terça-feira, 19 de outubro de 2010

A cor do voto por Jose Roberto de Toledo

A cor do voto por Jose Roberto de Toledo




Seção: Eleição para presidente



17.outubro.2010 23:30:21

José Serra (PSDB) tem mais chances entre brancos e amarelos. Dilma Rousseff (PT) vai melhor entre pretos e pardos. Se cor da pele equivale a origem étnica, o tucano ganha por 5 pontos nos caucasianos/orientais. Entre os negros, a petista tem 15 pontos de vantagem.

A divisão do eleitorado por cor obedece às mesmas categorias do IBGE. Como no Censo 2010, os entrevistados se auto-classificaram aos pesquisadores do Ibope. Os dois grupos correspondem a 46% (brancos/amarelos) e 53% (pretos/pardos) do eleitorado pesquisado.

A variável não havia sido analisada até agora nesta eleição. Foi incluída na pesquisa pelo Ibope a pedido de grupos militantes do movimento negro.

Uma das conclusões mais importantes dessa análise é que a preferência de pretos/pardos por Dilma e de brancos/amarelos por Serra sobrevive ao controle dos resultados pela renda e escolaridade dos eleitores.

Negros que ganham mais e/ou que cursaram mais séries na escola continuam votando até 30% mais na petista. É um comportamento eleitoral muito diferente dos caucasianos e orientais das mesmas faixas de renda e escolaridade, que votam até 44% mais no adversário.

Considerando-se apenas os eleitores que frequentaram o ensino médio ou superior, Dilma tem 38% entre brancos/amarelos e 51% entre pretos/pardos. Serra tem praticamente os porcentuais inversos: 52% e 42%, respectivamente.

Entre os eleitores com renda superior a 5 salários mínimos, o topo da pirâmide eleitoral, a divisão do voto por cor segue na mesma proporção. Dilma tem 36% entre os brancos (contra 52% de Serra) e 51% entre os negros (contra 40% do adversário).

Há, portanto, fatores que diferenciam o voto dos dois grupos que vão além das condições sócio-econômicas em que vivem. A explicação parece ser tampouco a identificação entre eleitores e candidatos da mesma cor. Tanto Dilma quanto Serra são brancos e filhos de imigrantes europeus.

A sondagem do Ibope fornece pistas, mas não todos os elementos para explicar a clivagem do voto em função da auto-definição do eleitorado. O conjunto de pesquisas deixa claro, porém, que a cor não é o único fator, nem sequer o principal, para a escolha do presidenciável.

O voto é uma combinação da cor, religião, renda, escolaridade, ocupação e local de moradia do eleitor -não necessariamente nessa ordem. Essas variáveis têm pesos diferentes para cada um.

O religioso dá mais importância à opinião do candidato sobre o aborto, por exemplo. Mas se esse eleitor for beneficiário do Bolsa-Família a opção por um ou outro presidenciável será mais complexa: a balança penderá às vezes para o bolso, às vezes para a orientação religiosa.

Esses pesos e contra-pesos matizam a importância da cor do eleitor na decisão do voto. Nos segmentos intermediários de renda e escolaridade, Serra ainda vai melhor do que Dilma entre brancos/amarelos, embora sua vantagem não seja tão grande quanto entre os mais ricos e escolarizados da mesma cor.

Já entre os mais pobres (renda até 2 salários mínimos), o tucano apenas empata com a petista no eleitorado branco (45% a 47%), e perde por 20 pontos no negro: 36% a 56%.

A divisão do eleitorado segundo a cor de sua pele encontra um paralelo na geografia do voto nas metrópoles brasileiras. Em São Paulo, os candidatos a presidente do PSDB em 2006 e 2010 obtiveram vantagens maciças nas zonas centrais, mais ricas e tradicionais da cidade.

Em bairros como os Jardins e Pinheiros, onde a grande maioria dos moradores é branca, Geraldo Alckmin (PSDB) obteve até 79% dos votos válidos em 2006. Serra ficou em 68%, mas porque parte desses eleitores optaram por Marina Silva (PV) -uma candidata que, dependendo dos olhos de quem a vê, poderia ser enquadrada em qualquer uma das categorias étnicas.

