sábado, 13 de novembro de 2010

Incra identifica comunidades quilombolas no Rio e se prepara para disputa com Igreja Católica

10:02
05/11/2010

Incra identifica comunidades quilombolas no Rio e se prepara para disputa com Igreja Católica

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Rio de Janeiro reconheceu como remanescente de quilombo a comunidade da Pedra do Sal, na zona portuária - alvo do maior projeto de revitalização da cidade -, e estabeleceu os limites para a emissão do título de posse.

A portaria foi publicada no Diário Oficial do Estado do Rio da última quarta-feira (3). No documento, também consta a identificação das comunidades de Cabral, com 50 famílias, no sul fluminense, e Sacopã, com 13, na zona sul da capital.

Instalada em uma região por onde devem ter desembarcado cerca de 1 milhão de africanos escravizados, atual cenário de um dos maiores projetos de revitalização da cidade do Rio para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, as 25 famílias da comunidade Pedra do Sal disputam a posse de suas casas com a Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência (VOT) e devem enfrentar um processo complicado até a emissão do título de posse.

Elaborado com base em laudos antropológicos, o documento do Incra declara que as famílias da Pedra do Sal são donas de uma área de 3.534 metros quadrados onde estão imóveis da Venerável Ordem Terceira, ligada à igreja Católica. A instituição alega ter herdado, de dom João VI, os terrenos, onde atualmente desenvolve projetos sociais, mas, segundo o Incra, não há documentos que comprovem essa doação. Procurada, a instituição não respondeu à Agência Brasil.

O superintende do instituto no Rio, Gustavo Souto, explica que as informações levantadas indicam que a área onde estão as famílias da Pedra do Sal pertencem à União. Segundo ele, com a publicação do relatório, a VOT terá 90 dias para contestar os dados e deve procurar a Justiça, assim como já fez anteriormente, na tentativa de barrar a regularização fundiária da comunidade.

A comunidade de Sacopã (Família Pinto), localizada na Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul, também deve enfrentar um processo contra os vizinhos, antes de conseguir o título de posse do terreno, assegurado pela Constituição às comunidades remanescentes de quilombo. Segundo o superintendente, "os moradores do bairro, um dos mais nobres da capital,  já demonstram nos argumentos preconceito infundado contra os vizinhos quilombolas".

"Se ninguém contestar nada, se não houver um processo judicial longo, fora do controle do Incra, os títulos das três comunidades saem no próximo ano. Mas o mais provável são contestações contra Sacopã e Pedra do Sal. Já Cabral, em Paraty, deve trilhar um caminho mais simples", afirmou o superintendente. 

Mesmo diante de mais uma disputa, os remanescente da Pedra estão confiantes, pois a VOT perdeu na Justiça outros processos contra a comunidade. "Passamos apertos, com desocupações forçadas e ameaças até a finalização do relatório [do Incra]. O fato de ele ter sido publicado é uma grande vitória", declarou o presidente da Associação de Moradores, Damião Braga.

Conhecida como Pequena África, a zona portuária do Rio é marcada por elementos da cultura afro-brasileira. Além do quilombo, abriga um antigo cemitério de escravos e o monumento à Pedra do Sal. No local, os estivadores, negros recém-libertados, descarregavam o sal e se reuniam em rodas de samba. Ali surgiram nomes como  Donga, Pixinguinha, João da Baiana e Heitor dos Prazeres.

Atualmente, no Largo da Pedra do Sal, sambistas se encontram duas vezes por semana.

Edição: Graça Adjuto


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Suprema Corte mantém regra sobre gays nas Forças Armadas dos EUA


Reuters
12/11/2010 18h02 - Atualizado em 12/11/2010 18h28

Suprema Corte mantém regra sobre


gays nas Forças Armadas dos EUA

Tribunal rejeitou pedido de organização republicana para suspender regra.
Política adotada em 1993 não permite que gays declarados sejam militares.

