Porto Alegre, 03/07/2009
De acordo com informações de sites jurídicos, as afirmações do desembargador foram feitas durante uma sessão de julgamento no último dia 16 de junho, quando Baptista Pereira ainda fazia parte do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. O pronunciamento, entretanto, só foi divulgado no primeiro dia deste mês, pela revista Consultor Jurídico. Ao ironizar a posição de vanguarda do Rio Grande do Sul em matéria penal, o magistrado teria dito "em alto e bom som" que "melhor seria se o Estado gaúcho não fizesse parte do Brasil, podendo integrar o Uruguai, por exemplo". O desembargador completou sua declaração afirmando que "se tivéssemos feito oposição à Revolução Farroupilha, teríamos nos livrado do Rio Grande do Sul; assim, o Estado gaúcho estaria hoje ao lado do Uruguai".
O presidente da OAB gaúcha, além de lamentar as posições separatistas defendidas pelo presidente do TRF 3ª - cujo mandato está sub judice -, criticou o destempero das declarações. "As colocações do magistrado não se coadunam com o cargo que ele exerce e revelam despreparo para ocupar sua atual posição, de presidente de uma Corte, na qual se deve primar pela serenidade e responsabilidade", enfatizou Lamachia. Segundo ele, "as histórias gaúcha e brasileira se confundem e se complementam justamente para fazer deste o grande país que sempre foi, é e continuará sendo, para orgulho de todos os brasileiros". "Tivesse o ilustre magistrado separatista a oportunidade de ter compartilhado com o povo gaúcho e certamente não estaria hoje com sua eleição contestada judicialmente", complementou Lamachia.
domingo, 5 de julho de 2009
OAB-RS critica declarações separatistas do presidente eleito do TRF 3ª
- O presidente da Seccional da OAB do Rio Grande do Sul, Claudio Lamachia, considerou hoje "inadmissíveis e despropositadas" as recentes declarações do presidente eleito do TRF da 3ª Região (São Paulo e Mato Grosso do Sul), desembargador Paulo Octávio Baptista Pereira, que defendeu o "afastamento" do Estado do Rio Grande do Sul da República Federativa do Brasil. "Suas afirmações (do desembargador) vão na contramão da postura que se espera e se exige de um magistrado que ocupa aquele cargo, pois pecam especialmente pela falta de equilíbrio e ponderação", asseverou Lamachia.
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A UNEGRO se desfilia da CONEN!
São Paulo 04 de julho de 2009
COMUNICADO DA UNEGRO
A União de Negros Pela Igualdade - UNEGRO desde sua fundação, em 14 de julho de 1988, nutre a forte convicção que a unidade do movimento negro brasileiro é fator fundamental para o fortalecimento e avanço da luta pela superação do racismo e promoção da igualdade social entre negros e brancos. Trata-se de uma herança da heróica luta da população negra originada nos navios negreiros, senzalas, quilombos e nas organizações políticas que surgem a partir das primeiras décadas do século passado.
Imbuídos do compromisso político em investir na unidade do movimento negro nacional, compomos todo processo de construção, consolidação, crescimento e fortalecimento da Coordenação Nacional de Entidades Negras - CONEN. Transformando- a num pólo plural de aglutinação das entidades/organizaçõ es da luta anti-racista, onde se estabelecia agenda política unitária, salvaguardando autonomia e considerando o pluralismo de idéias existentes no movimento negro, sem prejuízos aos projetos específicos das entidades vinculadas.
Firme na sua vocação para unidade, a UNEGRO envidará todos os esforços necessários para contribuir na viabilização de espaços com autoridade política para agregar as forças/entidades/ organizações para defesa da unidade do movimento negro na luta política contra o racismo e na promoção social da população negra. Em consonância com essa decisão e com a avaliação da emergência de estabelecimento de espaços de articulação amplos, formalizamos nosso afastamento da estrutura política e organizacional da CONEN.
