domingo, 7 de fevereiro de 2010

Mito jamaicano, Bob Marley faria 65 anos neste sábado

Não tem para ninguém: quando se pensa na Jamaica, em reggae e em filosofia rastafári, a primeira imagem que vem à cabeça, mesmo das que não ostentam estilosos dreadlocks, é a de Bob Marley. Morto em 1981, o cantor faria 65 anos hoje e o aniversário deve ser comemorado bem ao seu estilo em muitas partes do planeta.
Bob Marley morreu aos 36 anos,em Miami, vítima de um câncer de pele, e foi enterrado com uma guitarra Gibson Les Paul, uma Bíblia, uma bola de futebol e, é claro, um pote de maconha. Como herança cultural, deixou dezenas de canções inesquecíveis como No woman, no cry (composta por Vicent Ford), Stir it up, Rebel music, Three little birds, Is this love e Concrete jungle.
Graças a ele, as cores da bandeira da Jamaica se tornaram conhecidas em todo o planeta, sem falar que o seu rosto virou estampa para toda sorte de objetos. Coisas de mito pop. O legado foi além: desde então, o mundo assiste ao surgimento de uma grande quantidade de artistas influenciados pela sua música.

Ídolo e um ícone da música mundial, Bob continua influenciando gerações


O Rei do Reggae deixou uma vasta herança musical a ser ouvida
DOCUMENTÁRIO Para celebrar o aniversário de Bob Marley, o canal pago Multishow (Net/Sky) exibe hoje, às 16h, o documentário inédito Bob Marley - freedom road. O filme reúne trechos de shows memoráveis e depoimentos de amigos, familiares e profissionais da indústria da música.
Nos Estados Unidos, a família do artista comemorará a data com um ato de solidariedade: um evento beneficente numagaleriadearte vaiangariar fundos para ajudar as vítimas do terremoto que atingiu o Haiti no último dia 12.
ORIGEM Robert Nesta Marley nasceu em Saint Ann, interior da Jamaica, em 6 de fevereiro de 1945, filho de Norval Sinclair Marley - um militar branco, capitão do Exército inglês - e Cedella Booker, uma adolescente negra.
Cedella e Norval se casaram um ano antes, mas no dia seguinte à união, Norval abandonou a companheira,embora tenha continuado a dar apoio financeiro para sua mulher e o pequeno Bob. Após a morte de Norval, em 1955, Marley e a mãe se mudaram para Trenchtown, uma favela de Kingston, onde ele era constantemente provocado pelos negros por ser mulato e ser baixinho.


Na adolescência, ele conviveu com outros jovens também insatisfeitos com a condição social em que viviam, mas foi com Neville O'Riley Livingstone, o Bunny, que Bob Marley se iniciou na música. Os dois passavam horas
ouvindo a soul music de Curtis Mayfield e Ray Charles.
Os primeiros passos musicais do artista foram dados no ska, que surgiu no final dos anos 50 e combinava ritmos caribenhos com o R&B americano. As letras eram de denúncia da exploração sofrida pelas classe pobre. Era o início
do reggae na vida daquele que se tornaria a lenda nº 1 do ritmo e o maior ídolo pop nascido fora dos EUA e da Europa. Por tudo isso, vida longa à memória de Bob Marley.

Fonte: Correio da Bahia

Tommie Smith, ex-atleta e símbolo do "black power" "Tive medo a vida inteira"

05/12/2008
Tommie Smith, ex-atleta e símbolo do "black power"
"Tive medo a vida inteira"

Por Juan Morenilla
Em Madri (Espanha)

Poucos gestos significaram tanto no esporte. O protesto feito pelos norte-americanos Tommie Smith e John Carlos nos Jogos Olímpicos do México, em 1968, simbolizou a luta contra a segregação racial.
Ainda que, como recorda 40 anos depois do ouro olímpico, ele tenha destruído algo mais que sua carreira.

Tommie Smith olha fixamente ao falar. Em seus olhos não há ódio. Mas sim uma mescla de tristeza e orgulho pelo que foi sua vida. Seu gesto no alto do pódio depois de ganhar o ouro nos 200 metros (19,83
segundos) nos Jogos Olímpicos do México em 1968, com uma mão envolvida por uma luva negra em defesa da igualdade entre as raças, é um dos símbolos universais do esporte. Aquela mão direita fechada (assim como a esquerda de John Carlos) representava a luta contra a segregação racial que sempre sofreu nos Estados Unidos. Era o black power [o poder negro].