Da Reuters
A Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou na sexta-feira (12) um pedido para suspender a regra do Pentágono que proíbe a presença de homossexuais assumidos nas Forças Armadas.
O pedido havia partido de uma organização de homossexuais republicanos, chamada Log Cabin Republicans. A atual regra, adotada em 1993 e conhecida como 'não pergunte, não conte', só permite que gays e lésbicas sirvam às Forças Armadas se não comentarem abertamente sobre essa condição.
Manifestantes em protestos contra e a favor da política "Dont Ask, Don't Tell", em Los Angeles, no EUAManifestantes em protestos contra e a favor da política "Dont Ask, Don't Tell", em Los Angeles, no EUA (Foto: Jason Reed / Reuters)
O presidente Barack Obama prometeu alterar a regra, mas disse que isso deveria ser feito por meio do Congresso, e não da Justiça.
No mês passado, os Log Cabin Republicans conseguiram uma liminar contra a política 'não pergunte e não conte'. O governo recorreu à Corte de Apelações do Nono Circuito, que derrubou a liminar.
Os Log Cabin então apelaram à Suprema Corte, por intermédio do juiz Anthony Kennedy, responsável por recursos vindos do Nono Circuito. Ele preferiu submeter o caso ao plenário da corte, que rejeitou o pedido sem comentários.
O assunto se tornou uma dor de cabeça para o governo Obama. Embora ele seja favorável à presença de homossexuais assumidos nas Forças Armadas, o governo argumenta que o Pentágono precisaria de mais tempo para preparar um plano de transição.
Oficiais militares alertam que uma mudança abrupta poderia perturbar as operações, o moral das tropas e o recrutamento. Mas um grupo de estudos do Pentágono teria concluído, segundo relatos a imprensa, que o fim da política 'não pergunte e não conte' teria mínimas chances de causar efeitos adversos sobre as atuais operações de guerra no Iraque e Afeganistão.
Um projeto que revoga a regra atual já foi aprovado na Câmara dos Deputados, mas parou no Senado. Os parlamentares devem fazer uma nova tentativa de aprová-lo na semana que vem.


Homem morre esfaqueado em briga sobre religião no RS

Homem morre esfaqueado em briga sobre religião no RS

11 de novembro de 2010 | 16h 25
    Houve discussão, e um dos membros da igreja acabou sendo esfaqueado no pescoço e morreu no local. Um outro foi esfaqueado no abdômen, virilha e na perna. Ele foi submetido a uma cirurgia e está internado em um hospital da região. O terceiro membro da Deus é Amor ficou à distância, vendo a confusão, de acordo com a polícia. O grupo de umbanda conseguiu fugir em um carro. O local, disse a polícia, é ermo e mal iluminado. Ninguém foi preso. 

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

LANÇAMENTO: “Os Hereges: temas em direitos humanos, ética e diversidade

terça-feira, 9 de novembro de 2010



OS HEREGES CONTEMPORÂNEOS




OS HEREGES TEMAS EM DIREITOS HUMANOS, ÉTICA E DIVERSIDADE
Adriana Severo Rodrigues Giancarla Brunetto Márcio Eduardo  Brotto - ORGANIZADORES
            Partindo da constatação de que o tema dos direitos humanos é  alvo de preconceitos e mitos,  três especialistas na área reuniram-se para organizar o livro Os Hereges Temas em Direitos Humanos, Ética e Diversidade. A obra  é organizada por Adriana Severo Rodrigues, Giancarla Brunetto e Márcio Eduardo Brotto, em uma parceria da Liga dos Direitos Humanos, Faculdade de Educação da UFRGS, do Rio Grande do Sul,  e a UNIGRANRIO, do Rio de Janeiro.  O lançamento, pela editora Armazém Digital, acontecerá  no dia 15 de novembro, às 18h, no Memorial do Rio Grande do Sul, na Feira do Livro de Porto Alegre. Ainda em novembro e dezembro, o livro terá sessões de lançamento no Rio de Janeiro,em Duque de Caxias, Niterói, e na capital carioca. 

                O livro Os Hereges Temas em Direitos Humanos, Ética e Diversidade apresenta  o tema sob inovadoras  formas:  linguagem (textos científicos, literários, filosóficos e depoimentos), identidade visual (diálogo com as artes visuais), e a participação de renomados estudiosos  em direitos humanos do Brasil e do exterior  com formação em antropologia, direito, educação,  filosofia, história,  serviço social e sociologia. Muitos  dos autores são oriundos de estados como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, grandes centros urbanos que concentram intensos focos de violações aos direitos humanos. Esta iniciativa mostra a importância da Universidade  em contribuir para alargar os horizontes da reflexão crítica  sobre temas considerados heréticos, e por esse motivo  constituem o livro:  sistema prisional no Brasil,  exploração sexual de adolescentes,  maternidade e  prisão,  Sistema Único de Saúde,  direitos da criança e do adolescente, tráfico de mulheres, migração internacional, população em situação de rua,dignidade,humanização, sustentabilidade, acesso à Justiça,  liberalismo, mulheres na economia solidária,desigualdades raciais na educação e no mercado de trabalho, quilombos, racismo, desigualdade, diversidade, ética em direitos humanos, políticas públicas para travestis e transexuais, defensores de direitos humanos.

       Recomenda-se a leitura deste livro a todos, especialmente aos que possuem ideias preconcebidas a respeito do que são e a quem servem os direitos humanos. A única certeza que reúne os três organizadores  deste livro é que humanos ou desumanos nos tornamos, por meio do que fazemos, ou  deixamos de fazer uns pelos outros.

