terça-feira, 29 de junho de 2010

Netinho diz que aliança com petistas precisava de "escurecida"

Netinho diz que aliança com petistas precisava de "escurecida"
Cantor e apresentador Netinho de Paula roubou a cena durante a convenção do PT e enalteceu a candidatura de um negro ao Senado

Matheus Pichonelli. iG São Paulo | 26/06/2010 17:13Mudar o tamanho da letra:A+A-
O cantor e apresentador Netinho de Paula, vereador e candidato do PC do B ao Senado, roubou a cena neste sábado durante a convenção do PT que oficializou a candidatura de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo, ao cantar para os cerca de 8 mil militantes presentes ao evento a música Cohab City, sua canção mais conhecida e que fez sucesso nos anos 1990 com o grupo Negritude Junior.

Antes de começar a cantar, o vereador pediu ajuda da bateria da Mancha Verde, que compareceu em peso à convenção para apoiar um candidato do PT do B apoiado pela torcida palmeirense. Quando voz e “percussão” se entenderam, ele entoou: “Vai ficar legal, pagode na Cohab no maior astral...”.


Foto: Agência Estado
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Quebrando o protocolo, Netinho disse, em seu discurso, que não citaria o nome de todos os aliados presentes “porque aqui é tudo mano”. Em sua campanha, ele tem usado a ligação com a periferia, onde se criou, e o fato de São Paulo jamais ter eleito um candidato negro para o Senado para alavancar a campanha. Contou que, dois meses atrás, olhou para um painel com as fotos de Lula, Dilma Rousseff, Marta Suplicy e Mercadante e pensou que a campanha “estava precisando dar uma escurecida”.

“Como vai mudar se não tiver representação do povo do gueto. Por que o negro não pode [ser eleito senador]?”, questionou o cantor, que disse estar no meio do povo ao apontar um painel instalado no fundo do centro de convenções em que, afinal, aparecia na foto oficial ao lado das lideranças petistas.



Morumbi

Na mesma linha do companheiro de chapa, a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy disse que São Paulo tem a chance neste ano de eleger pela primeira vez um negro e uma mulher para o Senado e para a Presidência. “Mal da garganta”, como explicou, ela usou parte do seu discurso para alfinetar o governo do PSDB, que há 16 anos governa o Estado de São Paulo.

Lembrou do episódio em que policiais civis e militares entraram em conflito durante uma greve promovida pelos primeiros durante a gestão Serra e disse que “ninguém mais acredita na situação da educação de São Paulo”. Até mesmo o fato de o Morumbi, que é um estádio privado (pertence ao São Paulo Futebol Clube), ter ficado de fora da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, foi usado por ela para ilustrar uma suposta decadência vivida pelo Estado. Quase no fim, disse para Mercadante: “você vai fazer nosso estádio acontecer em São Paulo. Eu e Netinho estaremos cuidando desse estádio no Senado”.

O jingle da campanha de Marta ao Senado diz: "Estou outra vez do seu lado, você tem estrela, é a nossa primeira mulher no Senado". A convenção ratificou também o presidente da Câmara de São Paulo, Antonio Carlos Rodrigues (PR), à suplência de Marta no Senado

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