Mas também foi uma condenação para o resto de sua vida.
Este texano de 64 anos, que na quarta-feira recebeu em Madri o primeiro prêmio dedicado aos valores universais do esporte do jornal "As", ainda se emociona ao ver aquela imagem.

Pergunta: O que o senhor se lembra da sua infância?

Resposta: Sou o sétimo de 12 irmãos. Crescemos no campo. Meus pais eram sitiantes. Cultivávamos a terra de uns brancos no sítio deles e parte da colheita ficava para nós. Quando eu tinha seis anos, mudamos para a Califórnia e continuamos trabalhando no campo, mas já cobrando.
Lembro de uma boa ética de trabalho. Era uma vida muito religiosa.
Íamos muito à missa. Os meninos brancos, é claro, zombavam de mim no colégio porque eu usava roupas de pobre.

P. Que tipo de marginalização sofriam?

R. Não podíamos fazer quase nada porque nos viam como pessoas de segunda categoria. Não podíamos andar na mesma calçada que os brancos.
Se víssemos um branco, tínhamos que sair imediatamente da calçada.
Também não podíamos compartilhar os mesmos serviços públicos. Havia banheiros para brancos, muito limpos, e para negros, mais sujos. Não havia igualdade em nenhum sentido.

P. O esporte era uma válvula de escape?

R. Era a única forma de diversão no colégio: correr, jogar beisebol...
E se transformou em parte da minha vida. Eu não cresci aspirando ser um atleta olímpico. Mais tarde usei o esporte, a partir dos 15 anos, para nos fazer ouvir. Meus pais me disseram: "Enquanto você ganhar corridas, não precisará trabalhar aos sábados". Era fantástico para mim.

Comecei a ganhar e faltar ao trabalho. Claro que não tínhamos dinheiro nem para sapatos. Nós ganhávamos. Havia uma organização beneficente que nos dava roupas e sapatilhas. Eu não tinha nem agasalho, só uma calça curta e uma camiseta.

P. E assim o senhor se tornou, no México, o primeiro a fazer 200 metros em menos de 20 segundos, e seu recorde de 19,83 segundos se manteve durante 11 anos. Como o senhor se transformou em um dos melhores do mundo?

R. Com muito trabalho. Tinha a bênção de Deus para me dedicar ao
atletismo: a estatura, o corpo, a velocidade. Fiquei forte assim, brigando com meus irmãos, trabalhando todas as horas no campo. Foi assim que pude me transformar em alguém. Não tínhamos nada, dessa forma não tive outra possibilidade na vida a não ser lutar. Não tinha nem sequer tempo para treinar. Eu não fui treinado como um atleta.

Minha preparação foi unicamente o trabalho no campo. Quando eu voltava para a escola no outono, os rapazes me perguntavam: 'Como você é tão rápido? Fez musculação?' Eu não entendia o que eles diziam. Eu só havia estado no campo. Usava umas botas muito pesadas e carregava todas as ferramentas, como pás, que pesavam muito. Até ir para o instituto não havia começado a trabalhar seriamente como atleta.

P. Ali o senhor uniu o esporte com a luta contra a segregação racial.

R. Vi tantas injustiças que não podia ficar sem fazer nada. Não fiz aquele gesto de 68 por moda, mas para transformar alguma coisa. Nós, atletas afro-americanos, organizamos o OPHR [Projeto Olímpico para os Direitos Humanos]. Nossa idéia era boicotar os Jogos, mas não foi assim, e decidimos que cada um organizaria seu protesto como quisesse.
Minha vez chegou nos 200 metros. A corrida foi incrível. Eu me resguardei para a última reta, mas não tinha nem idéia do que poderia acontecer na cerimônia, como eu me sentiria no pódio, o que faria...
Não soube até o último momento, até que John Carlos [bronze] me disse no túnel de saída.

P. Sua mulher já havia comprado umas luvas negras.

R. Sim, havia algo previsto, ainda que não soubéssemos muito bem o quê. Foi um gesto de um impacto mundial. Não era só o grito de dois negros pela cor de sua pele, mas fizemos isso pelos direitos da humanidade.

