terça-feira, 2 de novembro de 2010

Gostar de garotas bonitas é melhor do que ser gay, diz Silvio Berlusconi

Reuters 02/11/2010 12h14 - Atualizado em 02/11/2010 13h28

Gostar de garotas bonitas é melhor do que ser gay, diz Silvio Berlusconi

Premiê da Itália defendeu-se de acusação de que teria ajudado adolescente.
Ruby, hoje com 18, disse que teria recebido dinheiro do primeiro-ministro.

Da Reuters
O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, rebateu nesta terça-feira (2) os pedidos para que renuncie por causa das notícias de que ele teria ajudado uma garota de 17 anos que participou de festas em sua casa, e disse que é "melhor gostar de garotas bonitas do que ser gay."
Berlusconi se recusou a pedir desculpas "por sua preferência por mulheres jovens" e negou ter feito alguma coisa de errado, depois de o caso da garota conhecida como Ruby ter saído nos jornais italianos na semana passada e de os parlamentares de oposição terem pedido a sua renúncia.
O premiê da Itália, Silvio Berlusconi, durante encontro de cúpula em Bruxelas em 29 de outubro.O premiê da Itália, Silvio Berlusconi, durante encontro de cúpula em Bruxelas em 29 de outubro. (Foto: AP)
"Como sempre, eu trabalho sem interrupção e, se ocasionalmente ocorreu de eu olhar nos olhos de uma garota bonita, é melhor gostar de garotas bonitas do que ser gay", disse ele numa reunião em uma exposição da indústria de motocicletas em Milão.
"Vocês devem ficar completamente tranquilos sobre o governo e sobre o fato de que esse é um governo que ainda tem a maioria e planeja governar até o fim de seu mandato", afirmou ele.
Berlusconi, de 74 anos, já se complicou com a mídia no passado por causa de mulheres. Ele está sob crescente pressão desde que os jornais trouxeram notícias na semana passada sobre a adolescente que frequentava as festas em sua casa suntuosa em Arcore, perto de Milão.
O jornal "Corriere della Sera" divulgou detalhes de um telefonema que Berlusconi teria dado ao chefe da polícia de Milão em nome de Ruby, quando ela estava detida por um outro incidente, de roubo, em maio, suscitando questões sobre se ele teria intervindo de forma inapropriada.
Berlusconi disse ter ajudado Ruby -- cujo nome real é Karima El Mahroug, segundo os jornais italianos --, mas nega ter feito pressão imprópria sobre os policiais.
"Essa tempestade recente nos jornais é uma tempestade de papel", afirmou Berlusconi. "Vocês verão no final que nada mais aconteceu além de um ato de solidariedade do primeiro-ministro, sobre o qual eu não me envergonharei."
A adolescente, que já fez 18 anos, disse a jornais ter recebido 7 mil euros (US$ 9.760) de Berlusconi depois de comparecer a duas festas. Ela negou ter feito sexo com ele.


http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/11/berlusconi-diz-que-gostar-de-garotas-e-melhor-do-que-ser-gay-1.html

Texto explicativo do CNE para o Painel do Leitor Folha

Texto explicativo do CNE para o Painel do Leitor Folha

          Ao contrário do que afirmou a “Folha de São Paulo” nas edições de 29 e 30 de Outubro, o Parecer nº. 15/2010 da Câmara de Educação Básica (CEB) do Conselho Nacional de Educação (CNE) com orientações quanto às políticas públicas para uma educação antirracista, o qual faz referência à obra “Caçadas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato, em nenhum momento, pretende impor vetos a esta respeitada obra ou outra.

          O CNE tem função normativa e é sua atribuição, enquanto um órgão de Estado, pronunciar-se sobre temas relativos à educação nacional. A questão étnico-racial é um desses temas. O Parecer foi atentamente discutido e analisado nessa Câmara. Foi aprovado pela unanimidade dos conselheiros e está em processo de homologação. No seu posicionamento em relação à obra literária em questão, o texto segue recomendações e critérios do MEC para análise de obras literárias a serem adotadas no Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE). Um deles é: “(...) a qualidade textual, a adequação temática, a ausência de preconceitos, estereótipos ou doutrinações, a qualidade gráfica e o potencial de leitura, considerando o público-alvo”

          No caso específico, recomenda-se que este princípio seja realmente seguido para análise de todas as obras do PNBE, quer sejam elas clássicas ou contemporâneas. Ou tais critérios não deverão ser aplicados aos clássicos? Justamente por serem clássicos, é que tais obras ainda encontram força literária, subjetiva e imaginativa no presente. Ou seja, as representações neles veiculadas não se perderam no tempo e no espaço.

