terça-feira, 14 de julho de 2009

Cinquenta anos depois, as histórias do Orfeu Negro


Notícias /Geral
Variedades domingo, 12 de julho de 2009 - 11h11
Breno Mello, jogador de futebol que virou ator, acabou mais conhecido pelo seu personagem.
Eduardo Andrejew / Da Redação - ABC Domingo
Comente esta notícia
Novo Hamburgo - Há 50 anos, um filme se transformava em fenômeno de bilheteria. Orfeu Negro (Orfeu do Carnaval, no Brasil), uma surpreendente adaptação da tragédia grega para os morros cariocas, ganhava prêmios e arrastava multidões para os cinemas em todo o mundo. O longa-metragem do francês Marcel Camus também mudaria a vida do gaúcho Breno Mello, um jogador de futebol que virou ator. A partir dali seria mais conhecido como o próprio Orfeu. Mas o jubileu de ouro do filme francês que ajudou a divulgar o Brasil no exterior, ocorre sem a presença dos personagens principais. Há exatamente um ano, Breno era sepultado no cemitério João XXIII, em Porto Alegre – havia falecido no dia anterior em sua casa, em Porto Alegre. Tinha 76 anos. Após dois casamentos, deixava cinco filhos, 12 netos e cinco bisnetos. A atriz norte-americana Marpessa Down, que interpretou Eurídice, morreu pouco depois, em 25 de agosto, aos 74 anos. Ambos tiveram em Orfeu o momento mais marcante de suas carreiras. MÚSICAEm 1959, o filme conquistou a Palma de Ouro em Cannes. No ano seguinte ganhou o Oscar e o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro. Breno viveu seus dias de celebridade. Mas não enriqueceu e sequer foi convidado para participar das cerimônias de premiação. O Festival deCannes só viria a homenageá-lo em 2005, quando já havia abandonado a carreira de ator e vivia de maneira modesta. Mas quem convivia com Breno nos últimos anos, não descreve um homem amargurado. "Ele dizia: estou feliz, vivendo como eu quero", conta Paulo Santos Mello, 54 anos, um dos filhos. Por conta disso, vale a pena assistir ao filme e rever Breno em seu melhor momento no cinema. Orfeu Negro tornou-se um clássico por diversos motivos. Um dos principais é a trilha sonora. A obra foi adaptada diretamente da peça Orfeu da Conceição, escrita pelo poeta Vinicius de Moraes e musicada por Tom Jobim. Canções como Manhã de Carnaval e A Felicidade foram sucessos em vários países. Também estão lá as cores de um Rio de Janeiro alegre e nostálgico. Imagens que Breno Mello ajudou a eternizar.Dos gramados para as telasO encontro de Breno Mello com Orfeu foi quase acidental. Antes disso, ele estava empenhado em firmar-se na carreira do futebol. No Rio Grande do Sul, havia jogado pelo Renner. Em São Paulo, teve passagem pelo Santos e travou amizade com um promissor garoto de 15 anos conhecido como Pelé. Logo depois, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro para atuar como meia-direta do Fluminense. Breno caminhava na rua quando foi abordado por José Leventhal, amigo de Marcel Camus. Foi convidado a fazer testes para o papel principal de Orfeu Negro. Acabou superando pelo menos 300 candidatos. Ainda atuou em mais seis filmes: La Rata del Puerto (1962), O Santo Módico (1963), Os Vencidos (1964), Negrinho do Pastoreio (1972), Prisioneiro do Rio (1988) e Alva Paixão (1994). De volta ao Rio Grande do Sul, morou um período em Novo Hamburgo, onde trabalhou inclusive no Grupo Sinos como contato publicitário.Confira reportagem completa na edição impressa do ABC Domingo
Foto: Divulgação

0 comentários: