segunda-feira, 27 de julho de 2009

Cursinhos perdem até 80% dos alunos

São Paulo, segunda-feira, 27 de julho de 2009





Cursinhos perdem até 80% dos alunos

Auge foi nos anos 70 e 80, quando os vestibulares das principais universidades ainda valorizavam o chamado "decoreba"

Para consultor, expansão das faculdades particulares absorveu alunos menos preparados e ajudou a esvaziar os cursinhos



LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL
HÉLIO SCHWARTSMAN
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Com apogeu nos anos 70 e 80, quando eram uma etapa quase indispensável para os que tinham o objetivo de seguir estudos universitários, os cursinhos encolheram. Inexistem estatísticas oficiais sobre o setor, mas, após ouvir professores, empresários e consultores, a Folha apurou que os pré-vestibulares perderam de 70% a 80% das matrículas na comparação com a fase áurea.
O encolhimento é apenas a manifestação econômica da cultura que se constituía em elogio do saber enciclopédico, do chamado decoreba. Acabaram-se as aulas-show, em que professores inventavam paródias musicais para alunos memorizarem equações da cinemática, doenças causadas por protozoários, elementos químicos halógenos ou o número de pés no filo dos artrópodes.
Dono de uma consultoria educacional, Maurício Costa Berbel, aponta algumas causas. "Uma delas, certamente, foi o fato de os vestibulares das principais universidades e o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) terem aposentado a ideia de que o melhor candidato a uma vaga no ensino superior seja aquele com mais capacidade de memorização."
Em vez disso, passou-se a valorizar o raciocínio e a transdisciplinaridade "e essa é uma característica difícil de ser aprimorada em classes com mais de cem alunos, como era comum nos principais cursinhos", afirma o consultor.
Mas o fator principal da queda foi a proliferação dos cursos superiores particulares, que teve início em meados dos anos 90. Para dar uma ideia do tamanho da ampliação, há hoje 2.200 instituições de ensino superior nas quais ingressam por ano quase 1,5 milhão de alunos. No início dos anos 1970, as não mais de 200 universidades ofereciam 80 mil vagas por ano.
Realistas, alunos menos preparados se deram conta de que dificilmente entrariam nas disputadíssimas vagas de universidades públicas; era melhor ir direto para uma faculdade particular e poupar seis meses ou um ano de mensalidade de cursinho, afirma Berbel. Sintomaticamente, foram as turmas do período noturno, aquelas frequentadas pelo público obrigado a trabalhar durante o dia, as que mais sofreram com a mudança. Vários cursinhos já nem oferecem essa opção.
Em 2005, veio o ProUni (Programa Universidade para Todos), o qual, ao conceder vagas gratuitas em faculdades privadas para alunos de baixa renda, ampliando ainda mais a possibilidade de acesso ao ensino superior, trouxe mais dificuldades aos cursinhos. Desde sua criação, o ProUni já ofereceu 888 mil bolsas.
Outro fator que contribuiu para a queda foi o advento dos chamados "cursinhos populares", a partir dos anos 90. Gratuitos ou com mensalidades que chegam a 1/ 10 do cobrado pelos tradicionais, eles geraram uma guerra de preços que acabou canibalizando o setor.
Quem ainda se dá bem no negócio dos cursos pré-vestibulares acabou reduzindo o número e o tamanho das turmas, focando-se em um público abonado, disposto a lutar por disputadíssimas vagas das melhores instituições, como medicina, engenharia e direito das universidades públicas.
Jorge Ovando, gerente de marketing do Intergraus -900 alunos por ano, anuidades que em alguns cursos ultrapassam os R$ 10 mil-, explica que a aposta do grupo é em classes pequenas, extensas cargas horárias (mais de 44 horas por semana), tratamento personalizado. Opção idêntica fez, por exemplo, o curso Poliedro.
Esse movimento não significa que os grupos empresariais que mantinham os cursinhos estejam em extinção. Ao longo das últimas três décadas eles diversificaram suas atividades. Boa parte se expandiu para atender também o ensino médio e o fundamental. Alguns se tornaram universidades (são de proprietários de antigos cursinhos algumas das maiores universidades do país). Exemplo disso é a Unip, que nasceu do cursinho Objetivo, com suas 130 mil matrículas (a USP tem 86 mil). Procurado pela reportagem para falar sobre o encolhimento do cursinho, o Objetivo não quis se pronunciar


http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2707200901.htm

Imigração e nacionalismo


São Paulo, segunda-feira, 27 de julho de 2009




LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA

Imigração e nacionalismo


Aos imigrantes não resta alternativa senão lutar para que o país respeite seu direito ao multiculturalismo

