quarta-feira, 24 de março de 2010

Negros e latinos são principais vítimas da recessão nos EUA

24/03/10 - 15h10 - Atualizado em 24/03/10 - 15h10


Negros e latinos são principais vítimas da recessão nos EUA

Da France Presse
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Negros e latinos são as principais vítimas da recessão nos Estados Unidos, que "eliminou todas as chances de as minorias melhorarem seu nível de vida na última década", segundo relatório publicado nesta quarta-feira.



"Como o desemprego, que afeta duas vezes mais os negros que os brancos, as sequelas da recessão dizem mais respeito às minorias" que ao restante do país, declarou em seu relatório anual sobre "O Estado da América Negra" a National Urban League, uma organização de direitos civis e econômicos.



Em 2009, o desemprego entre os afro-americanos foi de 14,8% contra 8,5% entre os brancos e 12,1% na população hispânica.



A renda média das famílias negras foi de 34,218 mil dólares por ano, e de 37,913 mil dólares nos lares hispânicos, enquanto as residências de brancos teve renda anual média de 55,530 mil.



Mesmo assim, menos da metade dos negros e dos latinos são proprietários da casa em que moram, enquanto a cifra atinge 75% entre os brancos.



Essas duas minorias têm três vezes mais chances de viver abaixo da linha de pobreza que os brancos, conclui o estudo.



Quando se refere à justiça, os negros têm seis vezes mais chances de serem presos que os brancos, enquanto os hispânicos têm três vezes mais chances.



Na saúde, o sobrepeso afeta 18,6%, e a obesidade, 24% dos negros com idade entre 6 e 11 anos, contra 15% dos brancos.



Entre os latinos, a epidemia de obesidade é mais severa (27,5% dos meninos e 19,7% das meninas).



Um terço dos hispâncios não tem cobertura de saúde, na comparação com 20% dos negros e 11% dos brancos.



Segundo o Índice de Igualdade elaborado anualmente tendo como base cinco índices, se for tomada como referência uma base de 100 para os brancos, os negros estão em 71,8% em 2010, contra 71,2% no ano passado. O leve aumento pode ser explicado principalmente pelo avanço do componente "Índice de Compromisso Cívico", que mediu o aumento da participação dos negros com a eleição do presidente Barack Obama.



O Índice de Igualdade, definido pela primeira vez para esta 34ª edição, mostra uma leve melhora para os latinos, que se situam em 75,5%.



O componente Índice Econômico para os negros está em 57,4% e 61% para os latinos.



O único índice em 2010 no qual os negros estão em equilíbrio ou superam os brancos (102%) é no "compromisso cívico", medido principalmente pelo alistamento nas Forças Armadas, pela sindicalização e pela participação nas eleições.



Para as minorias, "a década foi marcada por um crescimento nulo do volume líquido de empregos, uma queda na renda, assim como nos ativos", afirma Valerie Rawlston Wilson, responsável pela pesquisa na Urban League. A organização, nascida em 1910 como um grupo de ajuda aos negros, propõe em seu relatório um plano de 168 bilhões de dólares para a criação de empregos em dois anos.



Entre as medidas, o plano prevê empréstimos a taxas de juros mais baixas para pequenas empresas nas regiões desfavorecidas, desoneração a fabricantes de painéis solares e eólicos que dêem emprego nessas regiões, e desenvolvimento em massa de redes de telecomunicações de banda larga.



Segundo o censo, entre as minorias - que representam um terço da população americana - os latinos são 45 milhões, os negros 40 milhões e os asiáticos, 15 milhões.



vmt/cel/lb
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1543080-5598,00.html

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