P. Convenceram o australiano Peter Norman [prata] a usar o adesivo da OPHR.

R. Sim, mas eu não queria que um homem branco o usasse. O Projeto era para todas as pessoas do mundo, negras ou brancas, e eu não queria que ninguém tivesse problemas por causa disso. A idéia de que Norman usasse o adesivo foi de John Carlos e ele também quis usá-lo sobre o escudo do comitê australiano. Eu conhecia a história da Austrália sobre como eles haviam tratado os aborígenes. Sabia que isso podia ser um problema para ele porque seria interpretado como se ele estivesse do lado dos negros dos Estados Unidos. E foi isso que aconteceu. Assim como nós, ele foi expulso da Vila Olímpica, maltratado em seu país, segregado socialmente.

P. O senhor teve medo quando fechou e ergueu o punho?

R. Tive medo minha vida inteira. Não é uma coisa que se supera em dois ou três anos. Os jovens afro-americanos, ainda hoje, são alvo nos Estados Unidos, simples assim.

P. Nada mudou?

R. Claro que sim, muitas coisas. Nosso presidente-eleito, Barack Obama, é afro-americano. E isso não foi uma coisa que aconteceu em um dia. Lutamos por uma melhora e, como conseqüência dessa luta, agora há um presidente negro. Foi um processo muito lento. Isso não quer dizer que tudo vai bem. Mas, graças à forma que Obama pensa sobre a mudança social, a luta não terminou. Apenas acabou de começar.

P. Como sua vida mudou depois do gesto?

R. Tudo mudou para sempre. Recebemos ameaças de morte, cartas, telefonemas... Depois dos Jogos Olímpicos, todos os meus amigos desapareceram. Tinham medo de perder suas amizades brancas e seus empregos. Eu tinha 11 recordes mundiais, mais do que qualquer pessoa no mundo, e o único trabalho que encontrei foi lavando carros num estacionamento. E me mandaram embora porque meu chefe disse que não queria que ninguém trabalhasse comigo. Não queria que alguém que defendesse a igualdade de direitos estivesse em sua equipe.

P. Ninguém o ajudou?

R. Todo mundo tinha muito medo. Meus irmãos foram expulsos do colégio.
Outros, que estavam na equipe de futebol da universidade, foram proibidos de competir por causa do que eu fiz.

P. Você chamou os membros do COI [Comitê Olímpico Internacional] de estúpidos. Ninguém lhe pediu desculpas?

R. Não, nunca. Em particular me dizem: "Sinto muito pelo que lhe fizeram, foi uma pena...". Mentira. Destruíram minha vida, a de John, a de Norman... A esposa de John se suicidou, eu me divorciei... Tudo por pedir que as pessoas sejam iguais. O COI permitiu tudo isso e o comitê norte-americano não fez nada para impedi-lo.

P. O senhor ainda vê racismo no esporte?

R. Enquanto o homem existir, haverá racismo. Temos um presidente negro e já avançamos muito, mas isso não quer dizer que tudo o que é negativo tenha sido eliminado.

P. Quando olha para trás, sente orgulho de sua vida?

R. Tenho muito orgulho. Meus pais lutaram muito para que fossemos adiante trabalhando. Minha força vem da minha origem. Minha força nasce da minha base pessoal e familiar. Nada pode destruir como eu me sinto.

P. O senhor ainda corre?

R. Sim, tenho uma academia na minha casa. Saio para correr no parque da Geórgia. Há muitos caminhos que antes eram locais de reunião da Ku Klux Klan. Os negros não podiam pisar nesses parques do sul dos Estados Unidos e hoje eu moro lá. Agora vivemos onde queremos e não onde nos colocam. E viajo pelo mundo inteiro para contar a minha vida.

