quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Painel: Militantes católicos fazem circular dossiê anti-Dilma na interne

13/01/2011 - 07h45

Painel: Militantes católicos fazem circular dossiê anti-Dilma na internet


DE SÃO PAULO

Militantes católicos que pregaram boicote à candidatura da presidente Dilma Rousseff reuniram as declarações de ministros sobre temas como aborto, união civil homossexual e descriminalização das drogas em dossiê no qual pedem a mobilização dos fiéis contra mudanças na lei, informa o "Painel" da Folha, editado interinamente por Ranier Bragon (íntegradisponível para assinantes do jornal e do UOL).
O documento, concebido em Anápolis (GO) e propagado na internet, inclui relato sobre o kit escolar contra a homofobia que havia sido criticado por evangélicos, além de entrevistas dos ministros Iriny Lopes (Políticas para as Mulheres), Maria do Rosário (Direitos Humanos) e José Eduardo Cardozo (Justiça).



http://www1.folha.uol.com.br/poder/859771-painel-militantes-catolicos-fazem-circular-dossie-anti-dilma-na-internet.shtml

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Livro sobre educação sexual gera polêmica no Paquistão


BBC
11/01/2011 07h34 - Atualizado em 11/01/2011 08h53

Livro sobre educação sexual gera polêmica no Paquistão

Obra escrita por psiquiatra usando frases do Alcorão para ensinar jovens a respeito do sexo foi classificada de pornográfica.

BBC
Livro sobre sexo causou polêmica ao usar frases do Alcorão.Livro sobre sexo causou polêmica ao usar frases
do Alcorão. (Foto: BBC)
Um livro que se propõe a educar jovens muçulmanos sobre o sexo sem desrespeitar a doutrina islâmica está causando polêmica no Paquistão.
A obra, cujo título inglês é "Sex Education for Muslims", (em tradução literal, Educação Sexual para Muçulmanos), foi escrita pelo psiquiatra Mobin Akhtar, de 81 anos.
Os ensinamentos do médico vêm acompanhados de citações do profeta Maomé e do Alcorão.
Akhtar diz que a ausência de discussão sobre sexo no Paquistão teve sérias consequências no país.

"Adolescentes, especialmente meninos, quando alcançam a puberdade, pensam que as mudanças que chegam com a puberdade são algum tipo de doença".Ele contou que decidiu escrever o livro após ter observado o problema no exercício de sua profissão.
"Começam a se masturbar e ouvem que isso é muito perigoso para a saúde, e que é pecaminoso, muito pecaminoso".
O médico disse ter visto casos onde os adolescentes, sem compreender o que estava acontecendo com seus corpos, ficaram deprimidos e até cometeram suicídio.
"Eu próprio passei por essa fase com todas essas preocupações, e não existe ninguém para lhe explicar que não é isso, que essas percepções são errôneas. Somente quando eu entrei para a faculdade de medicina descobri que eu estava enganado".
Akhtar disse que ainda hoje, no Paquistão, muitos médicos não discutem temas sexuais abertamente, e professores e pais acham o assunto constrangedor. Não existe educação sexual em escolas do governo, ele explicou.
Na conservadora cultura paquistanesa, o assunto sexo não é considerado apropriado. Falar sobre o tema é visto como algo que poderia encorajar jovens a se comportar de forma "não islâmica", ele acrescentou.
"Me perguntam quando a educação sexual deveria ser iniciada e eu respondo, assim que a criança puder falar. Elas deveriam aprender os nomes dos genitais da mesma forma como aprendem os nomes das mãos, olhos, orelhas e nariz".
"Quando ficam um pouco maiores e perguntam de onde vem uma criança, você pode responder. Isso não torna a criança sexualmente ativa ou imoral."
Akhtar disse que discutir sexo não é anti-islâmico.
Ele concluiu que a melhor forma de ajudar as pessoas a entender isso seria escrever um livro reunindo educação sexual básica e a perspectiva islâmica sobre o assunto.
Pornografia
"Quando comecei a estudar o que o Alcorão, a lei islâmica e os clérigos tinham a dizer sobre isso, percebi que há muita discussão sobre sexo no Islã. Você ficaria surpreso."
"Existem ditos do profeta Maomé sobre temas sexuais e fontes históricas nos dizem que ele respondeu perguntas detalhadas sobre o assunto, tanto de homens quanto de mulheres."
Entre as citações do Alcorão incluídas no livro de Akhtar está a seguinte: "Você pode ter relações sexuais à noite com suas esposas durante o mês de jejum. Elas são tão íntimas para você como suas próprias roupas, e vice-versa". (Alcorão, Surah Baqra, Verso 187)
Entre vários tópicos, Akhtar aborda os ensinamentos islâmicos sobre masturbação, problemas conjugais e como um homem deve se lavar após ter relações sexuais de forma a ficar limpo o suficiente para fazer suas orações.
Mas muitos paquistaneses acharam o livro do médico desagradável.
Ele tentou reduzir o impacto do título. "Educação Sexual para Muçulmanos" passou a ser "Problemas Especiais para Jovens" na versão em urdu.
Isso, no entanto, não foi suficiente para aplacar alguns.
"Recebi ameaças. Até outros médicos me acusaram de agir como uma ovelha negra, um charlatão."
"Um político de uma província me arrastou ao seu escritório e disse que eu estava encorajando a pornografia. Expliquei que não era nada disso."
Akhtar disse ter encontrado poucas livrarias dispostas a estocar seu livro. E segundo ele, poucos jornais aceitaram publicar anúncios sobre a obra.
"É uma reação muito triste. A ignorância sobre temas sexuais está provocando sofrimento psicológico desnecessário em muitos dos nossos jovens, temos de mudar isso."
"Estou apenas falando em educar as pessoas gradualmente e com sensibilidade."

