segunda-feira, 23 de maio de 2011

Juiz determina que denúncias do CRM contra padre de MT sejam apuradas


23/05/2011 12h53 - Atualizado em 23/05/2011 13h27


Juiz determina que denúncias do CRM contra padre de MT sejam apuradas

Padre Renato Barth, do método Biosaúde, é suspeito de curandeirismo.
Denúncias contra padre foram divulgadas recentemente pelo Fantástico.

Pollyana AraújoDo G1 MT
O juiz Pedro Sakamoto, do Juizado Especial Criminal Unificado, determinou à Polícia Civil que apure denúncias de suposta prática de curandeirismo e exercício ilegal da medicina contra o padre Renato Roque Barth, coordenador do programa Biosaúde, em Cuiabá. O magistrado considerou insuficientes as provas apresentadas até agora pelo Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM) e, por isso, pediu a realização de novas diligências. O caso foi divulgado recentemente pelo Fantástico.
O advogado do CRM, Leonardo Pio da Silva Campos, explicou, em entrevista ao G1, que as denúncias foram feitas com base nas reportagens veiculadas nos meios de comunicação e o juiz entendeu que é preciso ouvir o testemunho de pacientes que abandonaram o tratamento médico e decidiram buscar a cura somente por meio do método alternativo, a pedido do Biosaúde. O processo então retornou ao Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc), do bairro Planalto, na capital.
"Estamos alegando que o padre exerce ilegalmente a medicina e o curandeirismo com base em notícias divulgadas pela imprensa, mas o juiz exigiu diligências para averiguar as denúncias são verídicas", frisou a defesa. Houve casos de pacientes com tumores cancerígenos que chegaram a óbito depois de abandonar a quimioterapia e optar somente pelo método terapêutico, conforme reportagem veiculada pelo Fantástico.
Em fevereiro deste ano, o juiz Mário Kono adiou uma audiência com o padre e encaminhou o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) ao Cisc. Mas o processo voltou ao Juizado Especial, mesmo sem provas suficientes. Por isso, o juiz Sakamoto pediu, novamente, que fossem feitas novas diligências. Desta vez, com médicos, enfermeiros e pacientes do Biosaúde.
A delegada Maria Antônia Soares, responsável pelas investigações, informou, por meio da assessoria de imprensa da Polícia Civil, que está enfrentando dificuldades para localizar as vítimas do método e suas respectivas famílias. Não há prazo estipulado para a conclusão do processo investigatório.
Entre os tratamentos oferecidos pelo Biosaúde está a ingestão de urina para a cura da diabetes, promovendo a limpeza e desintoxicação do organismo, além de dieta especial, argila e ervas medicinais.
Outro lado
Ao Fantástico, o padre Renato Barth afirmou se tratar de um método que faz o corpo curar a si próprio e que o cérebro humano tem capacidade de produzir nas células mais de mil ingredientes que necessários à saúde. Ele disse ainda que chegará o dia em que os médicos não terão mais utilidade, pois somente o tratamento terapêutico será suficiente

domingo, 22 de maio de 2011

Cerimônia de beatificação de Irmã Dulce acontece neste domingo


22/05/2011 09h16 - Atualizado em 22/05/2011 09h38

Cerimônia de beatificação de Irmã Dulce acontece neste domingo

Evento espera reunir cerca de 70 mil pessoas, em Salvador.
Portões do Parque de Exposições serão abertos ao meio-dia.

Do G1, em São Paulo
Fiéis se preparam para participar, neste domingo (22), da cerimônia de beatificação de Irmã Dulce, em Salvador. A cerimônia está marcada para começar às 17h, mas a abertura dos portões do Parque de Exposições será às 12h. O evento espera reunir cerca de 70 mil pessoas.
Segundo a organização do evento, está prevista para as 14h a apresentação do espetáculo "Nasce uma Flor", que irá contar, em forma de dança, música e teatro, alguns momentos da trajetória de vida de Irmã Dulce.
Reunindo mais de 500 alunos do Centro Educacional Santo Antônio (CESA) – complexo de educação das Obras Sociais Irmã Dulce – com idades entre 6 e 15 anos, a peça trará cenas como a acolhida da religiosa às crianças que viviam nas ruas da capital e a célebre ocupação do galinheiro – episódio que marcou o nascimento do Hospital Santo Antônio.



