Casamento coletivo de gays terá homem com buquê e mulher de calça
Oito casais masculinos e quatro femininos participarão de cerimônia em SP.
Noivos vão se casar no religioso e terão reconhecimento de união estável.
Este sábado (25) será o grande dia para 12 casais homossexuais em São Paulo. Alguns homens já ensaiaram como vão entrar segurando o buquê. Outros fizeram uma inovação ao terno: pediram às costureiras para improvisar uma cauda longa. Parte das mulheres preferiu optar por uma vestimenta mais discreta: calças sociais. Nem todas gostam de véu, grinalda ou maquiagem exagerada.
Pelo terceiro ano seguido, a Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM) em São Paulo, que aceita homossexuais e se intitula cristã evangélica, vai realizar um casamento coletivo de gays na véspera da 15ª Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais).
Desta vez, quatro casais femininos e oito masculinos vão unir seus votos de matrimônio durante uma cerimônia religiosa que ocorrerá no final desta tarde, a partir das 18h, no salão nobre da Faculdade de Direito do Largo São Francisco da USP (Universidade de São Paulo), no Centro da capital paulista.
Alguns dos casais que aceitaram conversar com o G1 afirmaram que irão vestidos como se sentem melhor.
Pelo terceiro ano seguido, a Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM) em São Paulo, que aceita homossexuais e se intitula cristã evangélica, vai realizar um casamento coletivo de gays na véspera da 15ª Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais).
Desta vez, quatro casais femininos e oito masculinos vão unir seus votos de matrimônio durante uma cerimônia religiosa que ocorrerá no final desta tarde, a partir das 18h, no salão nobre da Faculdade de Direito do Largo São Francisco da USP (Universidade de São Paulo), no Centro da capital paulista.
Alguns dos casais que aceitaram conversar com o G1 afirmaram que irão vestidos como se sentem melhor.
Buquê e cauda“Vamos nos casar de casaco inglês. Meu companheiro vai todo de preto. O meu é um pouco modificado, feito de prata. Vai até o chão e terá uma cauda de 1,5 metro. Vou usar um buquê de copo de leite. Com certeza, numa comparação com uma cerimônia heterossexual, eu seria a noiva”, brinca o professor e músico Alexander Lucas Evangelista, de 30 anos, sobre os preparativos para o seu casamento com o tecnólogo Roberto Salvador Júnior, de 22 anos.
"Somos membros praticantes da igreja e também cantamos nos cultos. Somos normais como qualquer um. Chega de homofobia, chega de intolerância. Nossa união e a dos outros casais têm esse intuito também", diz Alexander, que conheceu Roberto na escada rolante do Metrô Sé. "Foi amor à primeira vista."
Lista de esperaO casamento gay comunitário já é tradição antes da Parada do Orgulho Gay, que ocorre neste domingo (26) na Avenida Paulista. Neste ano, no entanto, o número de casais é o dobro do registrado em 2010. Em 2009, quatro casais participaram da primeira cerimônia feita pela ICM.
“A celebração será coletiva e aberta ao público, sem qualquer discriminação. O objetivo do casamento é mostrar o apoio da igreja às relações homoafetivas. Todos são iguais perante Deus. Homossexualidade não é doença”, diz Cristiano Valério, que é gay e reverendo da Igreja da Comunidade Metropolitana. A ICM está ligada à Fraternidade Universal das Igrejas da Comunidade Metropolitana (FUICM), fundada em 1968 nos Estados Unidos.
“A celebração será coletiva e aberta ao público, sem qualquer discriminação. O objetivo do casamento é mostrar o apoio da igreja às relações homoafetivas. Todos são iguais perante Deus. Homossexualidade não é doença”, diz Cristiano Valério, que é gay e reverendo da Igreja da Comunidade Metropolitana. A ICM está ligada à Fraternidade Universal das Igrejas da Comunidade Metropolitana (FUICM), fundada em 1968 nos Estados Unidos.
Segundo o reverendo, mais de 20 casais estão na lista de espera para se casar pela ICM. "Realizamos casamentos todos os anos, desde 2006, quando a igreja surgiu em São Paulo. Mas na véspera da Parada sempre fazemos casamentos coletivos", afirma Valério.
União estávelEnquanto pastores vão consagrar o casamento religioso, representantes de um cartório da capital paulista estarão no local para registrar a união estável entre os casais do mesmo sexo, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 5 de maio, o STF reconheceu a união homossexual como entidade familiar.