Substitua-se esses bairros por Copacabana, Leblon e Gávea e o quadro se repete no Rio de Janeiro. A única diferença é que o voto petista não fica limitado à periferia. Está também encastelado nas zonas eleitorais dos morros da Zona Sul, como Rocinha e Vidigal, onde Dilma teve maioria absoluta de votos no primeiro turno.

Os dados sugerem pauta para novas pesquisas e investigações. Por ora, indicam que os que ascenderam recentemente a condições sócio-econômicas melhores mas ainda moram nas mesmas áreas onde viviam seus pais votam majoritariamente em presidenciáveis do PT.

Será curioso observar o comportamento desses emergentes ao longo das próximas eleições. Será que eles se manterão fiéis aos partidos que reivindicam tê-los ajudado a melhorar de vida, ou assimilarão a preferência eleitoral dos novos vizinhos?

 
http://blogs.estadao.com.br/vox-publica/2010/10/17/a-cor-do-voto/

domingo, 17 de outubro de 2010

Veja intenções de voto à Presidência por sexo e região, segundo Datafolha

16/10/2010 00h52 - Atualizado em 16/10/2010 17h16


Veja intenções de voto à Presidência por sexo e região, segundo Datafolha

Na média nacional, Dilma tem 54% dos votos válidos, contra 46% de Serra.

Instituto fez 3.281 entrevistas na quinta-feira (14) e na sexta-feira (15).



Do G1, em Brasília
Pesquisa Datafolha por sexo



(Editoria de arte/G1)



O Datafolha divulgou na noite desta sexta-feira (15) mais uma pesquisa de intenção de voto para a Presidência da República. Na média nacional, segundo o levantamento, a candidata petista Dilma Rousseff tem 54% dos votos válidos (que excluem brancos, nulos e indecisos), contra 46% do tucano José Serra. Nos votos totais (que contam brancos, nulos e indecisos), a petista tem 47%, e o tucano, 41%.



Além dos números gerais, o Datafolha também calculou o percentual alcançado pelos candidatos em segmentos do eleitorado como sexo e nas regiões do país. O quadro ao lado mostra as intenções de voto totais (que não incluem brancos, nulos e indecisos) de Dilma e Serra apuradas pelo instituto.



Eleitorado masculino e feminino

Entre os homens, Dilma aparece com 51% das intenções dos votos totais, contra 39% de Serra. Já entre as mulheres, Dilma e Serra têm, individualmente, 43% das intenções



Por região

No Norte/Centro-Oeste, Dilma foi de 44%, apurados no levantamento de 10 de outubro, para 45%, e Serra manteve os 46% da pesquisa anterior.



No Sudeste, Dilma foi de 41% para 43%, enquanto Serra se manteve em 44%.



No Sul, Dilma foi de 43% para 40%; novamente, Serra manteve o índice anterior, de 48%, de acordo com o Datafolha.



No Nordeste, Dilma passou de 62% para 60%; Serra foi de 31% para 30%.



Sobre a pesquisa

Para o levantamento divulgado nesta sexta-feira, o Datafolha fez 3.281 entrevistas na quinta-feira (14) e na sexta-feira (15). A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.



Segundo o instituto, a candidata do PT, Dilma Rousseff, tem 54% dos votos válidos (que excluem brancos, nulos e indecisos), e o candidato do PSDB, José Serra, 46%. Pela margem de erro, Dilma pode ter de 52% a 56%, e Serra, de 44% a 48%.



Considerando-se os votos totais (que incluem brancos, nulos e indecisos), a petista tem 47%, e o tucano, 41%. Brancos e nulos somam 4%, e 8% disseram não saber em quem votar.



Na pesquisa anterior, Dilma registrou 48%, e Serra, 41%. Brancos e nulos somaram 4%, e indecisos, 7%.



A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal “Folha de S.Paulo” e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número 35746/2010

 
http://g1.globo.com/especiais/eleicoes-2010/noticia/2010/10/veja-intencoes-de-voto-presidencia-por-sexo-e-regiao-segundo-datafolha01.html