agosto 26, 2009
Jornal peruano ganha “prêmio” por defender bombardeio com napalm contra indígenas
Por causa do artigo “Pobres selvagens e outras torpezas“, assinado por Andrés Bedoya Ugarteche, o jornal peruano Correo foi “premiado” nesta quarta-feira pela ONG inglesa Survival International como portador da opinião considerada mais racista num meio de comunicação no mundo neste ano.
O artigo insinua que os indígenas peruanos deveriam ser bombardeados com napalm - líquido inflamável à base de gasolina gelificada, utilizado como armamento militar.
- Não sei o que espera Alan [García, presidente do Peru] que não prepara a sua FAP [Força Aérea Peruana] com todo o napalm necessário - escreveu Ugarteche.
O artigo se refere aos indígenas como pessoas “selvagens” e “primitivas”, cujas línguas não seriam formadas por mais de 80 vocábulos.
Ao mencionar os recentes protestos em grande parte da Amazônia peruana, Ugarteche afirmou que os indígenas foram manipulados pelo “excremento comunista”.
- Para aqueles que consideram a estas “etnias” como grupos humanos de pessoas “boas”, “ingênuas” e “simplórias”, lhes recordo que foram estas mesmas que se aperfeiçoaram na arte de reduzir a cabeça de seus inimigos e carregá-las em cintos de couro que prendiam a seus panos de lombo - opina o articulista, que também ataca a três congressistas indígenas, ridicularizando seus nomes.
O “premio” pelo artigo mais racista do ano é parte de uma campanha da Survival para questionar as descrições racistas de povos indígenas na mídia mundial. O ganhador recebe um certificado com uma citação do lakota sioux Luther Standing Bear (Oso de Pie): “Tantos anos chamando ao indígena de selvagem não lhe converteu em um”.
- Este artigo é uma leitura deprimente para qualquer pessoa que pensa que os jornais deveriam educar e informar aos seus leitores. Esperamos que a publicidade faça com que o jornal pense duas vezes antes de publicar tal lixo ofensivo novamente - conclui a Survival.
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