domingo, 5 de julho de 2009

A Petrobras repudia a tendenciosa e equivocada matéria “A República sindicalista instalada na Petrobras” (5/7).


O jornal busca estabelecer a preconceituosa tese de que, por serem ex-sindicalistas, atuais executivos e gerentes da Petrobras atuariam buscando favorecer aliados ou projetos políticos. O texto, porém, não apresenta provas ou qualquer fato que justifique o uso do termo “esquema”. Há, unicamente, ilações.
O jornal omite – porque contradizem sua tese – dados que foram entregues ao repórter sobre resultados da gestão da Comunicação Institucional e da Petros.
Dados como o fato de que na gestão de Wilson Santarosa, iniciada em 2003, houve o estabelecimento de processos de seleção pública para patrocínios a projetos sociais, ambientais e culturais, com participação de comissões externas integradas por nomes de reconhecida atuação nas respectivas áreas (o que contraria a tese de “favorecimentos”); o reforço no valor da marca da Petrobras, que passou de US$ 554 milhões, em 2004, para US$ 1,183 bilhão, em 2008, e os mais de 130 prêmios e reconhecimentos recebidos pela Companhia, desde 2003, nas áreas de Responsabilidade Social e Ambiental; Reputação, Imagem e Marca; Governança, Ética e Transparência; Comunicação e Marketing.
Na Petros, conforme informado ao repórter, houve excelentes resultados, como a redução da despesa administrativa, dos 11,5% do patrimônio em 2003 para 6,4% atualmente.
A Petrobras esclarece que Wilson Santarosa foi à França convidado por ser o responsável pelas atividades de comunicação e de marketing, para negociar e trazer para a América Latina o único torneio challenger de tênis que conta pontos para a Associação de Tenistas Profissionais (ATP) e que hoje é a porta de entrada para novos atletas. O fato já foi noticiado em coluna esportiva do O Globo no dia 30/6. Sobre a informação de que sua filha foi trabalhar numa Fundação ligada à prefeitura de Campinas em 2005, salientamos que a instituição não tinha mais o patrocínio da Petrobras desde o ano anterior.
A Petrobras informa que Rosemberg Pinto não foi transferido da gerência na Bahia “por ser alvo de denúncia por uso político de verbas sociais”, o que é uma inverdade, mas para assumir nova função na Companhia.
O Globo considera que ser ex-sindicalista é impeditivo para um profissional ascender a postos de comando em empresas e demonstrar eficiência com gestões técnicas. Esta visão extremamente preconceituosa fica evidente no trecho: “No poder, o grupo trocou o megafone pelos ternos e os jornais do sindicato pelas grandes campanhas publicitárias”. Tenta-se desqualificar os profissionais por seu passado sindical sem qualquer dado objetivo que embase tal tese. Um dos pilares do jornalismo – a objetividade – é deixado de lado. A opinião – que deveria estar restrita aos artigos e editoriais – permeia todo o texto.
A Petrobras possui 4.910 gerentes, mas a matéria pinça somente 22 pessoas (menos de 0,5%) que possuem histórico sindical. Cinco gerentes estão na Comunicação Institucional. Todos eles são funcionários de carreira e concursados com mais de 20 anos na empresa, ressalte-se. Para chegar aos 22, o jornal comete o erro de somar profissionais que nem gerentes são. O Globo resgata inclusive o termo “república sindical”, usado por setores contrários à democracia em 1964, na tentativa de reforçar sua tese.
A Petrobras lamenta que O Globo tenha revelado tamanho preconceito. O cronista Lourenço Diaféria escreveu em 1980 “Bilhete pra um Operário”, que já falava nos pecados de um operário em imaginar que, com seu esforço, poderia chegar ao posto máximo da República do Brasil. Passados 29 anos, a crônica está mais atual do que nunca.
Lucio Mena Pimentel Gerente de Imprensa da Petrobras

