sexta-feira, 10 de junho de 2011

Festa na Universidade de Brasília cria polêmica na web


10/06/2011 22h49 - Atualizado em 10/06/2011 23h12

Festa na Universidade de Brasília cria polêmica na web

Nome da festa trazia palavrão, mas foi alterado por organizadores.
Evento foi mantido, mas desfile de garotas foi cancelado após repercussão.

Do G1 DF
Uma festa realizada pelo Centro Acadêmico da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB) criou polêmica na internet na tarde desta sexta-feira (10). O evento foi nomeado "Happy Hour - Noite da Xoxota Louca". Depois da repercussão, os estudantes renomearam a festa para "Happy Hour da FAU".

Segundo os organizadores, o nome original do evento fazia referência a um vídeo que ficou famoso na rede, que mostra uma festa com nome semelhante realizada no Maranhão. Depois da polêmica, os organizadores Assim como o evento registrado no vídeo, a festa da UnB contaria com um desfile de garotas, em que seriam escolhidas a rainha e a princesa do evento.
Alguns professores da universidade, no entanto, consideraram o nome ofensivo. O professor Marcelo Hermes disse  ter recebido a informação sobre a festa de uma aluna, filha de um colega, que teria criticado a realização do evento. Em seu blog, Hermes chegou a dizer "ter vergonha de ser professor" da universidade.
O prefeito do campus, Paulo Cesar Marques, disse que, a princípio, não via problemas na realização do evento. Segundo ele, a festa foi autorizada pela direção da faculdade, que tem autonomia para isso.

"A administração superior da universidade não tem o que falar sobre isso, a menos que ocorram danos ao patrimônio ou atividades fora que quebrem as regras", disse.
Segundo o prefeito, seguranças da UnB vão acompanhar o evento e relatar se houver algum excesso. Quanto à venda de bebidas alcoólicas anunciada na festa, o que é proibido dentro da universidade, o prefeito não soube informar se constava da autorização dada pela direção. O G1 tentou contato com a direção da faculdade, mas ninguém atendeu as ligações.
Marques descartou também que o evento possa prejudicar, de alguma forma, a realização do vestibular da universidade, cujas provas começam neste sábado (11). "O evento desta noite não tem como afetar. Não tem nem previsão de realização de prova na área programada", afirmou.
Mudança do nome
A repercussão acabou levando a mudanças. Os organizadores disseram na página da festa no Facebook que alguns professores se queixaram do evento e, por isso, o nome foi alterado, e o desfile, cancelado. Também foi anunciada uma campanha de arrecadação de agasalhos. Um dos organizadores disse que a mudança foi realizada para evitar problemas e proibições de futuros eventos.
Segundo o texto divulgado, "a infeliz escolha do tema foi inocente e motivada por um vídeo de grande audiência na internet de uma festa homônima. Em momento nenhum, nós, estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, histórica combatente das opressões, influente e reconhecida na sociedade brasileira, desejávamos agir de modo a promover o machismo ou misoginia".
Muitas das mais de 2 mil pessoas que confirmavam presença no evento, marcado para começar após as 22h desta sexta, criticaram a mudança, que consideraram exagerada.

"Acabam com as festas e não arrumam os postes, a falta de estacionamento, as crateras no chão. Como se as festas fossem os maiores problemas da universidade", disse um estudante. "Não entendi, sinceramente, o apelo machista. São situações como esta, que acabam desacreditando o movimento", disse outra aluna da universidade.

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