          Reconhecendo o importante lugar clássico da obra de Monteiro Lobato, especificamente do livro “Caçadas de Pedrinho”, e não querendo incorrer em nenhum tipo de "patrulha", mas sendo coerente com todos os avanços da legislação educacional brasileira, o Parecer discute o tema e apresenta sugestões e orientações ao MEC, à editora e ao campo da formação de professores. Uma delas é a de que a editora em questão (e outras que publiquem obras de igual teor) tome o mesmo cuidado ético em relação à temática étnico-racial, como o já adotado em relação à temática ambiental, ou seja, no caso de o livro ser publicado, que nele seja incluída uma nota de esclarecimento e contextualização da obra de Monteiro Lobato, explicitando não somente o valor literário da mesma, mas, também, as análises críticas que apontam e discutem a presença dos estereótipos raciais no livro em questão.

          O Parecer sugere, ainda, que o processo da formação de professores da educação básica inclua o estudo crítico sobre o assunto. Em momento algum o CNE julga ou menospreza os professores. O CNE sabe muito bem que os clássicos são produtos da sua época. Porém, também sabe o quanto o imaginário social brasileiro alimenta, até hoje, noções e visões estereotipadas sobre o Negro e a África e o quanto ainda persiste entre nós a desigualdade racial. Tudo isso tem sido insistentemente apontado pelas pesquisas acadêmicas, pesquisas oficiais e pela própria mídia. Nesse sentido, banalizar a importância do debate político sobre o tema, desviando o relevante posicionamento do CNE para uma questão de censura é, no mínimo, uma atitude inescrupulosa. A decisão do CNE é pública e está aberta para o conhecimento de toda a sociedade. Entretanto, que isso seja feito de maneira séria, responsável, ética e respeitosa. É importante que os leitores da Folha acessem o portal do MEC (http://portal.mec.gov.br/cne) e leiam o parecer na íntegra. Com a leitura poderão facilmente comprovar que a Folha distorceu o Parecer do Conselho Nacional de Educação.


          Antonio Carlos Caruso Ronca- Presidente do Conselho Nacional de Educação
          Francisco Aparecido Cordão – Presidente da Câmara de Educação Básica
          Nilma Gomes – Relatora do Parecer na Câmara de Educação Básica do CNE.



MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

INTERESSADA: Presidência da República/Ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR/PR)
UF: DF
ASSUNTO: Orientações para que a Secretaria de Educação do Distrito Federal se abstenha de utilizar material que não se coadune com as políticas públicas para uma educação antirracista.
RELATORA: Nilma Lino Gomes
PROCESSO Nº: 23001.000097/2010-26
PARECER CNE/CEB Nº: 15/2010
COLEGIADO: CEB
APROVADO EM: 1º/9/2010

Leia a íntegra do primeiro discurso da presidente Dilma Rousseff


Presidente 01/11/2010 16h25

Leia a íntegra do primeiro discurso da presidente Dilma Rousseff

No primeiro pronunciamento, Dilma convoca eleitos para trabalhar pelo futuro do país

Agência Brasil

"Junto comigo foram eleitos novos governadores, deputados, senadores. Ao parabenizá-los, convido a todos, independente de cor partidária, para uma ação determinada pelo futuro de nosso país", disse Dilma.

Leia abaixo a íntegra do pronunciamento:
"Minhas amigas e meus amigos de todo o Brasil,

É imensa a minha alegria de estar aqui. Recebi hoje de milhões de brasileiras e brasileiros a missão mais importante de minha vida. Este fato, para além de minha pessoa, é uma demonstração do avanço democrático do nosso país: pela primeira vez uma mulher presidirá o Brasil. Já registro, portanto, aqui meu primeiro compromisso após a eleição: honrar as mulheres brasileiras, para que este fato, até hoje inédito, se transforme num evento natural. E que ele possa se repetir e se ampliar nas empresas, nas instituições civis, nas entidades representativas de toda nossa sociedade.

