terça-feira, 22 de junho de 2010

ONU lança vídeo com depoimentos contra o estigma e o preconceito no Brasil

Vídeo complementa Campanha "Igual à Você", iniciativa que dá voz e notoriedade aos direitos humanos de estudantes, gays, lésbicas, pessoas vivendo com HIV, população negra, profissionais do sexo, refugiados, transexuais e travestis e usuários de drogas.


Brasília, 18 de junho de 2010 - Igualdade de direitos e um chamamento à sociedade brasileira para o tema das discriminações que homens, mulheres e crianças vivem diariamente no Brasil. Esses são os objetivos da campanha "Igual a Você", lançada pela ONU em 2009 e que agora ganha um vídeo especial.

O vídeo "Fragmentos", que será lançado hoje, traz uma compilação de depoimentos colhidos durante a produção da Campanha Igual à Você. Os testemunhos apresentados destacam as experiências de discriminação e preconceito específicas vividas por representantes das populações retratadas na Igual à Você (estudantes, gays, lésbicas, pessoas vivendo com HIV, população negra, profissionais do sexo, refugiados, transexuais e travestis e usuários de drogas).

Mais do que retratar os desafios, o vídeo Fragmentos traz mensagens de esperança e de compromisso com os direitos humanos expressos na voz dos participantes da Campanha Igual à Você.

O lançamento será realizado a partir das 13h, no Estande da ONU no VIII Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids, realizado em Brasília, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães. Após a apresentação, participantes do Vídeo Fragmentos e representantes das Nações Unidas participarão de um diálogo com o público presente.

Visibilidade para os direitos humanos
"Igual a Você" – uma iniciativa contra o estigma e o preconceito dá voz e visibilidade aos direitos humanos das populações alvo da campanha. Produzidos pela agência [X]Brasil – Comunicação em Causas Públicas e gravados em estúdio com trilha sonora original de Felipe Radicetti, os filmes e spots para rádio apresentam mensagens de lideranças de cada um dos grupos discriminados, levando em consideração às diversidades de idade, raça, cor e etnia. O vídeo Fragmentos apresenta uma coletânea de depoimentos colhidos ao longo da produção da Campanha e que reforçam a mensagem de luta contra o preconceito e em prol dos direitos humanos.

A campanha é uma oportunidade de sensibilização da sociedade brasileira para o respeito às diferenças, que caracterizam cada um dos grupos sociais inseridos na campanha, reafirmando a igualdade de direitos.


Assinatura da campanha

O preconceito se manifesta por meio de atitudes e práticas discriminatórias, tais como humilhações, agressões e acusações injustas pelo simples fato de as pessoas fazerem parte de um grupo social específico. É contra o estigma e o preconceito que as agências UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids), ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), UNIFEM Brasil e Cone Sul (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher), UNESCO no Brasil (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime), com apoio do UNIC Rio (Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil), somam-se, mais uma vez, ao esforço da sociedade civil pela igualdade de direitos: ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais), AMNB (Associação Brasileira de Mulheres Negras Brasileiras), ANTRA (Articulação Nacional de Travestis, Transexuais e Transgêneros), Movimento Brasileiro de Pessoas Vivendo com HIV/Aids e Rede Brasileira de Prostitutas.

Acesse a Campanha:

www.onu-brasil.org.br ou http://www.youtube.com/user/UNAIDSBr

Informações à Imprensa:

ACNUR
Luiz Fernando Godinho
(61) 3044.5744 / 8187 0978

UNESCO no Brasil
Rebeca Otero
(61) 2106 3567

UNIFEM Brasil e Cone Sul
Isabel Clavelin
(61) 3038.9287 / 8175.6315

UNAIDS
Naiara Garcia e Jacqueline Cortes
(61) 9196 9232 e 9304 2654

UNODC
Marcos Ricardo dos Santos
(61) 3204.7206 / 9149.0973


UNAIDS Brasil
EQSW 103/104 - Lote 1 - Bloco C
2° Andar - Setor Sudoeste
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E-mail: brazil@unaids.org
www.unaids.org