P. O que significa a eleição de Obama?

R. Precisamos de uma mudança assim. Não porque ele seja negro, mas sim pelo que representa, a luta de toda a minha vida.

Tradução: Eloise De Vylder

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Cooperação internacional e sociedade civil discutem mídia e relações raciais no Brasil

Comunicação
Encontro abordou cobertura da grande mídia à questão racial e crescimento do debate sobre políticas de igualdade racial na sociedade brasileira
A presença dos negros na mídia e o noticiário da questão racial no Brasil estiveram em discussão na última terça-feira (19/1), no Rio de Janeiro, em reunião organizada pela Fundação Ford. O encontro reuniu cerca de 30 pessoas, entre representantes do movimento negro, jornalistas, pesquisadores, organizações de mídia e advocacy, governo brasileiro, agências de cooperação internacional e Nações Unidas.
Com mediação do jornalista Geraldinho Vieira, consultor da Fundação Ford e vice-presidente da ANDI (Agência de Notícias de Direitos da Infância), a discussão abordou a cobertura da grande mídia à temática da igualdade racial e a intensidade do debate público sobre as políticas públicas e de ação afirmativa voltadas aos afro-brasileiros.
Para a representante da Fundação Ford no Brasil, Ana Toni, a conjuntura apresenta a oportunidade de "investimentos em ações pedagógicas e mais próximas da mídia" em favor da temática etnicorracial a partir de projetos como observatórios e agências de notícias, produção de conhecimento e fortalecimento de projetos de mídia etnicorracial.
A reunião deu sequência a encontro realizado, em setembro de 2009, entre a cooperação internacional e o movimento negro.
No encontro, foram apresentadas três pesquisas sobre a cobertura da grande imprensa sobre a questão negra. Cida Bento, uma das coordenadoras do CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades), apresentou uma pesquisa com os principais jornais brasileiros e revistas semanais no período de 2001 a 2008. O estudo verificou prevalência do discurso anticotas e políticas de ações afirmativas, abordagem da problemática do racismo pelas equipes de reportagem durante a divulgação das pesquisas com recorte etnicorracial pelo IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). "Há concentração na divulgação das pesquisas e depois o tema praticamente some. Existe pouco proveito do tema em colunas, artigos e editoriais", destacou Cida Bento.
Rachel Mello, diretora do Instituto de Pesquisa da FSB Comunicação, apresentou os resultados da sua dissertação de mestrado em Comunicação na Universidade de Brasília sobre a análise de discurso dos editoriais do jornal O Globo sobre a questão negra.
A jornalista Carolina Trevisan, consultora da W.K. Kellogg Foundation, revelou a análise das coberturas da grande imprensa, em 2009, sobre o Estatuto da Igualdade Racial. Segundo ela, a marca mais presente é o desequilíbrio em desvantagem aos negros no que se refere às possibilidades de exposição de ideias, embora tenha observado coberturas que se diferenciaram. "A melhor cobertura da aprovação do Estatuto foi feita pelo jornal Correio Braziliense, sobretudo pelo espaço equilibrado que dedicou ao tema e por um artigo que se diferenciou de todos os outros, que contextualiza a criação do Estatuto e, portanto, dá ao leitor a dimensão real do que significa a sua aprovação", ressaltou ela.
Mobilização social e mídia
A reunião destacou alguns momentos em que a agenda pela igualdade racial estará em evidência durante o ano, como as audiências públicas no STF (Supremo Tribunal Federal) para apreciação da constitucionalidade da reserva de vagas para negros nas universidades, a rodada do censo em que a autodeclaração etnicorracial estará no questionário base e a preparação das cidades brasileiras para os Jogos Olímpicos, como lembrou Rebecca Tavares, representante do UNIFEM Brasil e Cone Sul.
Para Sueli Carneiro, diretora de Geledés Instituto da Mulher Negra, "as ações devem ser articuladas com a dita mídia alternativa e encontrar caminhos coletivos de contra-discurso ao discurso hegemônico, que reconfigura a democracia racial no Brasil". De acordo com Veet Vivarta, presidente da ANDI, a agência pode contribuir a partir de sua experiência, embora a questão racial apresente outros desafios.
Com atuação em mídia e advocacy, Jacira Melo, coordenadora da Agência de Notícias Patrícia Galvão, apontou a necessidade de avançar no Brasil a discussão sobre novo marco regulatório dos meios de comunicação e que os projetos de comunicação devem considerar a potencialidade da convergência digital. "Precisamos estar mais equipados e com melhores ferramentas para garantir o tema na mídia", disse Jacira Melo. Novo marco regulatório e distribuição de recursos para diferentes grupos de mídia foram os pontos defendidos por Martvs das Chagas, subsecretário de Ações Afirmativas da Seppir.
Conhecimento: melhores produções
Entre os pesquisadores negros, a aposta é a produção de conhecimento para compreensão da relação mídia e racismo. Raquel de Souza, da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros, já apresentou projeto da ABPN para a realização de pesquisas sobre mídia e racismo e incentivou as parcerias. "Temos que fazer um esforço coletivo para ir além dos esforços isolados", pontuou.
O professor universitário Júlio Tavares, da Universidade Federal Fluminense, citou o projeto A Cor da Cultura - série de documentários sobre a história dos afro-brasileiros produzidos pelo Canal Futura - como experiência bem-sucedida. Para o professor Fernando Conceição, da Universidade Federal da Bahia, a formação profissional do jornalista e o trabalho com a categoria são fatores importantes para melhorar a cobertura da temática negra na imprensa e o debate sobre racismo no Brasil. Representante da mídia negra, o Instituto de Mídia Étnica apresentou sua parceria com o jornal A Tarde, de Salvador, para formação de jornalistas negros e de disponibilizar o Instituto para o aperfeiçoamento de novos jornalistas, além do trabalho do Instituto junto às faculdades de Comunicação da Bahia.
A reunião teve as presenças da Cojira-Rio (Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial), Inesc (Instituto Nacional de Estudos Socioeconômicos), Geledés, CEERT, Andi, Instituto Patrícia Galvão, CEPIR-RJ (Coordenadoria Estadual de Promoção da Igualdade Racial do Rio de Janeiro), Fundação Ford, W.K. Kellog, Oxfam, Fundação Avina, Action Aid, IUPERJ (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro), UFRJ, UFBA, Instituto FSB Pesquisa, UNICEF e UNIFEM Brasil e Cone Sul.
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* Isabel Clavelin