Jovem de 17 anos conta em livro história dos desfiles de carnaval


11/01/2011 07h00 - Atualizado em 11/01/2011 07h00

Jovem de 17 anos conta em livro história dos desfiles de carnaval

Obra reúne grande pesquisa com lista de campeãs e mais de 40 fotos.
Objetivo é despertar interesse do público pelas escolas de samba.

Aluizio FreireDo G1 RJ
Livro de carnavalLivro reúne grande trabalho de pesquisa sobre a
história dos desfiles de carnaval
(Foto: Chris Martins/ Armazém Comunicação)
Tudo surgiu numa brincadeira em família, em 2007, quando estavam de férias em Teresópolis, na Região Serrana do Rio. Depois de fazer uma enquete sobre a história das escolas de samba, entre amigos e familiares, enquanto assistiam aos desfiles pela TV, João Bastos, na época com 14 anos, recebeu a proposta para que escrevesse um livro sobre o assunto. Ele aceitou o desafio e acaba de lançar “Acadêmicos, unidos e tantas mais”, obra que pretende despertar o interesse dos jovens para a paixão do carnaval.

“O projeto surgiu de uma maneira inusitada, com uma brincadeira. Quando me desafiaram, passei a me aprofundar no assunto, pesquisando os grandes autores. No primeiro ano foi muita leitura e o processo de estruturar o esqueleto do livro”, conta o autor que, hoje, aos 17 anos, que lançou a obra pela Editora Folha Seca.

“O que mais me motivou foi o fato de perceber que enquanto os blocos estavam cada vez mais populares, o público jovem estava se afastando das arquibancadas. Queria reverter isso, despertar o interesse dessas pessoas mostrando a riqueza da história das escolas”, revela.
O livro é uma análise da trajetória das escolas de samba cariocas desde o surgimento na década de 20 até os dias atuais. O trabalho mostra a elaboração de um enredo, como é criado o samba-enredo, os critérios de julgamento e os elementos que compõem um desfile.
Livro de carnavalJoão quer desfilar este ano pela Mangueira
(Foto: Chris Martins/ Armazém Comunicação)
Curiosidades
Ao final, um capítulo com dados diversos sobre os desfiles - lista de campeãs de todos os grupos, vencedores do Estandarte de Ouro e outros concursos - e um anexo com cerca de 40 fotos de carnavais que permanecem na memória popular.

O resultado é um a agradável viagem pela história das primeiras manifestações carnavalescas da cidade. Dos entrudos, no século XVI, ao pequeno carnaval, por volta de 1850, quando surgiram os ranchos e o Zé Pereira, que inspirou muitos blocos carnavalescos que existem até hoje. 

Com um texto fácil, João abre espaço para curiosidades, como a origem dos desfiles de escola de samba, que teriam começado a partir de uma ideia do jornalista Mário Filho, que a fim de suprir a falta de assunto de seu jornal, Mundo Esportivo, durante os intervalos dos campeonatos, decidiu criar um duelo entre as agremiações, em 1932. Outra curiosidade contada no livro é que o personagem Zé Carioca foi criado por Walt Disney, após sua visita ao Rio de Janeiro, em 1941, quando conheceu a Portela.

'Carnaval é coisa séria', diz autor
Para concluir o trabalho, João foi atrás dos mestres, como Sérgio Cabral, que conheceu através do avô, Henock Garcia, apaixonado por carnaval – o pai do governador escreveu o texto de apresentação do livro -, o pesquisador Hiram Araújo, o escritor e jornalista Marcelo Moutinho – “que leu e corrigiu algumas coisas, mas sem perder o foco que eu pretendia” – e Roberto Moura, um respeitado estudioso de samba, além de consultas aos trabalhos de Haroldo Costa, Nei Lopes e Rosa Magalhães e muita pesquisa em jornais e revistas.

