quinta-feira, 3 de março de 2011

Ziraldo e Lobato no desenho do Racismo à Brasileira

Ziraldo e Lobato no desenho do Racismo à Brasileira
Dois monstros sagrados, ícones da produção editorial voltada para o público infantil e juvenil, acabaram reunidos numa mesma polêmica acerca do racismo no Brasil. O poder inegável do que representam para a sociedade, parecia, até o momento, ter o reconhecimento das massas, do Estado ou da mídia de capital privado. Mas, se a sacralidade a eles atribuída já adquirira a condição de perene, vimos aparecer o lado monstruoso dessas moedas valiosas.




Ano de 2010



Em novembro, um manifesto pró Monteiro Lobato circulou em nome da falsa idéia de suas obras haverem sido proibidas pelo governo às vésperas de uma eleição. Longe disto, o parecer assinado pela conselheira Nilma Lino Gomes com o aval, por unanimidade, dos demais analistas do Conselho Nacional de Educação (CNE) recomendava um conjunto de ações frente ao teor racista localizado na obra Caçadas de Pedrinho (original de1933). A partir da distribuição do título pela Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal um educador, mais atento, toma a iniciativa de protocolar à denúncia. A análise, de instância a instância acabou pauta para o CNE que chamou para si a responsabilidade de emitir o parecer com as sugestões. O critério considerou o objetivo de promover uma educação anti-racista que prevê a formação do educador para lidar com o assunto.



O viés eleitoral amplificou o caso com manchetes do tipo “querem proibir Lobato para as crianças”. Foram inúmeros adeptos da hora a multiplicar o arsenal de matérias em defesa do escritor. Os blogs reprodutores de artigos afiados no desejo de interpretar o momento impuseram o assunto. Os grandes jornais, revistas, programas radiofônicos, televisivos, enfim, tiveram à disposição uma pauta embasada em manifesto tornado celebridade. Somente a voz dos conselheiros demorou para ganhar o interesse da grande mídia. Até o ministro da educação, paradoxalmente, emitiu opinião informal antes de ouvir o próprio CNE. Mas em pouco tempo a espetacularização foi serenando, tornando cada dia mais insustentável a defesa do racismo em nome da bio-bibliografia de um autor. O cartunista Ziraldo, diante da polêmica, respondeu aos ataques. Veja A Resposta de Ziraldo





O racismo nativo e o informante



Se os dois atores em questão (Ziraldo e Lobato) podem ser vistos como dimensionamentos do racismo enrustido ou explícito, condenado ou negligenciado na sociedade dos nossos tempos, a inesperada reunião propicia uma circunstância singular; a de serem sujeitos nativos e informantes de conteúdos vinculados ao setor editorial. Essa dicotomia é central para o saber antropológico, área que adotei como profissão. A problemática relação nativo-informante faz lembrar a busca de sistemática fundamentação a lançar luzes sobre o intercâmbio entre argumentos culturais e produção de conhecimento. A revisão incessante das teorias consideradas monólogos discursivos tiveram para exame as contingências imperialistas, colonialistas e tantas outras itas imbricadas nesse conhecer. Os inúmeros alertas confirmaram ao menos uma certeza: somente o acesso à produção garante o espaço para pontos de vista. O embate de idéias é a única e a mais louvável das lapidações em prol da democracia a gerar o saber compartilhado. E quando se trata de considerar a perspectiva infantil em seu movimento de ser informada pelo mundo e sobre o mundo? No caso brasileiro, podemos nos dar conta do imenso espaço que Lobato e Ziraldo ocupam na cabeça de várias gerações de brasileiros, o que ressalta o tema da presença negra na história editorial. As figurinhas negras elaboradas por suas mentalidades fazem parte do imaginário que produziram abundantemente quase como um monólogo promovido e consentido. A representação ofertada por esses autores quase não teve contraponto.