Compreendemos que a CONEN está distante dos objetivos de sua fundação, por isso produziu resultado inverso. Hoje é composta e dirigida por uma cúpula de quadros pontualmente espalhados em alguns estados brasileiros. O caminho trilhado pelo grupo hegemônico que hoje atua na CONEN está levando-a a se distanciar ainda mais dos seus objetivos, e tem fragilizado sua estrutura organizativa, quebrando a frágil pluralidade e ensimesmando a CONEN em uma única força política.
Para um organismo garantir manutenção da unidade no movimento negro exige-se contínua busca de parcerias representativas, de convencimento no debate, amplitude política, democracia interna e institucionalidade, algo extinto na CONEN. Tomamos como exemplo a total desarticulação da coordenação eleita no Encontro Nacional da CONEN, realizado em Salvador nos dias 11, 12, 13 de maio de 2006, até a presente data não houve e não foi chamada nenhuma reunião. Esta é solenemente ignorada por um grupo que toma para si e apenas para si a tarefa de dirigir a CONEN sem o exercício do respeito às decisões coletivas.
Nosso afastamento da estrutura organizativa da CONEN não apaga o entendimento que esta importante articulação cumpriu um papel na história da luta contra o racismo no Brasil. Entretanto, abre-se um novo ciclo, com novas exigências, que requer um maior esforço de amadurecimento do movimento negro, de coesão em torno das nossas principais bandeiras de lutas nacionais, de identificação e combate aos reais inimigos da luta pela promoção da igualdade racial no país, como os latifundiários, os racistas que se sentem herdeiros naturais das estruturas de poder político e da academia.
A UNEGRO orgulha-se em ter compartilhado lutas, projetos e produzido resultados importantes para população negra brasileira, consideramos as organizações que compõe a CONEN comprometidas com a luta racial, merecedoras de confiança e respeito. Por fim, convidamos a militância, entidades e forças avançadas do movimento negro para a construção de um novo diálogo e pacto nacional, em que possamos secundarizar parte das nossas divergências em prol da luta em torno de grandes consensos, a exemplo da defesa da titulação das terras de quilombos, ampliação e consolidação das ações afirmativas nas universidades, da luta contra a intolerância religiosa, da defesa do trabalho e moradia digna nas cidades e no campo, de saúde e educação básica de qualidade, da implantação em todo território nacional da Lei 10.639, da construção de uma sociedade justa e igualitária.
Axé!
Edson França
Coordenador Geral da UNEGRO
A União de Negros Pela Igualdade - UNEGRO desde sua fundação, em 14 de julho de 1988, nutre a forte convicção que a unidade do movimento negro brasileiro é fator fundamental para o fortalecimento e avanço da luta pela superação do racismo e promoção da igualdade social entre negros e brancos. Trata-se de uma herança da heróica luta da população negra originada nos navios negreiros, senzalas, quilombos e nas organizações políticas que surgem a partir das primeiras décadas do século passado.
Imbuídos do compromisso político em investir na unidade do movimento negro nacional, compomos todo processo de construção, consolidação, crescimento e fortalecimento da Coordenação Nacional de Entidades Negras - CONEN. Transformando- a num pólo plural de aglutinação das entidades/organizaçõ es da luta anti-racista, onde se estabelecia agenda política unitária, salvaguardando autonomia e considerando o pluralismo de idéias existentes no movimento negro, sem prejuízos aos projetos específicos das entidades vinculadas.
Firme na sua vocação para unidade, a UNEGRO envidará todos os esforços necessários para contribuir na viabilização de espaços com autoridade política para agregar as forças/entidades/ organizações para defesa da unidade do movimento negro na luta política contra o racismo e na promoção social da população negra. Em consonância com essa decisão e com a avaliação da emergência de estabelecimento de espaços de articulação amplos, formalizamos nosso afastamento da estrutura política e organizacional da CONEN.
Compreendemos que a CONEN está distante dos objetivos de sua fundação, por isso produziu resultado inverso. Hoje é composta e dirigida por uma cúpula de quadros pontualmente espalhados em alguns estados brasileiros. O caminho trilhado pelo grupo hegemônico que hoje atua na CONEN está levando-a a se distanciar ainda mais dos seus objetivos, e tem fragilizado sua estrutura organizativa, quebrando a frágil pluralidade e ensimesmando a CONEN em uma única força política.