A igualdade de oportunidades para homens e mulheres é um princípio essencial da democracia. Gostaria muito que os pais e mães de meninas olhassem hoje nos olhos delas, e lhes dissessem: sim, a mulher pode!

Minha alegria é ainda maior pelo fato de que a presença de uma mulher na Presidência da República se dá pelo caminho sagrado do voto, da decisão democrática do eleitor, do exercício mais elevado da cidadania. Por isso, registro aqui outro compromisso com meu país: Valorizar a democracia em toda sua dimensão, desde o direito de opinião e expressão até os direitos essenciais da alimentação, do emprego e da renda, da moradia digna e da paz social.

Zelarei pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa.
Zelarei pela mais ampla liberdade religiosa e de culto.
Zelarei pela observação criteriosa e permanente dos direitos humanos tão claramente consagrados em nossa Constituição.

Zelarei, enfim, pela nossa Constituição, dever maior da Presidência da República.
Nesta longa jornada que me trouxe aqui, pude falar e visitar todas as nossas regiões. O que mais me deu esperanças foi a capacidade imensa do nosso povo de agarrar uma oportunidade, por mais singela que seja, e com ela construir um mundo melhor para sua família. É simplesmente incrível a capacidade de criar e empreender do nosso povo. Por isso, reforço aqui meu compromisso fundamental: a erradicação da miséria e a criação de oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras.

Ressalto, entretanto, que essa ambiciosa meta não será realizada pela vontade do governo. Ela é um chamado à Nação, aos empresários, às igrejas, às entidades civis, às universidades, à imprensa, aos governadores, aos prefeitos e a todas as pessoas de bem.

Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome, enquanto houver famílias morando nas ruas, enquanto crianças pobres estiverem abandonadas à própria sorte. A erradicação da miséria nos próximos anos é, assim, uma meta que assumo, mas para a qual peço humildemente o apoio de todos que possam ajudar o país no trabalho de superar esse abismo que ainda nos separa de ser uma nação desenvolvida.

O Brasil é uma terra generosa e sempre devolverá em dobro cada semente que for plantada com mão amorosa e olhar para o futuro. Minha convicção de assumir a meta de erradicar a miséria vem, não de uma certeza teórica, mas da experiência viva do nosso governo, no qual uma imensa mobilidade social se realizou, tornando hoje possível um sonho que sempre pareceu impossível.

Reconheço que teremos um duro trabalho para qualificar o nosso desenvolvimento econômico. Essa nova era de prosperidade criada pela genialidade do presidente Lula e pela força do povo e de nossos empreendedores encontra seu momento de maior potencial numa época em que a economia das grandes nações se encontra abalada.

No curto prazo, não contaremos com a pujança das economias desenvolvidas para impulsionar nosso crescimento. Por isso, se tornam ainda mais importantes nossas próprias políticas, nosso próprio mercado, nossa própria poupança e nossas próprias decisões econômicas.

Longe de dizer, com isso, que pretendamos fechar o país ao mundo. Muito ao contrário, continuaremos propugnando pela ampla abertura das relações comerciais e pelo fim do protecionismo dos países ricos, que impede as nações pobres de realizar plenamente suas vocações.

Mas é preciso reconhecer que teremos grandes responsabilidades num mundo que enfrenta ainda os efeitos de uma crise financeira de grandes proporções e que se socorre de mecanismos nem sempre adequados, nem sempre equilibrados, para a retomada do crescimento.

É preciso, no plano multilateral, estabelecer regras mais claras e mais cuidadosas para a retomada dos mercados de financiamento, limitando a alavancagem e a especulação desmedida, que aumentam a volatilidade dos capitais e das moedas. Atuaremos firmemente nos fóruns internacionais com este objetivo.

Cuidaremos de nossa economia com toda responsabilidade. O povo brasileiro não aceita mais a inflação como solução irresponsável para eventuais desequilíbrios. O povo brasileiro não aceita que governos gastem acima do que seja sustentável.

Por isso, faremos todos os esforços pela melhoria da qualidade do gasto público, pela simplificação e atenuação da tributação e pela qualificação dos serviços públicos. Mas recusamos as visões de ajustes que recaem sobre os programas sociais, os serviços essenciais à população e os necessários investimentos.

