sexta-feira, 5 de junho de 2009

Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica tem foco na pele negra

03/06/2009 15:05

Convidados internacionais prestigiam o XXI Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica, que pela primeira vez tem um destaque para a pele do afro-descendente UBERLÂNDIA (ABN NEWS) - Além dos 1500 dermatologistas brasileiros, especialistas dos Estados Unidos, Alemanha e Bélgica marcarão presença no XXI Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica (CBCD), que neste ano destaca a cirurgia dermatológica e tratamentos cosméticos em afrodescendentes. Os convidados internacionais participarão de painéis de discussão, simpósios, encontros e fóruns de debate, nos quais apresentarão casos clínicos, responderão a perguntas e interagirão com os participantes. Será uma excelente oportunidade para troca de idéias e atualização profissional. O cirurgião e dermatologista cosmético Eliot Batlle, de Washington, EUA, é um dos principais especialistas em cirurgia a laser do mundo e autoridade em terapias do gênero para peles negras. No CBCD, ele mostrará ao público sua abordagem integrada na terapia cosmética - que combina o uso de produtos tópicos associados a modernas terapêuticas dermatológicas como laser para estrias e flacidez cutânea localizada. Expert em pele afrodescendente, Dra. Valerie Callender é diretora médica do Callender Skin and Laser Center, nos EUA. Autora de seis capítulos em livros especializados e de inúmeros artigos acadêmicos, ela trará ao CBCD todo o seu conhecimento em anatomia e fisiologia da pele negra. Além de novidades no crescente mercado de dermocosméticos capilares, sua palestra terá como tema as inovações no tratamento da pseudo-foliculite de couro cabeludo, uma patologia muito comum e de difícil tratamento, que acomete mais freqüentemente os afrodescendentes e pode causar quelóides na região da nuca.Outro destaque do exterior é o Dr. Arash Kimyai-Asadi, do DermSurgery Associates - centro norte-americano especializado em cirurgia dermatológica e laser de última geração. Especialista em cirurgia de câncer de pele e reconstrução facial após a remoção de tumores cutâneos, ele trará valiosas recomendações para o preparo pré-cirúrgico, e integrará um fórum sobre quando a cirurgia micrográfica de Mohs e as técnicas de reconstrução devem ser indicadas aos tumores da região nasal. A cirurgia micrográfica de Mohs é uma técnica que remove e examina os tumores cutâneos milimetricamente durante o ato cirúrgico, aumentando o índice de cura e diminuindo as cicatrizes.Já o Dr. Eckhart Haneke, da Alemanha, concentrará suas apresentações nas condutas relacionadas ao melanoma cutâneo e ao melanoma de localização ungueal, e nas novas técnicas de reconstituição da asa nasal. Dr. Bertrand Richert, da Bélgica, apresentará as inovações em cirurgia de unhas e tratamento cirúrgico dos tumores de localização sub-ungueal.
O XXI Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica ocorre de 10 a 14 de junho de 2009, em Uberlândia, MG. As inscrições estão abertas até o dia 15 de maio. Informações: www.scbd.org.br/uberlandia2009.

O cardápio foi igualdade e direitos...

