quinta-feira, 23 de junho de 2011

Torcedores russos voltam a atirar bananas em Roberto Carlos


22/06/2011 15h39 - Atualizado em 22/06/2011 17h23

Torcedores russos voltam a atirar bananas em Roberto Carlos

Jogador foi vítima de nova manifestação preconceituosa nesta quarta-feira, após vitória do Anzhi sobre o Krylya Sovetov, por 3 a 0, fora de casa

Por GLOBOESPORTE.COMSamara, Rússia
FRAME Banana é atirada em Roberto Carlos (Foto: Reprodução)Roberto Carlos e a banana no campo (Reprodução)
Mais uma vez, o lateral-esquerdo Roberto Carlos sofreu com insultos racistas de uma torcida adversária no futebol russo. Nesta quarta-feira, após a vitória  do Anzhi por 3 a 0 contra o Krylya Sovetov, fora de casa, um torcedor atirou uma banana no gramado, na direção do jogador, que já tinha passado por esta situação em março, em São Petersburgo, quando os fãs do Zenit também jogaram bananas em campopara provocar o brasileiro. O jogador a atirou para fora, mas ficou transtornado com fato semelhante ao já ocorrido e deixou o gramado.
O zagueiro João Carlos, companheiro de Roberto no Anzhi, comentou o caso por meio de sua assessoria de imprensa e lamentou o ocorrido. Segundo ele, esse tipo de comportamento dos torcedores russos já virou "normal" no país, que não faz nada para acabar com o preconceito.
- Infelizmente tivemos esse problema com o Roberto Carlos no fim da partida. jogaram uma banana nele e ele deixou o gramado bastante chateado com isso. Na Rússia isso está virando rotina, mas as autoridades têm que tomar atitudes mais severas com relação a esse racismo - disse João, que também analisou a partida em si.
- Finalmente voltamos a vencer. Tivemos uma derrota e um empate nas duas últimas rodadas, mas conseguimos recuperar os pontos jogando fora de casa. Foi um bom resultado e que nos mantém entre os primeiros colocados - completou.
Na rodada desta quarta-feira, apesar da vitória do Anzhi, o CSKA também venceu e segue com a liderança isolada da competição.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

John Galliano confessa 'vício triplo' em tribunal francês


France Presse
22/06/2011 11h48 - Atualizado em 22/06/2011 12h07

John Galliano confessa 'vício triplo' em tribunal francês

Estilista disse em julgamento que é viciado em álcool, soníferos e Valium.
Galliano enfrenta acusações de ofensas e comportamento antissemita.

Da France Presse
O estilista britânico John Galliano confessou nesta quarta-feira (22), diante de um tribunal francês, que sofre de vício triplo em álcool, soníferos e Valium. O depoimento foi dado durante julgamento por insultos antissemitas e racistas feitos pelo inglês num bar parisiense.

Galliano se apresentou ao tribunal às 10h45 (horário de Brasília) desta quarta. Ele chegou à sala XVII do Tribunal Correcional de Paris, presidida pela magistrada Anne-Mari Sauteraud, de cabelos soltos e vestindo trajes escuros.
John Galliano chega a tribunal em Paris  (Foto: Thibault Camus/AP)John Galliano chega a tribunal em Paris (Foto: Thibault Camus/AP)

O julgamento é o mais recente capítulo na saga que começou em fevereiro, quando o inglês foi detido pela polícia francesa depois que um casal o acusou de fazer comentários racistas.
O advogado de Galliano, Aurelien Hamelle, chega ao tribunal de Paris em que o estilista será julgado (Foto: AP)O advogado de Galliano, Aurelien Hamelle, chega
ao tribunal de Paris (Foto: AP)
O incidente de 24 de fevereiro, junto à publicação de um vídeo em que o estilista diz amar Hitler, provocou sua demissão do cargo de diretor de criação da grife parisiense Dior.
A expectativa é de que os magistrados cheguem a uma decisão rápida no julgamento, que coloca Galliano, de 50 anos, contra dois acusadores: uma mulher que alega nunca ter ouvido falar do estilista britânico antes do incidente em fevereiro, e outro cujas acusações remetem a eventos anteriores, em outubro.
Se for declarado culpado, Galliano pode cumprir seis anos de prisão e pagar uma multa de até 22 mil euros. Precedentes em casos semelhantes indicam que é provável que a multa seja menor, de no máximo alguns milhares de dólares.

