segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Leis de cotas dividem governo : Contratação de deficientes como aprendizes seria forma de empresas cumprirem duas metas.

Leis de cotas dividem governo : Contratação de deficientes como aprendizes seria forma de empresas cumprirem duas metas.




A ABPCD (Associação Brasileira da Pessoa com Deficiência) e a GRTE (Gerência Regional do Trabalho e Emprego) de Osasco - braço do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego)- têm recomendado uma nova "fórmula" para empresas que precisam cumprir cotas para pessoas com deficiência: contratá-las como jovens aprendizes.





A contratação de pessoas com deficiência está prevista na Lei de Aprendizagem, mas o MTE entende que aqueles que entram como aprendizes não podem ser contabilizados para cumprimento da Lei de Cotas, por serem "contratos de trabalho com objetivos distintos".





A única saída para que isso aconteça, segundo o ministério, é a empresa assinar um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o MPT (Ministério Público do Trabalho) no qual se comprometa a efetivar os funcionários após os dois anos do contrato de aprendizagem.





Além de salários abaixo do piso, o contrato de aprendizagem tem impostos menores -para a pessoa com deficiência celetista, a alíquota do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) é de 8%; para o aprendiz, 2%.





O MPT-SP tem aceitado que aprendizes com deficiência preencham as cotas de aprendiz e de pessoa com deficiência, diz o procurador Daniel Augusto Gaiotto.





Oportunidade





Para Enilson Moraes, presidente da ABPCD, a contratação pela Lei da Aprendizagem é um ponto positivo para pessoas com deficiência "que não têm oportunidades no mercado por falta de experiência e capacitação".





O gestor de políticas públicas da GRTE de Osasco e região, Ronaldo Freixeda, diz que a medida é para quem foi excluído "até da educação".No entanto, para a consultora da assessoria Talento Incluir, Carolina Ignarra, a melhor alternativa é capacitar o profissional celetista, com cursos e vivência em diferentes áreas da empresa, em vez de colocá-lo como aprendiz.





André Luis Navas, 30, trabalhou em diferentes empresas, domina informática e tem ensino médio completo. Surdo de um ouvido e com paralisia facial por causa de um acidente de carro, Navas busca vagas. "Prefiro ganhar pouco a ficar sem trabalhar."





Treinamento é oferecido após contratação





A saída adotada por algumas empresas para preencher a cota de pessoas com deficiência com profissionais capacitados é oferecer cursos após a contratação.Ou seja, primeiro o profissional é selecionado e efetivado em uma vaga. Depois, é ministrado um treinamento técnico para que ele se adapte ao ambiente e às suas funções.



Carolina Ignarra, da Talento Incluir, diz que essa é a melhor saída, principalmente por pagar salários maiores. "A pessoa com deficiência não quer ser aprendiz, ela quer ser celetista", considera ela.O Banco Santander, por exemplo, conta com 2.532 pessoas com deficiência em seu quadro de funcionários -132 a mais do que o exigido pela Lei de Cotas.





Do total, 400 profissionais entraram no final de 2010 e passaram por treinamento após a contratação.Durante 90 dias, foram ministradas aulas de matemática, informática, reforço comportamental e palestras de apresentação da instituição financeira.





"Todos foram registrados como auxiliares bancários no primeiro dia de curso. Depois, foram encaminhados para outros cargos", explica Maria Cristina Carvalho, superintendente de recursos humanos do banco.Essa capacitação, segundo Carvalho, foi optativa, dirigida apenas àqueles que tinham interesse em participar do curso.





REGRAS DAS VAGAS





Lei da Aprendizagem





- Perfil: pessoas entre 14 e 24 anos (não se aplica a pessoas com deficiência)





- Obrigatoriedade:empresas com mais de 7 funcionários





- Cota: de 5% a 15% dos trabalhadores cujas funções demandem formação profissional





- Remuneração: 1/6 do salário do cargo





- Alíquota de FGTS: 2%





Lei de Cotas





- Perfil: beneficiários reabilitados ou pessoas com deficiência





- Obrigatoriedade: empresas com cem ou mais funcionários





- Cota: de 2% a 5% do número de funcionários





- Remuneração: equivalente ao cargo ocupado





- Alíquota de FGTS: 8%







Fonte: Folha de São Paulo, por Marcos de Vasconcellos, 31.01.2011

O Ministério Público do Trabalho ingressa com ação de R$ 1 milhão na Justiça contra Banco do Brasil.

O Ministério Público do Trabalho ingressa com ação de R$ 1 milhão na Justiça contra Banco do Brasil.