André Costa

05 Jun 2009 - 01h22min
Participei de um almoço-reunião com o governador Cid Gomes, o ministro da Igualdade Racial, Edson Santos e o deputado estadual Dedé Teixeira, autor da Proposta de Emenda à Constituição do Ceará – PEC 004/2008, em tramitação na Assembleia Legislativa do Ceará, que estabelece cotas sociais e raciais nas universidades públicas do Ceará. Há dois anos, a OAB-CE também apresentou ao Parlamento Estadual PECs fixando reserva de vagas para alunos da escola pública, negros e indígenas na Uece, na UVA e na Urca e para as pessoas negras no serviço público estadual. Diversos assuntos sobre os direitos da população negra e da promoção da igualdade racial no Ceará foram tratados: 1) a implantação da Unilab - Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira em Redenção; 2) a fixação de cotas sociais e cotas raciais nas universidades públicas federais e estaduais; 3) a situação das Comunidades Quilombolas no Ceará; 4) a aplicação da Lei Federal 10.639/2003, “que estabelece a obrigatoriedade do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira na Rede Pública e Privada”; 5) a participação de pessoas negras na publicidade oficial do Estado; 6) a efetivação da Lei Estadual que prevê a realização da Semana da Consciência Negra no Ceará naquela que recair o dia 20 de Novembro; 7) a criação da Assessoria Especial e do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial semelhantes ao Governo Federal; 8) a criação do Núcleo das Vítimas de Racismo na Defensoria Pública do Ceará. Essa conversa marca o início do diálogo entre os poderes públicos e a sociedade civil sobre racismo, igualdade e direitos na atual gestão do Executivo estadual, cujo resultado dependerá da articulação, da pressão e da audácia do Movimento Negro cearense e das pessoas que lutam contra as desigualdades raciais.

André Costa - Advogado e presidente da Comissão de Combate à Discriminação Racial e de Defesa das Minorias da OAB-CE andrecosta.adv@gmail.com

http://www.opovo.com.br/opovo/opiniao/882951.html

Para 'Economist', má qualidade da educação 'freia' desenvolvimento do Brasil



Para revista, Brasil deveria investir mais em educação básica
Um artigo na edição mais recente da revista britânica The Economist traça um panorama da situação da educação no Brasil e afirma que a má qualidade das escolas, "talvez mais do que qualquer outra coisa", é o que "freia" o desenvolvimento do país.
Citando os maus resultados do Brasil no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), realizado a cada três anos pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a revista afirma que, apesar dos grandes investimentos e progressos em setores como política e economia, em termos de educação, o país está "bem abaixo de muitos outros países em desenvolvimento".
A publicação compara a situação brasileira à da Coreia do Sul, que apresenta bons resultados no Pisa.
"Até a década de 1970, a Coreia do Sul era praticamente tão próspera quanto o Brasil, mas, ajudada por seu sistema escolar superior, ela saltou à frente e agora tem uma renda per capita cerca de quatro vezes maior".
Sindicatos
Para a revista, entre os principais motivos para a má qualidade da educação no país está o fato de muitos professores faltarem por diversas vezes às aulas e os altos índices de repetência, que estimulam a evasão escolar.
Na opinião da Economist, o governo precisa investir mais na educação básica. "Assim como a Índia, o Brasil gasta muito com suas universidades ao invés de (gastar) com a alfabetização de crianças".
A publicação afirma ainda que o Brasil precisa de professores mais qualificados. "Muitos têm três ou quatro empregos diferentes e reclamam que as condições (de trabalho) são intimidadoras e os pagamentos baixos".
Afirmando que, apesar da situação, os governos de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva conseguiram avanços - embora vagarosos - no setor, a revista afirma que os sindicatos de professores "representam um grande obstáculo para melhorias".
"Quase qualquer coisa que atrapalhe sua paz causa greves", afirma a publicação britânica, dizendo que o sindicato dos professores do Estado de São Paulo, por exemplo, se opôs "a uma proposta que obrigava os novos professores a fazerem testes para assegurar que são qualificados".
A Economist defende que a receita para melhorar a educação no país seria "continuar reformando o sistema escolar, enfrentar os sindicatos dos professores e gastar mais em educação básica".
"A conquista do mundo - mesmo a amigável e sem confrontos que o Brasil busca - não virá para um país onde 45% dos chefes de famílias pobres têm menos de um ano de escolaridade", diz a publicação.

