23/01/2011 18h48 - Atualizado em 23/01/2011 18h54
Embaixador brasileiro diz que Baby Doc é bem-vindo ao Haiti
Igor Kipman diz que ex-ditador pode ajudar o país.
Boatos dizem que Préval poderia cancelar 1º turno das eleições.
João Gabriel RodriguesEspecial para o G1, em Porto Príncipe*
O ex-ditador haitiano Jean-Claude Duvalier, o 'Baby
Doc', fala a jornalistas em Porto Príncipe, no dia 21
de janeiro (Foto: St-Felix Evens/Reuters)
Doc', fala a jornalistas em Porto Príncipe, no dia 21
de janeiro (Foto: St-Felix Evens/Reuters)
O embaixador do Brasil no Haiti, Igor Kipman, afirmou neste domingo (23) que o ex-ditador haitiano Jean Claude Duvalier, o Baby Doc, é bem-vindo ao país, caso venha para ajudar. Para o diplomata brasileiro, o ex-governante, que viveu em exílio por 25 anos, não trará ainda mais tensão ao quadro de instabilidade política local.
"Não creio que aumente a instabilidade porque, até agora, pelo que eu vi, não disse em nenhum momento que deseja voltar à política. Ele veio no interesse de ajudar o país. Então, não acredito que isso influencie. Qualquer ajuda é bem-vinda", disse.
"Não creio que aumente a instabilidade porque, até agora, pelo que eu vi, não disse em nenhum momento que deseja voltar à política. Ele veio no interesse de ajudar o país. Então, não acredito que isso influencie. Qualquer ajuda é bem-vinda", disse.
O embaixador tem a mesma opinião sobre o também ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, que afirmou recentemente que está pronto para voltar ao Haiti a qualquer momento.
"Ele publicou inclusive uma carta dizendo que está pronto para voltar. No momento em que o país vive, qualquer participação para ajudar é bem-vinda, assim como o Duvalier", disse.
ExpectativaA tensão política no Haiti aumentou neste domingo (23), com boatos na capital, Porto Príncipe, de que o atual presidente, René Préval, poderia anunciar o cancelamento do primeiro turno das eleições. O governante estaria na República Dominicana e faria o anúncio no país vizinho.
Nesta manhã, Edmond Mulet, Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), deixou um evento esportivo em Porto Príncipe mais cedo do que o previsto, possivelmente por conta deste anúncio. As tropas brasileiras estão se preparando para possíveis atos de manifestação da população.
ExpectativaA tensão política no Haiti aumentou neste domingo (23), com boatos na capital, Porto Príncipe, de que o atual presidente, René Préval, poderia anunciar o cancelamento do primeiro turno das eleições. O governante estaria na República Dominicana e faria o anúncio no país vizinho.
Nesta manhã, Edmond Mulet, Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), deixou um evento esportivo em Porto Príncipe mais cedo do que o previsto, possivelmente por conta deste anúncio. As tropas brasileiras estão se preparando para possíveis atos de manifestação da população.
Igor Kipman (de boné amarelo), Coronel Altair Polsin, Febrício Lima (secretário de esportes de Manaus) e Edmond Mulet (de boné azul) (Foto: João Gabriel Rodrigues/especial para o G1)
O presidente é acusado por opositores de fraudar o pleito, apoiado pela ONU, realizado em meio à confusão generalizada e às acusações de manipulação. Ele havia pedido inicialmente à Organização dos Estados Americanos (OEA) que ajudasse a verificar os resultados eleitorais.
Os resultados preliminares, que foram muito contestados por candidatos da oposição e provocaram protestos pelas ruas, quando foram anunciados pelo Conselho Eleitoral Provisório no mês passado, levaram o tecnocrata e protegido de Préval, Jude Celestin, ao segundo turno. Os especialistas da OEA citaram irregularidades "significativas" na contagem dos votos e recomendaram que Celestin seja substituído no segundo turno pelo músico popular Michel Martelly, que ficou em terceiro lugar por pouca diferença.
O relatório confirmou a opositora Mirlande Manigat como a candidata que conquistou o maior número de votos no primeiro turno. Ainda assim, ela não teria tido porcentagem o suficiente para vencer a eleição na primeira etapa.
Os resultados preliminares, que foram muito contestados por candidatos da oposição e provocaram protestos pelas ruas, quando foram anunciados pelo Conselho Eleitoral Provisório no mês passado, levaram o tecnocrata e protegido de Préval, Jude Celestin, ao segundo turno. Os especialistas da OEA citaram irregularidades "significativas" na contagem dos votos e recomendaram que Celestin seja substituído no segundo turno pelo músico popular Michel Martelly, que ficou em terceiro lugar por pouca diferença.
O relatório confirmou a opositora Mirlande Manigat como a candidata que conquistou o maior número de votos no primeiro turno. Ainda assim, ela não teria tido porcentagem o suficiente para vencer a eleição na primeira etapa.