CNJ mantém uso de terno e gravata por advogados no Rio


21/06/2011 19h40 - Atualizado em 21/06/2011 20h50

CNJ mantém uso de terno e gravata por advogados no Rio

OAB do Rio recorreu ao CNJ pedindo dispensa do traje.
Conselho afirmou que tribunais têm autonomia para decidir sobre o tema.

Débora SantosDo G1, em Brasília
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) manteve nesta terça-feira (21) a obrigação do uso de terno e gravata pelos advogados do Rio de Janeiro, durante o verão. O pedido foi feito pela seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no estado que, há cerca de 2 anos, determinou a dispensa do traje.


Os tribunais do estado continuaram a exigir o terno e gravata e a OAB recorreu ao CNJ. Na época, o conselheiro Felipe Locke confirmou a competência da entidade e disse que não caberia ao conselho decidir sobre o que os advogados devem vestir.
Depois de novos problemas em tribunais no início deste ano, a OAB-RJ voltou ao CNJ e o conselheiro Nelson Thomaz Braga considerou, em decisão individual, que cabe à Justiça definir os trajes adequados para quem frequenta tribunais. A decisão do CNJ foi unânime e manteve a decisão do conselheiro Nelson Braga, dando aos tribunais autonomia para decidir sobre o assunto.
No processo, a OAB-RJ afirmava que “a excepcional condição climática por que passa o Estado do Rio de Janeiro” representa riscos ao bem estar e à saúde dos advogados. A entidade cita casos de desmaios e alterações da pressão arterial provocados pelo uso de roupas pesadas na época de temperaturas elevadas.
O presidente em exercício da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Miguel Cançado, lamentou a decisão do CNJ e afirmou que será analisada a possibilidade de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“É uma situação excepcional e o ato do conselho [da OAB] previa uma condição em que o advogado estivesse com uma roupa social que não traria prejuízo à dignidade da administração, do Poder Judiciário e da advocacia”, afirmou Cançado.
Confusão
A OAB analisa ainda pedir anulação do julgamento alegando que não tiveram o direito de fazer sustentação oral. O presidente em exercício da entidade afirma que teria sido avisado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, ministro Cezar Peluso, que o processo não seria julgado nesta terça, por conta do excesso de ações na pauta. Mesmo assim, a ação que trata do traje para advogados do Rio foi julgada em conjunto com outras.
“Eu consultei ao presidente se ele iria chamar esse processo. Ele disse que não chamaria. Havia muito debate e discussão em torno dos processos do TRT [Tribunal Regional do Trabalho]. Infelizmente houve esse episódio lamentável e fiquei privado da sustentação oral”, disse o presidente em exercício da OAB Nacional.
“A OAB foi desrespeitada no CNJ e vamos pedir anulação desse julgamento. Foi julgado num bolo chamado julgamento célere, o que eu desconheço”, afirmou o presidente da OAB-RJ, Wadih Damous. O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa do STF e aguarda retorno.


terça-feira, 21 de junho de 2011

Brasil tem carga tributária 'suave' para ricos, diz estudo

Brasil tem carga tributária 'suave' para ricos, diz estudo

Com grande parte dos impostos é coletada de forma indireta, a carga tributária total supera a tributação à pessoa física

