quarta-feira, 22 de julho de 2009

Quase metade das mortes de jovens é por assassinato

Quase metade das mortes de jovens é por assassinato


Ter, 21 de Julho de 2009 21:39

Pesquisa da Uerj mostra que, até 2012, cerca de 33 mil adolescentes não chegarão aos 19 anos de idade, porque terão sido assassinados.

JORNAL NACIONAL

Quase metade das mortes de adolescentes no Brasil é por assassinato. A revelação assustadora faz parte de um estudo inédito feito pela Universidade Estadual do Estado do Rio de Janeiro, em parceria com a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Observatório de Favelas e o Unicef.

E o mais preocupante é que no período de seis anos, mais de 30 mil adolescentes não chegarão à fase adulta se não houver mudanças na forma de combater a violência.

No longo caminho para tentar salvar o filho, uma mulher pediu ajuda a governos e instituições. Não conseguiu impedir que o garoto de 15 anos abandonasse a escola e entrasse para o crime. O adolescente morreu assassinado na rua de casa.

“É difícil, porque eu não vou ouvir mãe, não ouvir bênção, vai com Deus. Essas palavras eu não vou ouvir mais”, disse, sem se identificar.

O risco de um jovem entre 12 e 18 anos ser assassinado no Brasil aparece, pela primeira vez, no índice de homicídio na adolescência. O levantamento feito em 267 municípios mostra que, a cada grupo de mil adolescentes nessa idade, 2 serão vítimas desse crime no país. Mas muitas cidades ficaram bem acima da média nacional.

As que têm os piores índices são, Cariacica, no Espírito Santo, Governador Valadares, em Minas, e Foz do Iguaçu, no Paraná, no topo do ranking com taxa de quase dez homicídios para cada mil adolescentes.

Um jovem viciado em crack mora na cidade. Escapou da violência, mas perdeu amigos assassinados. “Fui preso, perdi a namorada, até sair da cidade tive que sair”, disse ele.

O adolescente do sexo masculino tem 12 vezes mais risco de morrer vítima de homicídio do que uma menina da mesma idade. Já a probabilidade de um garoto negro ser assassinado é quase 3 vezes maior de que a de um branco.

Segundo os pesquisadores, o estudo se preocupou com adolescentes porque é nessa fase que muitos abandonam a escola e se envolvem com o crime. E depois, dos 19 aos 24 anos, acabam sendo as principais vítimas da violência.

Se a política pública é aplicada apenas de 20 a 24 anos, provavelmente não terá resultado. É preciso começar a trabalhar na adolescência, para evitar que depois esse jovem venha a ser assassinado”, disse Inácio Cano, professor da Uerj.

O relatório também mostra um número alarmante. Até 2012, cerca de 33 mil adolescentes não chegarão aos 19 anos de idade porque terão sido assassinados.Nas comunidades mais pobres, a esperança de impedir a precisão está em projetos sociais que oferecem instrumentos para os jovens se afastaram da violência.

Este é só um dos projetos sociais do Afroreggae, no Rio. Em 16 anos, o grupo já deu oportunidades a 10 mil jovens e crianças.

Para as mães que perderam os filhos, esse tipo de iniciativa precisa ser multiplicado. “Os jovens estão pedindo socorro, não tem UTI, não CTI pra esses jovens, nem enfermaria tem pra esses jovens”.

http://www.direitoshumanos.etc.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3120:quase-metade-das-mortes-de-jovens-e-por-assassinato&catid=17:crianca-e-adolescente&Itemid=163

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