terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Combater o racismo, promover a igualdade

Combater o racismo, promover a igualdade

Escrito por Maria Júlia Nogueira, secretária de Combate ao Racismo da CUT Nacional
10/02/2010


Nos dias 25 e 26 de fevereiro (quinta e sexta-feiras), a Secretaria Nacional de Combate ao Racismo da CUT (SNCR) realizará uma Oficina de Planejamento em São Paulo para debater as prioridades e aprovar o plano de ação para 2010.

Além da participação dos dirigentes das Secretariais Estaduais, estão confirmadas as presenças do ministro da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos; da deputada Janete Rocha Pietá; do deputado Vicente Paulo da Silva e do dirigente bancário Marcos Benedito, ex-coordenador da Secretaria de Combate ao Racismo da CUT.

Entre os objetivos do Seminário encontram-se a atualização de análises sobre o movimento negro e as perspectivas das políticas e estratégias de combate ao racismo e pela promoção da igualdade racial, definindo o plano de ação em consonância com a estratégia e o planejamento da Executiva Nacional da CUT.

Mais do que nunca, é preciso enfrentar coletivamente a subalternidade reservada aos negros e materializada na falta de apoio e investimento na sua formação profissional que, aliada à discriminação e ao preconceito ainda existentes, implicam em falta de acesso ao emprego, desvantagens salariais, maiores taxas de desemprego, maior jornada de trabalho, ingresso precoce no mercado, concentração nas ocupações mais insalubres e maior taxa de morbidade profissional.

Vale lembrar a pesquisa do Dieese sobre o mercado de trabalho entre 2004 e 2009 nas cinco regiões metropolitanas (Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo), que apesar de apontar para uma melhora na situação dos negros, no quesito de igualdade de oportunidades ou rendimentos seguem as grandes diferenças entre negros e não negros.

Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que trabalhadores negros de ambos os sexos recebem em média 50% a menos que os trabalhadores brancos de ambos os sexos por hora. Também é facilmente perceptível a dupla discriminação, de gênero e raça, pois as mulheres negras recebem 39% do que recebem os brancos da mesma faixa de escolaridade e qualificação.

Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), 65% das ocupações precárias são exercidas por negros, sendo que 76,2% das mulheres negras no serviço doméstico não têm sequer a carteira assinada. Mais do que para uma reflexão sobre o tema, estas informações devem servir como guia para a ação, como estímulo para transformar esta caótica realidade. É preciso reconhecer os obstáculos culturais e sociais existentes, mas também a nossa força, o nosso valor e capacidade para removê-los quando atuamos coletivamente, com a auto-estima elevada.

O Estado brasileiro nasceu sob a égide do escravismo, onde a liberdade custou muito sangue negro. O que ocorreu foi um verdadeiro holocausto, com quatro milhões de africanos trazidos para o Brasil durante quatro séculos. Vidas humanas foram ceifadas para o capital, que torturou, estuprou, explorou a mão-de-obra infantil, submeteu povos inteiros ao massacre cultural e à perseguição religiosa.

Não há como construir um novo Brasil, justo e soberano, sem incorporar a grande massa negra de forma mais incisiva no nosso projeto de desenvolvimento. Daí o nosso empenho em potencializar a ação da nossa Secretaria, ampliando o diálogo com os governos e movimentos sociais para virar esta página.

Atualizado em ( 10/02/2010 )

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Balaio de Ideias:Beyoncé, a ala Vip e o racismo institucional

Jocélio Teles

Provocado pela mídia me desloquei com um amigo para o show de Beyoncé no Parque de Exposições. Havíamos comprado ingressos para a pista Vip, área restrita a quem pagasse R$ 370. Enquanto assistíamos ao show de Ivete Sangalo veio um exemplo de racismo institucional. Uma guarnição da Polícia Militar abruptamente abordou o meu amigo, circundando-o e já levando-o de modo truculento, sem nada perguntar.

Ao me aproximar para saber o que estava acontecendo, os soldados me afastaram. A resposta do corpo policial traduziu força e ameaça, mesmo que implícita, sem nenhum texto, a não ser o gestual, e demonstrou que não há verbo capaz de estabelecer um diálogo entre sujeitos que detém e os que devem ser alijados de alguma relação com aqueles que personificam o poder.

O meu amigo estupefato não reagiu. Foi levado para um canto da pista VIP, próximo aos holofotes e humilhado pela revista policial, como se estivesse cometido um delito. Por fim, após a crueldade de todo o rito da PM, ouviu a seguinte frase: “houve um roubo aqui na área VIP e soube que a pessoa era do seu estilo”. Qual estilo, cara pálida? Respondo: o da cor/raça. Meu amigo é negro retinto.

A área VIP era formada majoritariamente por indivíduos de classe média e branca. Se comparada com a área de pista mais barata, ali havia uma proteção policial considerável, mesmo sendo uma área reservada e sem grande fluxo de pessoas. A lógica da distribuição policial em espaços de eventos elitizados parece obedecer a critérios. Quais? Procuremos os sentidos implícitos, já manifestos na distribuição desigual da PM na cidade do Salvador.