Após a apresentação artística, terá início às 17h a celebração canônica com uma missa seguida do roteiro litúrgico do Rito de Beatificação do Vaticano. A cerimônia, que contará com a participação de mais de 500 religiosos – entre padres, arcebispos, bispos, diáconos e seminaristas de todo o Brasil – será presidida pelo cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo, o delegado papal na solenidade, representando o Papa Bento XVI.
Filha do cirurgião dentista Augusto Lopes Pontes e de Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes, Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes nasceu em 26 de maio de 1914, na capital baiana. Com a morte da mãe, com apenas 7 anos, a menina foi morar com as tias e aos 13 descobriu a vocação religiosa. Em homenagem à mãe, recebe o nome de Irmã Dulce. A religiosa morreu em 13 de março de 1992, pouco tempo antes de completar 78 anos.
Beatificação
O decreto que formaliza a condição de beata de Irmã Dulce foi assinado por Bento XVI em 10 de dezembro de 2010. A abertura do processo de beatificação de Irmã Dulce ocorreu em 17 de janeiro de 2000. No ano seguinte foi anunciado o milagre e, em 2002, o processo foi levado para análise do Vaticano.
Para que fosse considerada beata, uma vasta documentação foi encaminhada ao Vaticano, que fez o reconhecimento jurídico, em junho de 2003, sobre a veracidade do milagre atribuído a Irmã Dulce.
Em abril de 2009, a religiosa foi considerada venerável pela biografia. Isso, segundo a Igreja Católica, implica dizer que Irmã Dulce teve uma vida de santidade.
arte beatificacao (Foto: AP)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Pajé poderá atender índios em hospital

Pajé poderá atender índios em hospital
Foi decisão do Ministério Público Federal, após entender que a medicina do homem branco é insuficiente para livrar os espíritos
Pajé poderá atender índios em hospital
RS - Em São Miguel das Missões, a união da medicina ocidental com as tradições indígenas se converterá em benefício a pacientes de uma comunidade especial. Por decisão do Ministério Público Federal (MPF), os 110 integrantes da aldeia Alvorecer ganharam o direito de receber atendimento médico e tratamento do líder espiritual nas dependências de um hospital.
Em fevereiro, o procurador da República em Santo Ângelo, Felipe Müller, recebeu a reivindicação para que os índios possam ser atendidos por médicos e também pelo pajé da tribo mbyá-guarani. Dois meses depois, foi celebrado acordo entre a Associação Hospitalar São Miguel Arcanjo e o cacique Ariel Ortega. Agora, uma estrutura física está à disposição da comunidade “Tekoa Koenjú” para que o profissional da saúde e o representante da comunidade trabalhem em harmonia.
O MPF entendeu que, segundo a crença indígena, a medicina do homem branco é insuficiente para livrar os espíritos. Mas no hospital, um ambiente onde o fumo é proibido (os guarani utilizam cachimbos nesses tratamentos) e onde deve predominar o silêncio, o tratamento pelas tradições indígenas ficava prejudicado. Agora, os índios têm uma sala privativa, com espaço para até três leitos e banheiro.
No local, após os médicos examinarem os índios e fazerem o tratamento necessário, se o pajé desejar, poderão ser feitos rituais de cura com cachimbo, orações e ervas. A ideia é que, com a união da medicina e da fé, o reestabelecimento do paciente ocorra de forma plena. – Já atendíamos os índios. Agora, terão um local separado para cultuar as tradições. No local, serão livres para exercer o ritual de cura que aprenderam com os antepassados – diz o diretor da associação, Inácio Müller.
A conquista foi recebida com alegria pelo cacique Ariel Ortega, já que os cerimoniais de cura próprios da cultura guarani não poderiam ser exercidos, não fosse a intermediação do MPF e acordo com o hospital. – Quando temos febre, gripe e outras doenças vamos ao hospital, mas o homem branco cuida do corpo, nós da alma – diz Ortega. Segundo o chefe da Secretaria da Saúde Indígena (Sesai) Jair Pereira Martins, não há precedentes de acordo semelhante.
Para o presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremers), Fernando Weber Matos, o apoio espiritual e emocional do povo indígena pode ser um complemento à medicina tradicional. No ano de 2009, um indiozinho doente chegou a São Paulo. Os pais, desesperados, decidiram chamar um pajé para salvar a vida de um menino em um ritual indígena de cura. Em um hospital público de São Paulo, o pajé, líder espiritual da tribo, rezou e cantou. Apático, o menino não queria comer e nem sair da cama. A família pediu, então, a ajuda de um pajé. Yawa Mi U foi trazido pelo projeto Xingu, da Universidade Federal de São Paulo, que há mais de 40 anos trabalha com índios
Fonte: Zero Hora
Imagens: Zero Hora e Vó Benedita

