sábado, 24 de setembro de 2011

Caixa pede desculpa a negros ao retirar comercial com Machado de Assis branco


Publicado em 21/09/2011, 14:15
Última atualização às 19:38

São Paulo – Um dia depois de receber um pedido de providências pela Secretaria de Políticade Promoção daIgualdade Racial (Seppir), a Caixa Econômica Federal retirou a campanha publicitária que trazia o escritor Machado deAssis como personagem. A crítica de ativistas ligados ao movimento negro e da secretaria era ao fato de que apropaganda "embranquecia" um dos principais nomes da literatura brasileira, o que contribuía para a "invisibilização dos afro-brasileiros".
Em nota, o banco público pede desculpaa toda a população, especialmente "aos movimentos ligados às causas raciais". A Caixa sustenta que a diversidade racial brasileira sempre é retratada em peças publicitárias e cita ações realizadas em parceria com a Seppir e com movimentos sociais.
Criada pela agência Borghierh/Lowe, a peça em vídeo lista imortais da Academia Brasileira de Letras (ABL) que foram correntistas do banco, para associaaslogan adotado ("uma história escrita por todos os brasileiros"). Machado deAssis, que também foi cliente, era negro, mas seu papel foi interpretado por um ator branco. Na nota da Caixa, não há informações sobre mudaas no contrato de prestação de serviço com a agência de publicidade, nem de produçãode uma nova versão do comercial.
Ao pedir a retirada do ar da campanhaa Seppir lamentou a "solução publicitária de todo inadequada" e encaminhou pedidos de providências também a outros órgãos, como o Ministério Público Federal, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e o Conselho Nacionade Autorregulamentação Publicitária (Conar).
Na tarde desta quarta-feira (21), a peça ainda foi exibida pela GloboNews, emissora de TV por assinatura do grupo GloboSat. Procuradaa Caixa reafirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a campanha foi suspensa e prometeu entrar em contato com as empresas para reforçar o pedido. A empresa de comunicação alega que um erro operacional levou a peça aar.

Assista ao vídeo


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