BBC Brasil 21/06/2011 08:38


selo

Um levantamento de uma associação internacional de consultorias indicou que o Brasil tem uma carga tributária considerada leve para as classes mais altas.
Segundo a rede UHY, com sede em Londres, um profissional no Brasil que recebe até US$ 25 mil por ano – cerca de R$ 3.300 por mês – leva, após o pagamento de imposto de renda e previdência, 84% do seu salário para casa.
Já os profissionais que recebem US$ 200 mil por ano – cerca de R$ 26.600 por mês – recebem no final cerca de 74% de seu pagamento.
Entre 20 países pesquisados pela UHY, essa diferença de cerca de 10 pontos percentuais é uma das menores.
Na Holanda, onde um profissional na faixa mais baixa recebe um valor líquido semelhante ao do Brasil após os impostos e encargos (84,3%), os mais ricos levam para casa menos de 55% do salário.
A lógica também se aplica a todos os países do G7, o grupo de países mais industrializados do mundo (EUA, Canadá, Japão, Grã-Bretanha, Alemanha, França e Itália).
Nos EUA, enquanto os mais ricos levam para casa 70% do salário, os profissionais na faixa dos US$ 25 mil anuais deixam apenas um décimo da renda para o governo e a previdência.
Tributação ‘esdrúxula’
O representante da UHY no Brasil, o superintendente da UHY Moreira Auditores, Paulo Moreira, disse que a pesquisa revela o caráter “esdrúxulo” da carga tributária brasileira.
Com grande parte dos impostos sendo coletada de forma indireta, a carga tributária brasileira total supera a tributação à pessoa física, e é estimada em 41%.
Como esses tributos circulam embutidos nas mercadorias e serviços consumidos pelos contribuintes, aplicam-se de forma igual a ricos e pobres, explica.
Para Moreira, entretanto, essa suposta “justiça” tributária é ilusória, porque as classes mais altas têm formas de evitar o pagamento de impostos sobre consumo fazendo compras no exterior ou recorrendo a outros artigos de consumo.
“Se o sujeito ganha R$ 3 mil, a renda dele tem de ser praticamente consumida em bens de consumo geral: sabonete, comida, arroz, roupas, gasolina, as coisas que são de grande consumo e que são taxadas com mais rigor”, explica o especialista.
“Quem tem uma renda alta, após um primeiro momento dos bens de consumo geral, passa a ter consumos mais sofisticados, produtos menos taxados, obras de artes, enfim, artigos de difícil controle na tributação.”
O porta-voz da UHY diz que outro fator que contribui para fazer do Brasil um país pouco “equânime” no quesito tributário é o teto aplicado à contribuição previdenciária.
O imposto de 11% sobre o salário é aplicado somente até o valor de R$ 3.038,99, o que quer dizer que trabalhadores que ganham acima disso têm uma fatia maior do seu salário livre de descontos que os que ganham dentro da faixa.
Atração de mão-de-obra 
Entretanto, como lembra o UHY, o imposto sobre a renda pessoal é um dos instrumentos utilizados pelos países, sobretudo emergentes, para atrair mão-de-obra qualificada.
Dubai e a Rússia, por exemplo, são os dois países com menor nível de tributação e não fazem nenhuma diferenciação entre a taxa aplicada sobre a renda dos profissionais em qualquer das duas faixas analisadas.
Enquanto um profissional na Rússia leva 87% do seu salário após os impostos e encargos – independentemente da faixa de salário –, Dubai tem alardeado seu regime de “imposto zero” como um dos maiores atrativos de se trabalhar no emirado.
Depois destes países, as primeiras posições entre as nações com carga tributária mais leve para as classes privilegiadas são todas ocupadas por emergentes, como Egito, Estônia, Brasil e México.
Além disso, todos os países emergentes da pesquisa diferenciam relativamente pouco entre profissionais de renda alta e mais baixa.
“As companhias olham para o nível de tributação sobre a pessoa física para decidir onde investir”, disse o sócio da UHY Hacker Young, o britânico Mark Giddens.
“Se a taxação for muito alta, elas podem ter dificuldades em atrair talentos.”
Paulo Moreira diz que o Brasil não é exceção a esta regra, e que a tributação leve para as classes mais altas é “um fator favorável na atração do talento”.
“Essa é uma escolha dura: ou se facilita a vida dos menos qualificados (que ganham menos) ou a vida dos mais qualificados”, raciocina.
“O argumento é que mais qualificados trarão tecnologia e conhecimento, e que tecnologia e esse conhecimento, por sua vez, trarão condições de melhorar também os menos qualificados.”