segunda-feira, 21 de junho de 2010

Luís Gama - Nascimento 21.06.1830

Luís Gama
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Luís Gama


Luís Gama
Nome completo Luís Gonzaga Pinto da Gama
Nascimento 21.06.1830
Salvador
Morte 24.08.1882
São Paulo
Nacionalidade brasileira
Ocupação Advogado, escritor, abolicionista
Luís Gonzaga Pinto da Gama[1] (Salvador, 21 de junho de 1830 — São Paulo, 24 de agosto de 1882) foi um advogado, jornalista e escritor brasileiro.
Índice [esconder]
1 Biografia
2 Literatura
3 Homenagem
4 Advogado abolicionista
5 Notas
6 Bibliografia
7 Ver também
[editar]Biografia

Filho de um fidalgo português (cujo nome jamais se soube), que gostava de pesca, caça, cavalos, jogo de cartas e de festas e que assim esbanjou toda fortuna que herdara em 1836 de uma tia, e de Luísa Maheu (ou Luísa Mahin), africana da nação Nagô, nascida na costa da Mina, liberta. Sua mãe trabalhava no comércio como quitandeira, sendo conhecida na cidade de Salvador (Bahia). Conforme texto autobiográfico do próprio Luís, a sua mãe foi detida em várias ocasiões, por se envolver em planos de insurreições de escravos, como a Revolta dos Malês (1835). Em 1837, acusada de participação na Sabinada, a sua mãe foi deportada para o Rio de Janeiro, onde desapareceu. Como nunca se converteu ao cristianismo, Luís só aos oito anos de idade foi batizado. Em 10 de novembro de 1840, o jovem, então com dez anos de idade, foi vendido ilegalmente por seu próprio pai como escravo, afirma-se que devido a uma dívida de jogo.
Luís Gama foi transportado como escravo no patacho Saraiva até à cidade do Rio de Janeiro, ficando com o comerciante Vieira, estabelecido na esquina da Rua da Candelária com a Rua do Sabão. Ainda em 1840 foi vendido para o alferes Antônio Pereira Cardoso num lote de mais de cem escravos, sendo todos trazidos para a então Província de São Paulo pelo Porto de Santos.
De Santos até à cidade de Campinas a viagem foi realizada a pé. Em Campinas ninguém o comprou por ser baiano. Os escravos baianos tinham fama de revoltosos ("negros fujões"). Já que o alferes não conseguiu vendê-lo, foi utilizado na sua fazenda em Lorena, onde aprendeu os ofícios do escravo doméstico - copeiro, sapateiro, lavar, passar e engomar.
Em 1847, quando tinha dezessete anos, o estudante Antônio Rodrigues de Araújo hospedou-se na fazenda do alferes. O jovem tornou-se amigo de Luís Gama e o ensinou a ler e escrever. Gama, conscientizando-se da ilegalidade de sua condição, evadiu-se para a cidade de São Paulo em 1848, inscrevendo-se nas milícias, onde deu baixa em 1854 na patente de cabo graduado, após ser detido por causa de um ato que o próprio Gama classificou como "suposta insubordinação" já que, segundo afirmou, apenas se limitara a responder a um oficial que o insultara. Nessa cidade, por volta de 1850, casou-se, e freqüentou, como ouvinte, o curso de Direito na Faculdade do Largo de São Francisco, que não chegou a completar. Em 1856, retornou à Força Pública, como funcionário da Secretaria da Repartição.
Na década de 1860 tornou-se jornalista de renome, ligado aos círculos do Partido Liberal. Entre 1864 e 1875 colaborou no Diabo Coxo e no Cabrião, de Angelo Agostini, no Ipiranga, Coroaci e em O Polichileno. Fundou, em 1869, o jornal Radical Paulistano, com Rui Barbosa. Participou da criação do Club Radical e, mais tarde, da criação do Partido Republicano Paulista (1873), ao qual se manteve ligado até à sua morte, em 1882. Por volta de 1880, foi líder da Mocidade Abolicionista e Republicana.
Advogado provisionado, passou a ganhar a vida como rábula, a partir de sua demissão do emprego de amanuense por motivos políticos, ligados à veemência da sua atuação jurídica a favor da libertação dos escravos. Com o apoio (inclusive financeiro) da Loja Maçônica abolicionista , Loja Piratininga, à qual pertencia, desde então despenderia a maior parte de suas energias em levar aos tribunais causas cíveis de liberdade.
Sua liderança abolicionista criou, em torno de si, o movimento abolicionista paulista. Gama, sozinho, foi o responsável pela libertação de mais de mil cativos - um feito notável - considerando-se que agia exclusivamente com o uso da lei. A sua morte, vítima de diabetes, comoveu a cidade de São Paulo, e o féretro foi o mais concorrido até então naquela terra. Foi sepultado no dia 25 no Cemitério da Consolação. A cada momento alguém subia numa tribuna improvisada, promovendo um discurso emocionado.
Um de seus amigos foi Antônio Bento, que continuou seu trabalho para a libertação dos escravos na Província de São Paulo.
Seu túmulo encontra-se no Cemitério da Consolação, em São Paulo
[editar]Literatura