Pacientes da gripe suína dizem ter sofrido discriminação


São Paulo, domingo, 05 de julho de 2009
Vítimas relatam que entre seus amigos e até no hospital onde fizeram os exames pessoas evitavam manter contato mesmo após período de isolamento
MÁRCIO PINHODA
REPORTAGEM LOCAL
A disseminação da gripe suína e a paranoia que se criou em torno da doença têm colaborado para que infectados e quem teve contato com algum doente sintam-se discriminados.A estudante de jornalismo Eloá Orazem, 22, conta que recebeu esse tratamento no dia de seu aniversário, 23 de junho, quando já tinha certeza de que tinha a gripe -ela ficou com os mesmos sintomas de uma amiga que havia recentemente chegado da Argentina doente."Ninguém quis me dar um abraço. O que mais incomodou foram as piadinhas do tipo "deixa eu ficar longe" ou colegas cobrindo o rosto ainda achando que estão sendo engraçados."Ela conta que começou a sentir a reação já no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, onde foi fazer o exame da gripe. No local, pacientes a olhavam com apreensão e evitam ficar próximos dela ao verem que levava uma máscara no rosto.Eloá pôde finalmente comemorar seu aniversário após sair do isolamento de sete dias em sua casa. Mesmo após esse período, que é quando a doença pode ser transmitida, uma amiga ainda evitou abraçá-la.Já de volta ao trabalho em um escritório de comunicação, outra colega, que se senta ao seu lado, permanece apreensiva. Porém, para Eloá, passado o pior, esse tipo de reação já é motivo de descontração.FamíliaOutra universitária que contraiu a gripe e pediu para não ter o nome revelado afirmou que conhecidos passaram a telefonar durante seu isolamento para confirmar se ela estava mesmo com a gripe suína. "Alguns diziam que também já estavam com sintomas. O pessoal é bastante hipocondríaco."A estudante também diz ter percebido que pessoas no Emílio Ribas procuravam distância.Sua família também vivenciou reações semelhantes. O irmão foi dispensado do colégio porque comentou a situação com um colega -a novidade logo chegou à diretora; o tio, após receber a notícia da doença da doença da sobrinha, também foi dispensado; a mãe, que é comerciante, teve que trabalhar sozinha, pois as vendedoras da loja recusaram-se a comparecer; e, por fim, no local de trabalho da universitária, as atividades foram suspensas.

"Estilo muito tradicional derrotou Kirchner"

São Paulo, domingo, 05 de julho de 2009
Marqueteiro de adversário diz que ex-presidente argentino ficou preso a forma antiga de fazer política
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
O publicitário Jaime Durán Barba é o cérebro por trás da derrota do casal Cristina e Néstor Kirchner nas eleições legislativas de domingo passado na Argentina.Para o marqueteiro do empresário Francisco De Narváez, cuja chapa derrotou a comandada pelo ex-presidente Kirchner na disputa pela Câmara dos Deputados, o governo apostou em um estilo messiânico de política, que não mobiliza mais a população.Como o voto é dado aos partidos, Kirchner e De Narváez foram eleitos. Mas a derrota do governo nas cinco maiores Províncias -foram 3 milhões de votos a menos no país em relação à eleição de Cristina em 2007- evidenciou o fracasso do kirchnerismo no pleito.O revés eleitoral do casal Kirchner nas eleições legislativas foi associado a vários fatores: conflito com o setor rural, fim do ciclo virtuoso da economia, estilo confrontativo da presidente e do marido.O equatoriano Durán Barba acrescenta mais um a essa relação: a campanha de Kirchner, atada a discussões ideológicas e à liturgia peronista, não chegou aos jovens -público-alvo de De Narváez na eleição.Peronismo, partido do governo na Argentina, é o modo de fazer política criado pelo general Juan Perón (1895-1974).Responsável por "desperonizar" a campanha de De Narváez, um dissidente da ala governista da sigla, Durán Barba diz que, para os jovens, Perón é apenas uma "imagem antiga", e ganhou quem soube explorar essas mudanças.Consultor de campanha vitoriosa do presidente do México, Felipe Calderón, Durán Barba disse que, como Barack Obama nos EUA, De Narváez encarnou o sentimento da mudança na Argentina.

