quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Bacharel em direito da Zona Sul do Rio é investigado por racismo


28/12/2010 15h01 - Atualizado em 28/12/2010 15h01

Bacharel em direito da Zona Sul do Rio é investigado por racismo

Polícia Civil divulgou textos que acusado postava no Facebook.
Ele é suspeito de insultar pobres e negros através do site.

Thamine LetaDo G1 RJ
Bacharel em direito é investigado por racismoPlícia apreendeu miniaturas de tanque de guerra
na casa do acusado (Foto: Thamine Leta / G1)
A Polícia Civil cumpriu, nesta terça (28), um mandado de busca e apreensão na casa de um jovem bacharel em direito, de 26 anos, acusado de usar o site de relacionamentos Facebook para insultar e demonstrar preconceito por pessoas que visitam a árvore de Natal da Lagoa, na Zona Sul do Rio.
Durante o início da tarde desta terça, o delegado adjunto da 14ª DP (Leblon), Alessandro Thiers, colheu o depoimento do acusado. A polícia chegou até ele através de denúncia anônima.
"Fomos na casa dele e apreendemos computadores. Constatamos que ele fazia muitas referências racistas mesmo. Durante o depoimento ele disse que não tinha a intenção de agredir ninguém e que era uma brincadeira entre amigos. Fica de lição para as pessoas saberem que precisam ser responsáveis pelo que falam nas redes sociais", afirmou o delegado.
Segundo ele, outras pessoas que também faziam comentários racistas serão chamadas à delegacia para prestar depoimento. "Continuaremos investigando. Como ele não foi preso em flagrante, responde o processo em liberdade", afirmou.
Apreensão
A polícia apreendeu um computador e um notebook na casa do jovem, de onde ele acessava o Facebook. Além disso, foram apreendidas miniaturas de tanques de guerra, soldados nazistas e um boneco de Adolph Hitler.
O bacharel em direito também é estudante de educação física, e vai responder por injúria racial e pode ser condenado a uma pena de dois a cinco anos de prisão.
A polícia divulgou ainda alguns trechos do que era postado pelo jovem no site de relacionamento:
“Ai, ai, é impressionante o mau-humor e a inveja de pessoas que moram mal pra ****, onde tudo é feio, essas mesmas pessoas devem achar um grande programa visitar a árvore de Natal da Lagoa, que fica apenas 1 minuto da minha casa, e que eu nunca perdi nem 10 segundos olhando para a mesma”.
“O mal-humor está além de seus bairros de origem, está em renegar sua genética, cabelo ruim, sorriso horrível, baixa estatura e baixo nível sócio-cultural. São feias por natureza, já nascem com 20% de gordura na cintura, não tem dinheiro nem pra ir pra São Paulo”.
“E tudo que tem na vida é um empreguinho de ****. Graças a Deus, em pouco tempo estarei longe dessa gentalha e dessa cafonice. Deus nos livre dessas pragas cafonas, nós, pessoas de bem, que nascemos bem, que tivemos educação e uma ótima genética.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Concurso para diplomatas terá cotas para afrodescendentes


28/12/2010 18h42 - Atualizado em 28/12/2010 20h04

Concurso para diplomatas terá cotas para afrodescendentes

Na segunda fase, serão acrescentadas 10% das vagas para cotistas.
Portaria com novas normas será publicada pelo Itamaraty nesta quarta (29).

Iara LemosDo G1, em Brasília
Instituto Rio Branco,  academia diplomática responsável pela seleção e formação dos diplomatas do Ministério das Relações Exteriores.Instituto Rio Branco, em Brasília, responsável pela
seleção e formação dos novos diplomatas do
quadro do Ministério das Relações Exteriores
(Foto: Divulgação/MRE)
O concurso realizado anualmente pelo Ministério das Relações Exteriores para selecionar os diplomatas brasileiros vai instituir a política de cotas a partir de 2011. Na segunda das quatro fases do concurso serão acrescentadas 10% das vagas para afrodescendentes. A portaria que vai determinar o novo critério deve ser publicada nesta quarta-feira (29) no "Diário Oficial da União".


O concurso, aplicado pelo Instituto Rio Branco, está previsto para o primeiro semestre de 2011 e vai oferecer 26 vagas finais. Não haverá aumento do número de vagas finais para atender aos afrodescendentes. Os candidatos afrodescendentes terão de indicar a descendência por meio de uma autodeclaração, entregue no momento da inscrição.
Pelo novo critério, as cotas serão aplicadas somente na segunda das quatro fases da seleção. A partir daí, o afrodescendente selecionado pelo critério de cotas concorre em igualdade de condições com os demais candidatos.
Se, por exemplo, 300 estudantes forem selecionados para a segunda fase pelos critérios já estabelecidos, o instituto acrescentará outras 30 vagas (10%) para afrodescentes.
De acordo com o Itamaraty, as exigências para o candidato chegar à segunda fase não serão alteradas. Atualmente, o concorrente precisa acertar, no mínimo, 40% das questões da prova objetiva, composta por questões como língua portuguesa, história do Brasil, política internacional, língua inglesa, entre outras. Para passar para a fase seguinte, também precisa estar entre as 300 melhores notas.
Entre a segunda e terceira fase das provas, o candidato precisará acertar, no mínimo, 60% do total da prova a fim de passar para a quarta e última fase.
“A ideia é que a pessoa passe no concurso pelos seus próprios méritos. O instituto vai facilitar um pouco mais na segunda fase para os afrodescendentes, mas a seleção vai seguir os mesmos rigores”, informou a assessoria de imprensa do Itamaraty.
O concurso do Instituto Rio Branco é considerado um dos mais disputados do Brasil. Em 2010, foram oferecidas 108 vagas para 13.771 inscritos. Todos os 108 aprovados já foram nomeados, segundo o Itamaraty. As provas do próximo ano, que ainda não têm data marcada, serão realizadas em todas as capitais do país. O edital do concurso deve ser publicado até o final de fevereiro.