“Descobri que escrever um livro sobre carnaval, uma manifestação cultural que faz parte do espírito do Rio, exige talento, inspiração e muita transpiração. É uma coisa séria, feita com muita seriedade, como poucas coisas no Brasil”, reconhece João, que já está inscrito para o curso de Economia da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) e pretende usar seu conhecimento para desenvolver projetos na área de entretenimento, principalmente cinema, que é mais uma paixão. Ele já garantiu também sua estreia na Sapucaí, desfilando por sua escola, Mangueira.

Uma das grandes preocupações de João é com as escolas dos Grupos de Acesso. “Temos mais de 70 escolas no Rio, mas só as 12 do Especial têm boas condições, na Cidade do Samba. Temos que olhar mais pra essas agremiações”, defende.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Bíblia e crucifixo são retirados do gabinete de Dilma no Planalto

09/01/2011 - 07h00

Bíblia e crucifixo são retirados do gabinete de Dilma no Planalto


DE BRASÍLIA


Em sua primeira semana, Dilma Rousseff fez mudanças em seu gabinete. Substituiu um computador de mesa por um laptop e retirou a Bíblia da mesa e o crucifixo da parede.
Durante a campanha eleitoral, a então candidata se declarou católica e foi atacada pelos adversários sob a acusação de ter mudado suas posições religiosas.

A presidente também trocou móveis para deixar o ambiente "mais confortável". Os estofados coral, usados no Palácio do Catete no governo Vargas, foram substituídos por poltronas e um sofá da linha Navona, do arquiteto Sergio Rodrigues.
Dilma começou a trabalhar às 9h30. O primeiro compromisso é com Helena Chagas (Comunicação Social) para se informar; a seguir, com o chefe de gabinete, Gilles Azevedo; depois com Antonio Palocci (Casa Civil).
A presidente não tolera atrasos. Pede objetividade e não gosta de expressões como "eu acho". Apesar do estilo rígido, um interlocutor que acompanhou os primeiros dias de Lula no poder diz que a sensação é de que Dilma está "mais à vontade".
No período inicial, uma semelhança entre eles: Lula priorizou a agenda interna. Dilma faz o mesmo ao ter o trabalho dominado por reuniões com ministros.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Voto em referendo no Sudão hoje deve alterar mapa-múndi

09/01/2011 - 09h01

Voto em referendo no Sudão hoje deve alterar mapa-múndi


JERÓNIMO GIORGI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM JUBA (SUDÃO)


Seis anos depois do acordo de paz que pôs fim à guerra civil entre o Exército do Sudão e rebeldes sulistas do SPLA (Exército Popular de Libertação do Sudão), sudaneses de raça negra e religião cristã ou animista contam os dias para a independência.

Hoje, começou o referendo de uma semana que levará, segundo a expectativa, à divisão do maior país da África.
Editoria de Arte/Folhapress
Não há pesquisas confiáveis, mas o sentimento em Juba, capital do sul, é claramente pró-separação.
Para isso ocorrer, no entanto, o quorum precisa ser de 60%, o que não é simples numa região do tamanho de Minas Gerais e praticamente sem estradas.
Pela capital local, a mão levantada virou um símbolo, representando o voto pela separação na cédula, um ícone gráfico pensado para uma região em que o analfabetismo adulto chega a 75%.
A outra opção é um desenho com as mãos apertadas, que significam a unidade.
Em uma destas alternativas, terão que votar os 3,9 milhões de sudaneses registrados quando pressionarem seu polegar.
A Comissão de Referendo diz que "está 100% preparada", e que o resultado será anunciado até 22 de janeiro.
"Esta é a forma de demonstrar que não somos cidadãos de segunda classe", afirma Lual Adal, parlamentar na Assembleia do sul.
A região goza de autonomia desde os acordos de 2005, que encerraram uma guerra que deixou 2 milhões de mortos. "Estamos votando pelo resto de nossas vidas", diz ele.
RISCOS
No sul, mais de 50% da população vive com menos de US$ 1 por dia, e a infraestrutura é quase inexistente.
A região conta com enormes reservas de petróleo, que até o momento têm sido repartidas com o governo central. Este, contudo, pode se tornar um problema.
Teme-se que o governo central, de maioria árabe, não respeite o resultado.
O ditador sudanês Omar Bashir disse anteontem que o o sul não está pronto para se tornar um Estado. Ontem, um confronto entre grupos rebeles e forças militares deixaram nove mortos.
Se o voto for pela independência, haverá um período de adaptação de seis meses, até que nasça para valer o 193º país do mundo.
Apesar das carências, os sul-sudaneses chegam ao referendo em um ambiente tenso, mas sem episódios significativos de violência na campanha. "Estamos todos juntos e seremos um bom exemplo", disse Adal.
O nome da nova nação é uma incógnita. Pode ser Sudão do Sul ou Kush, nome de uma das primeiras civilizações da região sul do rio Nilo, que se desenvolveu por volta de 1500 a.C.