Sim, buscaremos o desenvolvimento de longo prazo, a taxas elevadas, social e ambientalmente sustentáveis. Para isso zelaremos pela poupança pública.

Zelaremos pela meritocracia no funcionalismo e pela excelência do serviço público. Zelarei pelo aperfeiçoamento de todos os mecanismos que liberem a capacidade empreendedora de nosso empresariado e de nosso povo. Valorizarei o microempreendedor individual, para formalizar milhões de negócios individuais ou familiares, ampliarei os limites do Supersimples e construirei modernos mecanismos de aperfeiçoamento econômico, como fez nosso governo na construção civil, no setor elétrico, na lei de recuperação de empresas, entre outros.

As agências reguladoras terão todo respaldo para atuar com determinação e autonomia, voltadas para a promoção da inovação, da saudável concorrência e da efetividade dos setores regulados.

Apresentaremos sempre com clareza nossos planos de ação governamental. Levaremos ao debate público as grandes questões nacionais. Trataremos sempre com transparência nossas metas, nossos resultados, nossas dificuldades.

Mas acima de tudo quero reafirmar nosso compromisso com a estabilidade da economia e das regras econômicas, dos contratos firmados e das conquistas estabelecidas.

Trataremos os recursos provenientes de nossas riquezas sempre com pensamento de longo prazo. Por isso trabalharei no Congresso pela aprovação do Fundo Social do Pré-Sal. Por meio dele queremos realizar muitos de nossos objetivos sociais.

Recusaremos o gasto efêmero que deixa para as futuras gerações apenas as dívidas e a desesperança.

O Fundo Social é mecanismo de poupança de longo prazo, para apoiar as atuais e futuras gerações. Ele é o mais importante fruto do novo modelo que propusemos para a exploração do pré-sal, que reserva à Nação e ao povo a parcela mais importante dessas riquezas.

Definitivamente, não alienaremos nossas riquezas para deixar ao povo só migalhas. Me comprometi nesta campanha com a qualificação da educação e dos serviços de saúde. Me comprometi também com a melhoria da segurança pública. Com o combate às drogas que infelicitam nossas famílias.

Reafirmo aqui estes compromissos. Nomearei ministros e equipes de primeira qualidade para realizar esses objetivos. Mas acompanharei pessoalmente essas áreas capitais para o desenvolvimento de nosso povo.

A visão moderna do desenvolvimento econômico é aquela que valoriza o trabalhador e sua família, o cidadão e sua comunidade, oferecendo acesso a educação e saúde de qualidade. É aquela que convive com o meio ambiente sem agredi-lo e sem criar passivos maiores que as conquistas do próprio desenvolvimento.

Não pretendo me estender aqui, neste primeiro pronunciamento ao país, mas quero registrar que todos os compromissos que assumi, perseguirei de forma dedicada e carinhosa. Disse na campanha que os mais necessitados, as crianças, os jovens, as pessoas com deficiência, o trabalhador desempregado, o idoso teriam toda minha atenção. Reafirmo aqui este compromisso.

Fui eleita com uma coligação de dez partidos e com apoio de lideranças de vários outros partidos. Vou com eles construir um governo onde a capacidade profissional, a liderança e a disposição de servir ao país será o critério fundamental.

Vou valorizar os quadros profissionais da administração pública, independente de filiação partidária.

Dirijo-me também aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram conosco nesta caminhada. Estendo minha mão a eles. De minha parte não haverá discriminação, privilégios ou compadrio.

A partir de minha posse serei presidenta de todos os brasileiros e brasileiras, respeitando as diferenças de opinião, de crença e de orientação política.

Nosso país precisa ainda melhorar a conduta e a qualidade da política. Quero empenhar-me, junto com todos os partidos, numa reforma política que eleve os valores republicanos, avançando em nossa jovem democracia.

Ao mesmo tempo, afirmo com clareza que valorizarei a transparência na administração pública. Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito. Serei rígida na defesa do interesse público em todos os níveis de meu governo. Os órgãos de controle e de fiscalização trabalharão com meu respaldo, sem jamais perseguir adversários ou proteger amigos.