Para um organismo garantir manutenção da unidade no movimento negro exige-se contínua busca de parcerias representativas, de convencimento no debate, amplitude política, democracia interna e institucionalidade, algo extinto na CONEN. Tomamos como exemplo a total desarticulação da coordenação eleita no Encontro Nacional da CONEN, realizado em Salvador nos dias 11, 12, 13 de maio de 2006, até a presente data não houve e não foi chamada nenhuma reunião. Esta é solenemente ignorada por um grupo que toma para si e apenas para si a tarefa de dirigir a CONEN sem o exercício do respeito às decisões coletivas.
Nosso afastamento da estrutura organizativa da CONEN não apaga o entendimento que esta importante articulação cumpriu um papel na história da luta contra o racismo no Brasil. Entretanto, abre-se um novo ciclo, com novas exigências, que requer um maior esforço de amadurecimento do movimento negro, de coesão em torno das nossas principais bandeiras de lutas nacionais, de identificação e combate aos reais inimigos da luta pela promoção da igualdade racial no país, como os latifundiários, os racistas que se sentem herdeiros naturais das estruturas de poder político e da academia.
A UNEGRO orgulha-se em ter compartilhado lutas, projetos e produzido resultados importantes para população negra brasileira, consideramos as organizações que compõe a CONEN comprometidas com a luta racial, merecedoras de confiança e respeito. Por fim, convidamos a militância, entidades e forças avançadas do movimento negro para a construção de um novo diálogo e pacto nacional, em que possamos secundarizar parte das nossas divergências em prol da luta em torno de grandes consensos, a exemplo da defesa da titulação das terras de quilombos, ampliação e consolidação das ações afirmativas nas universidades, da luta contra a intolerância religiosa, da defesa do trabalho e moradia digna nas cidades e no campo, de saúde e educação básica de qualidade, da implantação em todo território nacional da Lei 10.639, da construção de uma sociedade justa e igualitária.
Axé!
Edson França
Coordenador Geral da UNEGRO
Postado por LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA às 19:24 0 comentários
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A Petrobras repudia a tendenciosa e equivocada matéria “A República sindicalista instalada na Petrobras” (5/7).
O jornal busca estabelecer a preconceituosa tese de que, por serem ex-sindicalistas, atuais executivos e gerentes da Petrobras atuariam buscando favorecer aliados ou projetos políticos. O texto, porém, não apresenta provas ou qualquer fato que justifique o uso do termo “esquema”. Há, unicamente, ilações.
O jornal omite – porque contradizem sua tese – dados que foram entregues ao repórter sobre resultados da gestão da Comunicação Institucional e da Petros.
Dados como o fato de que na gestão de Wilson Santarosa, iniciada em 2003, houve o estabelecimento de processos de seleção pública para patrocínios a projetos sociais, ambientais e culturais, com participação de comissões externas integradas por nomes de reconhecida atuação nas respectivas áreas (o que contraria a tese de “favorecimentos”); o reforço no valor da marca da Petrobras, que passou de US$ 554 milhões, em 2004, para US$ 1,183 bilhão, em 2008, e os mais de 130 prêmios e reconhecimentos recebidos pela Companhia, desde 2003, nas áreas de Responsabilidade Social e Ambiental; Reputação, Imagem e Marca; Governança, Ética e Transparência; Comunicação e Marketing.
Na Petros, conforme informado ao repórter, houve excelentes resultados, como a redução da despesa administrativa, dos 11,5% do patrimônio em 2003 para 6,4% atualmente.
A Petrobras esclarece que Wilson Santarosa foi à França convidado por ser o responsável pelas atividades de comunicação e de marketing, para negociar e trazer para a América Latina o único torneio challenger de tênis que conta pontos para a Associação de Tenistas Profissionais (ATP) e que hoje é a porta de entrada para novos atletas. O fato já foi noticiado em coluna esportiva do O Globo no dia 30/6. Sobre a informação de que sua filha foi trabalhar numa Fundação ligada à prefeitura de Campinas em 2005, salientamos que a instituição não tinha mais o patrocínio da Petrobras desde o ano anterior.
