Ato contra a intolerância religiosa atrai 10 mil pessoas à orla e candidatos aproveitam para panfletar
Rio - A orla de Copacabana se vestiu de branco ontem para a Caminhada pela Liberdade Religiosa. Mesmo com a chuva, o ato contra a intolerância entre as crenças levou cerca de 10 mil seguidores de diversas religiões à Avenida Atlântica. A união das crenças se tornou, também, encontro de correntes políticas: a multidão atraiu candidatos e cabos eleitorais que aproveitaram o evento para panfletar. Teve até candidato que tomou ‘passe de descarrego’ de umbandistas, que eram maioria. Contrariando todas as expectativas, e até sua programação de campanha, o candidato do PRB à prefeitura, o ex-bispo da Igreja Universal Marcelo Crivella, chegou de surpresa ao ato. Para mostrar que não contraria seguidores de crenças religiosas diferentes da sua, a evangélica, ele cumprimentou seguidores da Umbanda e do Candomblé e creditou sua rejeição política à discriminação.“Minha presença aqui é para mostrar que não apóio a intolerância. Sofro com isso e quero que a religião e a opção sexual de cada um sejam respeitados”, afirmou Crivella, que foi bem recebido por quem acompanhava a caminhada, mas recebeu da organização do evento o pedido para levar aos evangélicos a campanha pelo fim da intolerância religiosa.“Não temos nada contra nenhum político. No caso do Crivella, que representa a religião evangélica, da mesma forma que o recebemos com muito carinho e sem qualquer preconceito, também esperamos que ele mude a postura dos fiéis de sua igreja para que deixem de achar que somos seguidores do demônio”, declarou o babalawô Ivanir dos Santos, um dos organizadores do evento.Outros candidatos, seguidos de dezenas de cabos eleitorais, também aproveitaram para pedir votos. Candidatos defendem fim da intolerância e celebram a pazSem atacar a opção religiosas dos adversários, os candidatos fizeram coro ao defender a campanha pela intolerância. Fernando Gabeira (PV) até saiu em defesa de Crivella. “Ele é o símbolo da intolerância religiosa. Vejo que a discriminação cresce a cada dia, o que não deveria acontecer, já que somos todos africanos”, disse Gabeira, que parou para cumprimentar Jandira Feghali (PCdoB).A candidata comemorava o empate técnico com Crivella e reafirmou sua expectativa de chegar ao segundo turno. “Os indecisos começam a se decidir. O crescimento mostra que tenho chances reais”, disse Jandira. Alessandro Molon reafirmou a importância do respeito quando o assunto é opção religiosa. “A intolerância precisa acabar”, disse. Chico Alencar (PSOL) cumprimentou seguidores de todas as crenças e até tomou um ‘passe de descarrego’ com defumador de um líder de Umbanda. “Prefiro contar com o poder dos orixás”, disse, ao responder sobre as doações para sua campanha. UNIDOS PELA LIBERDADE DE CULTOAtivista do Movimento Negro, o ex-senador Abdias Nascimento, 94 anos, acompanhou a caminhada de cadeira de rodas. “A comunidade negra responde com demonstração pública de cordialidade a todas as outras religiões. Só queremos cultuar nossos deuses e orixás e poder realizar nossas cerimônias”.O muçulmano Ali Ahmada, 45, se juntou ao coro. “Eu e minha família sofremos discriminação até no prédio onde moramos. Acham que somos todos terroristas”, protestou Ali.Representantes da Casa de Cultura Estrela D’Oyá e União Cigana do Brasil também levaram seu protesto. “Queremos liberdade ao culto. Quem tem sua crença, seja ela qual for, precisa ser respeitado”, disse a cigana Rosamaria Neves, 51.Copacabana também foi ponto de encontro de motociclistas, parentes e seguidores do movimento Gabriela Sou da Paz, que organizou a 3ª Motociata contra a impunidade e a violência. Mil pessoas, em motos e carros, foram do Posto 6 até a Tijuca.