FOLHA - Por que o governo perdeu a eleição? JAIME DURÁN BARBA - Foi uma disputa entre duas formas diferentes de fazer política. A de Kirchner, muito tradicional, com a máquina partidária, os discursos. E a outra, uma forma nova, de aproximar o candidato das pessoas, de seus problemas.
FOLHA - Qual foi a influência sobre os eleitores da discussão sobre o papel do Estado na economia, levantada pelo governo? BARBA - Nenhuma. Não é um tema que move o eleitor comum. Foi algo debatido só no chamado "círculo vermelho", de votantes que discutem assuntos legais, constitucionais.
FOLHA - Então o discurso que associou De Narváez às privatizações dos anos 90 não pegou? BARBA - Os problemas dos anos 1970 ou 90 interessam aos cidadãos de mais de 50 anos. Os eleitores de 20 anos não se lembram dos anos 1990. O tempo passa rápido na política, as pessoas se esquecem de tudo.
FOLHA - Por que "desperonizar" a campanha? BARBA - Porque para os jovens Perón é como San Martín [general considerado o "pai da pátria"]. É uma imagem antiga, sem vigência. Seria o mesmo que, no Brasil, fazer campanha com foto de Getúlio Vargas.
FOLHA - De Narváez usou o slogan da mudança, que passou às mãos da oposição. BARBA - Ocorreu algo semelhante nos EUA. Obama era a mudança pela forma como agia, caminhava. De Narváez representava uma pessoa diferente, jovem, alegre. O ex-presidente Kirchner se mostrava como um político clássico, tradicional.
FOLHA - O estilo do governo está ultrapassado? BARBA - Antes, os líderes encabeçavam grupos socialistas, fascistas, capitalistas, que estavam dispostos a guerrear por essas coisas. Hoje as pessoas não querem morrer por ideologias, querem viver de modo confortável.
FOLHA - Como se deu essa virada na opinião pública? BARBA - Kirchner assumiu a Argentina em uma situação econômica muito ruim. O país melhorou, e por isso ele foi muito popular. Melhores economicamente, as pessoas dizem: "Já estou comendo, agora quero respeito e uma sociedade com democracia mais assentada". Então Kirchner perdeu seu contato com o povo, sobretudo após o conflito com o campo.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0507200912.htm

Eleição deve reviver histórica sigla mexicana


São Paulo, domingo, 05 de julho de 2009
Partido Revolucionário Institucional, que governou México por 71 anos, azeita máquina eleitoral de olho na sucessão de 2012Pleito nacional, o primeiro após contestada vitória de Felipe Calderón em 2006, torna clara crise do PRD, principal força esquerdista