O Ministério Público do Trabalho em Joaçaba entrou com Ação Civil Pública (ACP) contra o Banco do Brasil por assédio moral praticado pelo gerente da agência de Concórdia, especialmente contra empregados com cerca de 30 anos na instituição bancária.





A procuradora do Trabalho autora da ACP, Thaís Fidélis Alves Bruch, pediu liminarmente que a Justiça mande o banco tomar providências imediatas que cessem a prática, corrija irregularidades quanto às normas de segurança e saúde do trabalhador e pague R$ 1 milhão por danos morais coletivos, reversíveis ao Fundo Estadual de Saúde e/ou ao Fundo de Amparo ao Trabalhador.





"De acordo com o relatório dos auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), onde constam testemunhos de empregados, com a chegada do novo gerente na agência de Concórdia foram adotadas práticas que afrontaram a dignidade de diversos trabalhadores, como a destinação de tarefas simples a empregados com vasta experiência, a fim de forçar pedidos de aposentadorias precoces; e alteração de função de forma unilateral, sem qualquer cientificação ao trabalhador. Somente isso já configura assédio moral", explica a procuradora.





A ACP deu entrada na Vara do Trabalho em Concórdia na mesma semana em que a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e a Federação Nacional dos Bancos (Febraban) anunciaram a assinatura de convênio que estabelece o combate ao assédio moral nos locais de trabalho.





Segundo o presidente da Contraf, Carlos Cordeiro, o acordo aditivo ao Protocolo para Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho confere adesão espontânea, já confirmada pelo Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, HSBC e Citibank. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal criaram comitês de ética no ano passado para apurar denúncias de assédio moral.





Enquanto isso, no BB de Concórdia, de acordo com relatório dos auditores fiscais que dá sustentação à Ação do MPT, empregados com mais de 30 anos de carreira na instituição foram submetidos a humilhações públicas.







Fonte: Diário do Comércio, Industria e Serviços, por 31.01.2011

Equipe de Obama começa a organizar a visita dele ao Brasil

Equipe de Obama começa a organizar a visita dele ao Brasil


28/1/2011 8:10, Por Redação, com ABr - de Brasília



Mike Hammer está na equipe que organiza a visita de Obama ao Brasil

O assessor John Brennan também está na equipe que organiza a visita de Obama ao Brasil

Porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Mike Hammer, comentou nesta sexta-feira a visita do presidente norte-americano, Barack Obama, ao Brasil, em março deste ano. Segundo Hammer, trata-se de um reconhecimento ao status internacional conquistado pelo país e uma oportunidade para a consolidação dos laços de amizade que unem os dois países.



– A viagem é parte de nosso engajamento com o nosso próprio hemisfério. É também um reconhecimento do importante status e contribuição internacional do Brasil – disse Hammer.



A viagem é a primeira de Obama à América do Sul e incluirá passagens ao Chile e a El Salvador. Antes, o presidente norte-americano percorrerá do Oriente Médio e à Europa. A viagem ao Brasil deverá ocorrer na segunda quinzena de março.



– Estamos trabalhando com os governos desses países para finalizar os detalhes – afirmou Hammer.



No Brasil, o Obama deverá se reunir com a presidenta Dilma Rousseff para tratar de áreas de interesse conjunto. Dilma tinha uma viagem planejada aos Estados Unidos em março, mas, diante da mudança de agenda, a visita acabou cancelada.



O porta-voz americano disse que Dilma já manifestou interesse em ampliar a parceria com os Estados Unidos e que o governo norte-americano espera “embarcar no que, acreditamos, pode ser um esforço cooperativo muito frutífero para os dois países”.



– Acreditamos que há muitos interesses comuns com o Brasil nos quais poderemos trabalhar juntos, e esse será o propósito desta viagem. A relação com o Brasil é uma relação importante que queremos desenvolver e ampliar – afirmou.



Hammer citou entre as áreas de interesse o uso de energia limpa, alternativas para o estímulo ao crescimento global e os esforços de assistência ao Haiti.



A expectativa era que Obama viesse ao Brasil ainda no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas uma série de empecilhos adiaram a viagem. Hammer evitou, porém, falar sobre um suposto distanciamento entre os dois países durante o governo Lula.