Os poemas de Luís Gama estão vinculados à segunda geração do Romantismo no Brasil. A sua primeira obra veio a público em 1859, com o título Primeiras Trovas Burlescas do Getulino. Nela reuniu poesias satíricas que ricularizavam a aristocracia e os poderosos da época, tendo a primeira edição se esgotado em três anos.
[editar]Homenagem

De Luís Gama, disse Raul Pompéia:
"...não sei que grandeza admirava naquele advogado, a receber constantemente em casa um mundo de gente faminta de liberdade, uns escravos humildes, esfarrapados, implorando libertação, como quem pede esmola; outros mostrando as mãos inflamadas e sangrentas das pancadas que lhes dera um bárbaro senhor; outros... inúmeros. E Luís Gama os recebia a todos com a sua aspereza afável e atraente; e a todos satisfazia, praticando as mas angélicas ações, por entre uma saraivada de grossas pilhérias de velho sargento. Toda essa clientela miserável saía satisfeita, levando este uma consolação, aquele uma promessa, outro a liberdade, alguns um conselho fortificante. E Luís Gama fazia tudo: libertava, consolava, dava conselhos, demandava, sacrificava-se, lutava, exauria-se no próprio ardor, como uma candeia iluminando à custa da própria vida as trevas do desespero daquele povo de infelizes, sem auferir uma sobra de lucro...E, por essa filosofia, empenhava-se de corpo e alma, fazia-se matar pelo bom...Pobre, muito pobre, deixava para os outros tudo o que lhe vinha das mãos de algum cliente mais abastado."
Em sua homenagem, em 1919, a Estrada de Ferro Sorocabana (atual FEPASA) nomeou uma de suas estações, hoje praticamente em ruínas.
[editar]Advogado abolicionista

Demonstrando que a escravidão era um sistema injusto e injustificável, Luís Gama formulou alguns pensamentos que ilustram suas ideias:
"O escravo que mata o seu senhor pratica um ato de legítima defesa."
"Em nós, até a cor é um defeito. Um imperdoável mal de nascença,o estigma de um crime.
Mas nossos críticos se esquecem que essa cor é a origem da riqueza de milhares de ladrões que nos insultam; que essa cor convencional da escravidão, tão semelhante à da terra, abriga sob sua superfície escura, vulcões, onde arde o fogo sagrado da liberdade."
Notas

↑ Segundo a ortografia da época em que viveu, seu nome era grafado Luiz Gama.
[editar]Bibliografia

GAMA, Luís. Primeiras Trovas Burlescas e Outros Poemas (org. Lígia Ferreira). Sâo Paulo: Martins Fontes, 2000.
SILVA, J. Romão. Luiz Gama e suas Poesias Satíricas. Rio de Janeiro: Ed. Casa do Estudante do Brasil.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Gama

domingo, 20 de junho de 2010

Declara de interesse público e social o acervo documental privado de Abdias Nascimento

DECRETO DE 16 DE JUNHO DE 2010

Declara de interesse público e social o acervo documental privado de Abdias Nascimento


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, "a", da Constituição, e tendo em vista o disposto nos arts. 12 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991, 22 do Decreto no 4.073, de 3 de janeiro de 2002, e o que consta do Processo no 00321.000001/2009-DV, do Conselho Nacional de Arquivo - CONARQ,

D E C R E T A :

Art. 1º Fica declarado de interesse público e social o acervo arquivístico de Abdias Nascimento, sob a guarda do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros - IPEAFRO, por se tratar de um conjunto de fontes relevantes para a cultura e história brasileira no século XX focalizando, especialmente, os direitos civis e humanos da população afro-brasileira e suas manifestações culturais, políticas e artísticas.

Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.


Brasília, 16 de junho de 2010; 189º da Independência e 122º da República.


LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Erenice Guerra


http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=520&sid=54

PV veta candidatura de João Jorge

PV veta candidatura de João Jorge
Por: Redação - Fonte: Afropress - 19/6/2010

Salvador - O diretor do Olodum e mestre em Direito pela Universidade de Brasília (UnB), João Jorge Rodrigues (foto), não obteve a legenda do Partido Verde (PV) e não será candidato ao Senado pela Bahia. Para não legitimar o veto e a discriminação indireta sofrida pela direção partidária, ele decidiu afastar-se da disputa e se licenciar do Partido.

A decisão do Partido – que terá como candidata à presidente a senadora Marina Silva – será referendada pela direção da legenda neste sábado (19/06) na convenção. Mesmo tendo duas vagas ao Senado, os dirigentes verdes baianos, preferem ter apenas um candidato, o que, na prática, representa um veto à candidatura do dirigente do Olodum.

A manobra foi articulada pelo presidente do PV, Edson Duarte e pelo candidato a governador Luiz Basuma. Duarte será candidato único ao Senado, mesmo o Partido tendo direito à duas vagas.

Licença

Antes de ser anunciada na Convenção que acontece no Hotel Sol Bahia Atlântico, em Patamares, João Jorge decidiu se retirar da disputa - denunciando o seu caráter de cartas marcadas - e se licenciar do Partido. Na Nota em que anuncia a decisão, afirma. “Quero que o meu povo saiba que, ao filiar-me no PV da Bahia, me subordinei ao seu estatuto, à direção estadual deste partido que no momento tem outras prioridades que não a igualdade racial e a diversidade humana e cabe a nós a compreensão de que se o PV não me deu a oportunidade de representá-lo temos de respeitar”.

Ele acrescentou ter dito à direção do Partido que “não há mais espaço para discriminações indiretas”. “Os Negros no Brasil já enfrentaram grandes desafios e continuam a enfrentá-los de cabeça erguida como bem disse alguns membros do PV não há espaço mais para discriminações indiretas”.

Leia o manifesto lançado por João Jorge

Quando resolvi filiar-me ao Partido Verde fiz uma vasta pesquisa no site oficial do partido (WWW.pv.org.br) a respeito do estatuto e dos princípios norteadores deste partido sobre os quais transcrevo brevemente: “O PV é um instrumento da ecologia política.

Sua existência não é um fim em si mesmo e só faz sentido na medida em que sirva para fazer avançar suas idéias e programa na sociedade, transformando concretamente a realidade.

O PV se propõe a desenvolver uma estratégia conjunta e uma ação coordenada em favor do desarmamento, da desnuclearização, do ecodesenvolvimento, da solução negociada dos conflitos e do respeito às liberdades democráticas, justiça social e direitos humanos em todos os países do mundo”.

Sou um homem que luta pelos direitos humanos desde a década de 70 quando entrei para o movimento negro, dediquei minha vida a luta contra o racismo e a promoção da igualdade e da diversidade, meus princípios são os mesmos que li no site oficial do PV e em seu estatuto.

Fiquei deslumbrado, embevecido. Sentir-me em uma família que acolhe a diversidade, as minorias, a igualdade, a fraternidade. Ousei em querer candidatar-me ao Senado a fim de representar a população baiana da qual a maioria tem as mesmas raízes que a minha.

Não poderei candidatar-me ao Senado, no momento, visto que o partido assim decidiu; resolvi como homem público, explicar ao meu povo que terei de adiar o sonho de representá-los no Senado Federal, dizer que no momento não será possível, mas nós podemos sim votar e ser votado este é um direito que dispomos e devemos faze-lo para quem é solidário a nossa luta, a nossa causa.

