridades nesta sexta-feira.
- Nossas coisas foram levadas. Computadores, papéis e depoimentos de testemunhas - disse Xu Zhiyong, professor de direito que ajudou a fundar o grupo. - Não sabemos o motivo, mas isso gera várias questões de preocupação pública - disse.
Formada por acadêmicos, advogados e ativistas, o Gongmeng incomodou o governo em uma série de operações, como, por exemplo, o fornecimento de apoio jurídico a vítimas de leite contaminado e um relatório criticando a reação do governo às manifestações no Tibete no ano passado.
O grupo sem fins lucrativos, que foi obrigado a se registrar como empresa, pois não pôde se proclamar uma organização não-governamental, enfrenta multas de mais de 1,4 milhão de iuanes (200 mil dólares), segundo comunicado da receita chinesa colocado no site do grupo.
O ativista ambiental Sun Xiaodi, um ex-funcionário de uma mina de urânio em Diebu, na região montanhosa da província de Gansu, fez campanha contra a contaminação nuclear e pelos direitos trabalhistas por anos, disse a Human Rights na China em comunicado.
Ele foi sentenciado a dois anos de 'reeducação por meio do trabalho'. A filha dele, Sun Dunbai, terá de cumprir um ano e meio.
09:28 - 17/07/2009
http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/07/17/e170711423.asp