A EMIGRAÇÃO dos povos pobres para os países ricos é hoje fenômeno social global que mostra o caráter inescapável do nacionalismo. O mundo seria mais belo se fosse uma grande comunidade e não existissem nações, mas isso só acontecerá quando as desigualdades diminuírem a ponto de se estabelecer um Estado mundial.
Enquanto isso não ocorrer, o nacionalismo estará entre nós e tanto poderá significar a legitimação do poder dos povos mais poderosos sobre os demais (imperialismo) quanto a ideologia necessária para que os povos mais fracos se defendam. Tanto poderá ser um nacionalismo étnico e agressivo quanto um patriotismo defensivo.
O nacionalismo é a ideologia de formação do Estado-Nação. Alguém é nacionalista se preenche duas condições: primeiro, se entende que é obrigação do governo de seu país defender os interesses dos seus habitantes e, segundo, se considera que, ao tomar decisões, esse governo deve pensar por conta própria em vez de se submeter aos conselhos e pressões dos países mais ricos. Assim definido, o nacionalismo é econômico e pode ser apenas defensivo. Já o nacionalismo econômico agressivo caracteriza os países ricos que exploram os mais fracos, mas seus cidadãos acreditam que os estão ajudando ou bem orientando.
Quanto ao nacionalismo étnico, é o nacionalismo perverso das pessoas e povos que discriminam de acordo com o critério da raça, da religião ou da origem nacional. É o nacionalismo que afirma que cada conjunto étnico homogêneo deve ter seu próprio Estado-Nação; é o nacionalismo que, ao rejeitar a imigração, se confunde com o nacionalismo econômico.
O nacionalismo econômico é inevitável porque o mundo e cada indivíduo estão organizados em famílias, organizações e países que competem e colaboram entre si. Dificilmente será reeleito um governo de um país rico se não tomar decisões de acordo com os interesses nacionais. Nesses países, o nacionalismo hoje é econômico e étnico. Poucos são os cidadãos que têm dúvida de qual seja o papel de seu governo, poucos são os que reconhecem a exploração dos países mais fracos, e muitos são aqueles que discriminam e rejeitam os imigrantes.
Todos defendem seus salários que sofrem concorrência do trabalho barato dos imigrantes, e felizmente um número muito menor defende sua "pureza étnica". Na Europa e no Japão, existe um verdadeiro cerco contra os imigrantes. Nos EUA, o quadro é apenas um pouco melhor. Na Itália, uma nova lei acaba de classificar a situação de imigrante clandestino como crime.
Os imigrantes ficam sujeitos não apenas a serem extraditados mas, adicionalmente, a cumprir pena por terem imigrado.
Existem naturalmente aqueles que não estão de acordo com essa discriminação, como mostra um belo filme francês em exibição em São Paulo, "Bem-Vindo". Na Europa, os partidos de esquerda resistem a essa discriminação, mas essa é talvez a principal razão por que têm tido maus resultados eleitorais.
Em certos casos, a única defesa contra o nacionalismo dos outros é o nosso nacionalismo, é nos organizarmos como Estado-Nação. Mas essa alternativa não existe para os imigrantes. Não lhes resta alternativa senão, de um lado, se integrarem nas sociedades para onde emigram e, de outro, lutar para que o país respeite seu direito ao multiculturalismo. Ambos são processos sociais e políticos difíceis, plenos de contradições. Enquanto não se completarem, haverá muito sofrimento dos imigrantes e muita tensão social nos países ricos.

LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA, 75, professor emérito da Fundação Getulio Vargas, ex-ministro da Fazenda (governo Sarney), da Administração e Reforma do Estado (primeiro governo FHC) e da Ciência e Tecnologia (segundo governo FHC), é autor de "Macroeconomia da Estagnação: Crítica da Ortodoxia Convencional no Brasil pós-1994".

Internet: www.bresserpereira.org.br

bresserpereira@gmail.com


http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2707200904.htm


Política externa forte dos EUA está de volta, diz Hillary

São Paulo, segunda-feira, 27 de julho de 2009






Política externa forte dos EUA está de volta, diz Hillary

Em entrevista a rede de TV americana, secretária de Estado defende histórico do presidente Obama em temas como Irã

Chefe da diplomacia afirma que ainda espera ver uma mulher eleita presidente no país, mas que não tem mais intenção de concorrer