Canal de TV busca integração entre os afro-americanos e brasileiros 02/03/2010 08:31:56 AM Projeto de organização americana troca experiências com o

Canal de TV busca integração entre os afro-americanos e brasileiros
02/03/2010 08:31:56 AM

Projeto de organização americana troca experiências com o Brasil.
Um canal de TV de Detroit, em Michigan, trabalha num projeto para estreitar a comunicação entre os afro-americanos e os afro-brasileiros. Os responsáveis são membros da Black Awareness in Public Television (BAIT, em inglês), traduzido como Consciência Negra na Televisão.

O programa da BAIT se chama “For My People” e vai ao ar todos os sábados, pelo canal 50, às 6h30am. A transmissão também acontece através de canais a cabo em Indiana, Illinois, Ohio e Ontário (Canadá), e por vídeos do Google e YouTube. A BAIT tem David Rambeau como diretor executivo e o projeto com o Brasil é liderado por Mark Wells, americano que fala português e é casado com uma brasileira.

Por e-mail ao Comunidade News, Mark falou sobre o ABA (AfroBrasilAmerica). Segundo ele, o objetivo é construir uma ponte entre os afro-descendentes americanos e brasileiros. O foco é mostrar trabalhos de organizações e textos de autores afro-brasileiros sobre os problemas que afetam as comunidades no Brasil. “Haverá também textos escritos por autores afro-americanos como eu, que tem larga experiência com o Brasil, seu povo, cultura e história”, explicou Wells.

As onze vezes em que esteve no Brasil levaram Mark a elaborar o projeto. Segundo ele, a cultura afro-americana é muito forte no Brasil, seja em aspectos positivos ou negativos. Apesar das influências positivas da cultura afro-americana sobre a afro-brasileira, Mark admite que há influências negativas que não deveriam ser seguidas. Alguns aspectos da cultura afro-americana desagradam Mark, seja nos EUA ou no Brasil.

“É onde acredito que o diálogo beneficiaria americanos e brasileiros, particularmente os de descendência africana”. Para isto acontecer, o projeto vai mostrar aos brasileiros um pouco mais do contexto histórico do desenvolvimento cultural dos afro-americanos. Estes últimos também conhecerão mais a cultura afro-brasileira. O foco são todos os brasileiros que se consideram negros, mulatos, morenos ou pardos. Os principais contatos da BAIT estão localizados em Salvador, Bahia, e na região do ABC paulista.