Rio - A orla de Copacabana se vestiu de branco ontem para a Caminhada pela Liberdade Religiosa. Mesmo com a chuva, o ato contra a intolerância entre as crenças levou cerca de 10 mil seguidores de diversas religiões à Avenida Atlântica. A união das crenças se tornou, também, encontro de correntes políticas: a multidão atraiu candidatos e cabos eleitorais que aproveitaram o evento para panfletar. Teve até candidato que tomou ‘passe de descarrego’ de umbandistas, que eram maioria. Contrariando todas as expectativas, e até sua programação de campanha, o candidato do PRB à prefeitura, o ex-bispo da Igreja Universal Marcelo Crivella, chegou de surpresa ao ato. Para mostrar que não contraria seguidores de crenças religiosas diferentes da sua, a evangélica, ele cumprimentou seguidores da Umbanda e do Candomblé e creditou sua rejeição política à discriminação.“Minha presença aqui é para mostrar que não apóio a intolerância. Sofro com isso e quero que a religião e a opção sexual de cada um sejam respeitados”, afirmou Crivella, que foi bem recebido por quem acompanhava a caminhada, mas recebeu da organização do evento o pedido para levar aos evangélicos a campanha pelo fim da intolerância religiosa.“Não temos nada contra nenhum político. No caso do Crivella, que representa a religião evangélica, da mesma forma que o recebemos com muito carinho e sem qualquer preconceito, também esperamos que ele mude a postura dos fiéis de sua igreja para que deixem de achar que somos seguidores do demônio”, declarou o babalawô Ivanir dos Santos, um dos organizadores do evento.Outros candidatos, seguidos de dezenas de cabos eleitorais, também aproveitaram para pedir votos. Candidatos defendem fim da intolerância e celebram a pazSem atacar a opção religiosas dos adversários, os candidatos fizeram coro ao defender a campanha pela intolerância. Fernando Gabeira (PV) até saiu em defesa de Crivella. “Ele é o símbolo da intolerância religiosa. Vejo que a discriminação cresce a cada dia, o que não deveria acontecer, já que somos todos africanos”, disse Gabeira, que parou para cumprimentar Jandira Feghali (PCdoB).A candidata comemorava o empate técnico com Crivella e reafirmou sua expectativa de chegar ao segundo turno. “Os indecisos começam a se decidir. O crescimento mostra que tenho chances reais”, disse Jandira. Alessandro Molon reafirmou a importância do respeito quando o assunto é opção religiosa. “A intolerância precisa acabar”, disse. Chico Alencar (PSOL) cumprimentou seguidores de todas as crenças e até tomou um ‘passe de descarrego’ com defumador de um líder de Umbanda. “Prefiro contar com o poder dos orixás”, disse, ao responder sobre as doações para sua campanha. UNIDOS PELA LIBERDADE DE CULTOAtivista do Movimento Negro, o ex-senador Abdias Nascimento, 94 anos, acompanhou a caminhada de cadeira de rodas. “A comunidade negra responde com demonstração pública de cordialidade a todas as outras religiões. Só queremos cultuar nossos deuses e orixás e poder realizar nossas cerimônias”.O muçulmano Ali Ahmada, 45, se juntou ao coro. “Eu e minha família sofremos discriminação até no prédio onde moramos. Acham que somos todos terroristas”, protestou Ali.Representantes da Casa de Cultura Estrela D’Oyá e União Cigana do Brasil também levaram seu protesto. “Queremos liberdade ao culto. Quem tem sua crença, seja ela qual for, precisa ser respeitado”, disse a cigana Rosamaria Neves, 51.Copacabana também foi ponto de encontro de motociclistas, parentes e seguidores do movimento Gabriela Sou da Paz, que organizou a 3ª Motociata contra a impunidade e a violência. Mil pessoas, em motos e carros, foram do Posto 6 até a Tijuca.
Fonte: ODia Online. Jornalistas: Gislândia Governo e Amanda Pinheiro. Data: 22/09/2008 01:06:00
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