“A gente decidiu fazer a união estável porque adquirimos um imóvel. Estamos juntos há dez anos. Eu não quero amanhã saber que eu morri e um projeto que foi meu e de meu companheiro seja tirado dele por um familiar. Existe a necessidade desse reconhecimento legal, por conta de bens que temos construído em conjunto, igual a qualquer casal heterossexual”, diz o enfermeiro José Luiz Viana da Silva, de 49 anos, que mora com o companheiro há oito anos no estado do Rio de Janeiro.
União estávelEnquanto pastores vão consagrar o casamento religioso, representantes de um cartório da capital paulista estarão no local para registrar a união estável entre os casais do mesmo sexo, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 5 de maio, o STF reconheceu a união homossexual como entidade familiar.
“A gente decidiu fazer a união estável porque adquirimos um imóvel. Estamos juntos há dez anos. Eu não quero amanhã saber que eu morri e um projeto que foi meu e de meu companheiro seja tirado dele por um familiar. Existe a necessidade desse reconhecimento legal, por conta de bens que temos construído em conjunto, igual a qualquer casal heterossexual”, diz o enfermeiro José Luiz Viana da Silva, de 49 anos, que mora com o companheiro há oito anos no estado do Rio de Janeiro.
“Antes da decisão do STF em reconhecer a união estável entre gays tudo era mais difícil. Sorte a minha que meu patrão já havia aceitado incluir meu companheiro como dependente no plano de saúde. Pena que nem todos pensam como ele”, afirma o enfermeiro Viana da Silva.
Noivas e mãesPara as noivas Daniele Fabiana de Paula Galvão da Silva, de 29 anos, e Patrícia Elaine Oliveira Batista, de 31, que moram juntas há dois anos, o casamento gay e o reconhecimento da união estável da qual elas irão participar contará com o apoio de seus filhos.
“Todo mundo está eufórico aqui. Eu, minha noiva e nossos três filhos. Na verdade, são dois filhos da minha companheira, de 6 anos e 11 anos, que eu considero como meus filhos também. E uma sobrinha de 11 anos da Patrícia que é como se fosse nossa filha. A menina perdeu a mãe e estou tentando entrar na Justiça com um pedido de guarda compartilhada. A união estável nos ajudará com isso. Será a realização de um sonho. De uma família feliz”, diz a monitora de segurança Daniele.
Assim como Patrícia, Daniele também teve um relacionamento heterossexual no passado, quando esteve casada com um homem. “Mas gay nasce gay. Eu sempre fui gay, mas só me descobri gay depois de um tempo”, diz a monitora, que afirma não interferir na sexualidade das crianças. "Elas moram conosco e aceitam bem nosso relacionamento. Quando elas olham um casal igual, elas não têm a malícia do sexo, coisa que acontece com alguns adultos.”
Segundo Daniele, o que a está deixando mais preocupada agora é a hora do ‘sim’. “Estou ansiosa. Quero ficar bem linda para minha amada. Não vamos usar vestido. Isso não combina com a gente. Vamos usar uma calça social, um blazer. O menino menorzinho é quem vai levar as alianças. Meu coração está a mil.”
“Todo mundo está eufórico aqui. Eu, minha noiva e nossos três filhos. Na verdade, são dois filhos da minha companheira, de 6 anos e 11 anos, que eu considero como meus filhos também. E uma sobrinha de 11 anos da Patrícia que é como se fosse nossa filha. A menina perdeu a mãe e estou tentando entrar na Justiça com um pedido de guarda compartilhada. A união estável nos ajudará com isso. Será a realização de um sonho. De uma família feliz”, diz a monitora de segurança Daniele.
Assim como Patrícia, Daniele também teve um relacionamento heterossexual no passado, quando esteve casada com um homem. “Mas gay nasce gay. Eu sempre fui gay, mas só me descobri gay depois de um tempo”, diz a monitora, que afirma não interferir na sexualidade das crianças. "Elas moram conosco e aceitam bem nosso relacionamento. Quando elas olham um casal igual, elas não têm a malícia do sexo, coisa que acontece com alguns adultos.”
Segundo Daniele, o que a está deixando mais preocupada agora é a hora do ‘sim’. “Estou ansiosa. Quero ficar bem linda para minha amada. Não vamos usar vestido. Isso não combina com a gente. Vamos usar uma calça social, um blazer. O menino menorzinho é quem vai levar as alianças. Meu coração está a mil.”
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/06/casamento-coletivo-de-gays-tera-homem-com-buque-e-mulher-de-calca.html
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