sexta-feira, 9 de abril de 2010

Nova espécie de hominídeo é descoberta na África do Sul

08/04/10 - 16h59 - Atualizado em 08/04/10 - 17h00

Nova espécie de hominídeo é descoberta na África do Sul

Da EFE

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Redação Internacional, 8 abr (EFE).- Paleontólogos sul-africanos identificaram uma nova espécie de hominídeo que viveu há quase dois milhões de anos, o que traz luz a evolução da espécie humana e pode ser um elo entre o homem-macaco sul-africano (Australopithecus africanus) e os primeiros homens.


A descoberta, publicado hoje na revista científica Science, foi possível graças a dois esqueletos - de uma criança e de uma mulher - encontrados em 2008 em uma caverna da região sul-africana de Sterkfontein, a 40 quilômetros de Johanesburgo, declarada berço da humanidade pela grande quantidade de fósseis que abriga.


A nova espécie, batizada "Australopithecus sediba", "pode muito bem ser a pedra fundamental que nos permitirá compreender a origem do gênero Homo", declarou o paleontólogo Lee Berger, da universidade sul-africana de Witwatersrand.


Berger, autor do estudo, explicou que por sua morfologia os esqueletos compartilham características tanto com o Australopithecus africanus como com os primeiros membros do gênero Homo, em particular o Homo erectus e o Homo ergaster.


Ele ressaltou a grande importância da descoberta que tapa um vazio no tempo, já que os restos, de entre 1,78 e 1,95 milhões de anos, datam de um período em que quase não existem registros.


"Temos um bom registro fóssil dos hominídeos há mais de 2,1 milhões de anos, e satisfatório para 1,6 milhões de anos, mas a época entre 1,8 e 1,9 milhões de anos era realmente um buraco negro", assinalou.


Os esqueletos revelam um cérebro muito pequeno e braços muito longos, próprios dos australopitecos, mas também um rosto muito avançado, com um nariz e dentes pequenos, um quadril para caminhar erguido, pernas longas e uma cavidade craniana similar à de hominídeos muito posteriores como o Homo erectus e o Homo habilis, acrescentou.


Segundo Berger, estamos perante uma nova espécie porque "nunca vimos esta combinação de traços em nenhum hominídeo".


O Australopithecus sediba tinha uma estrutura óssea similar à das primeiras espécies de Homo, mas a empregava melhor como um Australopithecus. A ossada mais famosa da linhagem é "Lucy", encontrada na Etiópia em 1974 e que viveu um milhão de anos antes, assinala o estudo.


Isto indica que a transição dos primeiros hominídeos, que viviam em árvores, para o gênero Homo plenamente bípede ocorreu em períodos lentos e que primeiro emergiram várias espécies similares à do Homo.


"Estes fósseis nos permitem vislumbrar um novo capítulo da evolução humana em um período crítico, quando os hominídeos mudaram sua dependência da vida nas árvores pela vida sobre a terra", disse Berger.


A nova espécie, cujo nome significa "fonte" no idioma sul-africano seSotho, compartilha mais traços com os primeiros Homo que qualquer outro australopiteco e por isso pode ser sua antecessora ou ser parente de um antecessor que coexistiu durante um tempo com o Homo.


Os dois esqueletos foram encontrados um ao lado do outro em um bom estado de conservação em depósitos de sedimentos da caverna de Malapa, para onde foram arrastados por um desmoronamento, o que indica que sua morte aconteceu pouco antes pela mesma causa, assinala em outro estudo na Science o geólogo australiano Paul Dirks.


Segundo o cientista, o ambiente em Australopithecus sediba viveu era muito similar ao de hoje, com planícies verdes e vales com floretas, embora os rios fluíssem em direções distintas e a paisagem estivesse em transformação.


Os pesquisadores, que identificaram também na caverna os fósseis de 25 espécies de animais, entre eles gatos dente de sabre, antílopes, uma hiena, um gato selvagem e um cavalo, suspeitam que o lugar, que tinha dezenas de metros de profundeza, foi uma armadilha mortal para animais em busca de água. EFE


http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1562330-6174,00-NOVA+ESPECIE+DE+HOMINIDEO+E+DESCOBERTA+NA+AFRICA+DO+SUL.html

Principal tribunal de Portugal dá sinal verde para legalizar casamento gay

08/04/10 - 19h03 - Atualizado em 08/04/10 - 19h03

Principal tribunal de Portugal dá sinal verde para legalizar casamento gay

Lei havia sido aprovada pelo Congresso em janeiro.
Agora, ela precisa ser promulgada pelo presidente Cavaco Silva.

