Amanhã, a Assembléia Legislativa da Bahia faz uma sessão especial para comemorar o centenário do Ilê Axé Opô Afonjá. A sessão, proposta pelo deputado estadual Bira Corôa (PT-BA) vai começar às 9h30 no plenário da Casa. O Afonjá é um dos mais tradicionais terreiros de tradição ketu do Brasil. Foi fundado por Mãe Aninha em 1910 e teve uma importante participação na luta contra o preconceito que pairava sob o candomblé. Mãe Aninha foi uma das mais importantes ialorixás baianas. De uma inteligência e mobilidade políticas impressionantes, soube contornar obstáculos como a proibição do uso dos atabaques conseguindo uma liberação do governo federal por meio do conhecimento que tinha com Osvaldo Aranha, homem forte do primeiro governo Vargas. Ela também teve uma participação importante no Congresso Afro-Brasileiro, organizado por Édison Carneiro e Martiniano do Bonfim. Mãe Aninha investiu na recuperação de tradições do reino de Oyó e Ketu, de onde o culto de Xangô é originário. Um dos exemplos dessa reconstrução histórica é o Conselho dos Obás, implantado no Afonjá. Eles são considerados os ministros do culto de Xangô. Outra ialorixá de destaque foi Mãe Senhora, que conquistou um imenso respeito por seus modos imponentes— era filha de Oxum— e seu conhecimento litúrgico. Em 1976 a Casa foi assumida pela atual ialorixá, Mãe Stella. Na década de 80 ela foi repsonsável por um manifesto que conclamava os integrantes do candomblé a reafirmarem sua religião, afastando-se do sincretismo que é o nome dado à associação entre santos católicos e orixás, inquices e voduns. Além disso, até então, era muito comum que ritos do candomblé tivessem algum tipo de correspondência com o catolicismo, como iaôs irem assistir missa após as cerimônias internas nos terreiros. O manifesto ganhou repercussão e foi assinado também por Mãe Menininha, Olga do Alaketu e Doné Ruinhó. Mãe Stella também tem feito um trabalho de divulgação da filosofia do candomblé por meio da literatura. Ela é autora dos seguintes ivros: E daí aconteceu o Encanto, escrito em parceria com Cléo Martins; Meu Tempo é Agora; Oxóssi o Caçador de Alegrias; Owé- Provérbios e Epé Laiyé- Terra Viva, voltado para o público infanto-juvenil. Foram também ialorixás do Afonjá: Mãe Bada, sucessora de Mãe Anininha e Mãe Ondina, sucessora de Mãe Senhora.SESSÃO ESPECIAL CELEBRA OS 100 ANOS DO AFONJÁ
domingo, 13 de junho de 2010
SESSÃO ESPECIAL CELEBRA OS 100 ANOS DO AFONJÁ
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