A Petrobras informa que Rosemberg Pinto não foi transferido da gerência na Bahia “por ser alvo de denúncia por uso político de verbas sociais”, o que é uma inverdade, mas para assumir nova função na Companhia.
O Globo considera que ser ex-sindicalista é impeditivo para um profissional ascender a postos de comando em empresas e demonstrar eficiência com gestões técnicas. Esta visão extremamente preconceituosa fica evidente no trecho: “No poder, o grupo trocou o megafone pelos ternos e os jornais do sindicato pelas grandes campanhas publicitárias”. Tenta-se desqualificar os profissionais por seu passado sindical sem qualquer dado objetivo que embase tal tese. Um dos pilares do jornalismo – a objetividade – é deixado de lado. A opinião – que deveria estar restrita aos artigos e editoriais – permeia todo o texto.
A Petrobras possui 4.910 gerentes, mas a matéria pinça somente 22 pessoas (menos de 0,5%) que possuem histórico sindical. Cinco gerentes estão na Comunicação Institucional. Todos eles são funcionários de carreira e concursados com mais de 20 anos na empresa, ressalte-se. Para chegar aos 22, o jornal comete o erro de somar profissionais que nem gerentes são. O Globo resgata inclusive o termo “república sindical”, usado por setores contrários à democracia em 1964, na tentativa de reforçar sua tese.
A Petrobras lamenta que O Globo tenha revelado tamanho preconceito. O cronista Lourenço Diaféria escreveu em 1980 “Bilhete pra um Operário”, que já falava nos pecados de um operário em imaginar que, com seu esforço, poderia chegar ao posto máximo da República do Brasil. Passados 29 anos, a crônica está mais atual do que nunca.
Lucio Mena Pimentel Gerente de Imprensa da Petrobras
Postado por LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA às 19:14 0 comentários
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Pacientes da gripe suína dizem ter sofrido discriminação
São Paulo, domingo, 05 de julho de 2009
Vítimas relatam que entre seus amigos e até no hospital onde fizeram os exames pessoas evitavam manter contato mesmo após período de isolamento
MÁRCIO PINHODA
REPORTAGEM LOCAL
A disseminação da gripe suína e a paranoia que se criou em torno da doença têm colaborado para que infectados e quem teve contato com algum doente sintam-se discriminados.A estudante de jornalismo Eloá Orazem, 22, conta que recebeu esse tratamento no dia de seu aniversário, 23 de junho, quando já tinha certeza de que tinha a gripe -ela ficou com os mesmos sintomas de uma amiga que havia recentemente chegado da Argentina doente."Ninguém quis me dar um abraço. O que mais incomodou foram as piadinhas do tipo "deixa eu ficar longe" ou colegas cobrindo o rosto ainda achando que estão sendo engraçados."Ela conta que começou a sentir a reação já no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, onde foi fazer o exame da gripe. No local, pacientes a olhavam com apreensão e evitam ficar próximos dela ao verem que levava uma máscara no rosto.Eloá pôde finalmente comemorar seu aniversário após sair do isolamento de sete dias em sua casa. Mesmo após esse período, que é quando a doença pode ser transmitida, uma amiga ainda evitou abraçá-la.Já de volta ao trabalho em um escritório de comunicação, outra colega, que se senta ao seu lado, permanece apreensiva. Porém, para Eloá, passado o pior, esse tipo de reação já é motivo de descontração.FamíliaOutra universitária que contraiu a gripe e pediu para não ter o nome revelado afirmou que conhecidos passaram a telefonar durante seu isolamento para confirmar se ela estava mesmo com a gripe suína. "Alguns diziam que também já estavam com sintomas. O pessoal é bastante hipocondríaco."A estudante também diz ter percebido que pessoas no Emílio Ribas procuravam distância.Sua família também vivenciou reações semelhantes. O irmão foi dispensado do colégio porque comentou a situação com um colega -a novidade logo chegou à diretora; o tio, após receber a notícia da doença da doença da sobrinha, também foi dispensado; a mãe, que é comerciante, teve que trabalhar sozinha, pois as vendedoras da loja recusaram-se a comparecer; e, por fim, no local de trabalho da universitária, as atividades foram suspensas.