– Não quero comparar o que poderia ter sido, ou deveria ter sido. Queremos aproveitar essa oportunidade para continuar uma parceria forte. Nós já tínhamos uma relação boa e sólida com o presidente Lula em seu governo – contornou.

http://correiodobrasil.com.br/visita-de-obama-ao-brasil-representa-o-reconhecimento-internacional-ao-pais/207734/

Nelson Mandela é hospitalizado na África do Sul

Nelson Mandela é hospitalizado na África do Sul


27 de janeiro de 2011
10h 04AE - Agência Estado


A Fundação Mandela informou ontem que o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela deu entrada em um hospital da capital, Johannesburgo. A entidade afirmou que o Nobel da Paz iria apenas realizar "testes de rotina", mas o fato causou apreensão no país.


O Congresso Nacional Africano, sigla no poder e da qual Mandela faz parte, pediu calma ao país hoje. "Nós pedimos a todos os sul-africanos que permaneçam calmos quanto à hospitalização. Não entrem em pânico, não há nenhuma razão para isso", afirmou em nota Jackson Mthembu, um porta-voz do partido. "Se houver qualquer novidade, a Fundação Mandela e a família de Mandela estarão aptos para avisar todos nós."

Mandela, que tem 92 anos, deu entrada no Hospital Milpark para testes de rotina, segundo a fundação. A entidade afirmou que a saúde do ex-presidente não está em risco. "Ele não corre perigo e está com moral elevado", disse o comunicado da fundação, estabelecida por Mandela para seguir com seu trabalho de caridade, após ele se retirar da vida pública em 2004.

O jornal Star informou hoje que Mandela foi examinado por um especialista em pulmão. O médico Michael Plit disse ao jornal apenas que Mandela deu entrada no hospital para uma "investigação", sem comentar o estado de saúde do paciente.

A mulher de Mandela, Graça Machel, e outros membros da família estavam no hospital na noite de ontem. Josina, filha de Graça, e a assistente pessoal de Mandela, Zelda la Grange, estavam no hospital na manhã de hoje. A imprensa sul-africana se concentrou no hospital, esperando notícias sobre a saúde de Mandela. A segurança foi reforçada.

As aparições públicas de Mandela são cada vez mais raras, desde sua aposentadoria. A última vez em que ele apareceu em público foi em Johannesburgo, na cerimônia de encerramento da Copa do Mundo de 2010. As informações são da Dow Jones.


http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,nelson-mandela-e-hospitalizado-na-africa-do-sul,671789,0.htm

domingo, 30 de janeiro de 2011

terceiro número da Revista da ABPN


Apresentação
Ana Flávia Magalhães Pinto, Eliane Cavalleiro e Tatiane Cosentino Rodrigues