Deixei para o final os meus agradecimentos, pois quero destacá-los. Primeiro, ao povo que me dedicou seu apoio. Serei eternamente grata pela oportunidade única de servir ao meu país no seu mais alto posto. Prometo devolver em dobro todo o carinho recebido, em todos os lugares que passei.

Mas agradeço respeitosamente também aqueles que votaram no primeiro e no segundo turno em outros candidatos ou candidatas. Eles também fizeram valer a festa da democracia.

Agradeço as lideranças partidárias que me apoiaram e comandaram esta jornada, meus assessores, minhas equipes de trabalho e todos os que dedicaram meses inteiros a esse árduo trabalho. Agradeço a imprensa brasileira e estrangeira que aqui atua e cada um de seus profissionais pela cobertura do processo eleitoral.

Não nego a vocês que, por vezes, algumas das coisas difundidas me deixaram triste. Mas quem, como eu, lutou pela democracia e pelo direito de livre opinião arriscando a vida; quem, como eu e tantos outros que não estão mais entre nós, dedicamos toda nossa juventude ao direito de expressão, nós somos naturalmente amantes da liberdade. Por isso, não carregarei nenhum ressentimento.

Disse e repito que prefiro o barulho da imprensa livre ao silencio das ditaduras. As criticas do jornalismo livre ajudam ao pais e são essenciais aos governos democráticos, apontando erros e trazendo o necessário contraditório.

Agradeço muito especialmente ao presidente Lula. Ter a honra de seu apoio, ter o privilégio de sua convivência, ter aprendido com sua imensa sabedoria, são coisas que se guarda para a vida toda. Conviver durante todos estes anos com ele me deu a exata dimensão do governante justo e do líder apaixonado por seu país e por sua gente. A alegria que sinto pela minha vitória se mistura com a emoção da sua despedida.

Sei que um líder como Lula nunca estará longe de seu povo e de cada um de nós. Baterei muito à sua porta e, tenho certeza de que a encontrarei sempre aberta. Sei que a distância de um cargo nada significa para um homem de tamanha grandeza e generosidade. A tarefa de sucedê-lo é difícil e desafiadora, mas saberei honrar seu legado. Saberei consolidar e avançar sua obra.

Aprendi com ele que, quando se governa pensando no interesse público e nos mais necessitados, uma imensa força brota do nosso povo. Uma força que leva o país para a frente e ajuda a vencer os maiores desafios.

Passada a eleição, agora é hora de trabalho. Passado o debate de projetos, agora é hora de união. União pela educação, união pelo desenvolvimento, união pelo país. Junto comigo foram eleitos novos governadores, deputados, senadores. Ao parabenizá-los, convido a todos, independente de cor partidária, para uma ação determinada pelo futuro de nosso país.

Sempre com a convicção de que a Nação Brasileira será exatamente do tamanho daquilo que, juntos, fizermos por ela.


Muito obrigada."

http://www.diariosp.com.br/_conteudo/2010/11/11879-leia+a+integra+do+primeiro+discurso+da+presidente+dilma+rousseff.html



segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Limpadores de latrinas marcham contra discriminação na Índia

01/11/2010 20h32 - Atualizado em 01/11/2010 21h05

Limpadores de latrinas marcham contra discriminação na Índia

Trabalhadores da casta Dalit exigem que limpeza manual de privadas seja erradicada.

BBC

Centenas de limpadores de latrinas na Índia estão se concentrando na capital do país, Nova Déli, para exigir que o governo se desculpe por séculos de discriminação contra a comunidade.
Eles começaram a marchar há um mês, cruzando o país para divulgar suas reivindicações e conscientizar o público sobre sua situação.
Retirar manualmente excrementos humanos de latrinas ou privadas que não possuem descarga automática é uma prática feita há séculos na Índia.
'Os intocáveis'
Esse tipo de trabalho é feito em grande parte pelos Dalits, conhecidos anteriormente como "os intocáveis", a casta mais inferior da sociedade segundo o hinduísmo, principal religião do país.
Por um salário médio de menos de US$ 4 por mês, esses trabalhadores vão de casa em casa, todas as manhãs, para coletar os excrementos dos moradores.
"Estamos exigindo que o Estado se desculpe diante de toda a comunidade", disse o líder da associação dos limpadores de latrinas, Bezwada Wilson, ao correspondente da BBC em Nova Déli, Rajesh Joshi.
Embora a limpeza manual de excrementos seja proibida por lei na Índia, alguns setores do governo, como o departamento responsável pelas ferrovias do país, continuam a empregar esses trabalhadores.
No caso do setor ferroviário, os limpadores são contratados para coletar os excrementos dos trilhos, já que a maioria dos trens possui privadas abertas.
300 mil limpadores
Segundo dados do governo, existem hoje mais de 300 mil limpadores de latrinas na Índia, mas de acordo com outras estimativas, o número real ultrapassaria 1 milhão.
Os organizadores do protesto querem que a prática seja completamente erradicada pelo governo e que os limpadores sejam reabilitados profissionalmente.
Wilson disse à BBC que os trabalhadores vão dar início a um protesto nacional no mês de novembro, caso o governo não atenda as suas exigências.