Mas ainda pensando em pólos opostos é hora de recordar o fato de sermos mais complexos que a teoria. Se a filiação ao partido político pode enviesar o julgamento de um relatório do MEC, o que dizer dos males da xenofobia? Reveladas as idéias racistas de Lobato, como o fez, recente e brilhantemente, Ana Maria Gonçalves examinando inclusive o acervo de cartas do escritor, a análise da produção do autor ganhou em redimensionamentos. Não há como negligenciar que para a história da presença de personagens negros no universo da literatura infantil os textos que ele produziu, foram inovadores, assim como o valor positivo para gênero, ou o protagonismo do idoso e outros aspectos que o exame atento pode, infinitamente, revelar. Caso o foco seja a ilustração de seu material, lá também está a Nastácia pelas mãos de Voltolino recebendo tratamento visual mais equitativo do que se poderia esperar quando relacionada à Benta.



O contrário também é exemplar. Uma leitura contemporânea das edições, ilustradores a fora e além da época original, reserva as mais grotescas formas da personagem. Idiotizada, bestializada, animalizada, inferiorizada sob todos os aspectos, tornando-a monstrenga, suja o que facilmente contrasta com a composição das demais figuras. O dado, sem dúvida, tem muito a dizer a respeito da livre circulação de preconceitos para as gerações de diferentes contextos. Ziraldo, com seu trabalho O menino marrom (1986) produziu uma narrativa datada deixando por testemunho a dificuldade do cartunista em construir um personagem negro bonito. E ele cumpriu a tarefa reservando o cuidado gráfico ao personagem. O testemunho, dessa vez, é a dificuldade em desenhar um menino negro. Negro não; marrom. A estrutura da obra testemunha que nos anos 1980 ainda não havia meninos negros bonitos retratados nos livros. Também deixa dicas sobre a resposta da época em afirmar a identidade negra. A interlocução com o menino cor de rosa reduz a densidade da história pela da cor.



É um ângulo para lidar com a questão. É provável que tanto Lobato quanto Ziraldo precisaram localizá-la para traçar mapas, itinerários e rotas de viagem em terras desconhecidas como a de facultar seus modelos de humanidade negros. Da para imaginar os dois submetidos a uma série de circunstâncias políticas e de logística expedicionária durante o processo de suas criações. E, se muito se sabe das práticas coletivas de atribuir significados aos povos negros pelos não tão negros pouca é a investigação dos processos em que a paisagem humana negra vai surgindo no universo desconhecido do explorador. E é nessa brecha o destaque para a força dos personagens em sua soberania a propor conteúdos para a autoria. Na verdade, as Nastácias ou o Barnabés lobatianos são expressões da narrativa popular se impondo. O autor se serviu de saborosa fonte para as suas elaborações. O menino negro apesar da assimetria com o cor de rosa também conquistou sua visibilidade. E todo o escritor sabe que a construção do sentido literário nunca é unilateral. Ela indaga e negocia, o tempo todo, com a criação. O personagem, como espessura inconsciente, adquire vida, espaço e autonomia. Incluir a imagem da população negra por Lobato e Ziraldo é uma condição advinda do contato com o tema já que antes ele não havia. Apesar das concepções racistas, é a demanda por um protótipo negro que chama a atenção para si a ponto de entrar para o livro. E é esta soberania que torna notória ausência da imagem como nativos e/ou informantes para dar a conhecer o mundo.



O outro lado dessa mesma moeda é a presença de escritores negros no cenário das publicações. A existência negra expressa na literatura pouco abasteceu bibliotecas, videotecas, acervos de brinquedos. O racismo editorial recaiu com a mesma violência sobre potenciais autorias negras. Embora o personagem, mas também o autor negro seja como heróis da jornada contra o preconceito. A desigualdade fora é a mesma dentro das cenas ficcionais. Mas as mudanças não ficam esperando apenas a boa vontade do setor.



