Aos 20 anos, Erick Swolkin é o primeiro bailarino do país a conquistar posto.
Ele viaja nesta terça (12) para Moscou com a namorada, também contratada.
Aos 20 anos, o paulista Erick Swolkin viaja para Moscou nesta terça-feira (12) para realizar aquele que é o maior sonho de bailarinos ao redor do globo: dançar no Teatro Bolshoi, considerada a maior companhia de balé clássico do mundo.
"Ainda não estou acreditando", diz Erick, primeiro bailarino brasileiro da história a conquistar um contrato com o Bolshoi de Moscou. "Não foi fácil chegar lá, já enfrentei muito preconceito, dificuldades; tem que ter muito foco", afirma o bailarino. "Nunca pensei que eles, que são como deuses, fossem escolher um mero brasileiro", completa.
Para completar a felicidade de Erick, ele não embarca sozinho: sua namorada, a bailarina maranhense Bruna Gaglianone, de 20 anos, também acaba de ser contratada pelo Bolshoi e será a segunda brasileira da história a dançar na companhia. "Estou muito feliz, a gente lutou muito por isso", diz Bruna, que namora o bailarino há três anos.
Rumo à RússiaO casal recebeu o convite para integrar o corpo de baile do Bolshoi há cerca de uma semana e agora vai a Moscou para levar documentos, fazer exames médicos e assinar o contrato, válido inicialmente por um ano. A mudança para a Rússia está marcada para o início de setembro.
"A verdade é que estou com medo, porque é muito longe, a língua é totalmente diferente", diz Bruna. "O pior para mim será o frio, disseram que pode chegar a - 30ºC", conta Erick. "Mas vai ser importante ter um ao outro, ter esse suporte longe da família", acrescenta o bailarino.
O casal garante que hoje o relacionamento não atrapalha a performance nos palcos e nem o contrário. Mas nem sempre foi assim. "Tivemos que aprender a lidar com isso, porque toda vez que a gente dançava juntos terminava em briga, é intimidade demais", conta Bruna. "O problema é que ela tem temperamento muito forte, é muito brava", brinca Erick, que se descreve como "apenas um cara brincalhão".
Da bola de futebol para as sapatilhasOs dois se conheceram na Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, em Joinville (SC), que frequentaram por quase uma década. "Eu tinha 11 anos e disse os meus pais: quero ser bailarino", lembra Erick, que foi descoberto por olheiros em uma escola rural e decidiu trocar a bola de futebol pelas sapatilhas. "Eu era um menino meio doido, hiperativo, o balé me ajudou a controlar esse meu lado", conta.
Ele afirma que até hoje ouve piadas sobre sua escolha profissional, de amigos próximos e até dos irmãos mais velhos, mas diz não ligar. "Isso é normal, ainda tem muita discriminação, mas é o preço que pago para viver meu sonho."
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