FLÁVIA MARREIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto a campanha pelo voto nulo é a que faz mais barulho num México mergulhado na crise econômica, o tradicionalíssimo PRI (Partido da Revolução Institucional) prepara-se para agarrar a maioria da Câmara dos Deputados nas eleições de hoje, superando o PAN (Partido da Ação Nacional) do presidente Felipe Calderón.O PRI, que governou o México por 71 anos, deve dobrar de bancada, de 105 para mais de 200 das 500 cadeiras da câmara baixa, apontam as principais projeções. Mesmo que não consiga a maioria absoluta, o salto será suficiente para ameaçar a relativa paz legislativa do conservador Calderón, cujo mandato se encerra em 2012 -no México não há reeleição.O PRI estará, a partir de agora, menos disposto a colaborar, apostam os analistas. Desde que perdeu a Presidência para o PAN de Vicente Fox em 2000, o partido fez pacto tático com os oponentes no Legislativo. Com seu estatismo nacionalista já convertido a uma agenda liberal, trocou apoio pela manutenção de seus feudos, como o controle sobre sindicatos.Em 2006, os priistas ficaram apenas em terceiro lugar nas presidenciais. Agora, porém, exibem candidato claro à Presidência, o governador do Estado do México, Enrique Peña Nieto (leia texto nesta página)."As segundas metades de mandato são sempre contaminadas no México. E essa campanha foi especialmente dura entre o PAN e o PRI. O presidente Calderón envolveu-se diretamente na campanha", afirma Salvador García Soto, colunista político do jornal mexicano "El Universal".Calderón, com 60% de aprovação popular, foi o principal cabo eleitoral do seu partido e contribuiu para encurtar a vantagem do PRI, que chegou a ser de 15 pontos percentuais. O PAN deve obter entre 25% e 29% dos votos, contra entre 31% e 34% do PRI.Para García Soto, o governo Calderón soube fazer das eleições legislativas um plebiscito sobre sua "guerra contra o narcotráfico", deixando a crise econômica mais grave desde 1994 em segundo plano.Calderón tem apoio popular para usar o Exército contra os cartéis, apesar das denúncias de violações de direitos humanos e do número recorde de homicídios ligados às drogas no ano passado. São os soldados, aliás, que patrulharão as ruas durante a votação hoje."Não deixe o México cair nas mãos do crime", diz a propaganda do PAN protagonizada por Místico, estrela da luta livre, uma paixão mexicana.Mas o fortalecimento do PRI e a recuperação do governo Calderón ficam mais evidentes ainda se comparados à crise cada vez mais profunda pela qual passa o esquerdista PRD (Partido da Revolução Democrática), que só deve obter entre 11% e 15% dos votos depois de quase levar a Presidência na contestada eleição de 2006.A divisão entre as alas do partido -algo como as tendências do brasileiro PT- tornaram-se dramáticas desde que Andrés Manuel López Obrador, o Amlo, perdeu para Calderón por apenas 0,54% dos votos.Desde então, o carismático Amlo, da esquerda do partido, segue em caravana pelo país reivindicando sua vitória -nunca houve recontagem- e denunciando acordos no Legislativo entre a ala moderada do PRD e o governo Calderón.Nestas eleições, ele radicalizou ainda mais e apoia o pequeno PT (Partido Trabalhista) na eleição para representante de Iztapalapa, a mais populosa das divisões que formam o Distrito Federal e bastião do PRD.Apatia e voto nuloOs analistas dizem que essa larga ressaca de 2006, além dos altos níveis de corrupção que não mudaram com a saída do PRI, contribuíram para outro aspecto dessas eleições: a apatia dos eleitores e o fôlego da campanha pelo voto nulo.Estão inscritos para votar 77 milhões de mexicanos, mas espera-se que menos da metade apareça, aumentando a taxa de abstenção já alta nas eleições nacionais apenas legislativas.Vários sites e até mesmo intelectuais fizeram campanha pelo voto nulo para demonstrar rejeição aos políticos, enquanto uma outra ala alerta para os perigos de pregar contra a democracia. Pesquisas dizem que os nulos podem perfazer entre 5% e 10% dos votos. Geralmente, são 2,5%.

Pyongyang dispara mais sete mísseis, contrariando ONU


São Paulo, domingo, 05 de julho de 2009

COREIA DO NORTE
DA REUTERS
A Coreia do Norte disparou ontem mais sete mísseis balísticos de sua costa leste em direção ao mar, em um ato de desafio à comunidade internacional. Segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, eram mísseis "Scud", tipo de armamento que o país foi proibido de lançar por uma resolução da ONU.Para um membro do Ministério da Defesa sul-coreano, mais disparos podem acontecer em breve. Há dois dias, a Coreia do Norte havia disparado quatro mísseis de curto alcance como parte de exercícios militares.O Conselho de Segurança da ONU aprovou, em 12 de junho, sanções contra a Coreia do Norte por causa do teste nuclear realizado em 25 de maio. A punição prevê a proibição da compra de todo tipo de armamento norte-coreano, importante fonte de receita para o governo do ditador Kim Jong-il.Um funcionário sul-coreano ouvido pela Yonhap afirmou que os disparos podem ter a intenção de mandar uma mensagem a Washington, que há anos pressiona Pyongyang a encerrar suas atividades atômicas que ameaçam seus aliados, como a Coreia do Sul e o Japão."Os mísseis de hoje parecem ter um objetivo político, pois foram disparados um dia antes do dia da Independência dos EUA [4 de Julho]", disse o funcionário.ProvocaçãoA Chancelaria do Japão declarou que o país "protesta fortemente e lamenta os mísseis disparados pela Coreia do Norte, pois são uma provocação contra a segurança dos países vizinhos".Rússia e China pediram calma e disseram que todos os lados deveriam evitar qualquer ato que possa desestabilizar a região. Os EUA disseram monitorar a situação e instaram Pyongyang a não exacerbar as tensões.
Com agências internacionais