Mulheres e homens negros são sujeitos de conhecimento, sim! Não há dúvida. Ressaltando esta feliz realidade, apresentamos o terceiro número da Revista da ABPN. Após um ano de trabalho árduo, temos motivos para comemorar e, mais do que isso, avaliar nossas conquistas e desafios para dar continuidade ao projeto.
No que diz respeito ao público e à recepção deste periódico científico, os números são animadores. Já são quase 8 mil visitas à Revista, com acessos vindos das Américas, da África e da Europa. Cada texto teve uma média de 300 acessos realizados por leitores(as) brasileiros(as) e de países como Estados Unidos, Portugal, França, México, Colômbia, Uruguai, Argentina, Moçambique, Senegal, Canadá, Espanha, entre outros.
A contribuição do público local foi decisiva. Todavia, temos que reconhecer que essa interlocução demonstrada pelos números deve muito ao diálogo estabelecido com intelectuais negros(as) de diversos pontos da Diáspora e do próprio continente africano, entre os quais se encontram aqueles(as) que nos enviaram seus textos para enriquecer e diversificar o debate.
O cenário é, pois, propício para reafirmar o compromisso da Revista da ABPN com a construção de uma crítica epistemológica da realidade e da organizaçao social do conhecimento. De tal sorte, a organização deste terceiro número buscou ampliar essa interlocução entre intelectuais da Diáspora Negra, tanto no que diz respeito às origens geográficas dos(as) autores(as) quanto às suas áreas e perspectivas analíticas.
O primeiro artigo “Territórios ancestrais afro-equatorianos: uma proposta para o exercício da autonomia territorial e dos direitos coletivos”, de Jhon Antón Sánchez, apresenta uma discussão sobre a recente experiência do povo afro-equatoriano em sua relação com o novo Estado plurinacional, tal como disposto na Constituição de 2008. Na medida em que a garantia dessa autonomia está estreitamente vinculada ao controle político dos territórios ancestrais, Sánchez ressalta os entraves históricos e as pressões econômicas que podem comprometer a implementação das novas “circunscrições territoriais” afro-equatorianas, peça-chave desse processo.
A relação entre reconhecimento de direitos coletivos à terra e garantia de autonomia é também um tema abordado por Paula Balduino de Melo. Em “Quilombos: transição da condição de escravizado à de camponês livre”, a autora desenvolve uma reflexão sobre os problemas enfrentados por indivíduos e comunidades negras rurais para se constituir como sujeitos políticos na luta por reforma agrária no Brasil.
Por sua vez, Arivaldo Santos Souza retoma o debate sobre racismo institucional no Brasil − que tem se valido, sobretudo, do conceito britânico apresentado no relatório Macpherson − e propõe um aprofundamento da discussão, a fim de que a crítica possa ir além da responsabilização das instituições e passe a encarar o sistema de crenças racistas que antecede a existência daquelas, conforme defendido no conceito original, formulado por intelectuais do movimento Black Power, nos anos 1960.
Os artigos de Jaime Amparo-Alves e Claudia Mosquera Rosero-Labbé servem, pois, para iluminar o alcance da problematização levantada por Souza. Em “Necro-política racial: a produção espacial da morte na cidade de São Paulo”, Amparo-Alves recorre a dados empíricos para demonstrar a vigência de uma dinâmica de “espacialização da morte” na maior cidade do país, marcada por uma maior incidência de óbitos decorrentes, sobretudo, de doenças evitáveis, bem como da violência homicida dirigida ao grupo populacional negro. Já Claudia Mosquera aproveita as atuais comemorações do bicentenário da Independência colombiana e coloca em xeque as limitações impostas à cidadania dos afrodescendentes no país, sem deixar de apresentar questionamentos à própria atuação dos movimentos sociais negros colombianos, no que toca as estratégias de encaminhamento das demandas estruturadas ao longo das últimas décadas.
No âmbito da historiografia, este número oferece dois artigos que compartilham o interesse pelas experiências de conflitos, ajustamentos e reelaborações socioculturais na Diáspora Africana. A partir de processos crime, jornais e textos memorialísticos, Washington Santos Nascimento desenvolve os argumentos do artigo “Depois do Treze de Maio: representações sobre ex-escravos e seus descendentes em Vitória da Conquista, Bahia (1888-1930)”. O autor chama atenção tanto para a participação dos negros no comércio escravista da região quanto para os conflitos raciais no pós-abolição. A narrativa ilumina ainda algumas trajetórias de indivíduos negros, que permitem entrever modos e estratégias estabelecidas por esses sujeitos para estar e sobreviver numa sociedade racializada e fundada na escravidão. Por seu turno, “Entre a África e o Recife: interpretações do Culto Chambá”, Valéria Gomes Costa apresenta um estudo comparativo cuja finalidade é dimensionar aproximações e distanciamentos entre as práticas culturais verificadas no Terreiro Santa Bárbara, de Nação Xambá, e aquelas reproduzidas pelos chambas, etnia habitante das regiões do Mapeo e do Yeli, localizadas nos atuais Nigéria, Camarões e Togo.
A Literatura Feminina Negra é outro assunto de destaque nesta coletânea. Miriam Alves e Francineide Santos Palmeira, a partir de diferentes perspectivas, apresentam um balanço crítico da produção literária das mulheres negras e ressaltam a importância da afirmação desse sujeito de fala negligenciado e silenciado entre os cânones da literatura nacional.
Já o último artigo tem como foco a Educação. Fernanda Santos, em “Práticas Pedagógicas nas Relações Étnico-raciais: Identidade e Memória” apresenta os resultados de sua pesquisa-ação numa turma de Educação de Jovens e Adultos, em Niterói, tendo como objetivo desenvolver e compartilhar práticas pedagógicas voltadas para a implementação da Lei n. 10.639/03.
Tal como entre os artigos, a seção de resenhas também buscou contemplar a diversidade temática de interesse da Revista. Os textos críticos dedicaram atenção às seguintes obras: Mocambos de Palmares: histórias e fontes (séc. XVI-XIX), organizado pelo historiador Flávio Gomes; A Cosmovisão africana no Brasil – elementos para uma filosofia afrodescendente, de Eduardo David de Oliveira; A África deve unir-se, do pensador e político ganense Kwame Nkrumah; e Os nove pentes d'África, de Cidinha da Silva.
Desejando a todos(as) uma boa leitura, aproveitamos para agradecer o trabalho comprometido dos membros dos Conselhos Editorial e Consultivo da Revista, bem como dos demais pareceristas, em sua decisiva contribuição para a nem sempre tranquila tarefa de análise e qualificação dos artigos submetidos. Sigamos, então, com nosso compromisso para que em 2011 seja possível continuar crescendo com a colaboração de todos e todas.
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