sábado, 8 de maio de 2010

Cinderela dos direitos humanos A ex-modelo Waris Dirie alertou o mundo sobre a mutilação genital feminina e tornou-se o principal nome contra a prátic

Cinderela dos direitos humanos
A ex-modelo Waris Dirie alertou o mundo sobre a mutilação genital feminina e tornou-se o principal nome contra a prática
08 de maio de 2010 | 16h 00



Waris. A ativista terá sua vida contada em filme que estreia este mês. Foto: Arquivo pessoal

Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), a cada 11 segundos, uma criança sofre mutilação genital feminina em alguma parte do mundo. Por dia, são mais de 8 mil e, em um ano, cerca de 3 milhões, espalhadas pela África, Ásia, Europa, EUA e Austrália. Ao pé da letra, essa prática significa a retirada do clitóris ou dos lábios pubianos - ou dos dois juntos - entre 0 e 14 anos de idade. Na maioria das vezes, é feita com facas, navalhas, tesouras e até mesmo com pedaços de vidro, sem anestesia nem o mínimo de higiene.

As horrendas consequências dessa prática milenar ocorrem no âmbito emocional, provocando traumas, síndromes e depressões; no sexual, já que a mulher mutilada nunca sentirá prazer durante a relação; e no aspecto da saúde física, pois não é raro ocorrerem infecções, hemorragias e doenças - que, se não levam à morte, podem deixar sequelas.

Essa realidade poderia ficar mais velada se Waris Dirie não existisse. Waris, 45 anos, é o principal nome na luta contra a FGM (Female Genital Mutilation) desde que criou a Fundação Waris Dirie, há 12 anos. Ela própria foi mutilada aos 5 anos e perdeu uma irmã em decorrência de uma hemorragia causada pela mutilação. Decidiu fugir de seu país, a Somália, quando tinha 13, e se viu forçada a casar com um homem que tinha idade para ser seu avô.

Waris refugiou-se em Londres, onde sua beleza não passou despercebida por um fotógrafo, que mudou o rumo da sua vida. Fez com que se tornasse uma das modelos mais famosas do mundo. De modelo passou a ser ativista dos direitos humanos, reconhecida pelo secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, como embaixadora especial contra a FGM.

Com quatro livros lançados, que se tornaram bestsellers, Waris lançará mais um este ano - sem data prevista para chegar ao Brasil - e terá sua história contada no filme Flor do Deserto (baseado no seu livro homônimo, com co-autoria de Cathleen Miller), que estreia ainda este mês no País. Tem direção de Sherry Hormann e a atriz e top modelo Liya Kebede, nascida na Etiópia, no papel principal, representando Waris.

Leia a entrevista exclusiva que a ativista Waris Dirie concedeu ao Feminino.


Quais os principais objetivos da Fundação Waris Dirie?

Despertar a consciência das pessoas sobre a mutilação genital feminina (FGM, sigla do termo em inglês). Há informações sobre isso no meu site, www.waris-dirie-foundation.com. Nós também implementamos campanhas e damos palestras e conferências. Mas somente esse despertar de consciência não é suficiente para erradicar a FGM. Esse é o motivo pelo qual estamos sempre trabalhando em um projeto que estimula mulheres africanas a começarem seus próprios negócios. Estou convencida de que a independência financeira e a aceitação social da mulher são os caminhos para as mães não levarem suas filhas para serem mutiladas, e as mandarem para a escola em vez de casá-las ainda muito jovens.

Quais foram as conquistas que lhe deram maior alegria até agora?

O meu trabalho e o da fundação têm tido um impacto positivo, especialmente na Europa. A publicação do meu livro Desert Children levou, rapidamente, muitos governos europeus a implementarem leis contra a FGM. No entanto, a abolição legal da FGM sozinha não é suficiente para erradicar a mutilação. É de suma importância que as mulheres tenham mais direitos, mas também mais independência e status social para realmente poderem lutar contra a FGM. No entanto, mesmo que eu salve somente uma pequena garota, já é uma conquista. Nunca duvidei que alcançaria alguma coisa com a minha luta, e os meus novos projetos estão me dando ainda mais esperança. O fato de trabalhar com as mulheres na África e poder ver o potencial delas me faz ter certeza de que eu vou acabar com a FGM um dia.