Em pleno século XXI, não fosse o educador bater na porta do MEC, os conteúdos do livro de Lobato, continuariam pouco problematizados. Da mesma forma o tabu de questionar seja quem for o autor consagrado nas bibliotecas escolares. Por sua vez, não estariam colocadas na mesa as indagações extensivas como o acesso à produção diversificador de pontos de vista. Não havendo confronto, a ignorância lúcida ou ingênua é mantida e não conseguirá identificar a dor do racismo. A “mulata” impressa na camiseta, no entanto, se olharmos bem, ela começa a falar da violência da assimetria que a posicionaram e que está ali sufocada e constrangida. A passividade simbolicamente sugerida, no entanto, acabou tridimensionalizada na realidade. A entrada da internet como variável para os principais polêmicas nacionais tornou o nativo informante e aponta a precariedade da dicotomia. Este é um ponto de virada.



O racismo, enfim, é um desafio para todas as sociedades e todas as esferas. O acervo para criança é extensão do livro acadêmico. A prevalência de fórmulas racistas em obras, aparentemente ingênuas, também expressa a falta de analistas formados para a temática. A tecnologia, consenso para aperfeiçoar o desenvolvimento do país deveria tornar mais apto o saber acerca do racismo. Assunto de impacto, a tecnologia das relações raciais ocupa qual o espaço no gerenciamento da ciência produzida no país? A gestão de financiamento da pesquisa em centros universitários necessita atentar para a diversidade e equanimidade que a acompanha. O investimento e a inovação tecnológica voltada para as dinâmicas raciais, no sentido político, é a estampa que o Brasil demanda ver passar nas suas avenidas.





Texto de Heloisa Pires Lima - Antropóloga com mestrado e doutorado obtido na Universidade de São Paulo. Também escreve para crianças e é consultora para os episódios do Livros Animados - Programa A corda cultura - TV Futura.

Fonte: Lélia Gonzales



http://www.jornalagaxeta.com.br/materias.php?opt=4&sub=15&mat=1732&utm_source=MailingList&utm_medium=email&utm_campaign=Religiosos+Afro+adiam+lei+sobre+Serra
 

Obama pode acabar com visto para brasileiros

Obama pode acabar com visto para brasileiros


Fim da exigência do documento para quem viaja aos Estados Unidos poderá ser anunciado durante a visita do presidente americano ao Brasil, este mês



Washington - O cancelamento da exigência de visto para brasileiros entrarem em território norte-americano poderá estar entre os vários acordos que o presidente americano Barack Obama vai assinar com a colega brasileira, Dilma Roussef, durante sua visita ao Brasil este mês. A queda da obrigatoriedade é um pedido de entidades que lidam com o turismo nos EUA.



A medida se justificaria porque, segundo a U.S. Travel Association (Associação de Viagens dos EUA), o índice de rejeição de vistos para pretendentes brasileiros já é menor que 5%, uma das exigências do governo americano para deixar de pedi-lo.



No ano de 2009, cerca de 890 mil turistas brasileiros gastaram US$ 4 bilhões nos EUA. No mesmo período, muito mais turistas mexicanos (13 milhões) gastaram US$ 8 bilhões.



Outro entendimento que deve ser anunciado é um acordo com o governo federal para permitir que brasileiros residentes em terras americanas possam voltar ao Brasil podendo aproveitar a contribuição para a Previdência Social feita no exterior. O objetivo das parcerias é aumentar os voos entre os dois países, além de divulgar o Brasil no exterior.



Ainda estão previstas também ações de divulgação da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 em parceria com a iniciativa privada e governo americanos. A ideia deste acordo é aproveitar a experiência norte-americana para a divulgação dos eventos esportivos.



