Obama completa 50 anos com mais cabelos brancos e menos popularidade
Contestado após aprovar um pacote que evita o calote da dívida, mas que prevê uma série de cortes, presidente dos EUA vive o seu menor nível de aprovação, 40%
Barack Obama, que ingressará nesta quinta-feira no clube dos cinquentões, comemorará seu aniversário com uma grande festa em Chicago, com mais cabelos brancos e menos popularidade na pesquisas de opinião.
O pior de chegar aos 50 anos "é que não me sinto tão veloz como antes e demoro mais para me recuperar na quadra de basquete", brincou o presidente, que mantém sua imagem juvenil praticando o esporte com seus assessores, em recente encontro com a Associação para o Avanço da Pessoas Aposentadas (AARP, na sigla em inglês).
"O maravilhoso é que pude me manter bem de saúde. Além disso, vivi o suficiente para aprender com os erros cometidos, e que espero não repetir, e continuo suficientemente jovem para poder apreciar essa sabedoria", afirmou.
Foto: APAmpliar
Obama chega à Casa Branca e sorri ao ouvir os jornalistas cantando "parabéns para você"
O aniversário será um momento de reflexão para Obama, que convive atualmente com o menor nível de popularidade (40%) desde que se transformou há três anos no primeiro presidente negro dos Estados Unidos com uma campanha baseada na esperança e na mudança.
Com duas guerras abertas e a pior crise econômica dos últimos 80 anos, uma de suas primeiras ações para demonstrar que era um homem de palavra foi decretar o fechamento da prisão de Guantánamo, algo que ainda não pôde cumprir. Outra de seus grandes apostas, a reforma sanitária, que amplia a cobertura médica para 32 milhões de pessoas, acabou sendo mais modesta que sua proposta inicial e não agradou os eleitores.
A crise econômica também contribuiu para minar o apoio a Obama, e sem dúvida é uma das responsáveis pelo cabelo presidencial estar muito mais branco que há três anos. Além do índice de desemprego de 9,2%, nas últimas semanas eclodiu a dura batalha política para aumentar o teto da já elevada dívida do país, de US$ 14,3 trilhões, para evitar que os EUA suspendessem seus pagamentos.
Entre as promessas pendentes está ainda a reforma migratória integral na qual os cerca de 9,7 milhões de eleitores hispânicos puseram suas esperanças. Mas também houve conquistas. Ao comemorar seus 50 anos, Obama poderá encontrar consolo em sucessos como a operação queacabou com a vida do líder terrorista Osama bin Laden, a reforma do sistema financeiro, a assinatura de um acordo de desarmamento nuclear com a Rússia e o fim da lei discriminatória contra homossexuais nas Forças Armadas.
Nascido em 4 de agosto de 1961 de pai queniano e mãe americana em Honolulu, no Havaí, Obama se transformará no terceiro presidente a completar 50 anos na Casa Branca em mais de 130 anos. Antes dele, Theodore Roosevelt, em 1908, e Bill Clinton, que celebrou seu aniversário em 1996 com uma grande festa para arrecadar fundos para sua campanha.
O atual presidente fará algo parecido em Chicago, onde é aguardada a participação da cantora Jennifer Hudson e do pianista de jazz Herbie Hancock em uma festa pela qual alguns de seus admiradores pagarão US$ 35 mil. Não se sabe se sua esposa, Michelle, e suas filhas Sasha, de 10 anos, e Malia, de 13, prepararam alguma surpresa - por enquanto tudo permanece sob o mais estrito segredo.
No ano passado, para celebrar os 49, LeBron James, Dwyane Wade e Paul Gasol jogaram um partida informal de basquete na Casa Branca com o presidente, enquanto Michelle estava de férias na Espanha com Sasha. "Foi fenomenal. Será difícil superar isso, mas suspeito que as meninas possam ter algo planejado", revelou Obama.
No seu primeiro aniversário na presidência, passou trabalhando na Casa Branca e será recordado pela surpresa proporcionada pela veterana jornalista Helen Thomas, que entrou na sala de imprensa com um prato de cupcakes com uma vela. Na aquela ocasião Helen, que completava 89 anos, pediu como desejo para Obama que conseguisse a reforma do sistema sanitário. Com quase toda certeza, o presidente pedirá neste ano um índice de desemprego mais baixo e a recuperação da economia americana.
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