Quais são as metas daqui para frente?

Quero verdadeiramente mudar o destino das mulheres de todo o continente africano. No meu novo livro, Black Woman White Country, que será lançado este ano, eu descrevo as experiências e trajetos que me levaram a começar meu novo projeto na África. Estou convencida de que, se nós começarmos a investir em negócios na África, dando aos africanos a chance de terem um emprego, uma renda e de escaparem da miséria, estaremos dando um grande passo na luta contra a FGM. Meu novo projeto apoia mulheres no leste da África, para que aquelas que tenham uma ideia de negócio possam transformá-lo em uma empresa. Assim, elas criam ofertas de trabalho para outras mulheres. Uma mulher que é independente financeiramente não leva suas filhas para serem mutiladas. Criar empregos e promover um desenvolvimento sustentável é a melhor maneira de lutar contra a FGM e a repressão contra a mulher.

Por que a FGM acontece? É uma questão cultural?

Não, a explicação para isso não está na cultura nem na religião. É simplesmente o resultado da repressão contra a mulher.

Onde são feitas as mutilações? E quem as executa?

Isso depende. Na maioria das vezes, são feitas por mulheres mais velhas que não têm uma educação médica. E, frequentemente, são executadas fora dos hospitais. Mesmo nos países mais desenvolvidos, algumas vezes são feitas em hospitais também.

A FGM é um ato legal nos países onde é praticada?

Não, na maioria dos países a FGM é agora ilegal. Se por um lado é importante ser ilegal, ao mesmo tempo significa que a mutilação é feita em segredo.

O que mais a preocupa com relação à FGM?

O fato de que, ao não quererem interferir, as pessoas usem desculpas religiosas, culturais ou de tradição para não combatê-la. FGM é um crime praticado até em crianças. Sendo assim, isso deve ser tratado como crime.

Como é a relação com a sua família desde que você fugiu da Somália?

Infelizmente, não os vejo muito como gostaria, mas nós estamos sempre em contato.

Você culpa sua mãe pela mutilação?

Não, eu não os culpo. Minha mãe fez o que a sociedade exigiu dela. É a aceitação da mulher que tem que mudar. Eu sinto somente amor pela minha mãe. Ela é uma mulher muito forte e eu a admiro por isso.

Por que você decidiu contar para o mundo sobre a sua mutilação?

Eu sempre soube, desde o dia em que isso aconteceu comigo, que eu iria lutar contra esse crime. Depois de me tornar famosa como modelo, percebi que eu tinha a chance de falar sobre esse assunto e que teria pessoas para me ouvir.

Como foi a primeira vez que você falou sobre a mutilação genital feminina?

Foi durante uma entrevista que concedi para uma renomada revista feminina. A jornalista queria contar mais uma história de Cinderela, mas eu decidi dizer a ela algo mais sobre a minha vida.

Ter sofrido a mutilação genital feminina é algo que ainda a faz sofrer muito?

Claro que sim, é uma parte de mim, mas isso não quer dizer que eu não seja feliz hoje.

Qual a sensação de ter sua história contada em um filme?

Assistir à edição final foi muito tocante, especialmente as cenas da minha infância, que me trouxeram muitas memórias. Cada cena que eu vi na tela me trouxe incontáveis memórias. Eu senti que eu estava vivenciando novamente toda a minha infância. Foi uma experiência muito forte. Eu estou feliz que o filme tenha sido feito. Acredito que é uma forte mensagem contra a FGM e que vai alcançar muitas pessoas.

http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,cinderela-dos-direitos-humanos,548408,0.htm

Citada em piadas, sogra perde ação contra comediante americana

07/05/2010 15h30 - Atualizado em 07/05/2010 15h30

Citada em piadas, sogra perde ação contra comediante americana
Para juíza, piadas são apenas declarações de opinião, e não de fato.
Comediante Sunda Croonquist faz brincadeiras com sogra e cunhada.
Do G1, em São Paulo

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A comediante norte-americana Sunda Croonquist ganhou a ação em que era processada por sua sogra, Ruth Zafrin, que não gostava de ser citada em suas piadas. Ruth acusava a nora de fazer piadas de cunho racistas na televisão e no palco.