Os últimos detalhes dos acordos a serem fechados entre Brasil e Estados Unidos ainda estão sendo ajustados por assessores de Dilma Rousseff e Barack Obama. No Rio, a agenda do americano deve incluir visita a pontos turísticos, a uma favela pacificada e um discurso considerado de cunho mais popular.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Pesquisadora do Instituto de Psicologia da USP mostra a resistência do racismo no Brasil 23/02/2011 - 16:45


Pesquisadora do Instituto de Psicologia da USP mostra a resistência do racismo no Brasil


23/02/2011 - 16:45

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As manifestações sutis de discriminação racial estão cada vez mais presentes no dia-a-dia da sociedade brasileira. Segundo a psicóloga Sylvia Nunes, que pesquisou sobre o preconceito sutil no Instituto de Psicologia da USP, as pessoas ainda precisam pensar e discutir o tema de forma mais eficaz, a fim de reconhecer o racismo. Como aponta o estudo, a discriminação, da maneira como vem sendo perpetuada, está cada vez mais "escondida", porém, ainda existente e resistente, tornando a luta contra o preconceito racial mais difícil.
O preconceito sutil se utiliza de brincadeiras, piadas, e apelidos que parecem "inocentes" De acordo com o trabalho de Sylvia, já houve épocas em que a forma mais comum de racismo era a explícita, chamada pela autora de "preconceito flagrante", uma maneira de discriminação que geralmente envolve violência, xingamentos, agressão física e verbal, e é de "fácil percepção" e até de "denúncia". Enquanto isso, como aponta a psicóloga, o preconceito sutil é corriqueiro, e se utiliza, por exemplo, de brincadeiras, piadas, omissões, ausências e apelidos que parecem "inocentes".
Buscando entender e detectar esse tipo de manifestação de racismo, Sylvia aplicou um questionário a 235 alunos universitários, no Brasil, e a 71 estudantes, na Espanha. Lá, as perguntas eram relacionadas à discriminação dos ciganos, chamados gitanos, enquanto no caso brasileiro, eram relacionadas a discriminação contra negros e mestiços.
"No questionário existiam frases ou perguntas como '"Eu não gostaria que um negro suficientemente qualificado fosse escolhido para meu chefe", ou então "com que frequencia você sente simpatia pelos negros?", respectivamente relacionadas ao preconceito flagrante ou sutil. Em algumas questões, por exemplo, as opções de respostas eram "níveis de concordância ou discordância", como em "discordo muito, discordo em parte, discordo um pouco, concordo um pouco, concordo em parte, concordo muito". Para chegar às conclusões quantitativas do estudo, foram utilizadas provas estatísticas, baseadas em escalas de preconceito sutil e flagrante, dos teóricos Pettigrew e Meertens, aplicadas às respostas do questionário.
Segundo os resultados dessas provas, há maior facilidade dos espanhóis em declarar o racismo que os brasileiros. A partir das respostas, também foi possível constatar que há maior expressão de preconceito sutil do que flagrante, nos dois países. Outro dado interessante é que os homens se mostraram mais preconceituosos que as mulheres, tanto no Brasil quanto na Espanha.
Entrevistas
Após essa fase da pesquisa, a psicóloga sorteou 19 pessoas dentre as que haviam respondido ao questionário, sendo 15, brasileiras e 4, espanholas. Na opinião da autora, "de todas as etapas, a das entrevistas no Brasil foi a mais enriquecedora. Ao prestar atenção nos discursos, era evidente a sutileza do preconceito, e o quanto as pessoas quase sempre dizem que o racista não é ela própria, e sim o outro", afirma a autora do trabalho.
Depois de feitas as entrevistas, Sylvia formulou "categorias de análise" para estudar o aspecto qualitativo do estudo. Ao todo, a psicóloga apontou seis categorias, que sistematizam o que foi encontrado e detectado nos discursos, como evidência do preconceito sutil. Por exemplo, na categoria "Brincadeiras racistas", o estudo revela o quanto a sutileza racista conquista lugar no universo do lúdico, das brincadeiras e apelidos, onde tudo parece não ser tão real ou sério, apesar de serem, quando o tema é preconceito.
Já a categoria "O dedo apontado para o negro" é composta pelas falas daqueles que recorrem ao discurso de que, na verdade, quem é preconceituoso e não aceita a si próprio é o negro, ou seja, fala por meio da qual há a culpabilização da vítima. Segundo Sylvia, há também os discursos que se encaixam na categoria "Pseudoneutralidade". "Esses são aqueles que se protegem, que se incomodam sim com o tema, mas não encaram, e tentam se dizer neutros, imparciais, como se as situações cotidianas que envolvem preconceito sutil fossem indiferentes", explica a pesquisadora.
Além disso, a autora afirma o seguinte: "nas entrevistas, também levantei a questão das cotas e de outras ações afirmativas. Agrupei as falas relacionadas ao assunto categorizando-as como 'Raça e classe'. Neste agrupamento de falas, todos os entrevistados se posicionaram contra as cotas sem mesmo saber realmente o que são e o que representam, como se essas medidas afirmativas fossem os racistas da história", exemplifica a autora.
O último grupo formulado pela psicóloga chama-se "Admissão do próprio racismo". Nele, estão contidas as únicas 2 falas nas quais foi assumida a existência do racismo. Segundo Sylvia, é nessa admissão que está a melhor maneira de lutar contra o preconceito sutil. "Quando admitimos e reconhecemos o quanto somos sim racistas, temos mais elementos para decidir, e para refletir sobre nós mesmos. Falar do assunto, mexer com o assunto, expor o tema e perceber o racismo é bom, e nos faz militantes de nós mesmos quando nos deparamos com qualquer situação de discriminação", conclui a autora.