Postado por LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA às 19:07 0 comentários
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"Estilo muito tradicional derrotou Kirchner"
São Paulo, domingo, 05 de julho de 2009
Marqueteiro de adversário diz que ex-presidente argentino ficou preso a forma antiga de fazer política
Marqueteiro de adversário diz que ex-presidente argentino ficou preso a forma antiga de fazer política
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
O publicitário Jaime Durán Barba é o cérebro por trás da derrota do casal Cristina e Néstor Kirchner nas eleições legislativas de domingo passado na Argentina.Para o marqueteiro do empresário Francisco De Narváez, cuja chapa derrotou a comandada pelo ex-presidente Kirchner na disputa pela Câmara dos Deputados, o governo apostou em um estilo messiânico de política, que não mobiliza mais a população.Como o voto é dado aos partidos, Kirchner e De Narváez foram eleitos. Mas a derrota do governo nas cinco maiores Províncias -foram 3 milhões de votos a menos no país em relação à eleição de Cristina em 2007- evidenciou o fracasso do kirchnerismo no pleito.O revés eleitoral do casal Kirchner nas eleições legislativas foi associado a vários fatores: conflito com o setor rural, fim do ciclo virtuoso da economia, estilo confrontativo da presidente e do marido.O equatoriano Durán Barba acrescenta mais um a essa relação: a campanha de Kirchner, atada a discussões ideológicas e à liturgia peronista, não chegou aos jovens -público-alvo de De Narváez na eleição.Peronismo, partido do governo na Argentina, é o modo de fazer política criado pelo general Juan Perón (1895-1974).Responsável por "desperonizar" a campanha de De Narváez, um dissidente da ala governista da sigla, Durán Barba diz que, para os jovens, Perón é apenas uma "imagem antiga", e ganhou quem soube explorar essas mudanças.Consultor de campanha vitoriosa do presidente do México, Felipe Calderón, Durán Barba disse que, como Barack Obama nos EUA, De Narváez encarnou o sentimento da mudança na Argentina.
FOLHA - Por que o governo perdeu a eleição? JAIME DURÁN BARBA - Foi uma disputa entre duas formas diferentes de fazer política. A de Kirchner, muito tradicional, com a máquina partidária, os discursos. E a outra, uma forma nova, de aproximar o candidato das pessoas, de seus problemas.
FOLHA - Qual foi a influência sobre os eleitores da discussão sobre o papel do Estado na economia, levantada pelo governo? BARBA - Nenhuma. Não é um tema que move o eleitor comum. Foi algo debatido só no chamado "círculo vermelho", de votantes que discutem assuntos legais, constitucionais.
FOLHA - Então o discurso que associou De Narváez às privatizações dos anos 90 não pegou? BARBA - Os problemas dos anos 1970 ou 90 interessam aos cidadãos de mais de 50 anos. Os eleitores de 20 anos não se lembram dos anos 1990. O tempo passa rápido na política, as pessoas se esquecem de tudo.
FOLHA - Por que "desperonizar" a campanha? BARBA - Porque para os jovens Perón é como San Martín [general considerado o "pai da pátria"]. É uma imagem antiga, sem vigência. Seria o mesmo que, no Brasil, fazer campanha com foto de Getúlio Vargas.
FOLHA - De Narváez usou o slogan da mudança, que passou às mãos da oposição. BARBA - Ocorreu algo semelhante nos EUA. Obama era a mudança pela forma como agia, caminhava. De Narváez representava uma pessoa diferente, jovem, alegre. O ex-presidente Kirchner se mostrava como um político clássico, tradicional.
FOLHA - O estilo do governo está ultrapassado? BARBA - Antes, os líderes encabeçavam grupos socialistas, fascistas, capitalistas, que estavam dispostos a guerrear por essas coisas. Hoje as pessoas não querem morrer por ideologias, querem viver de modo confortável.
