Quinta, 17 de junho de 2010, 14h08 Atualizada às 15h01
Abdias: Se pudessem, colocavam o negro de novo na escravidão
Ricardo Stuckert/PR/Agência Brasil
Abdias do Nascimento cumprimenta o presidente Lula
Ana Cláudia Barros
Defensor fervoroso do sistema de cotas raciais em universidades públicas, o ex-senador e deputado federal, Abdias do Nascimento, 96 anos, um dos líderes negros de maior expressão no país, considerou "uma coisa lamentável" as alterações no texto original do projeto de lei que institui o Estatuto da Igualdade Racial, aprovado nesta quarta-feira (16), no Senado.
Um dos pontos mais criticados foi, justamente, a retirada do trecho que falava sobre a regulamentação da reserva de vagas para a população negra na educação. O estatuto, que tramitou no Congresso durante sete anos, entra em vigor após a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
-As cotas são absolutamente importantes. São um passo adiante da degradação que o negro tem sofrido durante tantos séculos.
Confira a entrevista
Terra Magazine - O Senado aprovou ontem projeto de lei que institui o Estatuto da Igualdade Racial. O texto original sofreu alterações, como a retirada do trecho que previa cotas para negros na educação e a criação de uma política de saúde pública para negros. O que o senhor achou das mudanças?
Abdias do Nascimento - Uma coisa lamentável, porque se há uma população que necessita de um apoio específico em todos os sentidos, em todos os níveis das atividades nacionais são os negros. São os únicos que foram escravos. As pessoas falam que não precisa de uma proteção, mas ninguém foi escravo aqui, a não ser os africanos.
Então, na avaliação do senhor, as mudanças foram lamentáveis.
É claro. Lamentável, porque é uma injustiça a mais. Uma injustiça que se repete.
O relator do texto, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), substituiu o termo "raça" por "etnia", alegando que não existe outra raça além da humana.
Isso é aquela história brasileira de adoçar as coisas. Adoçam o racismo específico contra os africanos e descendentes. Isso mostra, mais uma vez, o gérmen... A alma do Brasil que manda é essa. É contra os africanos, contra os negros. Acho lamentável. Mostra que o Brasil continua o mesmo desde a escravidão. Mostra que, na verdade, ninguém queria que o negro fosse liberto. Mostra que, se pudessem, colocavam, outra vez, a escravidão.
O senhor ainda considera que a Abolição da Escravatura no Brasil não passa de uma mentira cívica e que ainda há um hiato entre negros e brancos no país?
É isso aí: uma mentira cívica. Uma "bela" mentira cívica. E ainda existe um hiato entre negros e brancos. Há dois "Brasis": um dos brancos e outro dos negros. Sem dúvida nenhuma.
O autor da proposta, senador Paulo Paim (PT-RS), afirmou que o estatuto está longe do ideal, mas que a aprovação foi uma vitória? O senhor concorda?
Não concordo, porque é a continuidade do racismo, da discriminação, do desprezo pela herança africana. Essas leis, esses disfarces para não chamar o Brasil de racista continuam. Desculpe, mas isso é odioso e, no meu entender, vai realçar a separação, a diferença e a possibilidade dos negros terem uma integração perfeita.
Especialmento sobre o trecho que fala das cotas, que foi suprimido do texto original. O que o senhor acha sobre isso?
As cotas são absolutamente importantes. São um passo adiante da degradação que o negro tem sofrido durante tantos séculos
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4502290-EI6578,00-Abdias+Se+pudessem+colocavam+o+negro+de+novo+na+escravidao.html
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Abdias: Se pudessem, colocavam o negro de novo na escravidão
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O tiro vai sair pela culatra, diz Frei David sobre Estatuto
O tiro vai sair pela culatra, diz Frei David sobre Estatuto
Por: Redação - Fonte: Afropress - 17/6/2010
S. Paulo - O diretor Executivo da Rede Educafro – a mais importante rede de cursinhos pré-vestibulares para negros do país - Frei David Raimundo dos Santos, disse, ao comentar pela primeira vez, a aprovação, na véspera, do Estatuto da Igualdade Racial, que os senadores fizeram a pior escolha ao optarem pela a versão proposta pelo senador Demóstenes Torres, do Partido Democratas, de Goiás.
“Para a nossa tristeza, optaram pela pior redação, a opção imposta pelo herdeiro do colonialismo Demóstenes Torres. Aproveitaram-se do momento em que o Brasil está com todas as atenções voltadas para a Copa do Mundo da África para que o Demóstenes pudesse mostrar os seus compromissos com os herdeiros do colonialismoâ€, afirmou Frei David.
A votação aconteceu por acordo entre os Partidos na tarde desta quarta-feira (16/06), com a exclusão de pontos considerados essenciais para a população negra como a questão das cotas, a supressão de artigos que tratavam da saúde, do acesso ao mercado de trabalho, aos meios de comunicação e com a rejeição - por Demóstenes - do reconhecimento dos efeitos da escravidão e da existência de uma identidade negra no país.
Depois da votação, o ministro Elói Ferreira, o ex-Edson Santos, Paim e todo o staff da SEPPIR, que ignoraram o apelo de mais de 120 entidades pela retirada do projeto da pauta, foram ao gabinete do presidente do Senado, José Sarney, para agradecer o "empenho do senador" e tirar fotos celebrando a "vitória".
Sem liberdade
Frei David, no entanto, ao contrário de lideranças negras que responsabilizam a SEPPIR e o senador Paulo Paim (PT-RS) pelo acordo com Demóstenes, preferiu isentar o atual ministro e o ex, Edson Santos, patrocinadores da iniciativa. “Tenho certeza de que os nossos irmãos negros que lutaram a favor não tiverem essa liberdade para escolher. Estiveram o tempo todo com a faca no pescoço e diante do seguinte dilema: é melhor um passarinho na mão do que dois voandoâ€, acrescentou.
Segundo Frei David, tanto Elói, quanto Paim se tivessem chance e poder político teriam escolhido outra redação. “Na manhã da votação do Estatuto os senadores tinham três possibilidades: a primeira, era serem coerentes com eles mesmos e trazerem de volta a redação votada em 2004; a segunda, poderiam ter escolhido a redação votada na Câmara dos Deputados, que já não era a melhor, mas ainda assim teria sido preferível. Mas, para a nossa tristeza, optaram pela pior redaçãoâ€, frisou.
Na sua avaliação, a SEPPIR ficou sem opção. “Tenho certeza que a SEPPIR, o senador Paim, não tiveram outra opção. Foi a pior e a única opção que deram a eles. Ficaram na situação de escolher e escolheram: melhor um passarinho na mão do que dois voandoâ€, insistiu.
O religioso considerou ainda justificável a posição assumida pelo ministro Elói Ferreira. “É compreensível. Eles estão em final de mandato e é normal que quem tem o poder na mão tem de mostrar trabalhoâ€.
Ampliar a indignação
Apesar da derrota, que para ele, acabou “revelando o nível de poder político acumulado pelo povo negroâ€, Frei David se mostra otimista e afirmou que está confiante de que haverá “um aumento da consciência política do negroâ€. “É preciso aproveitar o momento Obama, e a própria votação desse Estatuto para aumentar a consciência política.
Segundo o Frei, é preciso que todos os que estão insatisfeitos aproveitem o momento para aumentar a indignação do povo negro. “Com isso vai acontecer, o que o senador Demóstenes Torres mais tem medo: que o debate nacional sobre a exclusão do negro tome cada vez mais corpo. O tiro vai sair pela culatraâ€, concluiu.
Postado por LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA às 12:49 0 comentários
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Pesquisa aponta que 65% dos cariocas têm algum tipo de preconceito
Pesquisa aponta que 65% dos cariocas têm algum tipo de preconceito
Da Redação, com Band News FM
cidades@eband.com.br
Uma pesquisa realizada por uma universidade do Rio aponta que, apesar de a cidade ter a tradição de reunir tanta diversidade étnica, religioso e de costumes, os cariocas são bem intolerantes. As informações são da Band News FM, do Rio de Janeiro.
Com idade a partir de 18 anos, 65% dos 800 entrevistados disseram ter algum tipo de intolerância.
Do total de pessoas ouvidas, 40% declaram que o motivo da discriminação é religioso; 30%, racial; 20%, a orientação sexual; e 10%, as posições políticas.
