sexta-feira, 8 de outubro de 2010

‘Tropa de elite 2’ - frases do filme - Novos bordões incluem 'Tá de pombagirice'

 
08/10/2010 16h04 - Atualizado em 08/10/2010 17h03


Entre tiros e ‘caveiras’, personagens levam humor a ‘Tropa de elite 2’

André Mattos e Milhem Cortaz renovam bordões no filme de José Padilha.

Continuação da saga do Capitão Nascimento estreia nesta sexta-feira (8).



Dolores Orosco

Do G1, em São Paulo



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André Mattos em 'Tropa de elite 2': personagem não

é inspirado em Gil Gomes ou Wagner Montes, diz

ator. (Foto: Divulgação)A pancadaria é muita e não faltam tiros e cenas que jorram sangue. Mas ainda assim há espaço para o humor em “Tropa de elite 2”, que chega aos cinemas nesta sexta-feira (8). E quem deve garantir as risadas – ainda que tensas – e os bordões candidatos a cair na boca do povo são os personagens Fortunato (André Mattos) e Coronel Fábio (Milhem Cortaz), o policial corrupto e boa-praça que foi destaque na trama original.



Calouro no time de atores que integrou “Tropa de elite” (2007), ganhador do Urso de Prata no Festival de Berlim, Mattos vive um deputado corrupto que conquista eleitores com um programa policial no qual enaltece a matança promovida pelo Bope. Na bancada do “Mira geral”, Fortunato sapateia, dá socos no ar, faz dancinhas e repete bordões como “tá com peninha do marginal?” ou “bota os 'caveira' [forma como os policiais do Bope se chamam] pra trabalhar”.



Bota os caveira pra trabalhar!"Deputado Fortunato, personagem do ator André Mattos“Quando o Fortunato está em frente às câmeras ele é caricato. Mas fora do programa, é um cara que fala mais baixinho, tem uma certa malemolência. Nesses momentos de transição era difícil para mim baixar o tom”, diz Mattos. “Sou um ator de teatro por formação, minha interpretação é mais expansiva, mais aberta”.



O ator nega ter se inspirado diretamente em outros ícones desse tipo de jornalístico policial televisivo, como Gil Gomes, Luiz Carlos Alborghetti, Ratinho ou Wagner Montes.



“Na verdade acaba sendo o misto de todos eles. Esse tipo de mídia é muito poderosa, fica no nosso inconsciente”, garante Mattos.



“Macunaíma particular”

O capitão Fábio, o policial malandro vivido por Milhem Cortaz, é promovido a coronel em “Tropa de elite 2”. Na história, mantém relações com as milícias e pega o dinheiro do “arrego do tráfico”. No entanto, o ator defende o personagem.



Tá de pombagirice?"Coronel Fábio, personagem de Milhem Cortaz"O Fábio é meu Macunaíma particular. É um herói politicamente incorreto e fruto do meio em que vive”, teoriza Cortaz. “Acho que é um cara gente boa, que não faz nada com a intenção de prejudicar ninguém. No país do ‘jeitinho brasileiro’, ele tem o dele”.





Milhem Cortaz é o coronel Fábio em 'Tropa de elite 2': 'tá de pombagirice?', diz personagem em cena. (Foto: Bento Marzo / Divulgação)Assim como o personagem de Fortunato, o Coronel Fábio também é uma usina de bordões. São dele tiradas como “tá de pombagirice?”, “cada cachorro que lamba sua caceta” ou “quer me f...? Então me dá um beijo na boca”.



“Essas expressões fazem parte do repertório da malandragem carioca. Se a história fosse da polícia de São Paulo, o vocabulário talvez fosse outro”, opina Cortaz. “E a gente não faz a cena pensando que vai virar bordão. O povo é quem acaba elegendo seus favoritos e sai repetindo”.



Mattos completa a tese do colega de elenco citando o bordão de Seu Fininho – investigador bonachão que interpretou no humorístico “Escolinha do Professor Raimundo”, na década de 90. “Ele tinha aquele ‘eu te amo, meu queriiiiiiido!’ que o povão todo repetia quando me via na rua. Não tem jeito, se a frase não grudar no ouvido do público, não adianta forçar a barra”.



José Padilha explica que as expressões do deputado Fortunato e do coronel Fábio não vieram prontas no roteiro do filme. “Meu roteiro é só um guia para o ator, mostra apenas as situações do filme. São eles quem desenvolvem essas expressões no laboratório com os policiais, em suas experiências pessoais e na preparação com a Fátima Toledo”, explica o diretor, se referindo a preparadora de atores do longa.



Cortaz e Mattos preferem não arriscar quais serão os bordões que ficarão marcados em “Tropa de elite 2”. Mas fazem torcida.



“Não nego que vou adorar ver as pessoas repetindo as tiradas do Fábio. Sinal de que percorri o caminho certo”, diz Cortaz.

 
http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/10/entre-tiros-e-caveiras-personagens-levam-humor-tropa-de-elite-2.html

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