Diante desse fato de racismo explícito, o que dizer dos olhares das pessoas diante de tal brutalidade? Ao ver um negro sendo levado por policiais, mesmo ele estando na área VIP, algo que indica um diferencial em termos de classe, um sentimento de proteção emana das cabeças ali situadas.

A naturalização do racismo – uma pessoa negra sempre é suspeita – associa-se aos que imaginam estarem sempre sendo protegidos pela corporação militar. Exemplos como esse abundam no País. O diferencial é que foi na ala VIP de um show. Lembro-me que no debate sobre as cotas raciais nas universidades os que eram contrários insistiam em dizer que no Brasil era difícil definir quem é negro. A resposta dos ativistas atualizou-se na área VIP para ver Beyoncé: “pergunte a polícia. Ela saberá”.

Jocélio Teles é doutor em antropologia e coordenador do Programa de Pós Graduação em Estudos Étnicos e Africanos da Ufba ( Pós Afro)

http://mundoafro.atarde.com.br/?p=2582

Imperatriz faz carnaval com a fé de todos os brasileiros

14/02/2010 - 22h29 - Atualizado em 14/02/2010 - 23h17

Imperatriz faz carnaval com a fé de todos os brasileiros
Escola tenta garantir, neste domingo (14), nono título no carnaval carioca.
Enredo da Imperatriz mostra a formação religiosa do Brasil.

Do G1, em São Paulo


Com o enredo "Brasil de todos os deuses", a Imperatriz Leopoldinense entrou às 22h28 deste domingo (14) na Marquês de Sapucaí para mostrar a formação religiosa do Brasil. A escola tenta garantir seu nono título no carnaval carioca, depois de um jejum de oito anos.

Confira as fotos do desfile da Imperatriz

Veja os vídeos da escola

A agremiação apresenta 46 alas, cada uma com uma média de até 100 pessoas, chegando a um número final de aproximadamente 3.800 componentes. Entre eles está o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Ubirajara e Veronica. Luiza Brunet, rainha de bateria, sai como o Divino Espírito Santo.

A coroa da Imperatriz vem na Avenida precedida por tripés de cavalos alados, que dão à abertura da escola uma dimensão de quase 45 metros de comprimento. Imagens como a de Buda, deuses indianos ou até mesmo a cruz católica estão presentes no "desfile-romaria" da escola.

Comissão de frente

Coreografada por Regina Sauer, os integrantes da comissão de frente representam "O homem em busca de Deus". A evolução do grupo contava com sete "blocos" de pedra que se moviam e acompanhavam a dança dos integrantes. A fantasia iluminada de um dos foliões chamou a atenção do público.

Apreensão


O segundo carro alegórico da Imperatriz Leopoldinense teve problemas e custou a entrar na pista da Marquês de Sapucaí. Intitulada “Terra de Tupã”, a alegoria empacou e quase atrapalha o desfile da escola de Ramos.

A tensão no desfile continuou com a dificuldade na condução do carro abre-alas, "A Coroa das Divindades". A desafio dos responsáveis pelo movimento da escola foi manter em linha reta um par de cavalos alados que levavam ninfas e antecediam a parte principal do carro. Por não estarem acoplados à alegoria central, os pequenos carros teimavam em se dirigir para a lateral do sambódromo.

http://g1.globo.com/Carnaval2010/0,,MUL1487642-17812,00-IMPERATRIZ+FAZ+CARNAVAL+COM+A+FE+DE+TODOS+OS+BRASILEIROS.html

Pastor defende lei antigay em Uganda e diz que caminho é 'reabilitação'

14/02/10 - 13h36 - Atualizado em 14/02/10 - 17h43

Pastor defende lei antigay em Uganda e diz que caminho é 'reabilitação'
Martin Ssempa já recebeu ajuda americana para combate à Aids no país.
Em entrevista ao G1, ele diz que é preciso preservar a 'família tradicional'.

Giovana Sanchez


Em 2007, o pastor ugandense Martin Ssempa recebeu financiamento norte-americano para sua luta de quase 20 anos contra a Aids no país. Além de ser um combatente histórico da doença, com diversos projetos nacionais, ele é contra o homossexualismo, que julga 'um distúrbio', e afirma que a camisinha oferece pouca proteção - ficou famoso após organizar manifestações em que queimou preservativos. Atualmente, Ssempa é um dos mais enfáticos apoiadores do projeto de lei anti-homossexual para votação no Parlamento de Uganda.

O país já proíbe por lei o ato sexual entre pessoas do mesmo sexo, mas o novo texto é mais rígido, incluindo até a pena de morte em alguns casos.



Leia ainda: Lei que prevê morte para gays em Uganda pode gerar 'efeito dominó' na África



Ssempa é pastor da Igreja da Comunidade Makerere e integrante da Força-tarefa Contra o Homossexualismo em Uganda. Ele também tem papel de conselheiro e consultor no governo. Em entrevista ao G1, ele falou sobre o porquê de o homossexualismo ser um problema.