O levantamento revelou ainda que 70% das pessoas acreditam existir preconceito na hora da contratação de um funcionário homossexual.
Religiões
Na segmentação da intolerância religiosa, aquelas de origem africana são os principais alvos de preconceito. Dos entrevistados, 40% deles admitiram não tolerar os cultos africanos. Em segundo lugar aparece o islamismo, com 30% de discriminação.
Medidas econômicas reduziriam preconceito
Ao serem questionadas sobre quais as ações poderiam ser tomadas para reduzir o preconceito, 70% das pessoas ouvidas sugeriram medidas econômicas; 45%, o uso de campanhas; 35%, o aprimoramento das leis que tratam do assunto; e 20% e a inclusão de debates sobre o tema nas escolas.
Redação: Helton Gomes
http://www.band.com.br/jornalismo/cidades/conteudo.asp?ID=317207
Postado por LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA às 12:48 0 comentários
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quinta-feira, 17 de junho de 2010
Senado aprova Estatuto da Igualdade Racial, mas retira cotas
16/06/2010 18h56 - Atualizado em 16/06/2010 21h43
Senado aprova Estatuto da Igualdade Racial, mas retira cotas
Relator tirou do texto possibilidade de reserva de vagas para negros.
Projeto teve o apoio da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial.
Eduardo Bresciani
Do G1, em Brasília
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Senadores aplaudem a aprovação do Estatuto da
Igualdade Racial na sessão desta quarta-feira (16)
(Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)O Senado aprovou nesta quarta-feira (16) o Estatuto da Igualdade Racial. O texto aprovado, no entanto, suprime do projeto a definição de cotas para negros em diversas atividades. Mais cedo a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) tinha aprovado a proposta e o parecer do relator, Demóstenes Torres (DEM-GO), foi mantido em plenário. O projeto segue agora para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Entenda o Estatuto da Igualdade Racial
A votação no Senado retirou do texto a previsão de cotas para negros em universidades, empresas e candidaturas políticas. No caso das empresas, a cota se daria por meio de incentivos fiscais à empresa. O relator do projeto e presidente da CCJ, Demóstenes Torres (DEM-GO), é contra as cotas e retirou a reserva de seu texto. Ele afirma que a intenção é que o Estatuto não crie enfrentamentos.
saiba mais
CCJ do Senado aprova Estatuto da Igualdade Racial, mas retira cotas Após dez anos de discussão, Estatuto da Igualdade Racial deve virar lei neste ano Um dos articuladores da votação, o senador Paulo Paim (PT-RS) minimizou a retirada das cotas. Ele destacou que outro projeto que trata sobre o tema já tramita na Casa e é lá que será feita essa discussão. Paim fez a articulação para a votação junto com Eloi Ferreira de Araújo, ministro da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial.
O projeto aprovado pelo Senado tem como intenção promover políticas públicas de combate à discriminação e igualdade de oportunidades. Existe também a previsão de políticas afirmativas para a raça negra.
http://g1.globo.com/politica/noticia/2010/06/senado-aprova-estatuto-da-igualdade-racial-mas-retira-cotas.html
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terça-feira, 15 de junho de 2010
Ilê Omolu Oxum – 100 anos
Ilê Omolu Oxum – 100 anos
Ano do Centenário e de Grandes Emoções
Dias 10 e 24 de julho de 2010, às 23 horas
Ilê Omolu Oxum – 100 anos
Ano do Centenário e deGrandes Emoções
Convida a todas/os irmãs/aos e amigos/as para compartilharem dessa grande comemoração dos 50 anos de iniciação de Mãe Meninazinha de Oxum e os 100 anos de Axé, iniciação de Yá Davina, de Omolu, in memoriam.
Dias 10 e 24 de julho de 2010, às 23 horas
Olorum Modupé!
Rua General Olímpio da Fonseca, 380 – São Mateus – São João de Meriti – RJContato 21-2756-7635 (clique AQUI, para o mapa)
Cumprimentos e Louvores podem ser enviados através deYá Nilce Naira - nilcenaira@uol.com.br
Postado por LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA às 19:13 0 comentários