Do G1, com agências internacionais

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A lei sobre o casamento homossexual aprovada em janeiro passado pelo parlamento português é legítima, segundo a Corte Constitucional portuguesa, que se pronunciou nesta quinta-feira (8) sobre o assunto, a pedido do presidente de centro-direita, Anibal Cavaco Silva.


O presidente, católico praticante, tinha dúvidas sobre a constitucionalidade da nova lei, aprovada pela maioria de esquerda do parlamento que modifica a definição de matrimônio no código civil - suprimindo a obrigatoriedade de pessoas de sexos diferentes.

A norma nega, no entanto, aos casais homossexuais de forma explícita o direito de adoção.

A Corte acredita que a Constituição "não proíbe a evolução da instituição" do matrimônio e que sua extensão "a pessoas do mesmo sexo não impede o reconhecimento e a proteção da família como elemento fundamental da sociedade".

O presidente tem agora um prazo de 20 dias para promulgar a lei ou vetá-la, o que implicaria nova votação no parlamento.

Segundo os meios de comunicação locais, tanto o governo quanto a Igreja católica desejam que o tema do casamento homossexual seja definitivamente resolvido antes da visita do Papa Bento XVI a Portugal, prevista para o período de 11 a 14 de maio.

Foto: AP
Joana Manuel e Raquel Freira celebram em frente ao Parlamento de Portugal, em Lisboa, em 8 de janeiro, a aprovação da lei que permite o casamento gay. (Foto: AP)

http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1562503-5602,00-PRINCIPAL+TRIBUNAL+DE+PORTUGAL+DA+SINAL+VERDE+PARA+LEGALIZAR+CASAMENTO+GAY.html


Estudante brasileiro percorre 2,4 mil km nos EUA por direitos de imigrantes

28/03/10 - 12h30 - Atualizado em 08/04/10 - 15h04

Estudante brasileiro percorre 2,4 mil km nos EUA por direitos de imigrantes

Felipe Matos partiu de Miami rumo a Washington no dia 1º de janeiro.
Junto com três amigos, ele pede aprovação de reforma migratória.

Amauri Arrais Do G1, em São Paulo

Como todo estudante que vive nos Estados Unidos, o carioca Felipe Matos, 23 anos, esperou concluir o high school (equivalente ao segundo grau no Brasil) para se matricular em uma faculdade. Dono de um currículo invejável, tentou uma vaga na Duke University, uma das melhores universidades americanas, na Carolina do Norte. Após alguns dias, recebeu uma carta dos selecionadores afirmando que ele cumpria todos os critérios exigidos, mas não poderia estudar na instituição: a lei sobre imigração em vigor no estado impedia a efetivação de sua matrícula.


A decepção inicial se transformou em mobilização. O estudante se juntou a outros três amigos imigrantes - a equatoriana Gaby Pacheco, o colombiano Juan Rodriguez e o venezuelano Carlos Roa – e decidiu atravessar, a pé, os 2.400 quilômetros que separam Miami da capital do país, Washington, numa marcha pelo fim das deportações de jovens e pela aprovação do “Dream Act”. Trata-se de uma emenda que é parte da prometida reforma migratória americana que está no Congresso desde 2001 e permite que jovens imigrantes ganhem um visto de residência de seis anos para cursar uma universidade.

Foto: Divulgação / www.trail2010.org

Felipe Matos (segundo da esquerda para a direita) entre os amigos durante caminhada de Miami a Washington (Foto: Divulgação / www.trail2010.org)


Felipe imigrou para os Estados Unidos aos 14 anos porque a mãe, solteira, adoeceu e ficou sem condições de manter o filho. Mudou-se para a casa de parentes em Miami e se esforçou nos estudos. Foi escolhido o melhor aluno do estado da Flórida um dos 20 melhores do país. Mesmo assim, teria que pagar até quatro vezes mais que um estudante americano para cursar uma das faculdades top no estado.