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/11/limpadores-de-latrinas-marcham-contra-discriminacao-na-india.html

STJ decide pela 1ª vez federalizar um crime por violação a direitos humanos:investigação do assassinato do advogado e defensor de direitos humanos Manoel Bezerra de Mattos

STJ decide pela 1ª vez federalizar um crime por
violação a direitos humanos

Extraído de: Associação Nacional dos Defensores Públicos  -  14 horas atrás

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu ontem por 5 votos a 2 federalizar a investigação do assassinato do advogado e defensor de direitos humanos Manoel Bezerra de Mattos e de outros crimes relacionados. Mattos foi morto em 24 de janeiro do ano passado, depois de ter denunciado a existência de um grupo de extermínio atuando na divisa entre Pernambuco e Paraíba.


Foi a primeira decisão do gênero. Em 2004, estabeleceu-se o chamado Incidente de Deslocamento de Competência (IDC), que permite a federalização, mas nunca foi usado. Em 2005, o STJ negou o pedido para investigação federal da morte da irmã Dorothy Stang, assassinada no Pará. No dia 1.º de junho, quando Mattos faria 42 anos, ele teve seu nome citado no relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre execuções sumárias, que criticou o STJ pela demora na federalização.

Com a decisão, a investigação e o julgamento dos cinco suspeitos do assassinato de Mattos saem da alçada das autoridades locais e passam para a competência da Polícia Federal, do MPF e da Justiça Federal da Paraíba. A medida pode garantir maior isenção e segurança nos trabalhos. "É uma decisão histórica, que pode abrir caminho para que outros casos semelhantes sejam federalizados", disse a advogada Andressa Caldas, diretora executiva da Justiça Global, uma das organizações não governamentais que entraram com pedido para que a Procuradoria Geral da República levasse o caso ao STJ.

Nascido em Pernambuco, na cidade de Itambé, vizinha de Pedras de Fogo, na Paraíba, Mattos passou a trabalhar com direitos humanos na década de 1990, quando autoridades da divisa montaram um grupo de extermínio para matar suspeitos de roubos e furtos na região - incluindo crianças e adolescentes.

Em 2002, Mattos passou a ser ameaçado de morte, juntamente com outras quatro pessoas. Depois de ser procurada por ONGs, a Organização dos Estados Americanos (OEA) determinou que fossem tomadas medidas para proteger as testemunhas. Pouco foi feito e o advogado acabou assassinado sete anos depois.

De acordo com levantamento da promotora de Justiça Rosemary Souto Maior, da Comarca de Itambé, que atua na cidade desde 1994, ocorreram mais de 200 assassinatos só no lado pernambucano. "São casos que não foram investigados e acabaram registrados como de autoria desconhecida, uma vez que poucos têm coragem de denunciar."

O grupo de extermínio continua atuante na fronteira. A mãe de Mattos, Nair Ávila, e a promotora estão sofrendo ameaças de morte. Nair esteve presente ontem no julgamento e ficou emocionada com a decisão da Justiça. "Fiquei muito feliz com a decisão, que me leva a acreditar mais na Justiça. Tenho orgulho de meu filho, que sempre foi um homem de bem."

Veículo: O Estado de S. Paulo
Estado: SP

http://www.jusbrasil.com.br/noticias/2446703/stj-decide-pela-1-vez-federalizar-um-crime-por-violacao-a-direitos-humanos