Por Fabiana Oliveira e Fernando Pinheiro
Na terça-feira, 29 de abril, o coordenador do curso de medicina da Universidade Federal da Bahia, Antônio Natalino Dantas, 69 anos, deu uma entrevista à Rádio Band News, sobre o baixo desempenho dos alunos do curso no ENADE (Exame Nacional de Desenvolvimento dos Estudantes) que dividiu opiniões no país.
Na terça-feira, 29 de abril, o coordenador do curso de medicina da Universidade Federal da Bahia, Antônio Natalino Dantas, 69 anos, deu uma entrevista à Rádio Band News, sobre o baixo desempenho dos alunos do curso no ENADE (Exame Nacional de Desenvolvimento dos Estudantes) que dividiu opiniões no país.
Em sua fala, o médico-professor, alegou que os baianos têm baixo QI (Quoeficiente de Inteligência), justificando assim a nota na avaliação. O indicador da tese do renomado professor, também baiano, é o berimbau, que segundo o mesmo "é o tipo de instrumento do indivíduo que tem poucos neurônios. Um demonstrativo de pouca inteligência". Contudo ele não forneceu mais informações para embasar esta tese boçal e preconceituosa.
Um dia após, ao tentar esclarecer sua fala, o coordenador foi mais enfático: "talvez o ambiente cultural da Bahia não seja muito propício à medicina porque as coisas aqui são mais voltadas para a musicalidade. Se bem que eu nem considero esses ritmos de percussão música propiamente dita".
O posicionamento do professor, rendeu respostas indignadas de alunos da UFBA, que escreveram uma carta de repúdio, além do reitor pedir seu afastamento da direção do curso e até o , governador da Bahia, Jaques Wagner, se pronunciou, dizendo que Dantas teve um “surto de imbecilidade, se é que ele não é assim".
Tudo estaria resolvido se o pensamento de Antônio Dantas fosse único. Infelizmente este país está cheio de Antônios, que embora não se pronunciem, têm o mesmo pensamento sobre os baianos e a população negra de uma forma geral.
O que chocou foi o fato de um acadêmico, pessoa tida como esclarecida, pronunciar-se dessa forma; afinal, é politicamente incorreto. Mas como ele, temos muitos outros professores, doutores, empresários, políticos, donas-de-casa, etc, reproduzindo, ainda que não na mídia, o mesmo discurso no dia-a-dia.
O resultado desse racismo, as estatísticas, e essas visíveis, apontam: os negros no Brasil têm os piores salários e as diferenças de escolaridade são gritantes em relação aos não-negros.
Embora o professor não tenha em sua fala se dirigido aos negros, na Bahia, mais de 70% da população é declaradamente negra. Além disso, o berimbau, é um instrumento ligado a história e cultura afro-brasileira. Não nos parece fácil tocar um instrumento de uma única corda. È um instrumento brilhante, mas por não ser cultura européia, sua importãncia, assim como boa parte do que lembre os negros no Brasil, é minimizado.
Até quando teremos que conviver com toda essa discriminação existente em nosso país? Esperamos que este episódio, suscite muitos debates dentro e fora da academia. Pois conseguir enxergar além dos preconceitos e diferenças, reconhcendo a importância da contribuição de cada povo para a formação do Brasil, isso sim e demonstração de inteligência.
Veja as reportagens
Hoje em Dia - QI dos baianos e berimbau p/ professor da UFBA
Professor universitário diz que baiano é burro
Baianos reagem a afirmação de que são burros
Retirado do blog YOWLI BRASIL
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