Vivemos em um país democrático mais às vezes temos de adiar nossos objetivos, compreender que o momento é de esperar, sonhar e agir .

Os Negros no Brasil já enfrentaram grandes desafios e continuam a enfrentá-los de cabeça erguida como bem disse alguns membros do PV não há espaço mais para discriminações indiretas.

Quero que o meu povo saiba que, ao filiar-me no PV da Bahia, me sudordinei ao seu estatuto, à direção estadual deste partido que no momento tem outras prioridades que não a igualdade racial e a diversidade humana e cabe a nós a compreensão de que se o PV não me deu a oportunidade de representá-lo temos de respeitar.

Sou um homem do Direito, respeito às leis, os estatutos e respeitarei a vontade do PV e peço-lhes que compreendam este momento como uma oportunidade de aprendizado, uma oportunidade que nos deu a certeza de que Nós podemos!

Nós queremos e nós seremos o que quisermos, pois temos a força das nossas raízes e com ela aprendemos a lutar e nunca desistir. Nossa luta é uma questão de justiça, de oportunidades, de igualdade e que teve seu ponto forte em 1798, com a Revolta dos Búzios, vai continuar para além desta eleição de 2010.

Hoje me licencio do partido para continuar minhas atividades publicas em favor da minha gente e da luta por igualdade, sou um homem do povo da Bahia e junto com eles continuarei a lutar, vou representá-los como e onde for possível.

A luta continua.
" Há de chegar o tempo em que todos seremos iguais, todos seremos irmãos, " 1798.

João Jorge Santos Rodrigues.
Presidente do Olodum, militante do movimento social negro, advogado, mestre em Direito Público, Fellow da Ashoka, membro do Advocacy for social Justice.


http://www.afropress.com/noticiasLer.asp?id=2257

sábado, 19 de junho de 2010

Vaticano chama Saramago de "populista extremista" e "ideólogo antirreligioso"

19/06/2010-19h35
Vaticano chama Saramago de "populista extremista" e "ideólogo antirreligioso"
DA FRANCE PRESSE

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O "L'Osservatore Romano", o jornal oficial do Vaticano, ataca duramente o escritor português José Saramago, que morreu na sexta-feira aos 87 anos na Espanha, chamando-o de "populista extremista" e de "ideólogo antirreligioso" em sua edição deste domingo.

•Veja imagens do velório de José Saramago
Com o título "O grande (suposto) poder do narrador", o órgão oficial do Vaticano critica com virulência o Prêmio Nobel de Literatura, que era marxista e ateu.

O "L'Osservatore Romano" o definiu como "um ideólogo antirreligioso, um homem e um intelectual que não admitia metafísica alguma, aprisionado até o fim em sua confiança profunda no materialismo histórico, o marxismo".

O jornal considera ainda que o escritor "colocou-se com lucidez ao lado das ervas daninhas no trigal do Evangelho".

"Ele dizia que perdia o sono só de pensar nas Cruzadas ou na Inquisição, esquecendo-se dos gulags, das perseguições, dos genocídios e dos samizdat (relatos de dissidentes da época soviética) culturais e religiosos", indica ainda o jornal do Vaticano em seu editorial.

No editorial divulgado com antecedência, o "L'Osservatore Romano" considera Saramago "um populista extremista", que se referia "de forma muito cômoda" a "um Deus no qual jamais acreditou por se considerar todo-poderoso e onisciente".

Saramago provocou a ira do Vaticano e da Igreja Católica com sua obra "O Evangelho segundo Jesus Cristo" (1992) no qual considerava que Jesus perdeu a sua virgindade com Maria Madalena.

Ele suscitou novamente a cólera dos católicos em 2009 com "Caim", onde a personificação bíblica do mal, assassino de seu irmão Abel, é descrito como um ser humano nem melhor nem pior do que os outros, enquanto Deus é apresentado como injusto e invejoso.

Durante a apresentação desse livro, Saramago havia alimentado a polêmica, classificando a bíblia de "manual de maus costumes".

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/753918-vaticano-chama-saramago-de-populista-extremista-e-ideologo-antirreligioso.shtml