Leia a íntegra da entrevista:




G1 - Por que a lei é importante?



Martin Ssempa - É importante para colocar um fim na sedução e no recrutamento de nossas crianças na sodomia por meio da máquina de propaganda gay. Isso é financiado por George Soros, [da ONG] Hivos na Holanda e outras agências suíças. Sodomia é um crime, mas precisamos de uma lei para impedir sua disseminação.

G1 - Por que a família tradicional precisa ser protegida? O que acontece em Uganda?



Martin Ssempa - A família é a base da sociedade. Mas nós somos uma nação pobre com muitas famílias pobres... Esses ricos europeus e americanos chegam com seu dinheiro para corromper nossas crianças na sodomia. Precisamos protegê-las dessa exploração.



G1 - O senhor acredita que Uganda pode perder apoio internacional após apoiar a lei, já que o presidente americano, Barack Obama, já a classificou de 'odiosa'?



Martin Ssempa - Qualquer nação que coloca a exportação da sodomia no topo de sua agenda internacional é um Estado falido. Toda nação deveria reconhecer o valor estratégico de Uganda em reserva de petróleo, depósito de urânio, cooperação militar na região, etc. Todos os países árabes, por exemplo a Arábia Saudita, têm leis mais fortes, e os EUA e o mundo negociam com eles.






G1 - E a questão da pena de morte no projeto de lei, o senhor é contra? Por quê?



Martin Ssempa - Nós somos contra a pena de morte e recomendamos uma sentença menor, de 20 anos de prisão. Essa é uma posição de mais consenso entre a fraternidade cristã.



Foto: Arquivo pessoal Protesto em Uganda contra a 'sodomia' (Foto: Arquivo pessoal)G1 - Em seu site, o senhor diz que a Aids não é uma doença gay, mas também afirma que o risco de transmissão de HIV entre homossexuais é dez vezes maior. O senhor poderia explicar essa diferença?



Martin Ssempa - O sexo anal cria uma chance significativamente maior de transmissão de HIV/Aids do que o sexo heterossexual. Os fatores associados incluem a hemorragia; a camisinha oferece menos proteção e falha mais no sexo anal do que no vaginal.


G1 - O senhor sugere a inclusão no projeto de lei de um sistema de reabilitação de 'pessoas que experimentarem tentações homossexuais'. Como isso é possível?


Martin Ssempa - Sodomia é uma forma de desvio sexual e relacionada a distúrbios de identidade de gênero. Muitos ficam traumatizados por serem violados quando crianças. Existe poder em aconselhamento, terapia individual ou em grupo. Existe poder na oração, na orientação e no exemplo. Como os alcoólatras anônimos que ajudam os viciados, um programa de boa fé ajuda muitos. Na minha igreja eu tenho muitos ex-homossexuais e lésbicas.


http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1486773-5602,00.html

sábado, 13 de fevereiro de 2010

BBB 10: Uill faz um balanço sobre sua participação no programa

Enviado por Ana Carolina de Souza - 10.2.2010 | 23h00m
BBB 10: Uill faz um balanço sobre sua participação no programa


Uilliam ficou quietinho lá no “Big Brother Brasil 10”, mas nem por isso o coração do dançarino deixou de balançar. Longe do confinamento, Uill confessa ter ficado caído por mulheres que passaram pela casa.

— Eu me senti atraído pela Tessália no começo, uma menina singela e bonita. Depois por Ana Marcela, uma mulher completa, linda por dentro e por fora. Mas sejamos sinceros: todas as mulheres são bonitas, inclusive Fernanda e Lia — disse ele, citando por último seus dois desafetos.

A participação sossegada e nada polêmica de Uill, aliás, é tida como uma das responsáveis por sua eliminação — o baiano deixou o programa na última terça-feira, com 58% dos votos. E ele mesmo reconhece que pode ter errado lá dentro.

— Talvez eu tenha acordado para o jogo tarde demais — analisou ele na conversa com a imprensa, assim que saiu da casa: — Não me arrependo do que fiz, mas do que não fiz.

Sobre ser tachado de samambaia e abajur, como se fosse uma alegoria no “BBB” por conta da discrição, ele foi objetivo. O dançarino disse com os olhos arregalados:

— Eu fui fiel a mim mesmo, não acho que tenha ficado apagado, não. Curti tudo o que tinha que curtir.

Uill ainda criticou Lia, disse que a “máscara de colombina dela vai cair”, e falou que Cadu é falso, por ter se virado contra ele sem nenhuma explicação. Causou espanto no dançarino saber que Nanda comentou no reality show que ele “nem é tão negro assim”.

— Sou negro, sim, e com muito orgulho. Quando entrei na casa, fiquei contente de ser o único. Tenho cabelo crespo. Quando me olham não dá para dizer que sou pardo. Lá dentro tem uma miscigenação, mas negro mesmo só eu.


http://extra.globo.com/blogs/BBB/posts/2010/02/10/bbb-10-uill-faz-um-balanco-sobre-sua-participacao-no-programa-265324.asp