 

Informe do Dia: Pesquisa mostra que 69% dos pais são a favor das aulas de religião

Informe do Dia: Pesquisa mostra que 69% dos pais são a favor das aulas de religião

POR FERNANDO MOLICA
Rio - Pesquisa feita pela Secretaria Municipal de Educação  com pais de alunos de seteescolas da rede mostrou que a maioria (69%) quer que os filhos tenham aulas de religião — 31% preferem que, no horário, eles recebam lições sobre valores ligados à cidadania. 

O levantamento, porém, só levou em conta a opinião de pouco mais da metade dos responsáveis. A Secretaria entregou para os alunos cerca de 5.600 questionários, todos deveriam ser preenchidos por seus pais e devolvidos à escola. Do total, apenas 51,5% foram respondidos. 

Quem não quer

A adesão às lições religiosas é bem menor entre responsáveis por alunos dos últimos quatro anos do ensino fundamental — apenas 14% deles as aprovam. Entre todos os pais que querem essas aulas, 61,5% se disseram católicos; 35%, evangélicos.

Kit anti-homofobia: Bancada evangélica ameaça ir à Justiça

Kit anti-homofobia: Bancada evangélica ameaça ir à Justiça

Ministro volta atrás e distribuirá nas escolas vídeos sobre homossexualidade

POR CELSO OLIVEIRA
Rio - Após ser pressionado pela Frente Parlamentar Evangélica e admitir que poderia revisar o ‘kit anti-homofobia’, que será distribuído nas escolas públicas, o ministro da Educação, Fernando Haddad, voltou atrás e disse ontem que vai manter o conteúdo dos três vídeos sobre transexualidade, bissexualidade e lesbianismo, que vazaram na Internet. No entanto, estão sendo avaliadas alterações técnicas sobre as quais ele prefere não falar até serem executadas.

Membro da Frente Parlamentar, o deputado federal Arolde de Oliveira (DEM-RJ) disse que os parlamentares contrários ao material vão recorrer à Justiça e até cobrar posição da presidenta Dilma Rousseff para impedir sua distribuição, prevista para o próximo semestre em seis mil escolas do País. Segundo a bancada evangélica, os vídeos estimulam o homossexualismo em vez de combater a homofobia.
MEC deve distribuir kit anti-homofobia nas escolas públicas de ensino médio?

Sim
Não


“A Frente não vai parar de agir contra esse atentado à moral, aos bons costumes e àfamília brasileira. Se for preciso, vamos ao Supremo Tribunal Federal. A presidenta precisa tomar alguma medida. Vamos cobrar as promessas que ela fez na campanha às lideranças evangélicas”, afirmou Arolde.

Produzidos pela Pathfinder, ONG ligada ao movimento LGBT, os vídeos foram divulgados terça-feira no blog do deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) e ontem estavam no site da Agência Brasil, órgão de comunicação do governo federal. O vídeo ‘Encontrando Bianca’ mostra as dificuldades de um jovem transexual, ‘Torpedo’ fala do amor entre duas meninas e ‘Probabilidade’ conta a história de um garoto que se descobre bissexual. As tramas se desenrolam no ambiente escolar.

Ministro afirma que uso do kit ficará a critério do diretor
 

Durante o programa de rádio ‘Bom Dia, Ministro’, na manhã de ontem, Fernando Haddad voltou a defender o ‘kit anti-homofobia’. Ele também afirmou que os parlamentares da bancada evangélica estão livres para manifestar sua opinião, mas as sugestões deles poderão ou não ser acatadas pelo ministério.

“O material visa a combater a violência, que é muito grande, contra homossexuais nas escolas públicas do País. Os estabelecimentos públicos têm que estar preparados para receber essas pessoas”, defendeu o ministro.
Conforme Haddad, o kit não será distribuído aos alunos, e sim aos diretores das escolas. O material de apoio, dirigido a jovens com mais de 15 anos, também não é imposição; caberá ao diretor decidir se quer usá-lo, seguindo acordo com professores e alunos.