Sunda Croonquist (à esquerda) com o marido Mark Zafrin e a sogra Ruth Zafrin. (Foto: AP)Sunda costuma dizer: "eu sou uma mulher negra com uma sogra judia. Você sabe que a única coisa que nós temos em comum é que não queremos ficar com nosso cabelo molhado", em uma alusão de que seu cabelo e o da sogra se tornam um desastre quando estão molhados.

Em sua decisão, a juíza Mary L. Cooper concluiu que as piadas da comediante, incluindo uma em que ela diz que a voz de sua cunhada soa como a de uma gata no cio, são apenas declarações de opinião, e não de fato. Portanto, são protegidas pela Primeira Emenda.

http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2010/05/citada-em-piadas-sogra-perde-acao-contra-comediante-americana.html

COUTINHO VENCE ELEIÇAO DO SATED

COUTINHO VENCE ELEIÇAO DO SATED


Com 65% do eleitorado participante, a Chapa 1 venceu as eleições do SATED / RJ, realizada nos dias 4,5 e 6 de maio, para exercício do triênio 2010 a 2013, ao receber 315 votos da categoria. A chapa 2 alcançou 35%, o que corresponde a 170 votos. A apuração registrou ainda 4 votos em branco e 2 nulos.
Jorge Coutinho foi eleito a presidência do Sindicato para mais três anos vencendo na maioria das urnas do Estado do Rio de Janeiro, com a diferença a seu favor de 145 votos.
Ao final da apuração, os integrantes e apoiadores da Chapa 1 festejaram a vitória em grande estilo e aplaudiram Jorge Coutinho que afirmou no seu discurso de vitória aos companheiros que “a nossa união e determinação foram fundamentais para a conquista e que o SATED-RJ vai aprofundar e fazer muito mais em defesa da categoria”. Milton Gonçalves, integrante da Diretoria eleita, emocionou os presentes ao afirmar “que a trajetória dele e de Coutinho na luta democrática vem de longe e a vitória da Chapa 1 é o resultado também da história política dos dois que tem que ser respeitada”.

Fonte : DM RIO CULTURAL - Delcio Marinho

Policiais submetem advogado a vexame

Policiais submetem advogado a vexame
Por: Redação - Fonte: Afropress - 7/5/2010

S. Paulo - O advogado Sinvaldo Firmo, do Instituto do Negro Padre Batista e ativista do Movimento Negro, foi vítima de vexame e constrangimentos, juntamente com o filho menor N.P.S.F., de 13 anos, por parte de policiais militares, ao se dirigir ao Estádio do Pacaembu para assistir ao jogo Corinthians x Flamengo pela Taça Libertadores das Américas. Os policiais não foram identificados mas estavam na viatura M-16024, Placa CWN-5424.

O caso aconteceu em frente ao prédio da Receita Federal, por volta das 19h40. Ao ver o filho ser abordado de forma agressiva pelos PMs, tendo uma arma sob a cabeça, o advogado tentou socorrê-lo. Um dos policiais exigia que o garoto parasse e tirasse a mão do bolso da blusa do agasalho, em tom ameaçador.

Sinvaldo, então se apresentou como pai do menor e membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB, além de assessor jurídico do deputado José Cândido (PT/SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia. A intervenção irritou ainda mais os PMs. “Você é mesmo advogado?. Então também será revistado”, disse com ironia e em tom ameaçador, empurrando-o com a cabeça virada contra o muro.

Ao tentar usar o celular para pedir por socorro, os policiais pegaram a carteira da OAB e disseram que poderia denunciar para “OAB ou para quem quisesse e que não iria ligar para ninguém”.

Ao dizer que era assessor jurídico do deputado José Cândido, a resposta veio em tom de deboche. “O deputado tem imunidade?”.