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

Com seis meses de governo, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, fez um grande balanço de sua atuação no governo Barack Obama. Em entrevista à rede de TV NBC, Hillary deixou uma mensagem clara: a política externa forte americana está de volta.
"Esta foi minha mensagem quando fui para a Ásia: os EUA estão de volta, e nós estamos prontos para liderar", disse.
Na última semana, Hillary voltou ao noticiário sugerindo que o país pode armar os aliados na região do golfo Pérsico contra o Irã, caso ele persista com o programa nuclear. E foi alvo de críticas do governo da Coreia do Norte, que a classificou como "vulgar" e "pouco inteligente" após ela dizer que o país se comportava como uma criança em busca de atenção.
Hillary destacou como pontos principais nos primeiros seis meses o início do processo de retirada das tropas americanas do Iraque, a política de não proliferação nuclear, a criação de uma resposta conjunta com outras nações em relação às políticas adotadas pela Coreia do Norte e pelo Irã e o fortalecimento da relação com a Índia.
Segundo a secretária de Estado, a nova estratégia inclui a concentração de esforços em diversos assuntos importantes ao mesmo tempo.
"Nós estamos trabalhando em todos os lugares que podemos para deixar claro que os EUA não podem resolver todos os problemas do mundo sozinhos, mas o mundo não pode resolvê-los sem os EUA", disse.
Ela diz que os EUA querem negociar com a Coreia do Norte, mas que não pretendem recompensar meias medidas. "Eles se envolveram em uma série de ações de provocação nos últimos meses. O que nós, China, Rússia, Coreia do Sul e Japão e literalmente a unanimidade da comunidade internacional temos dito é que desta vez isso não vai funcionar." Para Hillary, Pyongyang representa uma ameaça para aliados como Japão e Coreia do Sul.
Ela comentou ainda sobre o "recomeço" das relações com a Rússia e a mudança de estratégia no Afeganistão.
Em relação ao Irã, disse que os EUA estão fazendo tudo que podem para evitar que o país desenvolva uma arma nuclear, mas não quis comentar se a proposta de armamento na região do golfo Pérsico, chamada de "guarda-chuva de defesa", seria necessariamente nuclear.
Questionada se não seria um contra-senso negociar com o governo do Irã, já que ele enfrenta críticas quanto a sua legitimidade, Hillary afirmou que na diplomacia não se escolhe com quem se negocia. Disse ainda que no passado os EUA já negociaram com governantes que não representavam a vontade do povo.

Mulher na Presidência
Hillary afirmou que ainda espera ver uma mulher eleita presidente nos EUA, mas disse que não tem mais intenção de concorrer. "Não tenho absolutamente nenhuma crença de que isso possa acontecer."
Ela se recusou a comentar as eventuais chances da republicana Sarah Palin, que deixou o cargo de governadora do Alasca, e disse que espera ver uma democrata eleita.
A secretária negou os rumores de ter sido ofuscada por Obama nos últimos meses. Disse ter uma troca aberta e justa na relação com o presidente e que deixou a eleição para trás. "Segui em frente, não sou alguém que vive focada no passado." Ela também apoiou a política interna do presidente, elogiando seu esforço para aprovar a reforma do sistema de saúde, e disse estar confiante na aprovação pelo Congresso.


http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2707200906.htm

sábado, 25 de julho de 2009

CONVITE

Prezados Senhores (as)

Temos a honra de convidar os senhores (as) para participar da Oficina de esclarecimentos sobre o Edital de seleção para Pontos de Cultura do estado de São Paulo, ministrada pela Comissão Paulista de Pontos de Cultura.

Contaremos também com a presença do Secretário de Cidadania Cultural do Ministério de Cultura, Sr.Célio Roberto Turino de Miranda.

Este encontro acontecerá em Itapecerica da Serra, NO ESPAÇO TERRA NATURAL,AVENIDA XV DE NOVEMBRO,886 centro, no dia 26 de julho de 2009, das 13:00 h às 18:00h.

Solicitamos que confirmem presença no seguinte email: associacaomaisgente@....

TELEFONE 11 -4775 1919

Diretoria da

Associação Mais Gente


Apoio:

H2-M.O.R - Movimento hip hop de rua

Espaço Terra Natural

Secretaria da Cultura de Itapecerica da Serra

C O N V I T E

C O N V I T E

A Bamidelê - Organização de Mulheres Negras na Paraíba, ONG composta por feministas negras, fundada em 2001, cuja missão e projeto político é contribuir para a superação do racismo e do sexismo, tem o prazer de convidar você e sua entidade/organização/grupo para participar do evento alusivo ao 25 de Julho - Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe.

Essa data remete ao dia 25 de Julho de 1992, durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino - Americana e Caribenha, em Santo Domingo, na República Dominicana, onde foi definido que essa data seria o marco internacional da luta e da resistência das Mulheres Negras contra todas as formas de opressões. Desde então muitas organizações de mulheres têm trabalhado para consolidar e dar visibilidade a essa data, tendo em conta a condição de opressão de gênero, raça e etnia vivida pelas mulheres negras.

Na Paraíba, estamos promovendo a XI comemoração com o lançamento de uma Campanha publicitária de Promoção da Identidade Negra na Paraíba, que tem como objetivos contribuir para a afirmação da identidade negra, ampliar o debate sobre as relações raciais e fortalecer a luta antirracista no estado.

Contamos com sua presença!!!

Equipe Bamidelê