“Para eu estudar, teria que pagar em torno de US$ 30 mil por ano. É [o preço de] uma casa! Pessoas que cresceram nos Estados Unidos e estudaram aqui desde cedo não conseguem atingir seus sonhos e suas habilidades. Em um momento de crise como este, o país precisa de pessoas habilitadas para se manter competitivo no mercado global. Estamos desperdiçando o talento dessas pessoas”, diz o brasileiro, que estuda economia numa universidade católica de Miami.


Atualmente na Carolina do Norte, os estudantes já percorreram cerca de 1.760 quilômetros desde que partiram de Miami, no dia 1º de janeiro. Pelo caminho e também por meio da internet, onde mantêm atualizado um site sobre a marcha chamada por eles de “Trail of Dreams” (“Trilha pelos Sonhos”), já recolheram mais de 30 mil assinaturas pela causa. O plano é chegar a Washington no dia 1º de maio, Dia Internacional do Trabalho.








Todos os dias, andam das 8h ao meio dia, quando param para almoçar, e retomam a caminhada das 14h às 18h. Após este horário, os estudantes que fazem parte da organização “Students for Equal Rights” (“Estudantes por Direitos Iguais”), realizam palestras sobre o tema em escolas, universidades e centros comunitários previamente agendadas por uma equipe de apoio na Flórida. Passam a noite num trailer que acompanha a jornada. Toda a estrutura é mantida por doações.

  • Aspas

    Mantive a calma porque nós decidimos que nessa caminhada não teria nenhum tipo de violência, nem mesmo verbal e chegou um momento em que falei para ele: ‘Eu só queria dizer que eu sou um ser humano, como qualquer outro.’ Ele olhou no meu olho e disse: ‘Não completamente’."

Entre o inverno com temperaturas abaixo de 0°C que enfrentaram desde que saíram de Miami, no dia 1º de janeiro, e o calor da primavera que segundo Felipe “tem marcado a pele” agora, também ouviram histórias de imigrantes, receberam apoios e ameaças. “Na Geórgia, fomos a uma passeata da Ku Klux Klan [organização racista americana que defende a supremacia branca e o protestantismo] contra o que eles chamam de invasão latina aos EUA. Eles falavam que todos os imigrantes eram cachorros mexicanos e deviam ser deportados”, conta Felipe.


Na última quarta-feira, quando 30 estudantes se juntaram à marcha na Carolina do Norte, o brasileiro disse ter abordado um homem que xingava a manifestação. “Mantive a calma porque nós decidimos nessa caminhada não teria nenhum tipo de violência, nem mesmo verbal e chegou um momento em que falei para ele: ‘Eu só queria dizer que eu sou um ser humano, como qualquer outro.’ Ele olhou no meu olho e disse: ‘Não completamente’.”

Manifestação da Ku Klux Klan testemunhada pelos estudante no estado da Georgia (Foto: Divulgação / www.trail2010.org)

No início deste mês, na Geórgia, os estudantes decidiram encontrar o xerife R.L. “Butch” Conway, conhecido por ter deportado um grande número de imigrantes após ter adotado a política de montar barreiras policiais para flagrar motoristas estrangeiros sem licença para dirigir – documento que é vedado aos imigrantes em vários Estados.


“Muitas pessoas falaram que íamos ser presos e deportados. Mas quando saímos de Miami queríamos dar voz às pessoas que tem medo de falar. Ele não quis falar conosco, mas falamos com um comandante da policia e entregamos um estudo sobre problemas raciais na Georgia, que mostra como esse tipo de medidas contra a imigração não está ajudando, mas atrapalhando a situação de violência. Os imigrantes ficam com medo de relatar qualquer tipo de crime contra eles e serem deportados.”

O estudante critica o que chama de “crise de direitos humanos” na relação dos Estados Unidos com os imigrantes. “A administração Obama diz que nesse momento estão procurando apenas pessoas sem documentos que cometeram algum crime. Não é verdade. Uma amiga minha peruana acabou de me contar que a irmã foi deportada no caminho entre a casa e a escola. Também encontrei uma moça brasileira grávida que disse que todo dia tinha medo de ser separada dos filhos.”


Mesmo diante de todos os relatos negativos que ouviram de imigrantes durante a caminhada, o estudante carioca demonstra otimismo quanto à aprovação da reforma migratória. “Isso vai depender do movimento de imigrantes nos Estados Unidos. Felizmente quando começamos a andar nesse país, muita gente se aliou e jovens começaram a fazer outras ações semelhantes. Esse tipo de movimento vai fazer com que a lei passe.” Em meio aos exemplos contrários à causa, Felipe lembra de histórias positivas.