Identidade negra em evidência
O primeiro programa da BAIT surgiu numa época de profundas mudanças da identidade negra nos Estados Unidos. Depois de afro-americanos famosos como Martin Luther King Jr. e Rosa Parks, o país presenciou o movimento “Black Power”, associado a Malcom X, assassinado em 1965. A primeira transmissão aconteceu em dezembro de 1970.

Voluntário da organização e apresentador do For My People há dois anos, Mark notou que as mídias americana e brasileira possuem pouca representação de afro-descendentes. “O que queremos é construir um intercâmbio continental através das artes e da mídia”. Contatos com organizações, estudantes e cineastas já foram feitos para alavancar o projeto que vai mostrar as similaridades e diferenças. Segundo Mark, os Estados Unidos e o Brasil são detentores das maiores populações afro das Américas.

A primeira parte do projeto consiste em conectar os afro-brasileiros que estudam ou trabalham nos EUA com os afro-americanos, bem como os afro-brasileiros que estão no Brasil. Toda esta conexão será feita através de uma série de documentários. De acordo com Wells, alguns afro-brasileiros já estão nos EUA. A BAIT também volta ao Brasil ainda este ano, a fim de explorar o maior número possível de projetos. O primeiro deles é um anuário.

Mais informações sobre a BAIT e o programa For My People no website www.projectbait.blakgold.net.
Por: Angela Schreiber - Comunidade News

http://www.comunidadenews.com/local/canal-de-tv-busca-integracao-entre-os-afro-americanos-e-brasileiros-5804

MEC divulga notas, resultados e lista de aprovados do Sisu

MEC divulga notas, resultados e lista de aprovados do Sisu
05 de fevereiro de 2010 • 06h01 • atualizado às 12h59

O MEC divulgou na manhã desta sexta as notas e as classificações dos candidatos na primeira etapa das inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). No final da noite de quinta-feira foram divulgados os resultados e as listas de aprovados. Ao todo foram 793,9 mil inscritos, que puderam se candidatar até 23h59 da última quarta-feira, 3. Veja aqui as listas de aprovados, os resultados e as notas.
A consulta aos dados pode ser feita também no portal do MEC, nas instituições participantes e na Central de Atendimento do MEC, no telefone 0800.616161.
O Sisu foi desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC) para selecionar os candidatos às vagas das instituições federais que utilizarão a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2009 como única fase de seu processo seletivo. Nesta primeira edição, 51 instituições oferecem 47.913 vagas em bacharelados, licenciaturas e cursos superiores de tecnologia.
Veja as respostas para as principais dúvidas dos candidatos sobre o Sistema de Seleção Unificada:
Quais as datas para efetuar a matrícula dos aprovados na primeira etapa?
Os estudantes que forem aprovados terão de 8 a 12 de fevereiro para fazer a matrícula nas instituições para as quais foram selecionados.
O candidato que não realizou a inscrição da primeira etapa terá outra oportunidade?
Sim, haverá ainda mais duas etapas para preencher as vagas remanescentes. A segunda etapa de inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (SiSU) terá as inscrições abertas entre às 6h do dia 15 de fevereiro até as 23h59 do dia 20 de fevereiro. O resultado será divulgado no dia 22 de fevereiro. Entre 1° de março e 3 de março ocorrerá a terceira e última etapa, o resultado: será divulgado no dia 5 de março e as matrículas nas universidades deverá ser realizadas de 9 a 12 de março.
Como é feita a inscrição no Sisu?
As inscrições dos candidatos são feitas exclusivamente pela internet (sisu.mec.gov.br). Para se inscrever, o candidato deverá acessar o sistema (no campo "Acesse o Sistema de Seleção Unificada", no alto da página principal) e informar seu número de inscrição e a senha cadastrada no Enem 2009. Após estas informações, o sistema solicitará que o candidato crie uma nova senha, específica para o Sisu.
O candidato que se inscreveu na primeira etapa, pode se inscrever nas etapas posteriores?
Sim, é permitido ao candidato que se inscreveu na primeira etapa se inscrever novamente nas etapas posteriores.
Como será feito o processo de desempate?
Conforme o artigo 18 da portaria do Sisu, ficam mantidos os cinco primeiros critérios de desempate: notas obtidas na Redação, Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas. O sexto critério, que mantém a vaga ao candidato com inscrição anterior, foi abolido para não deixar ninguém prejudicado após os problemas na banda larga, de acordo com o MEC.