quarta-feira, 15 de julho de 2009

Posse de Jorge Coutinho

Convite para a posse de Jorge Coutinho a Presdiente do PMDB AFRO NACIONAL
Cély Leal 21-2236.0579 21-9326.1776
Data: dia 22 de julho, quarta-feira, às 18:30H.
Local: SEDE DA ABI, rua Araújo Porto Alegre, n. 71, 9o. anadr, Centro, RJ.
Jorge Coutinho é novo presidente do PMDB AfroBrasília (14/04/2009) - Jorge Coutinho (RJ) foi nomeado hoje, 14, o novo presidente do PMDB Afro, em reunião realizada no gabinete da presidente nacional do partido, Íris de Araújo (GO), em que foi assinada a ata da segunda executiva provisória do Núcleo Afro do partido.Antigo militante, desde a época do velho MDB, Coutinho foi formalmente convidado pela presidente do PMDB a presidir o Núcleo Afro do PMDB. Ao aceitar a tarefa, Coutinho afirmou que “será uma honra poder participar, no meu partido de coração, das discussões políticas e dos debates sobre as questões socioeconômicas e culturais que atingem a população negra”.Também esteve presente no ato de assinatura, o representante o PMDB Afro/ Paraná, Saulo Dorval. “Agora é a hora de agrupar a militância na luta e no combate à discriminação racial, em busca de soluções afirmativas de inclusão do povo negro”, disse.Denise Miranda e Roberta Ramos (ACS/PMDB)
Os negros são empurrados para os morros que se transformam nos guetos que hoje nos habituamos a chamar de favelas ou comunidade carentes. Claro que nas favelas não vivem, hoje, somente negros. Os nordestinos brancos, que para a aqui vieram em busca do eldorado, foram também empurrados para essas bolhas.Qualquer movimento da comunidade negra em busca de uma melhor qualidade de vida é encarado “pela elite de todos os matizes” como um perigo para a democracia, ao estado de direito e a nossa tão cantada e decantada democracia racial. Ao negro, diferentemente de como socialmente é visto o judeu, é negado o direito natural de lutar pela sua liberdade. Afinal o negro “deve saber o seu lugar” e continuar a esperar a tutela da sociedade branca que um dia há de encontrar uma solução: talvez após o extermínio de milhares de jovens negros nos morros e nas prisões ou depois das esterilização de milhares de mulheres negras por todo o Brasil.Os adversários da cotas adoram citar números e pesquisas. Aprendi com o passar do tempo que a verdade depende do ponto de vista do interlocutor e a análise dos resultados de uma pesquisa pode ser manipulado por quem a lê, segundo seus próprios interesses. Mas uma coisa os “anti-racistas” signatários do manifesto não dizem; POR QUE SERÁ QUE 9O% DOS FAVELADOS SÃO NEGROS? POR QUE A MAIORIA ABSOLUTA DOS JOVENS QUE MORREM EM CONFRONTO COM A POLÍCIA SÃO NEGROS? POR QUE, ENTRE AQUELES QUE HOJE ESTÃO NAS PRISÕES BRASILEIRAS, A MAIOR PARCELA É COMPOSTA DE NEGROS?Gostaria que esses senhores e senhoras, doutores, intelectuais, empresários e artistas bem sucedidos, ao se colocar contra as cotas viessem a público para propor soluções que contribuam para por fim ao estado de miséria a que vem sendo relegada milhares de homens e mulheres negros e mestiços.Querem esses senhores que esperemos a utopia que virá um dia da sociedade igualitária dentro da economia de mercado que hoje domina as relações sociais, comerciais e de trabalho no mundo?Senhores e senhoras, “113 anti-racistas contra a leis raciais”, diga-nos: até quando vamos esperar, aprisionados nos guetos brasileiros chamados favelas? Quando a utopia irá nos aquinhoar? Quando seremos encarados nas filas dos cinemas, dos teatros, dos terminais rodoviários, das entrevistas de emprego, na mídia, como iguais nesta sociedade desigual que é a sociedade brasileira?Celebrar nossos heróis é resultando de intensa luta ideológica frente ao pensamento dominante nos corações e mentes pautados pela mídia que atende aos interesses da elite branca que há quinhentos anos dirige os destinos do Brasil. Até a nossa religiosidade somos levados a renegar sob a lógica das religiões dominantes de que são práticas bárbaras e demoníacas. Nossos pais e mães de santo são perseguidos e “apedrejados”. Sem identidade religiosa, sem identidade cultural, sem referência histórica e sem a prerrogativa da luta por dias melhores o que nos resta? Esperar a utopia que nos será oferecida pela sociedade branca e excludente, que deve decidir o que podemos ou não podemos fazer?Hoje, lutar pela dignidade do povo negro significa ser racista, ser antidemocrático, ser transgressor, ser perigoso para o sistema e para a democracia.Frente a esta perspectiva, nós, os negros, vivemos e continuaremos vivendo tutelados pelos brancos desde a princesa Isabel. A solução para o problema negro está nas mãos dos brancos. Ao negro cabe continuar “sabendo” e restrito ao “seu lugar”.Pergunto: quando iremos constituir a verdadeira nação brasileira? Quanto tempo irá durar a invisibilidade do negro dentro da sociedade brasileira? Busquemos uma solução enquanto é tempo.
*Jorge Coutinho é presidente PMDB Afro Nacional

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