“Quando estávamos na Carolina do Sul, um homem chegou numa reunião comunitária que estávamos dando uma palestra e disse que os imigrantes são a razão de tudo de ruim que acontece nos Estados Undios. Depois da conversa que tivemos com ele, ele saiu de lá dizendo ‘A verdade é que eu cheguei aqui pensando uma coisa e saí pensando outra. Os imigrantes não são o que falam na televisão. Vocês sim merecem ter um caminho para a cidadania’


http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1547039-5602,00-ESTUDANTE+BRASILEIRO+PERCORRE+MIL+KM+NOS+EUA+POR+DIREITOS+DE+IMIGRANTES.html

quarta-feira, 7 de abril de 2010

CICLO DE ESTUDOS E DEBATES: Ações Afirmativas Na Contemporaneidade


CICLO DE ESTUDOS E DEBATES: Ações Afirmativas Na Contemporaneidade




terça-feira, 6 de abril de 2010

Rio pode ter terreiros de candomblé na lista de patrimônio nacional

05/04/2010 13h34 Rio pode ter terreiros de candomblé na lista de patrimônio nacional Da Agência Brasil

Depois da Bahia, o Rio de Janeiro pode ser o segundo estado brasileiro a ter terreiros de candomblé incluídos na lista de patrimônio imaterial histórico nacional. Trinta e dois centros onde a religião afrobrasileira é praticada há mais de 30 anos já foram mapeados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e dois deles já estão em processo de tombamento.

Os resultados do inventário que vem sendo feito pelo Iphan há quatro anos serão apresentados no 1º Fórum dos Terreiros de Candomblé do Rio de Janeiro, que será realizado nesta segunda-feira (5/4) e nesta terça-feira (6/4) na sede da Superintendência do instituto, no centro do Rio. No evento, serão discutidas ainda as medidas a serem adotadas para a preservação dos terreiros, que, segundo o superintendente do Iphan no Rio, Carlos Fernando Andrade, podem ser de ajuda financeira ou de realização de oficinas.

Andrade explicou que as religiões com matriz africana, como é o caso do candomblé, interessam ao Iphan para deixar registrado na memória do país esse tipo de expressão cultural, desde a manifestação de um orixá, as cantigas, suas comidas e suas formas de dançar. Por isso, disse ele, “nesse levantamento usamos uma metodologia que chamamos de Inventário Nacional de Referência Cultural e agora vamos trabalhar um plano de salvaguarda para a preservação dessa cultura”.

- Estamos tratando o candomblé como uma questão cultural e não religiosa. Assim, a noção de patrimônio imaterial passa pela questão dos saberes, das crenças, das festas, da mesma forma como trabalhamos a Festa do Divino, em Paraty, e a Congregação de São Benedito, em Angra dos Reis, ambas no sul do estado do Rio - acrescentou.

A museóloga Márcia Neto, responsável pela pesquisa no Iphan, reconhece que o trabalho está sendo feito por amostragem, já que existem centenas de terreiros de candomblé no estado. Segundo ela, o primeiro critério usado no mapeamento é o da antiguidade.

- Quanto mais antigo o terreiro, mais memória ele tem.

Os dois primeiros centros visitados foram os de Nitinha de Oxum, em Nova Iguaçu, e de Valdomiro de Xangô, em Duque de Caxias, ambos na Baixada Fluminense, onde as atividades começaram há quase 50 anos. O processo de tombamento está tramitando no Iphan e segundo a pesquisadora, ainda não há previsão de conclusão. Outros dois terreiros já visitados também entraram com pedido de tombamento.

- Qualquer zelador de santo, ou seja, o babalorixá (se for homem) ou ialorixá (se for mulher), pode pedir o tombamento imaterial da casa, que para nós do Iphan significa o resgate da cultura pelos saberes, rituais, danças, cantigas, indumentária e linguagem. Neste fórum vamos ouvir as comunidades dos terreiros para elaborarmos propostas de salvaguarda para conservação, preservação e registro desses locais - afirmou



http://www.governo.rj.gov.br/noticias.asp?N=57781