sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Projeto de templo muçulmano em NY teve de ser alterado Obra, bem próxima às Torres Gêmeas, foi considerada por muitos cidadãos americanos como provocação, devido à orientação religiosa dos terroristas


POR JOÃO RICARDO GONÇALVES
Rio - Só dois quarteirões separam o principal alvo do 11 de Setembro, o World Trade Center, em Nova York, de um prédio de cinco andares que abrigava uma loja até ser atingido por pedaços dos aviões. O local virou epicentro de uma polêmica que exigiu a intervenção até do presidente americano, Barack Obama: a construção de um centro comunitário da mesma orientação religiosa que os terroristas deturparam, o islamismo. O projeto ainda está vivo, mas foi forçado a mudar de perfil, já que a obra foi considerada por muitos americanos como provocação.

Previsto pelo menos desde 2009, o centro, chamado Park 51, ganhou a atenção do mundo semanas antes do aniversário de 9 anos do 11 de Setembro, depois que autoridades de Nova York deram autorização para a reforma. O local já vinha sendo usado para cultos muçulmanos, até começar a ser contestado. O nome que chegou a ser cogitado para o espaço, Córdoba House, também não ajudou, já que lembra a grande mesquita erguida pelos muçulmanos que ocuparam a Espanha. 

Um pastor evangélico radical americano, Terry Jones, aproveitou a chamada ‘Mesquita do Marco Zero’ para convocar uma queima de alcorões (exemplares do Livro Sagrados muçulmano).
INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
Autoridades como Obama tentaram fazer o fanático perceber que a ideia só fomentaria a intolerância inter-religiosa e colocaria soldados americanos no Afeganistão em risco de represálias. Inicialmente ele acatou o pedido, mas em março acabou cumprindo a ameaça e queimou um Alcorão.

Por causa de toda controvérsia, os empresários responsáveis têm passado mais tempo tentando mudar a imagem do projeto e angariando fundos do que dando sequência as obras. Hoje, eles admitem até que o centro será menor que a construção de 16 andares e US $ 100 milhões prevista inicialmente. O antigo imã da mesquita, Feisal Abdul Rauf, tido como radical por alguns americanos, também não faz mais parte do projeto. “Não temos nada a ver com o 11 de Setembro, que desfigurou nossa religião”, disse o principal empreendedor do Park 51, Sharif El-Gamal.
Gravações revelam despreparo e surpresa 
As gravações das conversas entre torres de controle, os pilotos e as autoridades militares durante os sequestros dos aviões do 11 de Setembro foram divulgadas pela primeira vez de forma integral ontem.
O documento, publicado pela revista Rutgers Law Review, mostra momentos de despreparo, desespero e surpresa. Em uma das conversas, por exemplo, um funcionário de controle de voo diz aos militares, com atraso: “Temos um problema, temos um avião sequestrado se dirigindo para Nova York, e precisamos que vocês, pessoal, lancem alguns F-16 (caça) ou algo assim para nos ajudar”. Os áudios também revelam um dos sequestradores avisando que teria uma bomba a bordo, e um piloto que viu o voo 93, que caiu na Pensilvânia, “balançando” para evitar que os passageiros chegassem à cabine do piloto para deter os terroristas.
Autoridades investigam suspeitas de novos ataques
A três dias do 10º aniversário do 11 de Setembro, autoridades dos Estados Unidos informaram que estão investigando uma ameaça “crível” de ataque terrorista que teria Nova York ou Washington como alvos. 

Segundo a rede de TV ‘Fox News’, que cita fontes oficiais do governo americano, investigadores obtiveram informações de atividades de quem acreditam que sejam “possíveis suspeitos” ligados à rede terrorista Al Qaeda, responsável pelos sequestros de aviões em setembro de 2001.
Uma das fontes afirmou à emissora que a ameaça “é bastante específica para provocar preocupação”, e outra se limitou a dizer que ela está sendo “investigada”.

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