OS HEREGES TEMAS EM DIREITOS HUMANOS, ÉTICA E DIVERSIDADE
Adriana Severo Rodrigues Giancarla Brunetto Márcio Eduardo  Brotto - ORGANIZADORES

Apresentação de Denise Comerlatto e Johannes Doll, da FACED/UFRGS
Tradução  de Luiz Carlos Bombassaro
Desenhos de Adriana Xaplin


LUIZ CARLOS BOMBASSARO Prefácio – O que nos faz humanos    

Os hereges temas em DIREITOS HUMANOS:
Adriana Severo Rodrigues   Sistema prisional no Brasil: algumas reflexões à luz dos direitos humanos   Alan de Loiola Alves       Garotos explorados sexualmente: uma violação dos direitos humanos                   Anália da Silva Barbosa e Marina Amoedo da CostA    Maternidade, prisão e direitos humanos      Debora Lopes de Oliveira          Trabalho infantil e saúde:     o papel do SUS na garantia dos direitos da criança e do adolescente                                                                                                                                                                        Ebe Campinha dos Santos Tráfico de mulheres e migração internacional                                                   HELOISA MESQUITA  População em situação de rua: sua casa, sua vida                                                               Márcio Vagner Dornelles Garcia  Educar em direitos humanos: a revolução, o simples
Os hereges temas em ÉTICA:

ana lúcia DA SILVA  garcia   Mulheres  na economia solidária: uma nova ética nas relações de produção 
e nas relações de gênero                                                                                                                                         Bernard H. F. Taureck El Quijote como confrontación de dos culturas esenciales: un anacronismo feliz y fértil        Bruno José da Cruz Oliveira Os direitos humanos e o reconhecimento do indivíduo-atomizado   CLODOALDO MENEGUELLO CARDOSO E ROSÂNGELA DE LIMA VIEIRA O capitalismo tardio e a pseudo-ética da sustentabilidade                                                                                                                      Giancarla Brunetto O Cândido, os idiotas e os hereges defensores dos direitos humanos                          Ingo Wolfgang Sarlet   Justiça e dignidade (da pessoa) humana - observações à luz da jurisprudência do STF Jaime Zitkoski      Ética, educação e direitos humanos: o desafio da humanização                                              Marcelo Malizia Cabral  Democratização do acesso à Justiça:   imperativo ético do estado democrático       de direito                                                                                                                                                                WOLFGANG NEUSER  Para fundamentar a sustentabilidade desde a perspectiva da filosofia da natureza


Os hereges temas em DIVERSIDADE:
Andrea Lopes da Costa Vieira  e José Jairo Vieira Para refletir acerca das desigualdades raciais no Brasil contemporâneo: educação e mercado de trabalho                                                                                          GÁrdia Rodrigues da Silva      Identidades & diversidades culturais                                                                 Luiz Fernando Martins da Silva     Racismo e desigualdade na ordem do dia                                           Luiza Carla Cassemiro       Avanços nas políticas públicas e a luta por direitos: uma realidade para as travestis e transexuais                                                                                                                                                              Márcio eduardo Brotto     Diversidade: por uma ética em defesa dos direitos humanos                               Vera Regina RodrigueS     Por uma fusão de horizontes: antropologia, quilombos e direitos humanos
   GIANCARLA BRUNETTO  Posfácio -  O que nos faz desumanos


            contato:
 Giancarla Brunetto (51) 9375.8400 3246.9423  3308.349 temashereges@gmail.com

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Escola gay é alvo de ataque em Campinas


09/11/2010 09h20 - Atualizado em 09/11/2010 10h50

Escola gay é alvo de ataque em 

Campinas

Garrafa de vidro foi atirada contra prédio; ninguém ficou ferido.
Escola já havia sido alvo de outros dois ataques.

Do G1 SP
escola LGBTGarrafa foi atirada contra escola LGBT, em Campi-
nas (Foto: Divulgação)
A Escola Jovem LGBT de Campinas, no interior de São Paulo, foi alvo de um ataque na noite desta segunda-feira (8). Uma garrafa foi atirada contra o prédio, trincando o vidro da porta da instituição. Ninguém foi atingido. A escola oferece cursos para o público homossexual, como aulas de criação de zines, revistas, criação literária, dança, música, TV, cinema, teatro, performance drag e defesa pessoal.
Segundo o diretor da escola, Deco Ribeiro, pedras já haviam sido atiradas contra a escola em outubro e logo na inauguração, em março, um muro chegou a ser pichado. “Não registramos nenhum boletim de ocorrência, mas estamos pensando em procurar a polícia antes que a situação fuja do controle”, disse Deco.
Ribeiro informa ainda que a Escola Jovem LGBT deverá apressar a compra de câmeras de segurança. “Também vamos fazer um trabalho de conscientização no bairro Nova Europa, onde a escola está instalada.”