Mundo islâmico cobra ação além das palavras


São Paulo, sexta-feira, 05 de junho de 2009
Hamas e Irã destacaram "mudança de tom" em relação a governo anterior; Hizbollah diz que região "não quer lições" Governo de Israel afirma que segurança continua à frente de esforços pela paz; para colonos, "Hussein priorizou mentiras árabes"
DA REDAÇÃO
As reações ao discurso de Barack Obama, ontem, evidenciaram as divisões e diferentes expectativas no Oriente Médio. No mundo islâmico, alguns enxergaram como vazia a retórica do presidente dos EUA; outros pediram que as palavras de Obama se convertam em ações. Em Israel, as respostas variaram do apoio -ainda que limitado- às críticas.O governo israelense expressou em comunicado "sua esperança de que esse importante discurso no Cairo leve a um novo período de reconciliação entre o mundo árabe e muçulmano e Israel". Sem citar explicitamente o novo pedido de Obama pelo congelamento nos assentamentos judeus na Cisjordânia, ponto chave para a eventual criação de um Estado palestino, disse que "Israel (...) fará todos os esforços para expandir o círculo da paz enquanto protege seus interesses, especialmente sua segurança nacional".E, enquanto o presidente israelense, Shimon Peres, elogiou a "sabedoria e coragem" da oratória do norte-americano, colonos judeus na Cisjordânia declararam que "Hussein Obama deu prioridade às mentiras árabes" e que é "ingênuo e fora da realidade".O deputado de ultradireita Michael Ben-Ari foi além: "O ódio [de Obama] pelo povo de Israel o levou a fazer um perigoso discurso que expôs sua tendência pró-islâmica".Palavras versus açõesNa outra extremidade de interesses na região, o grupo palestino radical Hamas, que controla a faixa de Gaza, destacou a "mudança de tom de Obama" em relação a seu antecessor, George W. Bush, mas pediu "a tradução de seus [de Obama] desejos e visões em ações".O Irã seguiu a mesma linha. O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, disse que a mensagem obamista "não é o suficiente" e que os EUA devem dar "passos práticos".Mais crítico, o Hizbollah -misto de milícia e partido político que tem 14 assentos no Parlamento libanês- disse que a fala de Obama não revela "mudança real na política e na postura dos EUA na região". "O mundo árabe não precisa de lições, mas de atos reais, a começar pela causa palestina", disse Hassan Fadlallah, deputado do grupo xiita. No Iraque, o clérigo radical xiita Moqtada al Sadr -cujas milícias lutaram contra as tropas americanas- expressou ceticismo quanto à mudança na política americana "de controle e globalização".Reações moderadasEntre as reações mais moderadas, Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (que se reuniu com Obama há poucos dias e que tem o apoio da Casa Branca), disse por meio de seu porta-voz que as referências aos palestinos no discurso são um "importante passo para um recomeço". A Liga Árabe, conjunto de 22 nações, também qualificou o discurso de "uma nova visão da proximidade entre muçulmanos e o Ocidente".A Irmandade Muçulmana, grupo de oposição banido mas tolerado no Egito, fez uma análise do discurso: "[Obama] tinha dois objetivos principais: melhorar a imagem dos EUA e isolar a Al Qaeda. Foi bem-sucedido em 70% ou 80%. Mas se ele não for adiante com ações, será desastroso. As pessoas estão enxergando suas palavras como promessas".No Ocidente, o Parlamento Europeu e a ONU elogiaram a fala de Obama. Mas alguns grupos de direitos humanos cobraram mais ênfase do presidente.Com agências internacionais e o "New York Times

Obama propõe a islã fim de "desconfiança"