http://www.geledes.org.br/em-debate/pesquisadora-do-instituto-de-psicologia-da-usp-mostra-a-resistencia-do-racismo-no-brasil-23-02-2011.html

Ações Afirmativas - A questão das cotas

Ações Afirmativas - A questão das cotas




Por R$60,00





ISBN:9788576264606

Autor(es):Ano:2011

Idioma:Português

Edição:1

Número de Páginas:404Sinopse

Com entrevistas e artigos de nomes como Boaventura de Souza Santos, Carlos Roberto Siqueira Castro, Fabio Konder Comparato, Dalmo de Abreu Dallari, Flávia Piovesan, Luís Roberto Barroso, dentre outros, a Editora Impetus tem a honra de lançar Ações Afirmativas: a questão das cotas, uma obra organizada pelo autor e mestre em Políticas Públicas e Formação Humana, Renato Ferreira.



De acordo com a Constituição Federal, constituem objetivos fundamentais da República construir uma sociedade justa, erradicar a marginalização, reduzir as desigualdades sociais e promover o bem de todos (art. 3º). Além disso, cabe ao Estado e à família promover e incentivar a educação com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (art. 205). Evidentemente, seria absurdo fazer essa proclamação e, ao mesmo tempo, assegurar somente a uma parte dos brasileiros o acesso a esse direito em toda a sua amplitude, relegando os demais à condição de cidadãos de segunda classe.



Portanto, imbuído desses princípios, Renato Ferreira reúne intelectuais de alto gabarito para discutir as ações afirmativas, sobretudo quando elas se destinam à promoção dos direitos das pessoas negras. O autor atenta para a persistência de obstáculos à superação da discriminação e da marginalização, que são causas de injustiças e graves conflitos, procura demonstrar os desvios teóricos e práticos, e aponta os caminhos para a implantação da justiça nas relações humanas.



Pontos de destaque da obra:

- Trabalha o tema da obra de forma plural

- Apresenta uma coletânea de artigos e entrevistas de intelectuais renomados

- É uma obra reflexiva e crítica.
 
http://www.impetus.com.br/#display=products&container=content&module=jpf_ec_product&view=show_all&id_product=184

"John Galliano precisa de ajuda", afirma Ana Paula Junqueira - Veja esta e outras opiniões de clientes da marca sobre o episódio envolvendo o diretor-criativo da Dior, que perdeu o emprego

"John Galliano precisa de ajuda", afirma Ana Paula Junqueira

Veja esta e outras opiniões de clientes da marca sobre o episódio envolvendo o diretor-criativo da Dior, que perdeu o emprego