O advogado ainda pediu para um sargento que fazia parte da equipe, os nomes dos policiais, ouvindo do mesmo a resposta de que se quisesse anotasse o número da viatura. Terminada a revista, ainda em tom inquisitivo e ameaçador pediram que se retirasse, e rápido.

”É importante frisar que outras pessoas que estavam passando pelo local não eram abordadas, meu filho conversando comigo lembrou-me que muitas portavam mochilas ou bolsas, o que não era o nosso caso”, disse Sinvaldo.

O advogado apresentou representou na Ouvidoria da Polícia e na Comissão de Direitos Humanos da OAB.

Nesta sexta-feira (07/05), ainda assustado, Sinvaldo disse que os policiais estavam visivelmente irritados e que os constrangimentos demoraram cerca de 10 minutos. Ele acrescentou que sentiu que a agressividade seu deveu ao fato de, tanto ele quanto o filho, serem negros.

http://www.afropress.com/noticiasLer.asp?id=2197

Índios criam "etnoturismo" na Amazônia

Índios criam "etnoturismo" na Amazônia
Sáb, 08/Mai/2010 00:00 Ecoturismo
Turistas poderão conhecer cultura e cotidiano de nativos de Rondônia

Maio/2010 - Para ajudar na captação de renda e no aumento da oferta de emprego local, a tribo Suruí, em Rondônia, criou o projeto de "etnoturismo", que consiste em levar visitantes para conhecer de perto como é a vida, a cultura, os hábitos e as relações sociais e com a natureza em uma aldeia indígena tradicional.

A ideia surgiu quando o então estudante de turismo, Gasodá Suruí, começou a pesquisar maneiras sustentáveis de desenvolvimento social e ambiental na Terra Indígena Sete de Setembro, reserva no município de Cacoal, Rondônia. O projeto pretende receber pequenos grupos de turistas e oferecer opções de programas culturais e passeios ecológicos na região. "Agora estamos na fase de planejamento, e nossas preocupações estão voltadas para a elaboração de um projeto sólido capaz de atender as necessidades do nosso povo. Diagnosticamos a região e fazemos levantamento de dados", explica Suruí.
"É essencial que tudo seja administrado de forma participativa pela comunidade e caberá a ela coordenar, receber e executar todas as tarefas", explica Suruí. A primeira etapa deve levar até dois anos e meio para ser concluída. Segundo afirma o idealizador, ainda faltam, no entanto, recursos para a construção da infraestrutura do complexo turístico desejado, que deverá ser erguido em breve nas proximidades das aldeias. "Trata-se de um polo de conservação ambiental e valorização cultural", ressalta.

O povo indígena Suruí Paiter vem desenvolvendo diversos trabalhos voltados à preservação da fauna e flora, além do resgate cultural local. Tais atividades têm sido referência do desenvolvimento cultural indígena nacional, assim como um componente importante no processo cultural e social da tribo.

O projeto de "etnoturismo" absorverá mão de obra local e pretende contribuir com a valorização da comunidade. "Será um poderoso instrumento de educação ambiental para os indígenas e visitantes", avalia Suruí.

O povo indígena Paiter Suruí tem uma população de aproximadamente 1400 pessoas, distribuídas em 21 aldeias, todas pertencem a Terra Indígena Sete de Setembro, localizada entre os Estados de Rondônia e Mato Grosso, e somam uma área de 148 mil hectares.

Sobre o Estado de Rondônia

Com população de 1,4 milhões de habitantes, Rondônia é Estado que mais cresce no Brasil, além de ser o terceiro mais populoso e de maior densidade demográfica entre os estados da Região Norte. São 52 municípios entre os quais se destacam Ji-Paraná, Ariquemes, Cacoal, Vilhena e a capital Porto Velho. Da área total de 237 mil km², 85% tem potencial produtivo, segundo a Embrapa. Além do crescimento econômico sustentado principalmente pela agropecuária, duas hidrelétricas em construção sobre o Rio Madeira - Santo Antônio e Jirau - respondem pela geração de 30 mil empregos até 2019.

http://www.portaldomeioambiente.org.br/ecoturismo/3990-indios-criam-etnoturismo-na-amazonia.html