Racismo aumenta mortalidade de negros
22/09/2010 - 14h:57
S. Paulo - O racismo é um forte determinante social nas condições de saúde e é responsável pelas altas taxas de morbidade e mortalidade da população negra no Brasil. A conclusão de psicólogos e pesquisadores será um dos temas centrais do I Encontro Nacional de Psicólogos (as) Negros (as) e Pesquisadores (as) sobre Relações Interraciais e Subjetividade no Brasil (PSINEP), que acontece entre os dias 13 e 15 de outubro no Instituto de Psicologia da Universidade de S. Paulo (USP).
Encontro é inédito no país e, segundo Marcio José da Silva, consultor em Educação e Políticas Públicas do CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades) a idéia é estimular a organização de um segmento da categoria de psicólogos que, por suas especificidades étnico-raciais, enfrenta barreiras sociais para seu pleno desenvolvimento.
Os pesquisadores também concluíram que o acesso à formação universitária e mesmo um maior poder aquisitivo não garantem igualdade de direitos e tratamento. “Os psicólogos negros também têm de lidar com discriminações que limitam seu desempenho e reconhecimento”, acrescentam.
Ideologia racista
Os organizadores do Encontro constatam que, além das altas taxas de morbidade e mortalidade da população negra, “a ideologia racista se manifesta através das relações interpessoais presentes no cotidiano, nas esferas da família, do trabalho, escola, religião, entre outras”.
“A força das representações sociais cristalizadas no imaginário coletivo garantem a perpetuação de preconceitos e práticas discriminatórias, com conseqüências devastadoras na formação da identidade e subjetividade desse grupo populacional, refletindo em sofrimento e adoecimento psíquico”, acrescentam.
A previsão é de que cerca de 350 psicólogos, estudantes, pesquisadores das Relações interraciais e interessados de todo país se reunam para debater essas e outras questões, que já começaram a ser discutidas em reuniões preparatórias como as que já ocorreram no Pará, na Bahia, Goiás e Rio de Janeiro.
Rede de Profissionais
Além de ser um marco para a formação de uma rede de profissionais qualificados para a promoção da igualdade étnico-racial, os participantes do Encontro deverão traçar um plano de ação visando a ampliação das linhas de pesquisa e trabalhos relacionados à temática.
Os temas debatidos serão divididos, em três eixos: 1- Relações Históricas da Psicologia com o racismo: a produção de conhecimento, a prática e a formação; 2 - Racismo e sofrimento psíquico: desafios para a psicologia e os psicólogos; 3 - A configuração do mundo profissional e social para o psicólogo negro no Brasil.
Parcerias
Além do CEERT e do Instituto AMMA Psique e Negritude estão envolvidos no apoio o Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (CEDENPA), o Instituto Silvia Lane de Psicologia e Compromisso Social, a Maria Mulher – Organização de Mulheres Negras -, o Observatório Negro e a Rede de Mulheres Negras do Paraná.
O evento também tem o apoio do Conselho Federal de Psicologia, dos Conselhos Regionais da 3ª, 5ª e 6ª região e do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho da USP; da Secretaria de Saúde do Estado, da CONE da Prefeitura paulistana, do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM), da SEPPIR, e do Sindicato dos Psicólogos de S. Paulo.
Mais informações e inscrições no site:
http://psinep.pol.org.br/inscricao/
http://psinep.pol.org.br/
http://www.meionorte.com/edilsonnascimento,racismo-aumenta-mortalidade-de-negros,138055.html
sábado, 25 de setembro de 2010
Racismo aumenta mortalidade de negros
Postado por LUIZ FERNANDO MARTINS DA SILVA às 22:11
Marcadores: Discriminação, Eventos, Notícias
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