Redação iG Moda | 01/03/2011 19:29

Foto: getty imagesAmpliar
O estilista John Galliano, demitido da Dior
A socialite Ana Paula Junqueira, 41, amiga próxima de John Galliano e seu companheiro, Alexis Roche, diz estar surpresa com o escândalo que desencadeou na demissão do estilista da maison Dior. "Galliano sempre foi uma pessoa tranquila, nunca teve preconceitos. Conheço o estilista e seu companheiro há muito tempo. Ele deve estar passando por problemas difíceis e definitivamente, como qualquer um que passa por fases complicadas, precisa de ajuda", afirma Ana Paula.
"Não uso Dior. Mas mesmo se eu fosse colecionadora, nada mudaria. Pelo fato de eu conhecer John Galliano pessoalmente, sei que esse comportamento não é natural de sua personalidade".
John Galliano, 50, foi demitido da maison Dior após mais de dez anos à frente da direção criativa da marca (desde 1996). Galliano já estava suspenso da Dior, após ter sido preso por insultos anti-semitas a um casal, em Paris. A demissão ocorreu após um vídeo, no qual John Galliano diz coisas do tipo "Eu Amo Hitler" ter vazado na internet.
A psicanlista Eleonora Rosset, que também diz não ter muitas peças Dior no armário, por achar o estilo de Galliano muito espalhafatoso, considerou o episódio detestável. "Ter a coragem de falar o que ele falou, mexer em um vespeiro tão potente como o do anti-semitistmo, foi revoltante. Quem fala o quer, ouve o que não quer. A maison agiu corretamente ao demiti-lo", opina. Mas daí a não usar mais uma roupa dele que tenha no armário, Eleonora considera um exagero. "Vai da pessoa, mas imagino que alguém que possua uma peça dele de alta-costura talvez nem queira sair por aí." Para ela, dá pena de pessoas que perdem a compostura, como fez Galliano. "É uma atitude muito autodestrutiva falar o que ele falou e se deixar gravar. Acredito que ele precisa se internar e tratar dessa loucura", recomenda. 
Para Cris Lotaif Saddi, que foi a primeira embaixadora da Dior quando a marca chegou ao Brasil, os comentários pessoais feitos por Galliano foram indelicadas e indevidos, mas nada tira o talento dele. "Tudo oque ele fez para a maison Dior até hoje é louvável. Não sei o que levou ele a se exprimir dessa forma, não gosto de julgar ninguém. Sexta-feira é o desfile. Quem vai entrar para os aplausos? Quem vai ser o pai da coleção feita por ele?", indaga. Em sua opinião, a maison vai continuar sendo a Dior com ou sem Galliano. "Vou sempre usar a maison Dior. Vou usar continuando usar todas as roupas, são Dior, vão continuar sendo Dior. Quem sabe não seja um momento de renovação?"
A arquiteta paulista Raquel Silveira classifica como péssima a atitude de John Galliano, "como qualquer tipo de ofensa". "Ofensas sempre são terríveis. Acredito que o que ocorreu nos últimos dias tenha sido a gota d'água de algo que poderia estar acontecendo há tempos. Talvez Galliano já não estivesse correspondendo às expectativas da Dior, por isso a demissão", diz.
Raquel tem peças clássicas da Dior, como a bolsa desenhada pela Lady Di e um vestido de festa longo, verde. "Apesar da péssima atitude, não se apaga o trabalho de um gênio. Não podemos negar o quão brilhante Galliano foi para a Dior durante o tempo que permaneceu à frente da maison. Vou continuar usando o que tenho".



Um comunicado oficial da Dior foi emitido nesta terça-feira, 1º de março. Sidney Toledano, presidente e executivo-chefe da maison, diz: "Eu condeno com firmeza as declarações feitas por John Galliano, que são uma total contradição com os valores essenciais que sempre foram defendidos pela Christian Dior".
http://moda.ig.com.br/modanomundo/john+galliano+precisa+de+ajuda+afirma+ana+paula+junqueira/n1238126291516.html