São Paulo, sexta-feira, 05 de junho de 2009
Em discurso no Cairo, presidente ressalta contribuições de muçulmanos à humanidade e reconhece erros dos EUA Democrata cita Corão várias vezes, destaca fato de ter antepassados islâmicos e não usa palavra "terrorismo" ao oferecer "novo começo"
DA REDAÇÃO
Num discurso histórico em que citou várias vezes o Corão, o presidente Barack Obama apresentou ontem propostas para selar um "novo começo" nas relações entre os EUA e o mundo muçulmano. Obama defendeu pôr fim à "desconfiança mútua" como forma de pacificar o Oriente Médio. Discursando na Universidade do Cairo, Egito, Obama saudou a plateia com o tradicional salam alekum (em árabe, a paz de Alá esteja convosco) e rompeu vários tabus na tentativa de conquistar o 1,5 bilhão de muçulmanos mundo afora, alvo da fala endereçada ao vivo por rádios e TVs por satélite. "Este ciclo de desconfiança e discórdia precisa acabar", disse Obama ante cerca de 3.000 pessoas no auditório da universidade. A fala, que durou 55 minutos, foi interrompida várias vezes por aplausos e até por um grito de "nós te amamos". "Vim até aqui em busca de um recomeço entre os EUA e os muçulmanos, que seja baseado em interesse e respeito mútuos e na [ideia] de que os EUA e o islã não são excludentes", afirmou o presidente, que prometeu combater "os estereótipos negativos do islã". Obama levantou bandeiras caras a todos os muçulmanos. Ele defendeu o direito de existência da "Palestina", criticou o expansionismo israelense e o passado colonialista do Ocidente, reconheceu o direito de todas as nações, "incluindo o Irã", de ter um programa nuclear civil e citou várias passagens do "Corão sagrado" que exaltam a paz e a tolerância. Num claro esforço para romper com a retórica incendiária e confrontativa de seu antecessor George W. Bush, Obama destacou os vínculos históricos entre os americanos e o islã. O democrata lembrou que o Marrocos foi o primeiro país a reconhecer os EUA e afirmou que a maioria dos 7 milhões de muçulmanos americanos têm educação e renda maior que a média da população. O discurso do Cairo foi considerado um marco pelo fato de Obama ter destacado pela primeira vez seu sobrenome "Hussein" (em árabe, o bom) e detalhado claramente os laços de sua família com o islã. "Sou cristão, mas meu pai vem de uma família queniana que inclui gerações de muçulmanos", disse Obama, que enumerou algumas das contribuições islâmicas à modernidade, como a invenção da álgebra e da bússola magnética. Em outro divisor de águas, o democrata tornou-se o primeiro presidente americano a admitir em exercício a participação da CIA no golpe que derrubou o governo iraniano do nacionalista Mohammed Mossadegh, em 1953, em represália à sua decisão de nacionalizar a indústria petroleira do país. Foi a primeira vez que a Casa Branca ajudou a derrubar um governo no Oriente Médio. O caso alimenta até hoje a desconfiança de Teerã em relação a Washington. Raízes profundasO aceno de Obama tinha o objetivo de amenizar o ressentimento de muitos muçulmanos em relação aos EUA. As raízes do antiamericanismo muçulmano remontam ao início do século 20, quando os EUA apoiavam as potências que colonizavam países na África, Ásia e Oriente Médio. O endosso dos EUA à criação, em 1948, de Israel -que expulsou milhões de palestinos de suas casas- acirrou a animosidade. Desde então, a Casa Branca tornou-se o maior fornecedor de armas e dinheiro ao Estado judaico. A contrariedade com a aliança israelo-americana ajudou a fomentar o extremismo nacionalista e religioso no Oriente Médio árabe. O antagonismo se refletiu no estereótipo do terrorista islâmico, presente em muitos filmes americanos. O espectro do choque das civilizações, nome de um livro do americano Samuel Huttington que se tornou referência entre pensadores conservadores, ganhou força com os ataques do 11 de Setembro. Aos atentados da Al Qaeda sucederam a prisão de Guantánamo, a invasão do Iraque e as torturas em Abu Ghraib. Na busca por denominadores comuns, Obama citou sete focos de tensão com o mundo muçulmano (veja quadro acima), entre eles o extremismo de uma "pequena mas potente minoria" -ele não usou a palavra "terrorismo" nenhuma vez. Ele cobrou dos palestinos que renunciem definitivamente à violência, "que não leva a nada", e sugeriu uma parceria com "todos aqueles que rejeitam a morte de homens, mulheres e crianças inocentes". Com agências internacionais