Rayanne Portugal
A Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP) anunciou, na última quinta-feira (29), o lançamento de nova campanha contra o racismo e o preconceito racial. Com o tema Quando você só olha a cor da pele, não consegue enxergar o talento, o trabalho tem por objetivo promover a tolerância no mercado de trabalho. A previsão para lançamento oficial é 27 de outubro, quando a OAB-SP dará início as ações de conscientização e treinamento.
A campanha foi idealizada pela Comissão da Igualdade Racial da OAB-SP. O presidente da comissão, Eduardo Pereira da Silva, afirma que a postura da OAB contra o preconceito é de extrema importância para a defesa da pessoa negra que busca qualificação e posicionamento profissional. “Muitos profissionais, embora tenham qualificação, são prejudicados apenas pela cor da pele, pela etnia”, exemplifica. “Em pleno século XXI, a questão racial ainda é capaz de influenciar na hora da escolha de um candidato a um emprego, e isso tem de mudar”, afirma o advogado.
O foco da campanha expõe o ambiente em que se dá o preconceito. No cartaz, lançado pela Comissão da Igualdade Racial, é possível ver dois círculos: onde um candidato negro, com vasta experiência e formação, é excluído de uma seleção para a disputa por um emprego; em outro caso, um candidato branco, com qualificação menor, que será contratado.
“Nossa luta é pela inclusão social. O mercado de trabalho é uma das principais vias e o preconceito é inaceitável nesse âmbito”, comentou Eduardo Pereira. “O objetivo é que as instituições reflitam sobre posturas indecorosas que continuam acontecendo nas empresas e se responsabilizem pela boa conduta no ambiente de trabalho.”
O presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D’Urso, reafirma a importância das ações propostas pela comissão. “Embora a maioria dos brasileiros demonstre capacidade de conviver harmonicamente com todas as etnias, credos e orientações sexuais, o racismo ainda é um fato na nossa sociedade”, diz. “É necessário combater o preconceito, não apenas na letra fria da lei, mas no nosso dia a dia, pois ele impede o florescimento de uma convivência verdadeiramente plural”, defende.
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