terça-feira, 19 de julho de 2011

ONGs alertam para possível "politização" da CIDH


19/07/2011 - 20h30

ONGs alertam para possível "politização" da CIDH

DA FRANCE PRESSE


Várias ONGs alertaram sobre uma possível "politização" da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) em meio a um debate sobre a eleição do novo secretário-executivo do órgão da OEA (Organização dos Estados Americanos).
As organizações denunciaram "pressões" da secretária geral da OEA e de alguns países para influenciar a escolha do substituto para Santiago Cantón, que deixa o cargo no final de 2012.
A CIDH deve "resistir à pressão exercida por alguns Estados-membros e pela Secretaria-geral, que buscam maior controle da comissão e, consequentemente, um debilitamento" do órgão, afirmou o diretor da Human Rights Watch para as Américas, José Miguel Vivanco.
As observações foram feitas durante as duas sessões que a CIDH realizou nesta terça-feira com representantes dos países da OEA e das ONGs com o objetivo de debater uma proposta para modificar as regras para a eleição do novo secretário-executivo.
Várias organizações fizeram referência a um documento apresentado pelo secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, a uma comissão que analisa o "fortalecimento" do Sistema Interamericano de Direitos Humanos. Nesse texto, Insulza disse que cabe a ele designar um novo dirigente para a CIDH em consulta com a comissão.
O secretário-geral da OEA garantiu, porém, que sua intenção era apenas destacar as disposições dos estatutos da Comissão e que respeitará a pessoa designada pela CIDH como seu novo secretário-executivo. "Acredito na autonomia" [do órgão], disse.
A reforma analisada pela CIDH prevê maior transparência nas postulações e um processo de seleção mais aberto. O cargo passará a ser de quatro anos, renovável uma só vez.
As ONGs querem manter a prática de que a CIDH eleja seu secretário-executivo, caberia ao secretário-geral a ratificação formal da escolha, mas sem incidir "politicamente" na decisão, disse a diretora-executiva do Centro para a Justiça e o Direito Internacional, Viviana Krsticevic.



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