FOLHA - Como se deu essa virada na opinião pública? BARBA - Kirchner assumiu a Argentina em uma situação econômica muito ruim. O país melhorou, e por isso ele foi muito popular. Melhores economicamente, as pessoas dizem: "Já estou comendo, agora quero respeito e uma sociedade com democracia mais assentada". Então Kirchner perdeu seu contato com o povo, sobretudo após o conflito com o campo.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0507200912.htm
O publicitário Jaime Durán Barba é o cérebro por trás da derrota do casal Cristina e Néstor Kirchner nas eleições legislativas de domingo passado na Argentina.Para o marqueteiro do empresário Francisco De Narváez, cuja chapa derrotou a comandada pelo ex-presidente Kirchner na disputa pela Câmara dos Deputados, o governo apostou em um estilo messiânico de política, que não mobiliza mais a população.Como o voto é dado aos partidos, Kirchner e De Narváez foram eleitos. Mas a derrota do governo nas cinco maiores Províncias -foram 3 milhões de votos a menos no país em relação à eleição de Cristina em 2007- evidenciou o fracasso do kirchnerismo no pleito.O revés eleitoral do casal Kirchner nas eleições legislativas foi associado a vários fatores: conflito com o setor rural, fim do ciclo virtuoso da economia, estilo confrontativo da presidente e do marido.O equatoriano Durán Barba acrescenta mais um a essa relação: a campanha de Kirchner, atada a discussões ideológicas e à liturgia peronista, não chegou aos jovens -público-alvo de De Narváez na eleição.Peronismo, partido do governo na Argentina, é o modo de fazer política criado pelo general Juan Perón (1895-1974).Responsável por "desperonizar" a campanha de De Narváez, um dissidente da ala governista da sigla, Durán Barba diz que, para os jovens, Perón é apenas uma "imagem antiga", e ganhou quem soube explorar essas mudanças.Consultor de campanha vitoriosa do presidente do México, Felipe Calderón, Durán Barba disse que, como Barack Obama nos EUA, De Narváez encarnou o sentimento da mudança na Argentina.
FOLHA - Por que o governo perdeu a eleição? JAIME DURÁN BARBA - Foi uma disputa entre duas formas diferentes de fazer política. A de Kirchner, muito tradicional, com a máquina partidária, os discursos. E a outra, uma forma nova, de aproximar o candidato das pessoas, de seus problemas.
FOLHA - Qual foi a influência sobre os eleitores da discussão sobre o papel do Estado na economia, levantada pelo governo? BARBA - Nenhuma. Não é um tema que move o eleitor comum. Foi algo debatido só no chamado "círculo vermelho", de votantes que discutem assuntos legais, constitucionais.
FOLHA - Então o discurso que associou De Narváez às privatizações dos anos 90 não pegou? BARBA - Os problemas dos anos 1970 ou 90 interessam aos cidadãos de mais de 50 anos. Os eleitores de 20 anos não se lembram dos anos 1990. O tempo passa rápido na política, as pessoas se esquecem de tudo.
FOLHA - Por que "desperonizar" a campanha? BARBA - Porque para os jovens Perón é como San Martín [general considerado o "pai da pátria"]. É uma imagem antiga, sem vigência. Seria o mesmo que, no Brasil, fazer campanha com foto de Getúlio Vargas.
FOLHA - De Narváez usou o slogan da mudança, que passou às mãos da oposição. BARBA - Ocorreu algo semelhante nos EUA. Obama era a mudança pela forma como agia, caminhava. De Narváez representava uma pessoa diferente, jovem, alegre. O ex-presidente Kirchner se mostrava como um político clássico, tradicional.
FOLHA - O estilo do governo está ultrapassado? BARBA - Antes, os líderes encabeçavam grupos socialistas, fascistas, capitalistas, que estavam dispostos a guerrear por essas coisas. Hoje as pessoas não querem morrer por ideologias, querem viver de modo confortável.
FOLHA - Como se deu essa virada na opinião pública? BARBA - Kirchner assumiu a Argentina em uma situação econômica muito ruim. O país melhorou, e por isso ele foi muito popular. Melhores economicamente, as pessoas dizem: "Já estou comendo, agora quero respeito e uma sociedade com democracia mais assentada". Então Kirchner perdeu seu contato com o povo, sobretudo após o conflito com o campo.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0507200912.htm
Postado por LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA às 19:04 0 comentários
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