| Cai desigualdade entre cidades, diz estudo Emprego e renda foram os principais responsáveis pela melhora, segundo pesquisa da Firjan (Federação das Indústrias do Rio)
Dados usados para calcular índice são referentes a 2006; Vitória é a capital mais desenvolvida, seguida por São Paulo e Curitiba
ITALO NOGUEIRA DA SUCURSAL DO RIO
O crescimento econômico do país em 2006 reduziu a desigualdade do grau de desenvolvimento entre os municípios, aponta estudo da Firjan (Federação das Indústrias do Rio). Em índice calculado pelo segundo ano consecutivo, a média nacional de desenvolvimento das cidades subiu 3,47% em 2006 comparado a 2005. O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) usa no cálculo dados de emprego, renda, educação e saúde enviados pelos municípios ao governo federal. A alta no resultado do país foi puxada por emprego e renda, que subiu 9,8%. Em 2006, o país registrou alta de 4% no PIB, 13% de aumento real no salário mínimo e alta de 1,2 milhão na criação de empregos formais. Para Rogério Boueri Miranda, coordenador de Desenvolvimento Federativo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a recuperação do salário mínimo contribuiu para a melhora do emprego e da renda em cidades pequenas. "Há pequenas cidades no Nordeste onde a maior "folha de pagamento" é da Previdência. Ela dá um impulso muito grande nestas cidades". A desigualdade entre os municípios continua grande. O alto desenvolvimento está concentrado no Sul/Sudeste, enquanto Norte/Nordeste apresentam resultado regular. Para dar um exemplo, as 27 cidades mais bem colocadas no ranking estão no Estado de São Paulo, o mais rico do país. A cidade mais bem colocada foi São Caetano do Sul (SP), com 0,9524, e a pior, Santa Luzia (BA), com 0,2928 - o indicador varia de 0 a 1, sendo o maior o mais elevado grau de desenvolvimento. Apenas 4,5% das cidades apresentaram em 2006 alto grau de desenvolvimento, contra 4,2% em 2005. Mas a proporção de cidades com desenvolvimento baixo, no critério da Firjan, caiu de 3,6% para 2,1% no mesmo período. Para os técnicos da Firjan, o resultado indica uma queda na diferença de desenvolvimento entre os municípios. "Apesar desse processo de redução da desigualdade, ela ainda é muito grande", afirmou Luciana de Sá, diretora de desenvolvimento econômico da Firjan.
Interiorização O resultado do novo índice reforça a tese de interiorização do desenvolvimento. Entre os cem melhores municípios, 79 têm menos de 300 mil habitantes. A melhora nas capitais foi de 2,1% -abaixo da média do país. Mas duas delas ascenderam ao grupo dos cem melhores (São Paulo e Belo Horizonte), juntando-se a Vitória e Curitiba, que já estavam em 2005. Entre as capitais, Curitiba, com 0,8546, saiu da liderança para o terceiro lugar. Vitória é a mais desenvolvida (0,8642), seguida de São Paulo (0,8568). O RJ juntou-se em 2006 a PR e SP no grupo dos Estados com alto grau de desenvolvimento (acima de 0,8).
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2308200910.htm
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